O motorista estava sentindo-se incomodado, era tentador uma jovem trocando de roupa dentro do seu carro em plena manhã.

- Eu achei o cara perfeito para vaga na revista – ela ia dizendo no celular, enquanto erguia a barriga para colocar a saia – Ele chega cedo! Eu estou na correria... Não ainda não aceitou, mas eu o convenço. Eu estou indo buscar ele em um carro elétrico. Ele é de Los Angeles deve se ligar em natureza, né?! – sem conseguir mais se segurar, o motorista olhou pelo retrovisor a jovem que dava uma pequena ajeitada nos cabelos negros – O moço, que prédio é aquele ali? - perguntou a jovem, apontando para qualquer prédio.

-Empire State Building. - responde, voltando sua atenção para a estrada.

- Não, não! Aquele outro ali, que é muito alto, tem uma antena em cima, cheio de janelas... - o motorista volta a olhar para fora da janela, tentando encontrar o tal prédio. A jovem aproveita para tirar sua blusa rosa, substituindo-a por uma bege.

-Empire State Building! - o homem responde meio impaciente.

- Ah, é! - a jovem olha pela janela e da um sorriso de canto - Acertou King Kong. Oi...? - pega o celular e continuar sua conversa.

Alguns minutos depois, no aeroporto de NY.

Do lado de fora, uma chuva aterrorizante, dentro do aeroporto uma caça-talentos corria contra o tempo para chegar ao lugar combinado a tempo.

- Ah, oi? - tocou o ombro de um senhor, chamando sua atenção - Vai jogar isso fora? - referiu-se ao papel com o nome escrito - Já se acharam né?! - o senhor lhe sorriu, entregando o papel - Bem vinda à Nova York, senhorita... - a jovem lê o papel - Penderghast.

Apressada e nervosa pelo atraso, a jovem revira sua bolsa, tirando dela um batom e escrevendo um nome no verso do papel. Soltou um longo suspiro de alivio, deixando a mostra o nome no papel: Ichigo Kurosaki.

- Merda! - xingou quando um vento bateu e soltou de suas mãos o papel.

Para sua sorte, o papel parou bem em cima de uma das malas que rolavam na esteira. Sem pensar duas vezes, a jovem arrancou os sapatos e pulou em cima da esteira, sofrendo para alcançar o papel.

- Pega minha mala? - o garoto lhe pediu.

- Pego! - sorriu - Qual é?

- Aquela com alça preta - o garoto aponta.

- Ah, tá aqui! - entrega para o garoto, que lhe agradece.

Nesse mesmo instante, um jovem de cabelos estranhamente laranjas chama atenção de vários ali presentes. Ele ri da situação da moça que corria desesperada na esteira, só depois de um tempo percebe seu nome escrito em um papel também em cima da esteira.

- Aí, que droga! - ela xinga, se esticando ao máximo para pegar o papel.

- Peguei! - disseram os dois jovens em uníssono.

- Ã? Esse papel é meu! - a caça-talentos diz, meio irritada.

- Não, é meu. Está com meu nome escrito de batom - sorri.

- Ichigo Kurosaki? - sorri meio aliviada.

- Sim!

- Ah, prazer - ela desce da esteira - Sou Kuchiki Rukia... - os dois trocam um aperto de mão - vim buscar você no aeroporto.

- Ah! Sempre pega as pessoas assim?

- É eu sou assim! Gosto de surpreender - sorri, calçando o sapato novamente - Bem vindo à Nova York.

- Obrigado! Você não é bem o que se espera de uma caça-talentos - ele a observa de baixo a cima.

- Prefiro Agenciadora de Executivos, caça-talentos são pra artistas.

- Insistiu comigo seis meses, isso que é artista - os dois gargalham, enquanto ele pega a mala.

- Me daqui, eu levo! - ela toma a mala das mãos dele.

- Vai carregar a minha mala? - ele quase ri. Era engraçado a ver carregando uma mala quase de seu tamanho. - É boa nisso?

- Não, eu vou mudar a sua vida! Sou boa nisso - sorri de canto.

- Eu já estou muito bem de vida - revida sínico.

- Ah, jura? Você não estaria aqui se estivesse bem de vida.

- Viajar de graça a Nova York só trouxa recusa - vão caminhando para fora do recinto.

- Então você foi trouxa por seis meses - ela ri.

Os dois saem do aeroporto, notando uma mudança no tempo incrível.

- Nossa! - ela exclama, com um leve sorriso nos lábios.

- Estava uma chuva feia até agora, que tempo louco - ele vira para encará-la...

Só então o jovem de cabelos exóticos percebe a beleza da caça-talentos. Os poucos raios de sol que acabará de surgir iluminou a pele alva, sua boca fina tinha estampado um delicado sorriso e seus olhos brilhavam observando o céu. Aqueles olhos azuis com mistura de violetas, que... Agora começaram a lhe encarar de uma forma estranha.

- Tá olhando o quê? - ela perguntou com uma sobrancelha arqueada - Vamos logo! – ela o puxa pelo braço.

Continua...