Tricks of Fate escrita por Sali


Capítulo 11
"Nós vamos sair de Fort Lauderdale."


Notas iniciais do capítulo

Aeew, people!
Como vão vocês? Bem?
Peço que não me matem, por favor! ç_ç



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Acordei quando eram mais ou menos oito horas, mas sem vontade de levantar, fiquei na cama. Logo ouvi três batidinhas na porta que reconheci como as de Maise.

– Entra! – Disse sem vontade. Ela obedeceu e adentrou o quarto.  O que houve?

– Jordan te quer lá embaixo em pelo menos vinte minutos. Ele disse que quer dar um comunicado importante. – Ela disse.

– Ah, tudo bem. Muito obrigada, Maise. – Sorri para ela, que retribuiu enquanto saía do quarto.

Levantei com preguiça, vesti uma roupa qualquer e ajeitei o cabelo apenas com os dedos. Olhei no relógio e não haviam passado nem dez minutos. Desci as escadas com passos meio arrastados e vi que Jordan estava sentado na mesa de jantar.

Ele indicou-me uma cadeira a sua frente e eu me joguei nela. Estava com certa curiosidade para saber o que ele queria, e por isso não tive a decência de comentar qualquer coisa. Apenas fiquei calada esperando-o começar.

– Bom, Victoria. Diante dos acontecimentos recentes... – Ele começou com um tom totalmente formal. Revirei os olhos.

– Cara, você disse que é meu pai! Que tal usar um tom que não pareça que está falando com o presidente da república? – Reclamei e ele olhou para mim como se eu fosse uma criança pequena fazendo pirraça.

– Diante dos acontecimentos recentes, eu gostaria de informar que nós vamos nos mudar. – Ele completou e eu revirei os olhos.

– Vai me arrastar pra outro duplex de luxo ou agora vai ser um barracão? – erguntei.

– Victoria, você não entendeu. Nós vamos sair de Fort Lauderdale. – Ele disse, ainda sem tirar a formalidade da voz. – Vamos para Miami.

E eu arregalei os olhos.

As estruturas que me seguravam desabaram como um castelo de cartas. Agarrei a cadeira com as mãos.

Talvez o sangue tivesse sumido do meu rosto. Talvez meu coração tenha falhado por alguns segundos. Talvez as lágrimas estivessem caindo do meu rosto.

Talvez, talvez, talvez...

Eu não saberia dizer. Meus sentidos estavam alheios o bastante para que eu não distinguisse absolutamente nada. Aquilo parecia ser um filme, no mudo e em câmera lenta.

Por isso não percebi quando gritei a plenos pulmões com Jordan que não ia. Também não percebi quando comecei a dar socos na mesa de madeira, e muito menos quando resolvi surtar e jogar as coisas nas paredes. Minha percepção estava longe quando me vi em meu quarto.

Aquilo não podia estar acontecendo. Não podia ser real. Encostei-me na parede e sentei no chão, para logo depois deitar ali, sentindo o êxtase do choque me deixar pouco a pouco.

Senti minha garganta doer pelos gritos. Minhas mãos latejavam por causa dos socos, e meu corpo doía pela descarga de adrenalina.

Arrastei-me para cama e me deixei adormecer, tentando acreditar pelo menos por alguns minutos que era tudo uma brincadeira de mau gosto.

···

Meu corpo doía ainda mais que antes e eu mal conseguia me mexer. A luz do sol entrava pelo vidro da porta em tons de arco-íris projetados em uma das paredes e no meu corpo também, dando a entender que já se passavam do meio dia.

Me sentei na cama depois de um tempo e tentei colocar os pensamentos no lugar e visualizar minhas opções.

Fugir seria uma estupidez sem tamanho, afinal Jordan me encontraria em questão de segundos e poderia infernizar ainda mais minha vida. E eu não podia dar uma de adolescente rebelde revoltada naquele ponto.

Eu também não poderia voltar a morar com Robert, já que por mais que ele tentasse, Jordan tinha a minha guarda e um processo judicial levaria tempo demais.

Minha única opção era deixar Fort Lauderdale, minha escola, minha namorada, meu tio e todos os meus amigos, ou seja, minha vida inteira. E isso eu realmente não queria fazer. Mas era uma coisa que eu infelizmente não podia controlar.

Vesti uma roupa de verdade, peguei meu skate e desci as escadas, temendo encontrar Jordan, mas decidida a sair dali. Novamente a casa estava praticamente vazia, e eu não tive maiores problemas para ganhar a rua.

O destino? A casa de Robert.

Não me preocupei em pegar um taxi. Apenas fui caminhando pelas ruas de Fort Lauderdale até chegar em frente à casa que uma vez me abrigou. Toquei a campainha e assim que Robert abriu, o abracei.

Ele me puxou para dentro de casa e nós nos sentamos no sofá da sala. Eu continuei agarrada em seu corpo por um tempo até resolver falar.

Contei-o tudo que havia acontecido, observando atentamente a sua expressão se tornar séria e dura quando cheguei ao final.

– Não é possível. Jordan não pode fazer isso! – Ele murmurou e eu fiquei calada enquanto ele soltava um suspiro.  – Na verdade ele pode sim. E esse é o problema. – Completou.

– Sim. – Concordei.

– Mas você quer ir, Victoria? – Ele olhou para mim, a expressão grave.

– É claro que não. – Respondi e abaixei a cabeça.

– Ei, Victoria. – Ele chamou-me e eu fixei seu rosto. – Lembra-se quando eu te disse que faria tudo que pudesse para não deixá-lo te levar daqui? – Perguntou e eu apenas assenti. – Isso é verdade.

– Mas não há o que fazer, tio! – Respondi meio desanimada, levando as mãos ao rosto.

– Por agora não, mas com o tempo talvez. – Ele disse.

– Como assim? – Olhei para ele.

– Victoria, você terá de ir com Jordan de qualquer jeito. – Ele respondeu. – Mas não para sempre. E há várias maneiras de isso acontecer. – Ele completou.

– É verdade. – Concordei, sem muito ânimo de pedir ajuda ou perguntar alguma das maneiras de voltar para Fort Lauderdale.

Eu estava arrasada por dentro, mas simplesmente não tinha escolhas, opções.

– Você já contou a Madison e seus amigos? – Ele perguntou e eu gemi baixo, a imagem da minha namorada sorridente estampada no meu cérebro.

– Ainda não. – Respondi.

– E pretende fazer isso quando? – Ele perguntou.

– O mais rápido possível. Não quero ficar remoendo. Acho que vou encontrá-la agora. – Respondi e ele sorriu levemente.

– É uma boa ideia. Por mais que seja uma situação triste, não é bom demorar a contar. – Disse.

– Exatamente. E é isso que eu vou fazer. – Respondi, levantando do sofá e tirando o celular do bolso.

– Ok, então. – Ele disse. – Ah, Victoria. Você sabe quando vai? – Ele perguntou.

– Jordan não me disse nada, mas pelo que eu conheço dele, não vai demorar. – Dei de ombros.

– Me ligue assim que souber.

– Ok. – Eu disse e despedi-me dele antes de sair para a rua.

Enquanto andava, liguei para Madison e pedi para que ela me esperasse na praça de skate.

Cheguei lá algum tempo depois, e ao ver o rosto da minha namorada, minha garganta se apertou e eu me peguei pensando se conseguiria contar a ela.

Nós nos abraçamos e nos sentamos em um dos bancos que haviam ali.

– Maddy, – Eu comecei, incerta. – Lembra de ontem, quando eu disse que Jordan ia fazer de tudo para me prejudicar? - Perguntei e ela assentiu. – Então... eu estava certa. – Completei e ela arregalou os olhos.

– O que ele fez, Vick? – Ela perguntou.

– Ele... bem... ele vai me levar para Miami.  – Respondi e Maddy abriu a boca em um tom de surpresa.

– Isso não é verdade, é Vick? É uma brincadeira, certo? – Ela perguntou logo depois, segurando meu rosto entre as mãos.

Mirei seus olhos suplicantes quase transbordando em lágrimas.

– Não, Maddy. É verdade. – Apenas sussurrei antes que os meus próprios me traíssem, despejando a água salgada por minhas bochechas.

Ela me abraçou e assim ficamos, deixando que as lágrimas calassem a dor que silenciosamente se apossava de nós.

Até que ela levantou-se do banco em um rompante.

– Você não pode ir, Vick! Não pode! Eu não vou suportar ficar aqui sem você! – Ela praticamente gritou, atraindo a atenção de alguns pedestres para nós.

– Eu sei, Madison! Eu sei, mas não tenho controle! Eu não tenho para onde fugir, eu não sei o que fazer! – Respondi.

– Mas você não pode... não pode! – Ela murmurou.

Me levantei e a puxei de volta para o banco, abraçando-a protetoramente e distribuindo beijos delicados em seu rosto.

– Eu sei que isso é muito complicado, meu amor. – Eu disse quase em um sussurro, passando as pontas dos dedos sob seus olhos e secando as lágrimas contidas ali. – E eu não tenho escolhas. – Completei, traçando meus dedos em seu rosto com leveza. – Mas eu nunca vou deixar de te amar. - Uma pausa para que eu segurasse seus braços e mirasse seus olhos. – E vou voltar para você.

Madison saltou sobre mim em um abraço muito apertado.

– Eu te amo, Victoria. – Ela sorriu e colocou a mão em meu rosto. – Você é perfeita.

Balancei a cabeça.

– Eu? Perfeita? – Ri baixo.

– Para mim você é. – Ela sorriu e traçou os dedos em minha bochecha.



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Notas finais do capítulo

Eu realmente espero que a fofura do fim desse capítulo deixe vocês um pouco menos bravas comigo. Mas por precaução, deixa eu ficar escondida das facas e tridentes né.....
E quem comentou no último capítulo (10. Homophobic)
»milenagoomes
»Lorena Uzumaki
»Luana Nascimento
»Aurora Julie Strong (seja bem vinda! ô//)
»PAMYZINHA
»BruunaKaulitz (ela não sumiu!! o/)
»Leah Adams (Bem vinda também, darling!)
»mande12 (beem vinda! >.<)
»Yuuko (eu te dei boas vindas duas vezes né? Aiai, sou retardada xD)
É isso, fiquei muuito feliz pelos comentários, e espero que continuem assim! E as recomendações hein?
Bjoos