Pov's Houston

Lindo! Sem outras palavras... lindo! Minha mãe me ligou para ir jantar, mas fiquei por lá mesmo, depois subimos para o quarto dele, eu estava feliz e inocente, então me joguei na cama.

– Vamos fazer o que?

– Er....

– Justin! Para com isso, me olha assim não! – me sentei na cama, fiquei sem graça, ele me olhava de um jeito quente, não sei explicar.

– Parei, parei, mas eu não faço à mínima ideia do que fazer só penso...

– É melhor você escolher bem as palavras – o fuzilei com olhos, era melhor ele não dizer o que eu estava pensando que ele iria dizer.

– Penso no que aconteceu há poucas horas atrás – ele trocou, eu percebi, não era isso tenho certeza.

– Muito bom que seja isso! Às vezes tenho medo de você sabia? – me deitei de novo, ele não faria nada.

– Calma fica tranquila meu amor, eu nunca farei nada que você não quisesse – eu conheço o Justin à pouco tempo, mas é como se nos conhecêssemos há séculos, eu o amo e ele sabe disso, ele me ama e eu sei que não faria nada que pudesse me magoar como eu não faria nada que pode-se magoá-lo. – Já volto.

– Justin cadê seu notebook? – ele tinha ido ao banheiro,

– Debaixo da cama – me deitei de bruços e peguei o notebook.

– Justin!? – gritei.

– O que? – ele me encarou por alguns segundos, mas não dei importância.

– Lembra do vídeo que você fez para mim? O da música do Ne-yo.

– Claro! O que tem ele?

– Qual foi a última vez que você foi na sua pagina do youtube ver algum vídeo?

– Para falar a verdade, não fui a minha pagina desde que pus o vídeo para você, por quê? – olhei para ele e virei o note na direção dele apontando para a tela – Er... você está de brincadeira né?

– Como posso estar? Você mesmo não ta vendo? – ele chegou mais perto de mim.

– Tem certeza que esse é o meu vídeo? – ainda encarando o vídeo ele se deitou ao meu lado.

– É Justin! Esse é o seu vídeo! – eu gritava de felicidade.

– Não acredito que o meu vídeo está com isso tudo de acessos!

– Mas e a verdade! O seu vídeo está com mais de 10milhões de acessos!

– Foi porque eu fiz para você.

– Pode até ser, mas, isso é porque você é incrível e mega talentoso.

– Você prefere acreditar nisso?

– Não, prefiro acreditar que é por mim lógico!

– Sabia – ele agarrou a minha cintura e me beijou, era quente, me entreguei fácil, não sabia como resistir, era forte, intenso.

– Justin, não – parei de beijá-lo, consegui essa façanha, tive que negar –, tenho que ir para casa.

– Não... fica aqui comigo. Por favor!

– Não Jus, eu em! – ele não tinha me soltado até então – Nossa! Jus, já são quase onze horas, tenho que ir para casa – me levantei de pressa, abaixei e amarrei o cadarço, mas quando levantei ele me agarrou por trás, me girou e depois me beijou.

– Não vai, por favor – esse eu recusei fácil.

– Desse jeito fica difícil, mas, amanhã infelizmente tem escola então – dei um selinho nele, me soltei dos seus braços – tchau! – corri.

Quando desci as escadas dei um tchau para a Sra. Pattie, atravessei a rua correndo, quando cheguei à porta de casa olhei para trás e ele estava na janela lindo como sempre, sorri e entrei.

Minha mãe estava na sala, assim que entrei, ela se levantou, fechei a porta e vi aquela criatura morena olhando para mim curiosa.

– Credo mãe! Que foi?

– Eu que te pergunto, o que foi? O que aconteceu para você nem ter vindo jantar?

– Ué, estava na casa do Justin ele é meu amigo, a mãe dele acabou insistindo para eu ficar lá e jantar, coisas de amigos sabe? – me sentei, ela me encarava.

– Minha filha – ela se sentou ao meu lado e continuou me encarando – você é uma excelente mentirosa, mas dessa vez eu não acredito – mostrei a minha mão com o anel para ela que gritou que nem uma adolescente. – Mãe! Para de gritar! – puxei a minha mão – Parou?

– Parei, parei, mas me deixa ver – estendi a minha mão novamente, ela olhava fixamente para o anel e depois quase torceu a minha mão.

– Calma mãe! – tirei o anel do dedo – Aqui, vê. – ela pegou a aliança na mão e ficou encarando, os olhos dela brilhavam, só faltava babar.

– “I-i-i n-e-e-d y-o-u fo-re-ve-r” ele que escolheu essa frase?

– Claro.

– Que lindo, a minha filhinha namorando e com um menino tão fofo, own.

– Mãe! Para! Chega né? – peguei a aliança da mão dela – Agora eu quero ver em quanto tempo a rua inteira vai saber disso.

– Por quê? Você acha que eu...?

– Não acho... tenho certeza que você vai contar para todo mundo na primeira oportunidade.

– Está chamando sua mãe de fofoqueira?

– Não, mas já que disse! – eu ri, estava brincando, mas que ela ia contar para todo mundo ela ia.

– Esperta!

– Vou para o meu quarto e boa noite então.

Subi as escadas, fechei a porta do quarto, troquei de roupa rápido e me joguei na cama.

Eu sorria o tempo inteiro, isso tenho certeza. Não demorou muito para que eu dormisse, mas também, sonhei o tempo inteiro com o Justin, comigo, com nós dois, juntos.

Acordei atrasada para a escola, na verdade, mais caí da cama do que acordei. Fui para o banheiro correndo me arrumar para a escola. Me olhei no espelho, o meu rosto estava todo amassado e meu cabelo alvoroçado, encarei meus olhos castanhos por alguns segundos, como se tivesse algo faltando, como se tivesse algo fundamental para lembrar, desisti e abri a torneira, lavei o rosto e apoiei as minhas mãos na pia, quando vi o anel prata, aí tudo veio na minha cabeça, lembrei de cada minuto, de cada segundo, cada som, cada palavra, cada beijo, cada tudo!

Me arrumei rápido, peguei a minha mochila e desci as escadas pulando o último degrau como de costume.

– Bom dia mãe! – me sentei na cadeira.

– Bom dia minha filha – ela se virou para mim e colocou o café na mesa, depois ficou encarando a minha mão. Revirei os olhos.

– Aqui – tirei a aliança e a entreguei ela deu um sorriso de orelha a orelha e ficou encarando.

– Ela é muito linda!

– Eu sei – eu comia meu café da manhã e minha mãe encarava a minha aliança com os olhos brilhando.

– Quem dera se seu pai tivesse me dado uma aliança assim.

– Mãe, já passamos dos anos 2000.

– E o que tem? Você acha o que? Que antes de 2000 as alianças eram de, sei lá, madeira?

– Nunca se sabe, vai que era e eu não sei? Não me lembro das coisas de antes de uns 5 ano atrás, mais ou menos.

– Tão nova e com a memória fraquinha, cuidado em filha.

– Haha engraçadinha – ela riu.

– A aliança que seu pai me deu era linda só não tão igual a sua.

– E a minha sorte é que o Justin tem bom gosto, coisa que eu acho que o papai não tem.

– Tenho que concordar com você – o olhar dela meio que entristeceu.

– Que foi mãe?

– Nada.

– Mãe...

– Não vou conseguir esconder de você né? – Neguei. – É seu pai, eu não sei, há muito tempo ele anda distante trabalhando o dia inteiro, e há muito tempo ele está trabalhando o dia inteiro, às vezes chega de madrugada e sai de manhã muito cedo, e não sei acho que...

– Mãe! Para com isso tudo bem? Olha, papai está trabalhando demais, tudo para o nosso bem.

– Falando assim parece que você nem sente falta dele.

– Claro que eu sinto e muito, mas falando assim parece que ele foi e nunca mais volta.

– Do jeito que o Phil anda distante, é o que parece.

– Mãe! Para! Estou atrasada para a escola, mas tira isso da sua cabeça – me levantei e peguei a mochila.

– Filha?

– Hum...

– Isso é seu – ela me mostrou a aliança.

– Ah! Valeu, tchau mãe! – peguei a aliança e saí de casa em disparada, o Justin já me esperava.

– Oi! – ele atravessou a rua.

– Oi amor – respondi, ele me abraçou, depois que me soltou, coloquei a aliança.

– Ué? Por que você está sem a aliança?

– Minha mãe – começamos a andar.

– O que tem ela? Você não contou, não quer que ela saiba?

– Não! Nada a ver.

– Então o que foi?

– Quando ela viu a aliança parecia uma criança.

– De tão feliz?

– É.

– Mas não e só isso né? – Assenti. – O que foi? – Fiquei quieta – olha, você me prometeu, confia em mim ainda né? – Assenti novamente. – Então o que foi?

– Meu pai anda muito distante e minha mãe anda desconfiada que... – balancei a cabeça tentando tirar aquele pensamento dela – antes de sair, disse a ela que ele está fazendo isso para o nosso bem, mas...

– Mas você também sente falta dele certo? – eu assenti.

– Meu pai e eu éramos muitos ligados, eu era mais próxima dele do que minha mãe se bobear. Sempre que eu chegava com um problema da escola, minha mãe dizia: “É só ignorar” só que não dava para somente ignorar, então eu subia correndo para o quarto e quem ia me ajudar era o meu pai, ele me abraçava me dava conselhos por mais estranho que pareça, era sempre ele. Quando a Louise tacou aquela bomba para cima de mim, cheguei em casa, não contei aos detalhes, mas a minha mãe fez a mesma coisa. Dessa vez foi uma das poucas vezes que chorei, mas meu pai foi lá me ajudar, ele não sabia o que dizer e eu não queria contar os detalhes, a única coisa que o Phil fez foi me abraçar, era aconchegante sabe? Me fez parar de chorar na mesma hora, só que dois dias depois, momentos como esse nunca mais existiu. Ele no mínimo me levava para a escola, mas há um bom tempo nem isso pode fazer. Minha família parece que esta se deteriorando cada vez, um está mais longe do outro.

– Meu pai e eu também éramos muito próximos, não gostei da ideia de ter que vir para cá, mas vim pela minha mãe e de certo modo por ele também, só para pararem com as confusões, mas, de qualquer modo ele sempre vai ser o meu pai e eu sempre vou amá-lo por mais defeitos que tenha.

– O que você quer dizer com isso?

– Também tenho saudades do meu pai, mas, nunca deixo me abalar, procuro me divertir sair com os meus amigos e sempre dar orgulho para ele por mais longe que estejamos. Você e seu pai têm um desencontro de horário muito grande, mas, isso não deve ser motivo para que sua família se acabe – não consegui responder, só parei e ele também. O abracei forte e uma lagrima escorreu do meu rosto, ele retribuiu o abraço era bem aconchegante também – Ei, não chora – ele segurou meu rosto de leve com uma das mãos e depois enxugou a lagrima que havia escorrido com os dedos.

– Obrigada.

– Não precisa agradecer, não a mim – ele foi aproximando seu rosto do meu e depois me beijou, eu precisava daquilo, foi o que me ajudou naquele momento. – Agora vamos? Estamos chegando já.

Andamos e em pouco tempo chegamos à escola, nós dois estávamos de mãos dadas, depois que atravessamos a rua, o trio fantástico nem deu atenção, estavam fazendo mais planejamentos para o final de semana, mas a felicidade não durou muito tempo, Halle e Karol ficaram me encarando querendo saber o que aconteceu ontem, depois que o Luka as expulsaram da minha casa – engraçado o Luka expulsar alguém da minha casa, mas deixa quieto.

– Que foi? – perguntei.

– O que aconteceu? Anda! Fala! – Hayley só faltava pular para cima de mim.

– E aí cara, conseguiu? – o Luka falava diretamente para o Justin que como resposta levantou as nossas mãos e mostrou a aliança no meu dedo.

– Lu... – Karol começou a falar, mas não dei tempo para que ela terminasse.

– É isso mesmo que você esta pensando Karol – Hayley abriu a boca – e depois eu conto para vocês – elas abriram a boca e ficaram como se quisessem falar – Oh! Shiii! Depois! Shi! – mas desistiram.

O sinal bateu e fui para a sala, o Taylor me recebeu e veio me dando um abraço e um beijo na bochecha, retribui o abraço, mas, o beijo ficou por ali mesmo, depois que ele voltou para o lugar o Justin me olhou com cara de poucos amigos, mas ignorei, tinha nada demais e quando menos percebi o Tay já estava em cima de mim para me abraçar. Sentei no meu lugar e o Justin no dele ao meu lado, não demorou muito para o professor chegar e ainda com uma menina do lado, ela era linda, morena, olhos verdes, tinha um jeito de garota fatal. O professor pediu para ela se apresentar.

– Oi, meu nome é Megan Stokes, vim de Toronto e sou a nova capitã das Lideres de Torcida – ah! Sabia! Tinha que ter algo do tipo para ter essa carinha de “fatal”.

– Por que todas as “poderosas” da escola tem que vir para cá? Tem mais duas salas dessa série aqui professor! – disse.

– Poderosa? Eu?

– Sim! Ser líder de torcida é um sinônimo de poder!

– Obrigada então, dessa não sabia, mas, quem mais de “poderosa” tem aqui?

– Eu – a Louise levantou.

– É. Ela... – revirei os olhos.

– E quem é você? – ela perguntou a Louise.

– Meu nome é Louise James, sou a mais popular da escola...

– Mais metida, insuportável e nojenta também – a novata riu.

– E você?

– Meu nome e Lua Houston prazer em conhecer.

– O prazer é todo meu.

– Nossa a novata amiga da excluída. Cuidado garota nessa escola só existe dois tipos de garotas, as dangerous e as excluídas, preste muita atenção com quem você vai resolver se misturar.

– Era só o que me faltava, mais uma patricinha nessa escola, mas uma contra mim!

– Fique tranquila Lua, não tenho nada contra ti, pelo menos não por enquanto, mas, para com isso de patricinha ok?

– Paro, mas quando a oxigenada disse “Dangerous” se referia ao clã das patricinhas e duvido que você vá querer fazer parte do outro clã.

– Se for necessário crio outro “clã” – ela fez as aspas com os dedos – tenho nada contra as pessoas que tenham nada contra mim, agora, vou dar um pequeno aviso, é melhor não querer se achar para cima de mim, pessoas “donos do mundo” não tem vez comigo – ela piscou, os garotos enlouqueceram e a Louise se irritou, adorei ela.

– Bom garotas, é melhor parar por aqui certo? Srta.Stokes pode se sentar perto do Sr. Fox, a parceira dele faltou, por enquanto a senhorita pode sentar-se lá – ela assentiu e foi para o seu devido lugar, perto de mim e do Justin, ao lado do Taylor.

O Justin não falou uma palavra sequer desde que entramos na sala, as aulas foram um saco e pela primeira vez depois da “mudança” banquei a garota estudiosa que eu nunca fui. Não demorou nada para que o intervalo chegasse, o corredor parou quando a nova garota resolveu passar, ela era cheia de atitude e todos babavam, era uma forte concorrente contra a Louise, falando nela, algo me dizia que o mandato de rainha da escola estava a ameaçado.

– O que foi Lua? – estávamos Karol, Hayley, Luka, Justin e eu na mesma mesa de sempre no pátio. Eu estava pensativa, Justin estava calado, e os outros três no encarando curiosos, porém a Karol nunca aguenta ficar calada.

– Nada.

– Lua...

– Eu estava pensando na Louise.

– Tanta gente para pensar e você pensa logo na Louise? Garota você está namorando, tanta coisa legal acontecendo e você vai ficar pensando naquela anaconda?

– Fala mais alto Karol, acho que os nerds da mesa do canto no outro lado do refeitório ainda não te ouviram.

– Nossa qual é velho!? Acordou com o pé esquerdo hoje?

– Foi mal Karol, é que algo me diz que esse mandato da Louise esta prestes acabar.

– Você se refere à novata né? Aquela novata gostosa.

– Me poupe do que você acha Luka – revirei os olhos.

– Não só a Lua, mas a mim e a Karol também.

– Ok,. Ok... mas você se refere a ela acertei?

– Sim Luka e ela tem nome, se chama Megan Stokes e veio de Toronto, ah! E é a nova capitã das lideres de torcida.

– Mas o que aconteceu com a ex-namorada do Nat, qual o nome? – a Halle perguntou.

– Hanna – a voz da Karol era quase inaudível – você faz isso só para me irritar né?

– Claro! – a Halle piscou para ela e continuei respondendo

– Hanna torceu o tornozelo e não vai mais poder fazer os saltos e etc...

– É... Karol, Luka vamos ali rapidinho? – Hayley não havia falado nada além disso, o tempo inteiro ela me encarava e ao Justin também.

– Para que? – o Luka é bem sem noção.

– Cala a boca e vem – ela puxou os dois pelo braço e depois sumiu refeitório adentro.

– O que foi Justin?

– O que foi aquilo entre você e o Taylor na hora que chegamos?

– Um abraço.

– E...

– Um beijo dele na bochecha.

– Lua...

– Ei... meu amor, relaxa tudo bem, você não tem motivos para ter ciúmes do Taylor.

– Não sei, me sinto ameaçado, acho.

– Ameaçado?

– Eu acho, sinto de alguma forma que ele pode tirar você de mim.

– Ninguém vai me tirar de você, nunca.

– Promete?

– Mais promessas?

– Já fizemos tantas...

– Ok! Prometo.

O abracei forte e só depois disso que os três voltaram, mas não demorou muito para o intervalo acabar, a Megan ficou com as lideres do torcida – ela é a chefe delas, isso já era de se imaginar – e na hora de voltar para a sala, o mesmo corredor se abriu só para ela passar, ou melhor, desfilar, aquela garota era de uma classe incrível e duvido nada que não é só a cara, mas ela sim é uma garota “fatal” e a Louise que a aguarde.

As aulas? Um saco! O Justin? Calado! A Megan? No topo! A Louise? Se mordendo de raiva! O Professor? Achando que alguém esta prestando atenção! O Taylor? Quase dormindo! E eu? Observando o que cada ser fazia.

Tudo um saco, para falar a verdade estava todo mundo animada para a festa do final de semana então, ninguém se importava mais com escola, ou coisa do tipo, o assunto era: vestidos, festas, pares, ficantes, futuros namorados e ex, quem vai pegar quem, quem vai fazer o que, como se o futuro dependesse deles, como se todos tivéssemos uma espécie de bola de cristal e tudo no futuro seria exatamente como eles quisessem, como eles querem.