That Should Be Me escrita por TahRodriguess


Capítulo 1
Nova Vizinhança - Part. 1


Notas iniciais do capítulo

Obs: O texto do suposto blog não é meu, é de uma amiga minha na época que ela usava o blogger.
Just... Boa Leitura! (;



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- Lua, Lua, acorda minha filha, você vai se atrasar! Levanta! – ao mesmo tempo em que minha mãe dizia, ela me sacudia como nem sei o que, isso tudo só para ir para a escola afinal quem foi o idiota que inventou isso de escola? Ah! Meu nome é Lua, Lua Houston - adoro falar assim, parece o James Bond - e eu amo ele, é diferente e super original – né!?

- Ain...Mãe, precisa disso tudo só para me acordar para ir para a escola? E afinal quem foi o idiota que criou a escola?

- Sim precisa disso tudo Luazinha, e deve ter sido alguém muito inteligente, para ter inventado a escola.

- Ah mãe! Para com isso, Luazinha? Você me chamava assim quando eu tinha o que? Três anos de idade?

- Minha Luazinha – ela já estava de pé, na frente da porta branca, do meu quarto pintado de azul bebê, detalhe que ela fez questão de colocar ênfase no meu apelido de bebê, arght! Odeio quando ela me chama assim.

 Assim que minha querida mamãezinha – sarcasmo agora – saiu do meu quarto perfeito – o melhor lugar do mundo a onde sempre passei maior parte da minha grandiosa vida – me levantei e fui me arrumar para ir para o melhor lugar do mundo: A escola! Blusa de meia manga lilás, jaqueta preta, calça jeans escura e tênis all star preto com uns detalhes muito que ridículos do lado. Quando desci para o café da manha, minha mãe já tinha posto a mesa, era panqueca – amo panqueca ­– cortadas em mil pedaços – ah! Minha mãe acha que eu sou criança né? Só pode, cortar em mil pedaços para que? Para eu não me engasgar? Ah! Fala sério.

- Mãe! Ainda não entendo isso de panqueca em mil pedaçinhos.

- É para você comer mais rápido ir para a escola mais cedo.

- Como se eu quisesse ir para a escola – sussurrei

- O que você disse?

- Nada mãe, esquece.

 Meu pai já tinha ido trabalhar, ultimamente ele está saindo bem cedo e não da para me levar, então eu? Tenho que ir a pé para aquele inferno juvenil. Comi bem rápido, peguei minha mochila e disse um “tchau” com toda a minha animação – como se eu tivesse alguma – e saí. Quando olhei para a casa em frente, percebi uma leve movimentação, acho que hoje mesmo os novos donos chegam, quem será que vai morar aí? Espera! E desde quando me importo? Vai fazer alguma diferença? Aposto que vou ser a garota invisível só para mais uma família. 

 Fui para a escola, tentando não pensar em muita coisa, pensei nos meus amigos, que são o que fazem a escola ficar pelo menos um pouco suportável, a Karolyne linda e fofa, minha amiga desde pirralha, a ruivinha da Hayley e o besta do Luka, só eles mesmo para tirarem a minha ignorância matinal.

 Foi tudo um saco como sempre, cumpri com as minhas atividades de sala, e adiantei os deveres de casa – porque se fossem para casa mesmo, iam voltar todos sem fazer – assim, cara fechada o dia todo, meus melhores amigos não são da minha sala e eu to na sala das maiores Patys do colégio – meu pecado foi tão forte assim? –, e uma delas é a Louise James, ela não perde a oportunidade de me chatear, da vontade de mandar ela para Plutão, ou para Mercúrio, para ela se torrar no sol – estou sendo delicada. Quando – em fim – a escola acabou, fui sozinha para a casa, não estava a fim de papo, se não ia acabar xingando alguém, de tanta raiva que tava daquela Louise – eca! A única coisa que eu queria era chegar em casa, almoçar e me largar no sofá, ou cair na cama e não levantar tão cedo, mas, como nem tudo é perfeito, e na minha vida menos ainda, eu cheguei e fui realizando logo a primeira opção, me jogar no sofá, mas só foi eu cair que vem minha mãezinha querida dizendo:

- Levanta filha, vai se arrumar que vamos almoçar com a nova vizinha – estraga prazeres.

- O QUE? – a não, não quero.

- Isso mesmo que você ouviu, vai se arrumar.

- Ah mãe, vou não.

- Vai sim.

- Não.

- Vai.

- Não.

- Vai se não eu tiro o Notebook de você – aí ela jogou sujo.

- Fala sério em! Ah! To indo já!

 Isso não era justo tirar logo o único por onde eu era alguém? Nossa, jogada muito suja a dela! Eu tomei meu banho na paz – sem pressa – e quando saí, peguei minha calça jeans, coloquei uma blusa de maga comprida justa ao corpo, preta e como ela é curta na barriga, joguei uma blusa preta de manga curta com detalhes brancos acompanhado com meu all star xadrez, e meu cabelo meio cacheado com a franja. Desci as escadas já sabendo o que minha mãe ia dizer, ia falar a mesma coisa de sempre: “você vai com essa roupa?” “minha filha você tem roupa melhor do que essa”, e quer saber? Não deu outra.

- Você vai assim?

- To te esperando lá fora mãe – desci e andei na direção da porta, sem parar, é o único jeito de evitar um interrogatório que iria encher a minha paciência.

 Sentei na escada enfrente a porta e fiquei olhando para a casa da frente, o caminhão que estava lá quando cheguei, já tinha ido embora, então dava para olhar melhor, eu não tinha percebido, mas eles fizeram uma reforma naquela casa velha que ficou realmente linda.

- Vamos filha. – minha mãe saiu de casa, trancou a porta e foi andando em direção à casa da frente enquanto falava algumas coisas lá que não entendi bem, minha cabeça estava lotada de coisas e aquela casa me fascinava, fiquei olhando para a porta o tempo inteiro, queria saber quem iria sair dali, não sei por que, mas queria.

 Quando percebi, eu já estava na calçada da casa da frente e parei por aí, minha mãe foi tocar a campainha enquanto eu fiquei lá, olhando fixamente para aquela porta, como se de lá fosse sair algo que iria mudar a minha vida para sempre – até parece. Daquela porta saiu uma mulher, muito bonita, de cabelo liso e castanho claro, seus olhos eram as coisas mais lindas, ela era magra, parecia que foi feita a mão por alguém muito talentoso. Ela falou algo com minha mãe, estava muito longe para entender o que era, ela saiu de frente da porta, mas a deixou aberta – por que será? – e começou a andar na minha direção, não reparei muito, eu ainda estava meio curiosa, talvez, para saber o porquê que deixou a porta aberta, segundos depois veio a minha resposta, era... Era... Era um garoto muito lindo – eu disse mesmo isso? – e põe lindo nisso – eu repeti? – cabelos castanhos, da cor dos da mulher que provavelmente era a sua mãe, seus olhos era a coisa mais linda que eu já vi em toda a minha desprezível vida, tinha um brilho próprio, ele parecia ter sido desenhado por anjos, de tão... Tão... Perfeito – afinal o que há comigo?

   Nos fomos para um restaurante perto de casa, a mesa era para quatro pessoas, minha mãe sentou em uma ponta e ele na outra, eu fiquei de frente para a mãe dele, elas ficaram conversando, ele e eu quase não falamos nada, nosso almoço demorou muito – mas muito mesmo – para chegar. Ele era tão lindo... Ah! Para Lua, pode parar!

  Nós, ou melhor, minha mãe e a dele – mais a minha – tagarelavam sem parar um minuto sequer e nós dois almoçamos quietos só concordando com algumas coisas, mas falar mesmo, nada! Meu pai – não sei por qual milagre – chegou ao restaurante e se sentou com a gente, para não pegar outra mesa, sendo que era uma pessoa só, o garoto perfeitamente lindo – ah quero me matar por ter pensado nisso – chegou perto de mim, bem perto, tão perto aponto de eu conseguir sentir a respiração dele de leve no meu pescoço quando ele se virava para olhar as nossas mães. Eu não conseguia mais prestar a atenção em nada que acontecia em minha volta, eu olhava para a minha mãe e para a dele ou se não, olhava fixamente para o prato de comida na minha frente – não comi tudo era muita coisa – eu sentia como se uma carga elétrica percorresse todo o meu corpo, da ponta do pé até a minha cabeça, todo o meu corpo arrepiava cada vez que sua respiração encostava em mim de leve – eu estou ficando louca só pode.

- Você estuda no colégio... Hã... Aquele mais próximo de casa, que esqueci o nome – que hã, o que? Ele ta falando comigo? É o que parece né? Ou não? Espera o que eu to pensando aqui? Anda responde, responde!

- É, eu estudo lá sim – parei para rir, ele fez uma cara engraçada, de confuso, sem graça, não sei dizer – e você.. er... Vai estudar lá também? – lutei para dizer, eu estava olhando dentro daqueles olhos e era difícil concentrar em outra coisa além deles, eram completamente encantadores e...

- Vou sim, começo amanha mesmo. É bom ter alguém já “conhecido” lá – ao dizer isso, ele interrompeu meus pensamentos e fiquei feliz por isso. Eu retornei a rir dele, já que vivia fazendo caras e bocas. Ao falar ele fez as aspas no ar, e fez uma cara, que saiu muito... fofa? Eu devo estar enlouquecendo mesmo, que horas vamos embora para eu poder me jogar na cama, e esquecer esse garoto que nem sei o nome, esquecer esse sorriso, esse olhar... – aaaaaaaaaaaaaaaaaaah!

 Não conversamos muita coisa, falamos algo aqui e ali enquanto voltávamos – a pé – para casa, contei um pouco como era a escola para ele, deixei algumas partes de fora claro – mal o conhecia, nem sabia o nome dele e  já ia contando que ninguém ligava para mim e que eu odiava a escola? É ruim em!. Espera! É mesmo nem o nome dele eu sabia ainda, pergunto ou não pergunto? Pensa rápido Lua, já estamos chegando em casa, pergunta, pergunta!  Já era! Já estávamos na calçada da casa dele, ele nem meu nome perguntou, mas acho que já sabia do jeito que minha mãe fala, deveria ter contado para a mãe dele, mas até agora, ninguém nem citou o nome dele, eu queria saber e muito ainda, qual seria o nome dele, qual será? Estava pensando isso quando atravessava a rua, a gente tinha se despedido somente com um... “Então... tchau” e uma troca de sorrisos sem graça. Eu não estava mais aguentando, precisava saber o nome dele, parei no meio da rua, me virei para saber se ele já tinha entrado em casa.

- Ei espera! – ele não tinha entrado já estava na frente da porta, e quando me ouviu, se virou, no rosto uma expressão meio... surpreso? Saí correndo na direção dele, com toda a pouca velocidade que eu tinha, ao chegar lá não consegui falar de imediato, estava ofegando, corri realmente rápido e cansei – esquecemos um detalhe.

- Qual? – ele me perguntou confuso.

- As apresentações! Olá meu nome e Lua Houston e o seu? – Ele olhou para mim e riu, eu acabei rindo junto, era tão legal ficar perto dele.

- Você agora fez parecer que estávamos no jardim de infância – continuamos rindo e ainda mais.    

- Mas você ainda não me respondeu, seu nome é...

- Justin Bieber, prazer em conhecê-la – ele fez reverencia a mim, retornamos a rir.

- Hum... Cavalheiro! – e mais risadas – Agora eu tenho que ir, minha mãe não está entendendo nada e quando eu chegar em casa ela com certeza vai fazer um enorme questionário para saber o que estávamos conversando e bla, bla, bla!

- É, duvido nada que a minha também vai – estávamos sorrindo e muito, tivemos crises de risadas.

- Então Tchau! – eu disse já andando para a minha casa.

- Tchau – ele disse com um lindo sorriso no rosto, dessa vez não era mais sem graça.

 Fui para casa muito feliz, assumo, Justin Bieber... Esse nome realmente me agrada, estava com um sorriso de orelha a orelha no meu rosto e posso jurar que meus olhos estavam brilhando, ah cara! Minha mãe ia me encher, mas quer saber, e daí?  Atravessei a porta da minha casa e não deu outra.

- O que vocês estavam conversando? Por que riram daquele jeito? Seus olhos estão brilhando? – viu?

- Tchau mãe vou para o meu quarto.

- Mas minha filha, me reponde vai me deixar aqui sem entender nada, o que acontece...

- Tchau mãe – nem a deixei terminar de falar.

 Subi direto para o meu quarto, chegando lá empurrei a porta para que ela se fechasse e me joguei na cama, fiquei olhando para as estrelas – aquelas que acendem no escuro, fluorescentes – no teto do meu quarto, meu sorriso não queria sair do rosto, eu olhava para as estrelinhas e pensava no nome tão lindo e no garoto tão lindo, Justin Bieber, sorriso encantador, rosto perfeito, olhos hipnotizadores, ele era perfeito!

 Perfeito de mais para mim, nesse exato momento meu sorriso sumiu.

- Como se eu não já soubesse onde isso vai dar, assim que ele aparecer na escola amanha, aquelas patricinhas insuportáveis vão cair em cima dele e ele vai esquecer de mim, talvez não seja uma invisível para ele agora, mas depois com certeza  serei – falei comigo mesma, eu virei de barriga para baixo, enfiei minha cabeça no travesseiro e soltei um grito, um grito de raiva, de decepção talvez.

 Lá de cima eu ouvir minha mãe gritar tempos depois que o telefone tocou.

- Filha, vou sair, não demoro.

 Me levantei e olhei pela janela, minha mãe havia saído com quem? Com a mãe do Justin claro, quem mais podia ser? Isso já era de imaginar pelo tanto que elas conversaram hoje no almoço, parecia que elas não iam longe, no mercado talvez, abastecer a geladeira da vizinha né? Voltei para a minha cama, dessa vez me sentei, na verdade eu me joguei sentada. Tirei meu all star e o joguei de baixo da cama, tirei a minha calça jeans, joguei em cima da cama e coloquei um short, não dos muito grandes mais também nada de um palmo... fechado. Como dentro de casa estava quente, prendi meu cabelo deixando a franja solta e arregacei a manga da blusa de frio que eu estava até o cotovelo. Fui para a mesa do computador para atualizar meu blog – fake claro, porque se soubessem que é “meu” não faria o “sucesso” que faz – escrevendo um texto engraçado, triste, revolts, pensativo, sei lá, o que desse na telha e, além disso, pensei em passar uma foto no photoshop para complementar o texto quando ouvi alguém batendo na porta, desci as escadas correndo sem nem verificar – lá de cima – quem era, abrir a porta tranquila, sem medo de quem poderia estar batendo – poderia ser um louco né, vou saber.

- Oi.

- Er... ãn... Oi Justin, o que você, bom er... – me embolei toda para falar, mas o que ele estava fazendo na minha casa? Detalhe que ele riu de mim por eu ter me embolado toda para falar.

- É que minha mãe saiu com a sua... de novo, fiquei sozinho em casa e pensei em vir para cá, mas se você quiser eu vou... – ele apontou para a sua casa na frente da minha, mas ainda olhando no meu rosto. Ele só conseguiu falar depois que parou de rir de mim, coisa que demorou.

- Não! Que isso, pode entrar, to sozinha em casa também, meu pai está trabalhando e só volta tarde e minha mãe... bom você sabe, entra aí – ele entrou e parou no meio da sala e ficou olhando para mim, atravessei a sala e fui em direção a escada e ele continuou parado no meio da sala – vamos lá para o meu quarto, vem – ele olhou para mim surpreso, subi dois degraus e olhei para ele que nem tinha se movido – vem poxa, eu deixei o computador ligado, vem logo – ele deu de ombros e enfim me seguiu, eu em, ele estava com medo de ir no meu quarto?  

 Subimos o resto da escada correndo, assim que chegamos ao quarto ele passou na minha frente e parou ao lado da cama, fui direto para a mesa do computador enquanto ele analisava todo o meu quarto, pelo canto do olho eu vi que olhava fixamente para um lugar, fiquei curiosa para saber o que tanto ele olhava, deixei a foto de lado – já tinha terminado ela mesmo, só faltava salvar – e me virei para ver o que ele tanto olhava, descobri rápido, não teve muito mistério, ele olhava para o meu violão – Sim, eu toco um pouco de violão – que estava encostado no banco que eu sento para o tocar – sempre que estou revoltada demais.

- Você toca violão? – ele disse indo em direção ao banco e ainda olhando fixamente para o instrumento.

- Toco um pouco sim

- E pelo jeito escreve suas músicas também – ele disse pegando uma pasta que estava em cima do banco.

- Sim escrevo – voei da cadeira indo na direção dele – mas você não vai ler – puxei a pasta das suas mãos e fui em direção à mesa do computador de novo.

- Por que não?

- Porque não!

- Poxa, assim você me magoa – ele fez uma cara de triste, senti vontade de ceder, mas não!

- I’m sorry baby – fiz uma cara de decepcionada por não deixar, a gente acabou rindo.

 Eu sentei na cadeira do computador e ele no banco, me virei para continuar a criar o meu post, ele colocou o violão no colo e começou a cantar, era uma música desconhecida, acho que ele escreveu – e estava falando de mim ainda –, sua voz era linda e tocava violão como se... como se... ah! Nem sei, sua voz era tão linda que não existe com que comparar, para falar a verdade, acho que comparei bem quando disse que ele parecia um anjo.

- Agora é sua vez.

- Eu hã? O que tem eu? Minha vez o que? – eu disse, espera aí ele não queria que...

- É você! Ou tem outra pessoa aqui? Vem tocar violão, eu quero ouvir – ele tirou o violão do colo, segurou pelo braço dele e ficou olhando para mim, esperando que me levantasse.

- Faz isso comigo não Justin, please vai! Inclusive depois de você ter cantado – olhei para ele implorando, mas não adiantou, me levantei – ah! Já sei você quer me humilhar né!? – Ele riu.

- Vem Logo! – ele disse ainda rindo.

 Peguei o violão da mão dele, me sentei no banco e ele foi para o computador, enquanto eu olhava as cordas e pensava no que ia tocar, ele fuçava meu computador.

- De quem são esses olhos? – ele se referia à foto que eu tinha acabado de editar.

- Meus – joguei minha franja para trás e prendi.

 Comecei a tocar e cantar uma musica minha mesmo, “You Were Here” a mais recente e a que eu achava mais legal, percebi que ele olhava para mim, percebi que ele olhou para mim todo o tempo que eu tocava. Dei a nota final.

- É sua?

- Sim, é minha, gostou? – levantei o rosto – Justin... Justin... – ele olhava para mim como se estivesse hipnotizado – JUSTIN!

- Hã? Ah! Desculpa, agora eu percebi que esses olhos aqui são seus, eles são lindos para variar, não entendo porque você os esconde .

- Você ainda não entende muita coisa – disse baixinho e olhando para o chão.

- Hã?

- Nada não.

- É, então ta – ele olhava para mim, me encarava, olhava concentrado nos meus olhos

- Você já está me dando medo ta? – Ele parou de me encarar e riu.

- Desculpa – ele disse sorrindo – é que seus olhos são incrivelmente lindos, comuns – eles são castanhos claros – mas lindos.

- Ta, ta, eu sei que são, mas precisa de me encarar assim? – disse num to de brincadeira.

- Sim precisa! – a gente riu, rimos muito, muito mesmo.

- Espera um pouco – eu coloquei o violão no lugar e fui no banheiro tirar a minha blusa preta de manga comprida, ia deixar só a de manga curta já que em casa estava um calor infernal.

- “Prefiro ter poucos amigos, mas verdadeiros, do que ter vários, porém falsos. Essa é uma das frases que tem me marcado muito. Eu tenho percebido que tem pessoas que tem vários amigos e é super popular, mas que quando precisam de ajuda, é só um o outro que estende a mão. Eu sou uma menina comum, tímida, sincera e meiga, confesso que não sou popular. Afinal você já viu garota tímida ser popular? Eu nunca vi. Mas confesso também que isso não faz diferença na minha vida. Tenho poucos amigos, mas são o suficiente pra me fazer feliz, e sempre quando preciso de ajuda, eles estão ao meu lado, pra me ajudar, e isso me faz muito bem. Afinal sei que posso contar com eles a qualquer dia, a qualquer momento. E pra mim, é isso que importa. Poucos amigos, porém verdadeiros e sinceros!”– ele disse assim que sair do banheiro, era um texto meu, um post do meu blog – Você que escreveu?

- Sim, surpreso?

- Você faz música, toca violão, canta, escreve e faz tudo isso muito bem – corei – só falta – ele olhou para um canto perto do armário – tem algo que por acaso você não faz?

- Hã? Não entendi – olhei para o mesmo lugar que ele – ah sim! Eu faço isso também, um pouco mais faço.

- E tem algo que você não faz? Porque que eu saiba garota perfeita não existe – ele me olhou.

- Hã dois? Boiei legal agora – ele riu.

- Você faz de tudo o que eu gosto e faz bem – corei de novo – até andar de skate que é uma das coisas que eu amo fazer.

- Mas eu não ando – ele olhou para mim confuso – eu me equilibro, só – ele riu de novo.

- Você só sabe subir em cima então?

- É! Ninguém quis me ensinar a andar, nem o Luka, então tive que aprender sozinha só acabei esquecendo de tentar e bla, bla, bla – fiz o sinal como se minha mão estivesse falando.

- Luka? Quem é Luka? – nos seus olhos passavam alguns sentimentos ele estava surpreso, confuso, e... com medo?

- Luka é meu melhor amigo na escola, ele anda de skate, mas quando o pedi para me ensinar, ele disse que isso não é coisa de garota. – todos aqueles sentimentos passaram, ele esta aliviado depois que eu disse que o Luka era apenas meu amigo, eu em, que estranho.

- Nossa que besteira, muita idiotice isso, não, er... é que... – ele se embolou.

- Tranquilo, eu sei que é não precisa se apavorar não.

- Ufa! – a gente riu – Bom se quiser eu te ensino então.

- Espera, você também...?

- Você acha que a única multifuncional aqui? – caímos na gargalhada, rimos e muito ainda.

 Fui para o computador ainda rindo, carreguei meu post no blog e coloquei algumas músicas para escutar, eu estava vermelha de tanto rir e ele também, eu cheguei a chorar. A minha playlist começou com “Good Girls Go bad”, do Cobra Starship feat. Leighton Meester, sem nem perceber comecei a cantar a parte da Leighton, ele estava sentado na cama, e no “Bad” final eu virei a cadeira – era aquela de girar – e cantei, ou melhor, gritei na direção dele “baaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaad”, ele riu de leve, na real, mais sorriu do que riu e voltou a me encarar.    

- Eu já disse que isso me dá medo.

- Ah! Desculpa, sério, mas você canta muito bem.

- Olha quem ta falando – voltei para frente da tela do computador.

- É sério, ninguém nunca te disse isso?

- Só minha mãe, mas você sabe como são as mães, não dá para confiar no que elas falam.

- É realmente, elas falam tudo para nos agradar. Já que ninguém te disse isso eu te digo: – ele se levantou, girou minha cadeira na direção da cama e voltou a se sentar nela – você canta muito bem!

- Digo o mesmo para você e valeu!

- Não canto tão bem assim – ele me olhou nos olhos, de novo – não como você.

- Sem comparação, eu canto muito melhor do que você claro! – aquilo estava me deixando tensa, o modo como ele me olhava nos olhos me fazia tremer, não de medo, de uma coisa que eu não sei dizer o que, tive que falar algo para quebrar aquilo.

- Ainda bem que você sabe – voltamos a rir.

 Fechei tudo no computador e o desliguei me sentei na cama encostada na cabeceira, ele se virou e sentou ao meu lado, ficamos ali conversando a tarde toda, era muito bom ficar com Justin, era divertido e parecia que nos conhecíamos há muito tempo. Ele falou de como era a vida dele na outra cidade em que vivia, me contou que seus pais eram separados e esse foi um dos motivos deles terem saído de lá – ele não entrou em detalhes e eu não forcei para que entrasse –, disse que ficou com medo de como seria chegar aqui, como seria ser novato, eu contei como é a minha vida aqui – excluindo as partes mais depre –, contei sobre o blog e o porque eu o criei, contei dos vídeos youtube que eu posto, contei sobre a Hayley, a Karolyne  e contei mais sobre o Luka, falamos de skate, de música, de música e de mais música, conversamos muito graças a minha mãe – e a dele – que demorou para chegar e para melhorar a situação, a demora foi tanta que eles jantaram na minha casa, o dia foi perfeito o melhor dia da minha vida, pelo menos era o que eu achava até lembrar da escola, e da Louise, era claro, obvio que depois da escola amanhã, o dia de hoje não ia se repetir mais, nunca mais. Assim que eles infelizmente foram embora, eu subi para o meu quarto, tomei um banho demorado, coloquei meu pijama e me joguei na cama, não queria dormir, estava com medo que o dia amanhecesse e que todo o meu medo de amanhã se tornassem reais, não queria que ele deixasse de falar comigo, de olhar nos meus olhos, fiquei com medo – não sei exatamente o porquê – de que tarde como essa de hoje nunca mais se repita. 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Eu acho os primeiros capítulos meio mais ou menos... Bom, aceito reviews!



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