[b]Capítulo 6[/b]

- Convidados chegando, festa arrumada, Pierre gostosinho e cheiroso, David
arrumado e sexy, tudo pronto. – suspirou, olhando para sua imagem no espelho
– Só espero que essa noite eu consiga dizer a ele.
- Dizer o que a quem, David? – Bah entrou no quarto carregando as roupas de
David e Pierre, enquanto este se encontrava no banheiro.
- Nada não, Bah – ele sorriu, depositando um beijo calmo na bochecha da
negra – As roupas estão prontas?
- Sim, meu pequeno – ela apertou suas bochechas, deixando-as levemente
vermelhas – Vista-se logo. Seu pai o espera lá embaixo.
- Porque ele me espera? – exclamou, surpreso – Quer me mostrar algo?
- Disse que há uma mocinha de família importante que gostaria de conhece-lo
– ela deu uma piscadela-marota e saiu – Se apresse.

David ficou parado em frente ao espelho, imaginando como seria a ‘mocinha
comportada de família importante’ que seu pai teria arrumado para ele. A
única mocinha comportada que ele queria era...

- Quem era, Dave? – Pierre saiu do banheiro perfumado, com uma bela roupa
social e o cabelo arrumado sem igual – David?
- Ah, que? – acordou de seu ‘transe pós-Pierre’ e sorriu sem jeito – O que
vosmecê disse?
- Eu perguntei quem era – empurrou-o de leve do espelho, para dar um último
check-up.
- Era Bah com a minha roupa – foi até ela, tirando sua blusa – Se importa se
eu me vestir aqui?
- Ah...er... – coçou a nuca de leve, as bochechas num tom violento de rosa –
Não, o quarto é de vosmecê, não é mesmo?

David apenas riu da expressão do mais velho e tirou a blusa, provocando e
tocando o corpo devagar. Pierre passou a língua sobre os lábios sem sequer
notar, deixando-o completamente sem fôlego.

- Não faça isso Pie, você me deixa sem graça – ele riu tímido e Pierre corou
mais ainda – Me ajuda a desabotoar a calça? Ta difícil.

Pierre foi até ele excitante e levou as mãos até o cinto que prendia as
calças do menor, enquanto este jogava a cabeça para trás e fechava os olhos,
apenas aproveitando.

- Pronto, D-dave – o menor o olhou com carinho, passando a mão em seu rosto
– P-precisamos descer.
- Não, agora não – desceu sua calça com a ajuda das mãos de Pierre que
continuavam ali e o abraçou, forte – Podemos ficar aqui assim, juntinhos.
- David, não – foi em direção até a outra ponta do quarto, abrindo a porta –
Eu te espero aqui fora.

‘Oras, quem ele pensa que é?!’ pensou, vestindo sua roupa social um tanto
quanto...colada. A pedidos seus, ao seu alfaiate. ‘Eu sou seu patrão. Eu
posso fazer o que quiser com ele’. Terminou de se vestir e saiu do quarto,
vendo Pierre encostado no corrimão e os olhos fixos no corredor. Nisso sua
boca se entreabriu um bocado, ao ver o garoto em uma roupa tão magnífica
como aquela.

- Vamos agora – David passou a mãos delicadamente sobre seu queixo,
erguendo-o – Feche a boca, Pie.

Ele corou instantaneamente, descendo as escadas logo atrás do patrão. Ao
chegarem na ponta da escada, perceberam vários olhares recaídos sobre eles,
talvez bela beleza estonteante dos cabelos negros e a roupa colada de David
e o sorriso tão belo e bochechas coradas de Pierre.

- Meu filho, finalmente chegou! – o pai de David veio em sua direção,
puxando-o para longe de Pierre e para perto de uma garota de cabelos tão
negros, se isso ainda era possível, do que os dele. – David, está é Alison,
filha do [b]prefeito[/b] da cidade. – ele enfatizou o ‘prefeito’ enquanto
David sorria sem graça para a garota que parecia voar de tamanha felicidade
– Ah, olhe, o conde me chama. Com licença.

Silêncio. Alison sorria de maneira incrível enquanto David procurava Pierre
com os olhos. Ao vê-lo perto de uma loira chupada ele fuzilou-a com o olhar, querendo que seus pedacinhos saíssem voando por sobre Pierre.

- Então você que é o David? – ela entrou em sua frente, enquanto este
tentava com a ponta dos pés, enxergar o escravo – O tão belo e cobiçado
David.
- Não, eu não sou belo e nem cobiçado. – respondeu seco, empurrando-a para o
lado – Com licença.

Foi em direção ao rapaz mais bonito da festa, enquanto a loira continuava a
se insinuar sobre ele.

- Olha, mas o que um garoto tão bonito faz sozinho? – Pierre sorria sem
jeito, se afastando disfarçadamente – Vamos, não tenha vergonha. Qual é o
seu nome?
- P-pierre – gaguejou, ainda se afastando – Olha, não acho que seja muito
bom nós ficarmos conversando porque...
- Porque o que? – ela se jogou – literalmente – sobre ele, fazendo-o grunhir
em desaprovação – Seus pais vão ficar bravinhos? Fique calmo, os meus são
uma das melhores influências da cidade, jamais eles levantarão um A contra
você se eu mandar que eles não levantem.
- Eu não digo por isso mas... – ele viu David se aproximar furioso, e tratou
de fazer algo para enciumar o pobre rapaz afeminado – Olha, eu acho que
realmente não teria problema algum.
- Sério? – os olhos da loira brilharam.
- Sim. – ele sorriu malicioso, passando os braços pela cintura da mulher – E
como a donzela se chama?
- Lachelle – nisso ela vibrou e deu saltos mortais com a mente, sorrindo
exageradamente – Para onde vamos?
- Vocês não vão a lugar algum! – David, com toda sua macheza (?) entrou em
cena, empurrando Lachelle para longe e puxando Pierre para perto de si – Ele
é meu escravo, com licença? A mocinha pode ir se retirando.
- Quer dizer que vosmecê é escravo? – cuspiu as palavras com certo nojo –
Onde foi que o Desrosiers arranjou um escravo tão gostoso como esse?
- No seu cú! – berrou,
fazendo-a se calar espantada – Agora some daqui, sua dada, esse aqui já tem
dono.
- Eu sabia que vosmecê era afeminado demais para um homem, Desrosiers –
chutou o chão, batendo o bico de eu sapato e machucando os pés – Outch,
vosmecê me paga!

Saiu batendo os pés agora machucados pelo bico fino, deixando David sozinho
com um Pierre completamente sem graça. Puxou-o até um local mais afastado do
lado de fora de sua casa, bufando de raiva.