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Ele a arrastava pelo asfalto sem piedade.

-Me solta. – Nessie sibilou com raiva.

-Agora não neném. – ele rosnou. – Tenho esperado por esse momento há quase quatro anos. Bolei cada passo disso aqui.

Nessie engoliu em seco.

-Me solta, John. Eu juro que eu grito se você não me soltar.

-E quem vai ouvir? O show ta alto pra lá.

-SOCO... – Nessie começou, mas John a calou com um tapa tão forte que o rosto dela virou.

-Caladinha. – ele ordenou. – Ou eu posso voltar lá naquela festinha e... – ele puxou um revólver da costa. – meter bala no seu querido Jacob e nos seus três amiguinhos intrometidos.

-Você pode me bater o quanto quiser. – ela disse com raiva. – mas se encostar em qualquer um deles, você morre.

-E como é que você vai me matar, docinho?

-Vai chamar de docinho a infeliz que te colocou no mundo. – ela retrucou feroz.

Ele deu outro tapa nela.

Ela gemeu com a ardência.

-Calada, Renesmee. Ou eu vou ter que te matar antes da hora.

-Não to nem aí se você me matar. – ela disse com toda a sua coragem. – Se você me matar todos vão saber que foi você. Mesmo que isso vá para o Cold Case, você vai apodrecer na cadeia uma hora ou outra.

Ele a puxou pelo cabelo a fazer gritar de dor e disse:

-Eu também não me importo de ir pra cadeira, benzinho.

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Os quatro adolescentes beiravam o desespero.

Mike Newton agia com todo o profissionalismo.

-Jan, liga pra Bella e pro Edward. Aproveita e liga pra minha sogra também. Ela tem que saber o que se passa com a neta favorita dela. – Mike disse.

Leah olhou para Mike e desviou o olhar para o outro lado da sala onde ficava um mapa da cidade de Forks e foi como se uma luz se abrisse em sua cabeça.

-Mike. Eu sei onde ela está.

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-EDWARD! EDWARD! EDWARD! – Bella gritou descendo as escadas correndo em visível desespero.

-O que foi? – ele perguntou achando que ela estava tendo outro ataque graças a outra barata.

-ELE A PEGOU, EDWARD! NESSIE DESAPARECEU! JOHN A PEGOU!

Edward sentiu o chão cair a seus pés.

Ele saiu correndo deixando o pequeno Ronan sem entender nada.

-Mamãe... – ele chamou.

Bella pegou o filho no colo e saiu correndo atrás do marido que entrava no carro.

-Onde a gente tá indo? – Ronan perguntou.

-Visitar o tio Mike. – ela respondeu contendo as lágrimas.

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-ROSE! ROSE, OLHA ISSO! – Emmett gritou.

Rose apareceu com Logan logo atrás dela.

-A cantora adolescente, Renesmee Cullen Black, desapareceu hoje, as nove e meia da noite no ginásio escolar da Forks High School onde estava acontecendo uma festa de início de ano letivo, onde a mesma cursa o terceiro ano e estava se apresentando com seu grupo musical Wings. A principal suspeita, é um ex-presidiário John Anderson Xavier, que também é ex-namorado da cantora. John Xavier foi mandado para o presídio após violar uma ordem de restrição contra a cantora há três anos e nove meses atrás, porte de arma ilegal, uso e venda de substâncias ilícitas e ameaças a família e à própria cantora. Qualquer informação sobre o paradeiro da adolescente, por favor, ligar para a polícia de Forks.

Rose pegou o celular e discou o número da irmã caçula.

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John jogou Nessie com força para dentro da mansão abandonada.

-Reconhece? – ele perguntou.

Nessie olhou em volta.

-A velha mansão dos Rimkus. – ela reconheceu.

A mansão estava desabitada havia quase quarenta anos após um incêndio que acabou com a casa e levou seus moradores.

Grande parte do telhado, já não mais existia.

Haviam grandes buracos nas paredes. Os móveis – ou o que restara deles – estavam quebrados. O piso rangia. A única iluminação era a luz da lua que entrava pelos buracos.

-Sabia que reconheceria. – John disse parecendo satisfeito. Nessie não precisava de nenhuma luz para saber que ele sorria. – Lembra do que aconteceu aqui?

-Como eu poderia esquecer. – Nessie disse friamente. – Foi aqui que você me convenceu a ser uma “garotinha malvada”.

-Preciso dizer que você foi muito bem sendo malvada. – o tom dele era provocativo.

-É. E eu só me dei mal sendo malvada.

John riu.

-Você tenta ser uma boa pessoa e se ferra do mesmo jeito. Qual a diferença?

-A diferença é que eu me sinto em paz. Minha consciência está limpa. Enquanto você mal consegue dormir a noite.

-Consciência? – ele riu.

-Você me ensinou bem, John. Olheiras bem em baixo dos seus olhos. Expressões faciais e corporais tensas e esgotadas. Você está no seu limite.

Ela sentiu algo frio como metal ser encostado em sua cabeça.

-É. E logo você vai dormir. Eu te avisei, Renesmee... Se não é minha, não vai ser de ninguém.

Nessie engoliu em seco.

-Ah... O medo aflora, não é?

Ela se sentiu ser empurrada com força.

Suas costas encontraram a parede com força e ela gritou de dor.

Ela sentiu as mãos de John em sua garganta apertando com força.

-Você vai desejar nunca ter se envolvido com seu maridinho, Renesmee... Porque eu vou matá-lo na sua frente. Lenta e dolorosamente. Você vai ouvi-lo gritar de dor e você não vai poder fazer nada.

Lágrimas começaram a sair dos olhos de Nessie.

-Você vai ver a luz de vida deixar os olhos dele, vai sentir a pele fria nos seus dedos... e vai desejar morrer, mas eu não vou te matar, vou te deixar sofrer pela morte dele e quando você implorar pela sua morte, quando você ficar de joelhos e implorar pela morte... Eu vou matar as suas amigas, e seu irmãozinho. Que tal? E aí sim eu vou te matar.

Nessie não conseguia falar nada. Apenas conseguia se engasgar pela falta de ar. As bochechas estavam molhadas, quentes e seus olhos estavam desesperados.

Ele a soltou e ela caiu de joelhos no chão chorando e respirando fundo.

-Você é um monstro! – falou.

-Você sabia que eu era um monstro desde o dia em que me conheceu, Renesmee. Eu fiz de tudo por você. Até escondi o Cullen para que você não chorasse.

-Você sabia quem era meu pai?

-Sabia. E sabia que quando você soubesse da história completa você sofreria.

-Eu sei a história completa. - ela chorou. – Eu não sou mais uma garotinha, John.

-Eu sei.

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-Já verificamos a área milhares de vezes. – Mike disse a Leah – não há nenhum sinal dos dois.

-Procura de novo. Faz uma varredura aérea. Te vira e dá o teu jeito. É da minha melhor amiga e da tua sobrinha que estamos falando. – Leah falou nervosa.

-Leah eu estou fazendo tudo o que posso e até meti o F.B.I. nesse caso. Nós vamos encontrá-la.

-É, se acalma, Leah. Eles encontraram o cadáver dela daqui há duas semanas. – Carrie disse sarcástica.

-Vocês procurem se acalmar. Nós vamos achá-la. Eu prometo. – Mike disse e então abaixou a voz para que apenas eles ouvissem – Sei que estão desesperados, eu também estou, acreditem. Ela é minha sobrinha, eu vi aquela menina nascer e crescer. O que eu mais quero é encontrá-la e devolver a paz a minha família. Olhem para Bella. Acha que eu gosto de vê-la assim? Sofrendo? Ela já passou por muita coisa nessa vida para merecer isso. Ela não merece isso. E eu vou trazer Nessie viva. A última coisa que essa família merece é o cadáver dela. Nessie é a mais velha dos netos. E eu não me perdoaria se ela aparecesse morta.

E então ele foi se juntar aos agentes.

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Os pulsos de Nessie ardiam.

Ele estava amarrando-a numa cadeira.

Ela gemeu de dor quando ele apertou o nó da corda.

-Já não te mandei ficar calada?

-Seu filho de uma... mulher que presta serviços sexuais em troca de dinheiro. – ela xingou.

-Ta chamando minha mãe de puta?

-Finalmente achou seu cérebro. Eu sabia que você tinha um esquecido aí dentro. – ela debochou levando outro tapa.

-Vai acabar ficando com o rosto roxo. – ele alertou. – O que é isso molhadinho aqui... Você está sangrando, Nessie? Isso é sangue escorrendo da sua boquinha bonitinha?

Ele encostou o dedo na boca dela para tocar no ferimento e Nessie mordeu seu dedo com toda a sua força e não soltou nem quando ele lhe bateu a cabeça gritando de raiva.

Ela sentiu o gosto de sangue, mas não soltou. Apertou mais seus dentes e sentia cada vez mais fortes os safanões que ele dava em sua cabeça, até que ela soltou.

-SUA FILHA DA PUTA VOCÊ MORDEU MEU DEDO! – ele urrou.

Nessie cuspiu um pouco da carne dele que ficara em sua boca. Agora não era apenas seu lábio que sangrava, mas também sua sobrancelha.

-Foi a coisa mais divertida da Noite, Johnny. – ela debochou. – Podemos repetir a dose?

E então ele atirou na perna dela.

Nessie urrou de dor.

O grito ecoou na mansão abandonada e na densa floresta que cercava a mansão.

-Aprenda de uma vez, vadia. Você não sai daqui com vida. – ele rosnou fazendo caretas de dor.

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-Newton, não tem nada nessa área! – insistiu o agente negro do FBI – Só uma casa velha e...

-É ESSA A CASA SEUS BOCÓS. – Leah gritou do outro lado do vidro socando e metendo tapas cada vez mais fortes contra o mesmo. – É A VELHA MANSÃO. JÁ PENSARAM EM OLHAR LÁ SEUS IDIOTAS INCOMPETENTES?

O agente do FBI se empertigou e Mike massageou as têmporas. Porque esses adolescentes tinham que ser tão difíceis?

-O que a senhorita sabe sobre isso? – o agente perguntou.

-A gente sabe que foi lá que eles começaram a namorar. – Carrie disse. – Ele costumava chamar aquele lugar de “cantinho do aprendizado” onde ele costumava dizer a ela tudo o que ela tinha que fazer para merecer estar a altura dele... Ela virou uma megera.

-Waters, Newton, Barton, Collins. Comigo. – o cara falou – Vamos levar a equipe. Vocês três, Watson, Fields e Sawyer, vocês vão ficar aqui e cuidar para que nada saia do controle aqui. Entendido?

-Sim, Senhor. – os três falaram indo cada um para seus postos.

-Agora é só esperar. – Jacob disse com a cabeça entre as mãos.

Seth assentiu fitando o chão.

-Jacob! – uma voz grave soou.

Seth sentiu todos os poros de seu corpo rugirem em raiva.

-O que faz aqui? – Jacob perguntou num tom insolente.

-Soube do que aconteceu a sua esposa. – Billy Black disse - Querendo ou não, ela ainda é uma Black. Ainda é de nossa família. E é nosso dever achá-la e colocá-la em segurança, portanto, vim prestar todo o meu apoio a você.

-Você não está nem aí pra Nessie. – Leah acusou. – Só está ligando para a publicidade que isso traz. Você é tão igual a minha mãe que poderiam ser irmãos.

Billy a fitou com desprezo.

-Você não faz jus a nobreza de sua família Srta. Clearwater.

-Bom, eu gosto de ser diferente. – ela retrucou insolente. – É bem melhor do que ser uma megera fria e sem coração que só pensa em dinheiro e em casar meus filhos com o próximo alemão com brasão, como a minha família sempre faz.

Carrie abafou uma risada.

Leah era tão chique e tão rebelde que dava até graça.

-Algum dia, Srta. Clearwater... Algum dia não muito longe a senhorita dará valor aos conceitos e valores de sua família.

- Prefiro beijar o traseiro de uma vaca. – Leah disse despreocupada.

Billy rolou os olhos para ela e fitou Seth que o fitava com ódio. Sorriu de canto.

-Vejo que não é apenas a Srta. Clearwater que me despreza por aqui.

-Acredite... – Seth rosnou. – 99% das pessoas te odeiam por aqui.

Billy sorriu, nunca abandonando sua postura arrogante e elegante ao mesmo tempo.

-Me diga... – Seth começou – Como foi segurar uma arma no dia em que Keith e Bruno morreram?

O sorriso de Billy morreu. Não tinha como ele saber tinha?

Mas ao olhar nos olhos de Seth, ele soube que sim. Ele sabia.

-Me sentiria muito melhor segurando uma agora. – ele retrucou.

Seth sorriu de lado achando graça. E Billy nunca o tinha visto agir como um verdadeiro Black tão genuinamente. Era o sorriso arrogante, superior, elegante e cheio de classe que rondava sua família.

A famosa família Black. Vindas de uniões entre nobres italianos e ingleses. Uma mistura perfeita. E Seth parecia um legitimo sangue puro da família com aquela postura e aquele sorriso, ele praticamente gritava: “Sou Europeu, sou nobre e todo o resto é um bando de merda inferior a minha pessoa”.

Completamente contra a vontade, Billy sentiu orgulho do renegado filho.

-Estão se aproximando do local. – o agente Waters avisou.

E todas as atenções voltaram-se para o monitoramento dos agentes.

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Nessie tinha o rosto molhado de suor e lágrimas e o corpo vermelho, inchado e ardido.

Ela estava com uma bala enfiada pouco acima do joelho que doía mais do que ela imaginava que doía. John ainda havia espalhado pimenta por todo o seu corpo e salpicado todos os tipos de alimentos que ardiam nela. Havia feito ela comer frutos do mar e nozes, sabendo da alergia da menina aos alimentos, mas o pior fora quando ele batera na perna que levara o tiro com um pé de cabra fazendo Nessie sentir uma dor descomunal e ter a certeza de que quebrara a perna.  

-Você não sabe o prazer que está sendo te ver assim. Com a garganta presa, sem ar, toda inchada, toda quebrada, toda vermelhinha e sofrendo... – John sorriu tremulo e abriu um pacote de sal.

Os olhos de Nessie se arregalaram ao que ela se deu conta do que ele iria fazer.

Ele pegou um pouco de sal e, lentamente, o soltou sobre o ferimento com a bala.

Nessie gritou, berrou, urrou de dor. Ela não aguentaria tanta dor por mais tempo.

Ela não conseguia nem falar.

John, então soltou as cordas e a puxou de modo que ela ficasse de pé.

As pernas dela tremiam.

Ele a fez mancar até um carro que estava na frente da casa.

-Ond... On... – ela tentava respirar e falar, mas nada saía. Ela sentia-se sufocada.

-Para bem longe de tudo isso, querida. Vamos pegar seu irmãozinho!

Nessie arregalou os olhos.

Ele deu partida no carro e dirigiu rápido.

Ele seguia uma estrada reta. Foi ao longe que ela viu as luzes. Brilhantes e chamativas. Sirenes de policia.

E eles bloqueavam o final da ponte.

John acelerou.

Nessie sabia que se ele batesse contra os policiais, ambos iriam morrer. Então, num pensamento rápido, ela se jogou contra John puxando o volante fazendo o carro virar, bater contra a barra de segurança da ponte e cair da mesma.

-SUA LOUCA! – John gritou.

O carro mergulhou, a água começou a entrar. Eles não conseguiam abrir a porta.

-A GENTE VAI MORRER SUA VADIA.

-A GENTE IA MORRER DE QUALQUER JEITO. – ela berrou sentindo sua garganta fechar e doer.

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-Eles a encontraram. – disse o agente Fields. – Eles... O carro em que eles estavam caiu da ponte Brookesfield.

Ele mal disse isso e Jacob já não poderia ser visto em lugar algum. Os demais seguiram atrás dele.

Não demorou nem três minutos para Jacob chegar a ponte. O carro ainda afundando. Os policiais tentando contatar os bombeiros e não conseguindo pelo péssimo sinal de telefone causado pela chuva.

Ele saiu do carro desesperado.

-NESSIE! – gritou para o nada.

-Senhor, se afaste. – um guarda pediu, mas Jacob tirou o casaco e a jaqueta e pulou no rio antes que qualquer um pudesse captar o que ele fez.

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A água chegava à base de seu pescoço. John já estava submerso, o cinto de segurança dele o prendeu e ele não conseguiu sair nem pela janela aberta de seu lado do carro. Ela tentou sair do carro, mas as portas estavam impossíveis de serem abertas e sua perna boa estava presa a alguma coisa.

A água subia mais e mais.

Alguém bateu no vidro, ela olhou e viu com assombro que se tratava de Jacob. Ele entrou pelo vidro aberto do lado do motorista, empurrando John com dificuldade e chegando até Nessie que estava com água chegando ao queixo.

-Não vai dar pra sair. – ela disse. – Uma perna minha está quebrada e baleada e a outra está presa.

-Eu não saio daqui sem você.

-Leva ele. – ela disse apontando para John. – Leva ele para a policia, ele já está a mais de dez minutos aí embaixo, se ele já não estiver morto é milagre.

-Dane-se o cadáver é com você que eu me preocupo.

-LEVA ELE. – Nessie gritou. – Eu não posso sair daqui sem ele, não depois de hoje. E eu juro, Jake, eu juro como eu saio daqui. Leve-o daqui e depois volta para me buscar.

Jacob assentiu, beijou-a rapidamente e mergulhou soltando John e o levando consigo.

A água emergiu Nessie.

“Eu espero que me perdoe por mentir, Jake” ela pensou.

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Jacob largou Jack na margem. O homem nem acordou. Provavelmente estava morto.

Ele voltou a mergulhar, mesmo ouvindo os gritos. Ele sabia que, assim que saísse da água com Nessie, no meio da chuva em que estavam, ele iria no mínimo, pegar uma pneumonia. Mas dane-se. Era dela de quem estavam falando. Era de sua esposa.

Ele entrou novamente no carro pela janela e viu com assombro que Nessie tinha os olhos fechados, as mãos fechadas e estava branca como um papel.

Ele procurou o que prendia-lhe o pé e, quase ficando sem ar, o achou.

Empurrou-a pela janela passando pela mesma em seguida. Agarrando o corpo dela e nadando para a superfície.

Ele a carregou até o asfalto da ponte, onde os paramédicos a tomaram dele.

“Deus, isso não. Por favor, não a deixe morrer. Ela é uma boa pessoa. Ela sempre da o melhor de si em tudo e ela crê no Senhor. Não a deixe morrer, é tudo o que peço” ele orou com o coração pesado.

Algo quente foi jogado por seus ombros e ele foi levado a ambulância para uma inspeção médica.

TRÊS HORAS MAIS TARDE...

-Se alguém não me trouxer nenhuma notícia dela eu juro que mato uma. – Rose disse irritada.

Jacob só pode concordar com ela. Ele havia sido medicado e, por mais que suas roupas ainda estivessem frias, estavam mais secas.

-Renesmee Black. – a enfermeira chamou.

A enfermeira se assustou com a urgência de Jacob, Carrie, Leah, Bella, Edward, Rose, Emmett, Ronan e Logan.

-Como ela está? – todo mundo perguntou em uníssono.

-Bem... Renesmee foi muito debilitada nas horas em que ficou como refém. – ela disse – Ela foi forçada a ingerir frutos do mar e nozes sem tomar o antialérgico, ela também levou um tiro na perna que não ficou nada bonito depois que o sequestrador colocou sal no ferimento, ela quebrou a perna também, nós tivemos que sedá-la e aplicar uma dose forte de antialérgico diretamente nas veias, ela foi encaminhada para a cirurgia e já está fora de risco no momento, e parece que ela apanhou muito também, mas eu pude examinar o sequestrador e ela fez alguns estragos nele também. Ela já está no quarto, porém ainda adormecida, infelizmente. E ela vai precisar de companhia para passar a noite.

Jacob quase disse “eu”, mas pareceu pensar melhor e olhou para Bella. A mulher teve que receber um calmante diretamente na veia para não ter um ataque cardíaco.

-Pode ficar com ela, Bella? – ele perguntou e Bella o fitou surpresa.

-Mas... Eu pensei que quisesse passar a noite com ela. – a mulher disse surpresa.

-E quero. Mas você é a mãe dela. E está mais difícil pra você do que pra mim ficar nessa espera e tensão. Eu fico no corredor, não se preocupe.

Bella o abraçou, emocionada.

-A gente revisa está bem? – ela sugeriu.

Ele assentiu.

-A gente volta no horário de visitas. –Carrie disse.

-Vamos meninas, vocês podem ficar lá em casa com a gente. – Edward disse pegando Ronan no colo.

Ronan sussurrou algo no ouvido do pai que assentiu.

Ronan tirou do bolso um medalhão e o estendeu a mãe.

-Deixa com a Nessie. – ele pediu. – Eu ia dar pra ela, mesmo...

Jacob analisou o medalhão com cuidado. Era o Brasão dos Cullens no lado maior e no fecho do medalhão estava uma pequena imagem do Santo favorito de Ronan, São Jorge.

-Pode deixar querido. – Bella prometeu.

Edward beijou a testa de Bella e Ronan abraçou a mãe rapidamente antes de ser levado embora pelo pai que era seguido por Carrie e Leah.

Aquela pequena cena de afeto entre Edward, Bella e Ronan fez Jacob imaginar-se em alguns anos no futuro onde no lugar da família Cullen, estariam: Ele, Nessie e o filho deles. Mas, em vez da situação triste, seria uma situação alegre como o nascimento do filho de algum casal amigo. Ele balançou a cabeça espantando aqueles pensamentos. Nessie acabara de sair de um aperto e tanto e ele sonhando com aquilo? Não. Ele sonharia com o dia em que ela voltaria para casa. Quando ela estivesse a salvo, ele se daria ao luxo de sonhar com aquilo.

Ele sentou-se nos desconfortáveis bancos cinza do corredor do hospital e pôs-se a esperar.

-Ela é mais forte do que você pensa moleque. – ele ouviu Rose dizer.

Ele olhou para a loira que exibia um pequeno, cansado e forçado sorriso.

-Eu me lembro até hoje do dia em que Renesmee Bob Swan chegou em casa. Ela era um bebê engraçado, de uma forma estranha. Negava-se a chupar chupeta e só queria mamar se fosse no peito da Bella. Negava qualquer mamadeira. Uma vez, Sam e Riley estavam de babá dela enquanto Bella ia jantar e tomar banho. Eu estava com eles na sala lendo um livro da escola, era meu último ano e eu queria me sair bem. Enfim... Riley deixou cair uma boneca Barbie na cabeça dela. Eu pensei “Ferrou, ela vai chorar e a Bella vai comer o fígado dos dois no café da manhã”... mas o choro nunca veio. Pelo contrário ela olhou para a boneca, agarrou pelo pé e bateu a cara da boneca no chão repetidas vezes. Era a primeira vez que ela agarrava alguma coisa e ela só tinha três meses de vida. Ela morou em Nova York com Bella durante alguns meses, ela nunca foi amante de morar em Nova York, sempre adorou viajar para lá, mas morar era outra coisa... Ela aguentou quase um ano lá antes de dizer “Já deu. Quero Forks de novo”, ela tinha quatro anos. Jacob, você tem uma esposa durona, forte e teimosa. A enfermeira disse que ela mordeu o dedo do Jack tão forte que o pedaço que ela arrancou quase chegou ao osso e não tem que faça parar de sangrar. Tenha fé, homem.

-Fé eu tenho. Paciência é que não. – ele disse e Rose riu.

-Disso eu sei. Você fez minha sobrinha se casar com quinze anos! – ela brincou e Jacob sorriu.

-Fique sabendo que sua sobrinha me pressionou a isso. – ele brincou.

-Como? – Rose perguntou não notando o olhar maroto dele.

-Ela disse “Eu te amo” e eu disse “quer casar comigo?” ela aceitou.

Rose gargalhou.

-Não tem nada a ver com o fato de ela ter se negado a fazer sexo antes do casamento tem? – Rose alfinetou.

-Não. Nem um pouco. – Jacob disse – Eu queria me casar com ela e queria fazer sexo também. Consegui os dois.

Dessa vez até Emmett que carregava um Logan adormecido nos braços riu.

-Você não presta, Jacob. – Emmett riu.

-Sou um Black, entre na fila de processos. – ele disse esticando as pernas e cruzando os dedos das mãos atrás da cabeça.

Rose balançou a cabeça.

-Eu tenho que ir pra casa. Me mantenha informada ok? – ela disse beijando a testa do rapaz.

-Te marco no twitter. – ele prometeu.

-E se der no instagram também. – Rose brincou.

Jacob assentiu. Seria uma longa noite!