O Irmão Gêmeo escrita por VeronicaFerCard


Capítulo 13
Capítulo 13




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/222170/chapter/13

Só três dos membros do conselho votaram em Agravaine.  Contando com ele.  Foi Leon quem deu a notícia a Arthur.

“Sua irmã teria vindo se ela não estivesse tão ocupada tirando sarro de seu tio.” Disse ele depois de anunciar o resultado.

“Você deveria falar para ela segurar a língua. Ele pode processá-la.” Disse Arthur num tom divertido.

“Eu não acho que ele teria coragem para tentar. Enfim, eu tenho que voltar ao trabalho, chefe.” Ele se virou para sair, mas Arthur o chamou antes que abrisse a porta.

“Leon?”

“Sim?”

“Macken’s Pub hoje à noite. Você e Morgana. É uma ordem.”

“Sim, senhor!” Leon fez uma meia reverência antes de sair do escritório.

Arthur estava feliz, e ele teve vontade de celebrar com todos os amigos, seus e de Merlin. Ele abriu a primeira gaveta de sua mesa e tirou o celular, digitando uma rápida mensagem para Merlin.

Bar do Gwaine hoje a noite. Convide todo mundo.

Ele pressionou ‘enviar’ e depois de pensar um pouco digitou:

Lance e Gwen também.

Ele mal teve tempo de apertar enviar e a resposta de Merlin veio.

Vc ganhou!!!

Arthur riu e balançou a cabeça.

Vc faz parecer que eu ganhei a loteria.

Ele não conseguia se concentrar no trabalho então ficou esperando a mensagem de Merlin.

Vc não precisa da loteria, vc já é rico. Todos vão, a propósito.

Ótimo. Te vejo a noite. Tente ficar pronto na hora. Te amo.

oOo

Todos já estavam lá quando Arthur e Merlin chegaram. Como sempre. Até Leon e Morgana, a qual parecia ter se engajado em uma animada conversa com Gwen.

“Elas parecem ter se dado bem.” Disse Lancelot para Arthur, depois que ele e Merlin cumprimentaram a todos e encontraram um lugar para sentar. Ao contrário do que Arthur havia pensado se encontrar com Lance não foi estranho. Ou talvez ele simplesmente estivesse muito feliz para se importar.

“Você acha que é seguro?” Perguntou ele com uma expressão divertida no rosto.

“Com certeza não.” Lance riu.

“Lucy, querida! Vem cá!” Gwaine chamou a moça morena, que hoje estava trabalhando com garçonete.

Lucy veio com um pequeno bloco de notas na mão. “Posso anotar os pedidos?” Ela tirou uma caneta de trás da orelha esquerda.

“Acho que deveríamos começar com cerveja. O que vocês dizem?” Perguntou Percival olhando para cada um na mesa.

Todos estavam concordando até que chegou a vez de Gwen.

“Bem, não. Obviamente.” Ela então olhou para Lucy. “Eu vou querer um suco de laranja, por favor.”

“Eu também.” Disse Morgana, e todos os olhos na mesa se viraram para ela.

“Oh, meu Deus você está...” Arthur não terminou a frase, ele se levantou e foi abraça-la com um grande sorriso em seus lábios.

“Nós vamos ter um bebe.” Explicou Leon para o resto da mesa. Ele deu um leve aperto na mão de Morgana.

Percival, Mithian, Elena, Will, Lance, Merlin e até mesmo Gwaine se levantaram para abraçar ela depois de Arthur.

“Você sabia!” Disse Arthur para Gwen ao notar que ela não havia se levantado como os outros.

“Quinze minutos antes de você. Não é minha culpa que você chegou atrasado.” Respondeu ela olhando para Merlin. “Você não pode colocar duas grávidas no mesmo espaço e não esperar que elas falem sobre bebes.”

Arthur fingiu uma cara brava para Merlin.

“Desculpe!” Merlin levantou as mãos em rendição.

“Que seja, eu já perdi qualquer esperança que chegar na hora a qualquer lugar com você.” Ele se virou para Lucy, que ainda estava esperando os pedidos. “Essa rodada é por minha conta!” Então ele abriu um enorme sorriso e adicionou. “Eu sou tio!”

Lucy sorriu e saiu para buscar as bebidas.

“Se é assim que você fica ao saber que vai ser tio eu mal posso esperar para ver quando você for ser pai.” Disse Merlin.

“Eu sabia que você tinha um útero escondido ai, Merlin.” Provocou Percival.

“Foda-se!” Respondeu Merlin, mas Arthur podia ver que ele não estava realmente ofendido.

“Vocês já pensaram sobre o assunto?” Perguntou Mithian olhando de Merlin para Arthur.

“Ainda não, mas.” Arthur deu de ombros. “É uma ideia, certo?” Ele olhou para Merlin. Eles não haviam discutido sobre aquilo ainda, mas com certeza ter um filho estava em algum lugar na lista de Arthur. Ele esperava que estivesse na de Merlin também.

“Claro.” Respondeu Merlin, segurando sua mão.

O resto da noite passou em um borrão, eles quase se esqueceram de que o trabalho de Arthur foi a razão de estarem ali. Todas as atenções se voltaram para as duas grávidas. Arthur havia planejado uma comemoração particular com Merlin, mas quando eles finalmente chegaram até sua casa, mais de duas horas da manhã, tudo que Arthur conseguiu fazer foi tirar os sapatos e cair na cama. Completamente vestido.

oOo

Alguns meses depois Arthur estava no escritório de sua casa, acabando de montar o projeto  no qual ele vinha trabalhando desde que voltara a empresa. Ele estava tão distraído que quase não notou quando Merlin chegou, com duas canecas. Ele colocou as canecas na mesa e sentou-se no colo de Arthur.

“Chá?” Perguntou Arthur apontando para as canecas.

“Aham.” Merlin pegou uma das canecas e tomou um gole do chá então ele olhou para o computador. “O que você esta fazendo?”

“Terminando uma coisa.” Ele se virou na cadeira para poder pegar a outra caneca.

“Posso saber o que, ou é alguma espécie de segredo?”

“Não, claro.” Arthur foi para o começo do documento.

“Fundação Igraine Pendragon?” Merlin leu o título. Arthur olhou para ele.

“É algo em que eu venho trabalhando por um tempo. É para moradores de rua. Mais ou menos o que eu fazia em Dublin. O que você acha?”

Merlin olhou para a tela novamente, como se estivesse lendo. Então ele colocou a caneca de volta a mesa e se virou para Arthur.

“Eu acho brilhante! Eu acho que você é brilhante.” Ele sorriu. De alguma forma sua aprovação era importante para Arthur.

“Eu sempre quis fazer algo assim. Claro, nós doamos para várias instituições, mas eu queria fazer algo eu mesmo, sabe.” Ele colocou a mão livre em uma das coxas de Merlin. “Eu vou apresentar para o conselho amanhã.”

“Você precisa da aprovação deles para tudo? Eu pensei que você fosse o dono.”

“Não significa que eu posso fazer o que eu quiser. Não é assim que funciona.”

“E se eles concordarem?”

“Ai vai ser um longo caminho, muito trabalho e provavelmente um pouco de negligência ao namorado até que tudo fique pronto.”

“A última parte não parece muito legal.” Brincou Merlin.

“Mas vai valer a pena. Em Dublin eram só quatro caras e uma casa velha. Com uma pequena ajuda do governo. Estou pensando em algo maior.”

“Mas quem vai tomar conta de tudo? Porque você já trabalha mais do que é provavelmente saudável.”

“Eu sei. Eu já tenho alguém em mente.” Arthur terminou o chá e colocou a caneca ao lado da de Merlin. “Fred.”

“O amigo de Cathal?”

“Sim. Ele é uma boa pessoa, acho que ele já trabalhou com algo assim antes. E ele sabe em primeira mão como é viver nas ruas. Eu acho que ele é perfeito para isso.”

“Você já falou com ele?”

“Ainda não. Eu ainda tenho que esperar pela aprovação. E mesmo assim é processo longo. Eu estava pensando em ir até Dublin para perguntar pessoalmente.” Ele esperou um pouco e depois adicionou. “Você poderia vir junto. Visitar o túmulo do Cathal.”

“E o meu pai.”

Arthur fez cara de desgosto.

“Ele não foi sempre assim, sabe.” Disse Merlin, enrolando seus braços ao redor do pescoço de Arthur. “Foi a morte da minha mãe, mudou ele. Eu acho que alguma parte dele morreu com ela naquele dia.” Merlin tentou defender o pai, mas Arthur não aceitou.

“Mas e quando você disse que viria para Londres? Quando você disse que queria ser um escritor. Você disse que ele não concordou.”

“Ele é pai, ele queria que eu seguisse seus passos assim como o seu pai.” Mesmo sabendo que Merlin tinha razão, tudo que Arthur via quando pensava em Balinor era o homem frio do funeral de Cathal. Mas ele não disse nada a Merlin.

“Então, nós vamos para Dublin?” Arthur abriu o navegador e começou a digitar o endereço de uma companhia aérea. Merlin saiu do seu colo e pegou as canecas.

“Nada muito caro, Arthur.” Ele disse apontando para a tela.

Arthur comprou duas passagens de primeira classe.

Merlin não falou com ele por uma semana.

oOo

O conselho aprovou o projeto de Arthur. Como ele sabia que iria.

Voltar para Dublin deixou um gosto agridoce na boca de Arthur. Foi bom rever Peter e os caras. Foi bom ver Fred, que aceitou a oferta de Arthur assim que ele a apresentou. Fred quase desmaiou ao ver Merlin. Embora para Arthur Merlin e Cathal fossem tão diferentes que ele quase se esquecia da semelhança física. Fred chamou Merlin de Cathal mais de uma vez. Merlin não pareceu se importar. O encontro com Balinor foi estranho. Ele chorou e abraçou Merlin quando o viu, dizendo o quanto sentia por não ter avisado sobre Cathal e por não ter aceitado a escolha de carreira de Merlin. Ele parecia ser outro homem, até que se deparou com Arthur. Embora sempre educado, ele foi frio e distante, mal trocando duas palavras com Arthur. Arthur suspeitava que eles nunca gostariam um do outro. Ele também não tinha a mínima vontade de tentar mudar isso.

oOo

Quase um ano se passou do dia em que o conselho aprovou o projeto de Arthur até o dia da festa de inauguração da Fundação Igraine Pendragon.

Foi um evento enorme. Entre posar para fotos, falar com pessoas, apertar mãos e tentar se alimentar com os pequenos canapés que estavam sendo servidos Arthur quase não viu Merlin. Ele estava morrendo de saudades. Fazendo as contas em sua cabeça ele percebeu que eles não se viam por mais do que algumas horas desde a formatura de Merlin. E aquilo foi há um mês.

Arthur tentou chegar até Merlin por mais de uma vez, mas toda vez que ele olhava para seu namorado ele estava dançando com alguém diferente.

Foi só quando eles chegaram até a casa de Arthur, horas depois, que Arthur teve a chance de realmente falar com Merlin.

“Eu nem acredito que finalmente acabou.” Disse Arthur tirando a gravata e a jaqueta do smoking.

“Eu nunca mais vou dançar com a sua secretária.” Reclamou Merlin, jogando-se no sofá. Ele tirou os sapatos e começou a massagear o pé direito.

“Não haja com uma garotinha, Merlin.” Provocou Arthur.

“Ela pisou no meu pé!” Disse Merlin com um olhar indignado. “Com salto alto!” Ele balançou a cabeça e adicionou. “Eu tenho certeza que ela quebrou alguma coisa.” Ele fez uma expressão de dor quando seus dedos pressionaram um ponto em seu pé.

Arthur sentou-se em sua frente, pegando o pé de Merlin.

“Pare de reclamar ou eu não vou te mostrar o que comprei para nós.” Disse ele massageando o pé de Merlin.

“O que é? Se for algum tipo de brinquedo sexual, você vai ter que brincar sozinho.”

“Não é nada disso.” Ele soltou o pé de Merlin e foi até o quarto, voltando momentos depois com duas passagens na mão.

“Eu sei que eu não tenho sido o melhor namorado esses últimos meses. E que às vezes eu digo a coisa errada. E que não é sempre que eu tenho tempo...”

“Arthur, você está me dando um presente ou tentando terminar comigo?” Merlin brincou. Ele se levantou do sofá e pegou as passagens da mão de Arthur.  “Nova York?” Arthur ficou tenso, sabendo o que viria depois. “Primeira classe?” Isso custa uma fortuna, Arthur. Nós já falamos sobre isso-”

“Esquece o preço.” Cortou Arthur, ele não queria começar um briga. “Você vai ter coisas mais importantes com que se preocupar se aceitar ir.”

“Tipo o que?”

Arthur colocou as mãos na cintura de Merlin.

“Tipo a quantidade de filas que você vai ter que enfrentar para mudar todos os seus documentos para Merlin Pendragon.”

O queixo de Merlin caiu.

“Você esta...?”

Arthur fez que sim com a cabeça.

Merlin começou a chorar e rir ao mesmo tempo, pulando de um lado para o outro com um filhotinho excitado.

“Oh meu Deus! Oh meu Deus! Eu vou para os Estados Unidos! Eu vou me casar!” Ele olhou para as passagens em sua mão e depois para Arthur. “Eu tenho que ligar para a Gwen!”

“Isso é um sim, então?” Mesmo sendo obviou, ele queria ouvir a resposta de Merlin.

“O que? Claro que é um sim, seu idiota!” Merlin passou os braços ao redor do pescoço de Arthur e deu-lhe um longo beijo.

Quando eles se separaram Arthur sorriu e perguntou:

“Você não ia ligar para a gwen?”

Merlin beijou de novo antes de responder.

“Mais tarde.”


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!