A Profecia escrita por Semideusa 4ever


Capítulo 9
Eu sou um bolinho de arroz! (Clarisse)


Notas iniciais do capítulo

Meu povo lindo e amado...eu vou explicar.
Aconteceram muitas coisas nesses ultimos dois meses...e quando eu digo muita é pq é muuuuuuuuuuuita msm!
Eu prometo...juro pelo Estige q nunca mais passo tanto tempo sem postar!
MAS FINALMENTE ESTA AIIIIIII!
ESTA BAGAÇA!
CAP 9 MANDITO DO CARAMBA!
putz....
mas pra recompensar eu postei um cap gigantesco.
haha
Enfim...espero q gostem.



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(Clarisse)

Foi tudo muito confuso, em um instante eu estava em Pérola voando sob uma colina e no outro eu estava caindo. Eu não posso explicar como foi, pois não me lembro, só recordo da sensação desesperadora de estar despencando. Depois disso eu apaguei.

Tive sonhos estranhos. Sonhos tão realistas que davam medo. Em um sonho eu estava sendo carregada por um garoto com olhos cinzentos, sua blusa estava encharcada de um líquido vermelho que eu reconheci como sangue. Em outro eu estava deitada em uma espécie de maca, escutava muitos ruídos, gente conversando, ossos sendo postos no lugar e no final eu me lembro de ter visto um panda gigante. Depois disso tudo eu só me lembro de ter visto rostos de vez em quando. Uma garota de olhos cinzentos estranhamente familiares e cabelos loiros cacheados, uma garota ruiva de olhos verdes e sardas no rosto, um garoto de cabelos escuros e olhos verdes e o Sam. O mais engraçado é que eu sempre sentia uma pressão contra a minha mão, era estranho e reconfortante.

Às vezes eu conseguia me mexer, mas sempre sentia o meu corpo mole e frágil. Certas vezes eu conseguia ficar consciente, embora não conseguisse abrir os olhos, eu estava atenta ao que acontecia ao meu redor. Durante um dos meus momentos de lucidez eu escutei certo tumulto ao meu redor, tentei me concentrar para entender o que as vozes falavam. Depois de certo tempo eu consegui entender o porquê de ser tão difícil assimilar as frases, eram conversas em outro idioma, inglês. Por sorte eu tinha certa facilidade com idiomas desconhecidos. Logo eu estava entendendo a conversa.

– Rachel, alguma novidade? - perguntou uma voz masculina.

– Não. Eu não entendo. Já era para a profecia ter sido revelada. - disse uma voz feminina melancólica.

Eu não sei se estava ficando louca, mas eu podia jurar que ouvi galopes de cavalo.

– Eu acho que ela precisa acordar primeiro. A profecia é sobre ela, então a menina precisa recebê-la. - disse a voz masculina.

– Quíron, você acha que ela vai conseguir? - perguntou a voz feminina com certa aflição.

– Rachel, os deuses fizeram isso por uma razão. Eles confiaram suas bênçãos a esta semideusa. Temos que confiar nela, pois ela foi uma escolha deles!

Depois disso eu cai na inconsciência novamente. Não sei quanto tempo fiquei desacordada, parecia uma eternidade. Hora eu estava desacordada, hora eu estava meio consciente, mas imóvel. Era uma tortura ficar lá deitada sem conseguir me mexer. Às vezes eu sentia alguém me alimentando, mas eu não conseguia abrir os olhos, por algum milagre eu movia a minha boca, mas sempre que tentava falar a minha voz não saía.

Em certo momento, eu não sei por que, mas estava conseguindo sentir o meu corpo forte e rígido novamente. Me sentia forte o suficiente para abrir os olhos. O meu primeiro pensamento foi manter os olhos fechados e escutar o que se passava ao meu redor. Estava silencioso, não completamente, eu só estava ouvindo barulhos de insetos e o vento. De alguma maneira eu estava me sentindo confortável. Os cheiros, os sons, tudo naquele lugar onde eu estava parecia transmitir segurança.

Como reflexo da minha curiosidade eu abri os meus olhos. Eu estava deitada em uma maca na varanda de uma casa toda de madeira. Não muito longe dali eu consegui avistar um lago, mas o que mais me chamou atenção foi às construções em mármore que rodeavam a casa.

Não estava conseguindo entender nada. Como eu havia parado ali?Eu estava claramente confusa e atordoada.

Tentei olhar em volta atrás de respostas até que eu encontrei um par de olhos verdes que me fitavam com curiosidade. Aquele era o mesmo garoto em que eu via em alguns dos meus “sonhos”. Ele deveria ter uns dezessete anos, tinha cabelos escuros que possuía uma única mecha esbranquiçada, olhos verdes mar e um sorriso metido que era estranhamente familiar.

Precisei de um momento para escolher a pergunta que eu iria fazer. No final das contas o que saiu foi:

– Quem é você?

– Meu nome é Percy Jackson. Bem-vinda ao Acampamento Meio-sangue.

Eu reconhecia aquele nome. Percy Jackson. O garoto que salvou o mundo e os deuses. Sam me contou dele. Percy, o herói do Olimpo.

De repente um misto de emoções se juntou em meu peito de uma só vez. Eu estava feliz por ter chegado ao acampamento, estava assustada por saber que aquela loucura toda era real, estava curiosa e ansiosa para conhecer tudo e todos, mas o sentimento que foi mais forte foi à preocupação. Afinal, onde estava o Sam?

– O que aconteceu? - perguntei.

– Enquanto estavam voando alguma coisa colidiu com vocês. Você caiu e bateu a cabeça. Ficou dois dias desacordada. Eu sei que é tudo muito confuso, mas não se preocupe agora esta tudo bem. - Percy tentou me tranqüilizar.

– Onde o Sam esta? Ele esta bem? - essas perguntas saíram involuntariamente.

– Ele está bem. Deve estar na arena treinando com a Larissa.

Saber que ele estava bem já me deixou imediatamente mais calma. Agora só o que se passava pela a minha cabeça era que nós havíamos conseguido. Tínhamos chegado ao Acampamento Meio-Sangue.

De repente um homem em uma cadeira de rodas saiu de dentro da casa. Ele tinha cabelos e barba escura, seus olhos castanhos eram amigáveis e ele possuía um sorriso acolhedor.

– Enfim a menina despertou. - disse o homem.

– Ela acabou de acordar. - informou Percy.

– Percy, chame Annabeth, por favor. - pediu o homem.

Percy olhou para ele e assentiu. Logo só estávamos eu e o homem da cadeira de rodas na varanda.

O homem me olhou com curiosidade como se estivesse tentando achar ou descobrir algo. Depois de um momento ele esticou a mão e disse.

– Meu nome é Quíron. Sou o diretor de atividades do acampamento.

Certo, eu me lembrava de Quíron das historias do Sam. Ele é um centauro que às vezes mascara a sua forma em sua cadeira de rodas. De repente aquela cadeira mereceu a minha real atenção.

Eu estendi a minha mão, apertei a dele e disse:

– Meu nome é Clarisse.

Ele pareceu perceber a minha confusão, pois disse:

– Não se preocupe, nós iremos te explicar tudo.

Agradeci mentalmente por saber que tinha alguém disposto a me contar algo que faça sentido, ou talvez não.

Uma garota, que eu tinha certeza que era a garota de mais um dos meus “sonhos”, apareceu correndo e entrou na varanda olhando para mim com tanta curiosidade que me deixou constrangida.

Ela aparentava ter uns dezessete anos, têm um cabelo loiro cacheado com uma mecha branca assim como a do Percy e olhos cinzentos curiosos e familiares.

– Annabeth está é Clarisse a nossa nova campista. Eu queria que você mostrasse o nosso acampamento a ela. - disse Quíron.

Ela olhou para ele e assentiu.

Nesse momento Quíron fez uma coisa que quase me deixou muda. Ele simplesmente levantou da cadeira e de repente ele possuía um traseiro de cavalo. Um corcel branco completava o corpo do diretor de atividades.

Eu fiquei perplexa. Ao ver a minha expressão Quíron deu um sorriso para mim e saiu galopando pelo campo.

– Por favor, diga que eu não estou ficando louca. - pedi.

– Não, é tudo real. - ela estendeu a mão. - Eu sou Annabeth Chase.

– Clarisse. - disse apertando sua mão.

Ela ainda me olhava de um jeito estranho, como se estivesse esperando que eu explodisse alguma coisa ou começasse a brilhar. Ela pareceu perceber que eu estava me sentindo incomodada, pois ela imediatamente mudou a expressão de curiosidade para uma amigável e disse:

– Vem, deixa eu te mostrar o acampamento.

Eu levantei da maca e a segui sem hesitar. Ela me mostrou quase tudo no acampamento me dando instruções e regras básicas. Quadra de vôlei: frequentemente usada pelos filhos de Apolo. Forja: lugar onde os filhos de Hefesto fabricam as armas. Refeitório: lugar onde acontece refeições e guerras de comida. Parede de escalada: ótima para testar os reflexos. Campo de morangos: propriedades do Sr.D. Lago de canoagem: um dos lugares preferidos de Percy,não sei porque ela disse isso,mas tudo bem. Arena: onde acontece alguns eventos “esportivos”e aulas de esgrima,entre outras coisas. Anfiteatro: onde os campistas são reunidos para os comunicados, onde são realizados eventos e oficina de artes: outro lugar bastante usado pelos filhos de Apolo.

Durante toda a caminhada eu vi crianças e adolescentes de todas as idades realizando os mais diferentes tipos de atividades. Uns lutavam usando espadas enquanto outros jogavam vôlei. Mas não importava o que eles estivessem fazendo, sempre quando passávamos eles olhavam para mim como se eu fosse alguma espécie de mutante.

Depois de algum tempo de uma cansativa e interessante caminhada aleatória pelo acampamento ela parou e disse:

– Está vendo lá em cima? -Annabeth disse apontando para um pinheiro que ficava em cima da colina.

Eu assenti e ela continuou:

– Aquele é o pinheiro de Thalia ele e o Velocino de Ouro protegem o acampamento. E aquele é Peleu. - ela disse apontando para uma espécie de lagarto gigante que estava todo enrolado em volta do pinheiro. -Ele é o dragão que protege o Velocino.

Eu devo ter feito uma cara engraçada, pois ela completou:

– Não se preocupe, ele é dócil. Só machuca quem tenta roubar o Velocino.

A única coisa que eu consegui pensar naquele momento foi: “Anotação: nunca roubar lã de carneiro dourada.”.

Caminhamos por mais um tempo até ela dizer:

– Na floresta tem muitos monstros, então não entre lá sozinha. E aqui mais para o norte tem a praia.

Sorri quando ela disse isso. Já estava imaginando sentir a brisa salgada em meu rosto.

Annabeth olhou para o pulso e disse:

– Deuses, estou atrasada para a minha aula de esgrima.

Nesse momento estávamos bem próximas de uma área onde se encontravam varias casinhas.

Annabeth olhou em volta e quando avistou uma menina que não estava muito longe dali ela gritou:

Sara. Me ajuda por favor.

A garota aparentava ter uns dezesseis anos, ela tinha cabelos curtos e castanhos, usava a mesma blusa laranja como todas as outras crianças que vi que tinha escrito na frente: “Acampamento Meio-Sangue.”, ela usava uma calça capri, botas pretas e luvas de couro sem dedos.

Ela veio correndo ate nós e perguntou:

– Qual o problema?

– Eu estou atrasada para a minha aula de esgrima e esta semideusa precisa de alguém para terminar de mostrar o acampamento e levá-la ate o arsenal. -disse Annabeth.

– Eu mostro. Sem problema. - Sara disse com um sorriso.

– Clarisse está é Sara uma filha de Apolo. - disse Annabeth.

Eu dei um sorriso em comprimento.

– Certo. Clarisse a Sara vai te mostrar os chalés. Vai mostrar o chalé onde você vai ficar por um tempo, vai levá-la até o estábulo de Pégasos e para escolher uma arma no arsenal. - ela me lançou um sorriso amigável e disse:

– Te vejo no jantar.

Depois disso Annabeth foi em disparada em direção a arena.

– Você é a garota? - Sara me perguntou quando Annabeth havia saído de vista.

– Eu não sei do que você esta falando.

– A garota da profecia! É você? - ela perguntou novamente.

Pela primeira vez eu havia entendido o porquê dos olhares estranhos para mim. Eu não era uma campista, uma semideusa, eu era a garota da profecia.

– Eu não sei. -respondi com sinceridade.

– Certo. Annabeth me disse que eu teria que mostrar os chalés a você, então é melhor irmos logo, daqui a pouco temos que ir ao refeitório para o jantar.

Eu assenti e fomos andando em direção as casinhas.

Os chalés estavam organizados em forma de ômega, cada construção tinha uma personalidade própria. Entre as construções duas se destacavam entre as demais. Uma era como uma grande caixa de mármore branco com grandes colunas na frente e com portas de bronze que parecia ser atravessada por raios. A outra era bem grande e toda feita de mármore branco com finas colunas rodeadas por romãs e flores ao seu redor.

Assim que avistei as duas grandes construções na frente senti um grande desprazer em pensar que poderia dormir em uma delas, elas pareciam ser lugares para pessoas importantes passarem a noite, ou seja, eu não me daria muito bem dormindo ali.

No centro do ômega tinha uma fogueira colorida que queimava com intensidade e em sua volta uma porção de troncos de madeira.

– Esses são os chalés. Cada um abriga o seu próprio... Hãm... Tipo de semideus. - Sara disse.

– Tipo de semideus? - perguntei.

– É. Por exemplo, eu sou uma filha de Apolo, então durmo no chalé de meu... Hãm... Pai.

Certo, aquela garota parecia estar mais perdida do que eu, mas não liguei muito pra isso.

– Bem, você já deve saber a sua história, certo? - Sara perguntou.

Bom, eu já sabia da história das bênçãos bizarras e da profecia esquisita e de algum dos meus pais me querer para servir de uma peça de jogo. Então eu assenti e Sara continuou:

– Como temos pouco tempo até o jantar e eu preciso te mostrar muita coisa, eu só vou te mostrar os chalés dos deuses nos quais você esta envolvida.

Ela caminhou mais um pouco ate parar na frente de um chalé rosa com cristais nas janelas e rodeado por flores coloridas. Ele tinha um cheiro de perfume tão forte que só de me aproximar devo ter ficado com cheiro de perfume francês.

– Esse e o chalé dez. O chalé de Afrodite. A líder do chlé é a Piper. Cuidado, o cheiro é tóxico!

Não pude deixar de rir. Sara olhava para o chalé rosa como se ele estivesse repleto de doenças.

Avançamos mais um pouco e logo estávamos em frente a uma construção de mármore polido branco todo ornado em grossas colunas torcidas em tranças e envolvido por galhos de uma grande oliveira que fica próximo dali.

Esse chalé me fez ficar com uma sensação estranha, quase como se eu precisasse entrar naquele lugar para descobrir algo.

– Este é o chalé seis. O chalé de Atena. A líder é Annabeth. Esse lugar faz a minha cabeça doer.

Esse era o chalé de Atena!O chalé do Sam.

– Sara, onde está o Sam?

– Ele foi à enfermaria. A Larissa quebrou o nariz dele de novo.

– De novo?

Sara fez uma cara divertida e disse:

– Só tome cuidado com a filha de Dionísio. Ah, não se preocupe com o Sam. Ele está bem.

Eu queria vê-lo logo. Eu definitivamente estava precisando dele, do meu amigo Sam.

Caminhamos mais um pouco e logo paramos em frente a um chalé comprido e baixo, mas solido. Seu exterior era feito de pedras cinzentas rústicas, salpicadas de pedaços de conchas e coral.

Não sei por que, mas fiquei tentada a entrar naquele chalé. Ele era simples e muito bonito. Tudo nele era convidativo, principalmente a paz que emanava dele.

– Esse é o chalé três. O chalé de Poseidon. O seu líder é o Percy, mas ele e o único filho de Poseidon, então nem conta.

Eu definitivamente estava gostando de ficar ali, sentindo o cheiro salgado que emanava do chalé, mas nós tivemos que continuar.

Sara caminhou com certa relutância e logo estávamos perto de um chalé vermelho-vivo mal pintado, com o telhado de arame farpado e com uma cabeça de um javali em cima da porta.

– Esse e o chalé cinco. O chalé de Ares. A líder dele é a Clarisse La Rue. - disse Sara entre dentes.

Bom, a Sara não aparentava gostar muito daquele chalé, ela até tentou manter distancia. E que negócio é esse de Clarisse La Rue? Nossa, tenho uma chará!

Eu também não havia gostado muito daquele chalé. Ele me deixava com vontade de socar as coisas. Eu não sou nem um pouco agressiva, então o fato de eu querer matar alguém é novidade. Bem, eu não sou tão agressiva. Talvez eu seja um pouco agressiva de vez em quando, mas só às vezes.

Eu puxei Sara pela camiseta e sai andando quase que arrastando a garota.

– Ei... O que é isso? - ela perguntou confusa enquanto tentava se libertar da minha mão.

Eu a soltei, fechei os olhos e respirei devagar.

Eu devia estar parecendo uma louca. Precisava me acalmar. Afinal, por que eu estava tão nervosa? Chalé de Ares estúpido!

– Desculpe. - pedi ainda de olhos fechados.

– Ok. Vem, agora falta pouco. - Sara falou com entusiasmo.

Não muito longe dali havia um chalé verdadeiramente irritante. Eu simplesmente não estava conseguindo olhar para ele. O brilho era tão intenso que só o que eu consegui distinguir do chalé é que ele parecia ser feito de ouro e era repleto de notas musicais, coisa que chamou a minha verdadeira atenção.

– Esse é o chalé do deus Apolo não é? O deus da música. - disse com entusiasmo.

–I sso aê, este é o meu chalé. Vem, vamos entrar, eu me esqueci de esconder o meu arco. - Sara disse com certo nervosismo.

– Por que você tem que esconder o seu arco? - perguntei curiosa.

– É que com os filhos de Hermes por aí eu prefiro tomar cuidado.

A explicação não foi lá essas coisas, mas eu preferi calar a boca.

Para entrar naquele chalé eu tive que ficar de olhos fechados. O interior do chalé também aparentava ser feito todo de ouro e era repleto de notas musicais, mas o que chamou mais a minha a atenção foi uma figura enorme gravada na parede de ouro de trás do chalé, a figura era de um bastão de madeira sendo rodeado por uma cobra. Eu reconheci como sendo símbolo de Asclépio, o símbolo da medicina.

– Seja bem vinda ao chalé sete, de Apolo. O nosso líder é o meu irmão Will. - ela disse apontando para um garoto que estava deitado em uma das camas tocando guitarra.

O chalé de Apolo ao mesmo tempo que era totalmente irritante era perfeito. Droga, eu irei ficar cega se continuar olhando para esse lugar, e que cheiro de hospital era aquele? Depois de obrigar os meus olhos a ficarem abertos eu consegui ver o chalé mais detalhadamente. Era simplesmente incrível! A imagem do símbolo da medicina não era o único gravado nas paredes de ouro, nas paredes douradas havia imagens de pássaros negros e dependendo de como você olhava para os desenhos eles pareciam se mover. Em um canto do chalé havia diversos instrumentos musicais desde guitarras elétricas a violoncelos, todos enfileirados e organizados. As paredes estavam cheias de prateleiras, sob elas tinham vários frascos de remédios, curativos e em maior quantidade frascos com um estranho líquido dentro e potes com uma espécie de pão. O chalé era muito limpo e arrumado.

Depois de ver o chalé de Apolo por dentro a primeira coisa que se passou na minha cabeça foi: “Deus, que eu seja filha de Apolo.”.

Só havia um garoto no chalé, não sei por que, mas ele não me era estranho. Ele se levantou da cama veio ate mim estendeu a mão e disse:

– Eu sou o Will Solace, conselheiro chefe do chalé de Apolo.

Eu o cumprimentei e depois de um tempo olhando feito uma idiota para o chalé eu olhei para ele e perguntei:

– Quando eu me mudo pra cá?

Ele e Sara riram.

– Clarisse, você é indeterminada. Não sabemos quem e o seu pai ou mãe. Antes de se instalar em algum chalé você precisa ser reclamada, enquanto isso você vai dormir no chalé de Hermes. - explicou Sara.

Fiquei um pouco desapontada em saber que não iria ficar naquele chalé, e principalmente, estava morrendo de medo de o chalé de Hermes ser uma daquelas grandes construções de mármore.

– Está se sentindo melhor? - Will me perguntou.

– Ah, estou sim. Só a minha cabeça que ainda dói um pouco.

Will sorriu com a minha resposta depois ele virou para a Sara e disse:

– Eu salvei o seu arco, Roberto já passou por aqui hoje. O arco está em cima da sua cama, é melhor esconder!

– Valeu Will. - agradeceu Sara.

– Bom, eu tenho que ir para a enfermaria. A gente se vê mais tarde. - disse Will saindo do chalé.

Depois disso a Sara foi direto para uma das camas, onde se encontrava um arco e uma aljava de flechas em cima.

A parede perto da cama tinha vários pôsteres de bandas de rock das quais eu nunca tinha ouvido falar, tinha até banda brasileira.

– Você curte isso tudo? Vem cá, isso e oriental? - perguntei apontando para um pôster de uma banda cujo nome não me atrevi a pronunciar.

– Rock é universal baby. - ela respondeu simplesmente.

Ela pegou a aljava e as flechas de cima da cama e a afastou, atrás da cama tinha o desenho de um corvo, Sara deu umas duas batidinhas em cima do corvo e um compartimento, mais precisamente uma gaveta, se abriu.

Ela guardou o arco e a aljava de flechas na gaveta, a fechou e empurrou a cama para o lugar.

– Certo, agora que o meu arco está seguro é hora de irmos até o próximo chalé.

Eu quase chorei ao sair do chalé de Apolo. Depois de mais um tempo de caminhada chegamos em frente a uma velha construção, a sua pintura era descascada e em cima da porta da frente havia um caduceu.

– Travis Stoll, como você fez isso comigo? - alguém gritou de dentro do chalé.

– Foi você que colocou pó de mico na minha cueca semana passada! - outra voz berrou de dentro do chalé.

Depois disso ouvimos um barulho de coisas quebrando e de algumas pessoas gritando animadas: “Briga! Briga! Briga!”. De dentro do velho chalé um garoto de óculos, baixinho, com olhos azuis, cabelos escuros e feições élficas saiu correndo do chalé vindo direto em nossa direção.

– Se eu fosse vocês não chegava muito perto, Travis e Connor estão tendo uma pequena discussão familiar. - avisou o garoto.

Roberto, essa é a Clarisse, a nova semideusa, ela vai ficar no chalé de Hermes por enquanto. - disse Sara.

– Ah... A garota do Quenn. Prazer, meu nome é Roberto Costa, sou o mais bonito filho de Hermes de todo o acampamento. - Roberto disse com um sorriso travesso.

– Garota do Quenn? - perguntei confusa.

– Jura que não se lembra de ter cantado We Are The Champions enquanto o meu irmão colocava os seus ossos no lugar? - Sara perguntou curiosa.

Certo, eu estava mais perdida do que cego em tiroteio. Como assim colocar os ossos no lugar? Garota do Quenn? O que eu fiz? Eu já podia até imaginar o que eu tinha feito, esse tipo de vergonha é a minha cara, eu nunca vi alguém mais idiota do que eu.

– O que eu fiz? - minha voz falhava.

Os dois campistas me explicaram tudo. Eu nem podia acreditar que tinha mesmo me machucado tão feio, sinceramente, eu nem me lembrava disso com clareza. Eu corei quando eles me contaram da parte do “Boa noite Panda.”.Como eu podia ser tão estúpida? Certo, eu tinha um medo estranho de pandas desde que um deles quase arrancou a minha cabeça quando fui a um zoológico quando eu era pequena, hoje em dia eu me pergunto se aquilo era realmente um panda, mas chegar ao ponto de ficar imaginando pandas gigantes já é demais.

Roberto estava rindo da minha expressão, deveria mesmo estar com uma cara engraçada, por isso nem liguei muito.

– Então, Roberto, precisamos ir até o chalé de Hermes... - foi nesse momento que a ponta de uma faca surgiu do outro lado da porta. - Será que você poderia nos servir como escudo? - Sara disse com um olhar pidão.

– Haha, muito engraçado Sara. Mas relaxa, eu levo vocês até o chalé. Prometo que vocês vão entrar inteiras, mas sair... Ai já é outro papo.

Sara cruzou os braços e perguntou como se não fosse a primeira vez que eles estavam tendo aquela conversa:

– O que você quer dessa vez?

– Hum, que tal você me ficar devendo um favor? Nunca se sabe quando vamos precisar de algo de um dos filhos de Apolo. - Roberto disse com um sorriso travesso.

Sara fechou os olhos e suspirou.

– Certo, mas será que pode nos levar logo? Eu ainda tenho que mostrar muita coisa a ela antes do jantar.

– Ta, mas é melhor vocês irem atrás de mim. Vai ser perigoso.

Não sei por que, mas eu fiquei bem nervosa.

Seguimos até o velho chalé atrás do Roberto. Quando chegamos à porta tivemos que desviar de um tênis esquisito que foi jogado em nossa direção, ele ia bater bem no meio da minha cara, mas antes que ele pudesse quebrar o meu nariz duas asas, uma em cara lado do tênis, o fizeram desviar de mim.

– Ei! Eu tenho uma nova campista aqui! - Gritou Roberto.

– Pessoal, está é Clarisse. Ela vai ficar uns tempos aqui no chalé de Hermes. - falou Sara com um sorriso.

De repente todos do chalé voltaram os olhos para mim.

– Ahm... Olá, eu sou Travis Stoll, conselheiro chefe do chalé de Hermes. - se apresentou um garoto alto, de cabelos castanhos e olhos esverdeados.

– Ei! Esse cargo é meu. - reclamou um garoto exatamente igual ao outro, a única diferença é que esse era mais alto.

– Vocês dividem esse cargo. Agora, será que dá pra me ajudar? - Roberto falou impaciente.

– Tá legal. Connor, eu cuido deles. Você organiza a galera para o jantar. - falou Travis de um jeito autoritário.

– Tudo bem pessoal, todos juntos na porta! - ordenou Connor.

Enquanto um amontoado de adolescentes se formava na porta eu, Sara, Roberto e Travis íamos para o final no chalé.

– Graças ao pedido de Percy você terá uma cama. - disse Travis apontando para uma cama de baixo de um beliche. - Paraguai,onde estão as coisas dela? - Travis perguntou a Roberto com uma sobrancelha erguida.

– Ah, as coisas que o Sam veio deixar aqui ontem de manhã? - Roberto perguntou fazendo uma cara de desentendido.

– Isso. - Sara disse fuzilando o garoto.

– Nem sei. – Roberto disse de um jeito inocente.

– Roberto. - Sara o repreendeu.

– Tá legal, eu devolvo. só porque sou um bom menino.

Ele foi até uma cama em outro beliche, a colcha da cama ia ate o chão, ele a levantou revelando varias gavetas na parte de baixo do beliche, ele abriu uma e, não sei como, colocou o braço inteiro lá dentro vasculhando a gaveta como se fosse uma caixa gigante. Finalmente ele acabou encontrando o que queria e tirou de dentro da gaveta a minha mochila.

– Obrigada. - disse pegando a minha mochila e a abrindo para conferir se estava tudo lá dentro.

– Enfim, bem vinda ao chalé de Hermes! Cuide bem das suas coisas e boa sorte. Você vai precisar. - disse Travis saindo do chalé com os outros.

Não sei por que, mas realmente senti que iria precisar de muita sorte.

– Eu também tenho que ir. Até mais, a gente se vê no jantar. - disse Roberto saindo em disparada.

– É melhor nós sairmos logo daqui. Não posso ficar aqui sem um filho de Hermes, sou filha de Apolo. E entrar em outros chalés é proibido a não ser que você tenha a permissão de algum campista do chalé. Agora eu vou te levar ao estábulo, acho melhor você ir ate o arsenal só amanhã. Depois voltamos e você toma um banho para o jantar.

Eu assenti e continuamos o nosso tour pelo acampamento.

Nesse momento a única coisa que se passava pela cabeça era se Pérola estava bem. Será que ela havia se machucado?

Quando nos aproximamos dos estábulos eu comecei a ouvir uma discussão.

– Seu cavalo assanhado! - disse Pérola.

– Não sou assanhado, apenas sou um garanhão que aproveita as oportunidades. Case-se comigo e eu lhe darei casa, comida e vários potrinhos para cuidar. - disse um pégaso preto.

Quando Pérola percebeu a minha presença gritou:

– Clarisse!

Eu corria até ela e a abracei.

– Estava preocupada com você. Você está bem? - perguntei preocupada.

Sim, sou forte menina! Só sofri um arranhão. Mas, e ae, tem torrões de açúcar para mim?– Pérola perguntou animada.

Se ela ganhar eu também quero. - falou o pégaso preto.

Fique quieto Blackjack, o Percy já da torrões para você! Ela é a minha patroa, ela me da torrões.– disse Pérola irritada.

– Ahm... Pessoal, desculpa, mas eu não tenho torrões. Prometo que trago na próxima vez quer vier. - disse.

Tá bom então, mas terá que trazer o dobro para recompensar essa vez.– disse Blackjack.

Seu guloso!– repreendeu Pérola.

– Pode deixar Blackjack, eu trago bastante torrões de açúcar para vocês dois. - disse saindo do estábulo.

Ah, Clarisse! Não esqueça de cuidar bem do seu relógio.– lembrou Pérola quando eu já estava fora do estábulo.

Foi ai que eu me lembrei da bússola.

Eu olhei para o meu pulso e ela continuava lá, mas agora apontava para uma direção diferente. E eu sabia para onde apontava. Preciso ver o Sam.

Depois da minha visitinha ao estábulo Sara me levou de volta aos chalés. Eu tomei um banho e vesti uma blusa do acampamento, uma calça jeans, tênis e a minha jaqueta preta. Depois que já estava limpa e arrumada pedi à Sara para que guardasse a minha mochila em sua gavetinha lá no chalé de Apolo, eu não sou louca de deixar as minhas coisas dando sopa no chalé de Hermes!

Não havia mais ninguém pelo acampamento, provavelmente já deveriam estar todos no refeitório.

Eu e Sara fomos correndo para lá, a bússola apontava para lá então foi fácil achar o caminho.

– Não vão brigar com a gente por estarmos atrasadas? - perguntei à Sara enquanto corríamos.

– Eles vão estar tão ocupados comendo que não vão nem perceber. - ela disse confiante.

Foi só nós aparecermos e todos pararam de comer e voltaram os seus olhares para nós duas.

– Parece que você estava errada. - disse baixinho sentindo as minhas orelhas esquentarem por causa dos olhares em mim.

– Errar é humano. - Sara se desculpou no mesmo tom de voz que eu.

– Sejam bem vindas ao jantar meninas. - disse Quíron amigavelmente.

– Estão atrasadas. Da próxima vez ficarão sem jantar. - disse um homem que usava uma camisa de leopardo sentado na mesma mesa que Quíron.

Eu simplesmente gelei ao olhar nos olhos daquele homem gordinho de bochecha rosada com cabelos encaracolados, seus olhos eram de arrepiar.

– Sentem-se meninas. - disse Quíron.

Todos ainda nos observavam e eu estava muito nervosa, não sabia nem onde sentar. Lancei um olhar suplicante para Sara atrás de um auxilio.

– Sente na mesa do Roberto.- ela disse baixinho enquanto ia para sua mesa.

Olhei em volta procurando a minha mesa, quando eu o vi. Sam estava sentado em uma mesa um pouco mais distante, ele estava sentado ao lado de Annabeth, seu nariz possuía um curativo e ele me olhava com um sorriso enorme.

Minha vontade era de ter ido abraçá-lo e perguntar se ele estava bem, mas eu ainda estava sendo encarada pelo tiozinho do olhar do mal, então depois de muita relutância preferi obedecer e ir me sentar.

Fui até a mesa em que Roberto estava e me sentei ao lado dele. Coloquei no meu prato tudo o que tinha direito, afinal, eu estava morrendo de fome, não havia comido nada o dia inteiro. Quando eu ia dando a primeira garfada eu sinto alguém me chutando por baixo da mesa.

– Ai. - reclamei.

– Desculpa, mas é que você se esqueceu da oferenda aos deuses. Vá com a Sara e coloque um pouco de comida no fogo. - Roberto instruiu.

A única coisa que eu entendi foi que eu deveria ir com a Sara. Nós fomos até uma fogueira, Sara parou em frente a ela, fechou os olhos com força e jogou metade da comida no fogo.

– Agora é a sua vez. Faça a sua oferenda. - Sara disse.

– Você esta louca? Por que eu deveria jogar comida na fogueira? - perguntei perplexa.

– Isso agrada aos deuses. Dê a sua oferenda e peça algo. - ela instruiu.

Me aproximei mais da fogueira, o fogo tinha um cheiro estranho, era bom, um cheiro de biscoito e chocolate, fechei meus olhos e derramei a comida no fogo.

– Me ajudem a entender, por favor. - pedi baixinho ainda de olhos fechados.

Depois da oferenda nós voltamos ao refeitório. Todos do chalé de Hermes são muito legais, passei o jantar inteiro conversando com o Roberto sobre mercadorias mágicas que ele contrabandeava.

Depois do jantar todos os campistas foram até a fogueira, eu fiquei junto com os campistas de Hermes. Na frente da fogueira estavam o Quíron, o tiozinho do mal e a menina ruiva de olhos esverdeados dos meus “sonhos”.

– Antes de vocês irem aproveitar o resto da noite eu gostaria de dar alguns avisos. - disse Quíron. - Caçadoras da próxima vez que algum campista for ferido gravemente por causa de vocês fora de batalha vocês irão lavar a louça do acampamento por uma semana! - nessa hora umas meninas que usavam umas roupas com jaquetas prateadas fizeram cara feia. - E amanhã os líderes dos chalés irão se reunir antes do café.

Não sei por que, mas depois que ele falou isso todos olharam para mim.

Depois dos avisos o tiozinho do mal e Quíron foram para a casa de madeira, alguns campistas saíram da fogueira e foram fazer sei lá o que e outros ficaram na fogueira cantando canções terríveis de acampamento.

Eu fiquei na fogueira e o Sam também. Ele sentou ao meu lado e disse:

– Da próxima vez vê se não bate a cabeça.

– Eu vou tentar. - disse revirando os olhos.

Em um momento o Roberto se levantou e disse:

– Katie, vamos cantar a nossa música!

Um menina que tinha uma flor em seus cabelos encaracolados castanhos levantou e ficou ao lado do Roberto. E eles começaram a cantar na maior alegria:

Eu sou um bolinho de arroz

(de arroz)

Os bracinhos vieram bem depois

(bem depois)

As perninhas ainda estão por vir

(estão por vir)

E eu não tenho boquinha para sorrir

(Por que? Por que? Por que?)

Porque eu sou um bolinho de arroz

Todos riram e cantaram bastante.

Com o tempo todos foram para os seus chalés e ficamos apenas eu e Sam na fogueira. Eu pedi para ele me levar até o chalé de Hermes, andávamos em silencio, até que:

– Está gostando do acampamento? - ele perguntou.

– É cedo para dizer, ainda estou muito confusa. - disse.

– Não esquenta, amanhã é um novo dia! Você vai conhecer mais do acampamento e vamos começar o seu treinamento! - ele disse animado.

– Treinamento? - perguntei confusa.

– Sim, você vai aprender a lutar.

Não sabia ao certo como me sentir, na verdade estava em pleno pânico.

Quando chegamos a porta do chalé de Hermes ele olhos para mim e disse:

– Vai dar tudo certo, não se preocupe. A gente se vê amanhã?

Eu assenti e ele foi para o chalé de Atena.

Entrei no chalé de Hermes e fui até a minha cama, tirei os meus tênis e a minha jaqueta e dormi daquele jeito mesmo. Antes de dormir a única coisa que se passava pela minha cabeça era a frase que eu havia acabado de ouvir: “Vai dar tudo certo, não se preocupe.”.

– Espero que seja assim. - disse baixinho para mim mesma.

E assim foi o meu primeiro dia no Acampamento Meio-Sangue.



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Notas finais do capítulo

Enfim...esse cap eu dedico a o meu amigo lindo Roberto Cavalcante,a Vitoria,a minha bb Natsuke Sparda e a minha amiga escritora perfect Sara Baudelaire (leiam a fic dela é uma ordem!)...ah...como eu poderia me esquecer?eu tb dedico este cap a uma das minhas escritoras preferidas...Teka Stoll!
Espero q tenham gostado do cap.
deixem Reviews...até quinta galera...proximo cap temos fortes emoçoes!
obs:espero q tenham gostado dos desenhos...foi a minha amiga Sara q fez...eles sao perfects...amo tu Sarinhaaaaaaaaaa!



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