57th Edição Dos Jogos Vorazes escrita por Glimmer


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Clever está com Mackenzie e Connor. Os Jogos continuam mais mortíferos ainda!
Atenção: esse capítulo contém cenas fortes. Recomendo para as pessoas que não gostem desse tipo de coisa, não lerem.



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Acordei batendo a cabeça em algo duro. Desejei que estivesse em casa, no beliche que dividia com minha irmã. Mas não era. Sabia que estava na arena, onde logo seria morta por alguém.

Connor ainda dormia profundamente, enquanto os raios de sol que penetravam pelas folhas iluminavam seu rosto. Por um momento tive a leve impressão que era meu irmão. Mas eles não eram nada parecidos. Eu estava começando a ficar louca. 

–Clever? - sussurrei me esticando para vê-lo - Conseguiu dormir?

–Não - ele disse se virando para mim. Estava a um galho abaixo de mim, a minha direita - E você?

–Talvez. - respondi guardando o saco de dormir dentro da mochila - alguém morreu?

Ele balançou a cabeça e me ofereceu carne seca. Aceitei e comi alguns pedaços.

Connor acordou um pouco depois e comeu carne seca também. Nosso estoque de comida estava bem alto, assim como de água. Ou seja, um problema a menos.

Andamos mais um pouco até encontrarmos outro rio. Foi um milagre, pois eu estava suja assim como Connor e Clever.

Tomamos um banho de roupa mesmo e Connor caçou mais alguns animais. Clever me mostrou plantas que eram comestíveis e as que não eram. Fizemos uma ótima comida com o que conseguimos e descansamos debaixo de uma árvore.

Não tinhámos mais noção do que estava perto e do que estava longe. Connor contava sobre seu distrito, que era muito pobre. Não sei ao certo se isso realmente era uma coisa a qual a Capital deixava, pois acho que era proibido.

Durante o dia, não houve mais canhões. O que faria os Idealizadores terem ideias completamente malucas para nos matar. Ainoteceu rapidamente. Arrumei minhas coisas para subir nas árvores, quando Clever nos puxou para trás de umas folhagens.

–O que está... - Connor disse surpreso, quando Clever fez um sinal de silêncio e apontou para a frente.

Um sujeito apareceu de dentro das sombras. Ele se encostou na árvore que estávamos, para descansar. Notei que tinha cabelos longos até as costas.Conclui que era uma menina.

A garota começou a pegar várias frutas e as comeu. Três pessoas surgiram das folhas e pararam na frente da garota. Logo reconheci: Glossy, Windy e Fênix. Os carreiristas.

A garota parou de comer e começou a tremer. Glossy deu um passo a frente e rodeou a menina.

–Mais uma vítima. Tem alguém com você, amiguinha?

A garota balançou a cabeça, trêmula.

–Que tal uma morte dolorosa? - sugeriu Fênix.

–Ótimo - disse Wide e deu mais um passo a frente, ao lado de Glossy - Hora de brincar, criança!

Vi uma pequena luz que saiu das costas de Wide. A garota começou a tremer mais ainda e dar uns gritinhos finos e baixos.

Wide passou por Glossy e sorriu maldosamente para a garota.

A menina se encolheu e tentou se proteger com os braços, sabendo o quão era estúpido e impossível.

Glossy pegou um machado e olhou sonhadora para ele. Wide empurrou a garota trêmula no chão, deixando a de bruços. Prendeu seus braços e suas pernas com cordas e se afastou, dando passagem a Glossy.

Glossy levantou o machado e com um só movimento, cortou a cabeça da pobre menina.

Os carreiristas riram e saíram correndo. Consegui ouvir um deles gritar:

–Nos aguardem!

Esperamos eles irem e pegamos as coisas o mais rápido possível. Não me atrevi a olhar o corpo decepado no chão Connor deu uma olhada e cambaleou como se tivesse levado um soco.

–O quê houve? - sussurrei o mais baixo possível.

–É Mercy. A garota do meu distrito.

Depois disso, Connor não falou mais nada. Apareceu os rostos dos tributos mortos: Mercy e o garoto do 12.

Tentei me acomodar no meu pequeno e humilde galho, mas não consegui. A imagem de Mercy me veio a cabeça e tentei afastar o pensamento.

Connor também não conseguia dormir. Ficava se remexendo inquieto no galho, tentando achar uma posição confortável. Naquelas condições, seria impossível.

–Não vai me dizer que eram amigos. - eu disse me sentando no galho e olhando para cima, onde Connor estava.

–O quê? - ele indagou meio confuso.

–Você e Mercy.

–Não - ele disse rindo - Pelo contrário. Ela me odiava e eu a odiava.

–Por que se importou com ela quando morreu? - eu perguntei.

–Por mais que nos odiássemos - ele disse sério -, não a queria morta. E ela não me queria morto. Quando nossos nomes foram chamados na colheita, foi um susto tanto para mim, quanto para ela.

Eu não disse nada. Aquilo era estranho, mas ao mesmo tempo comovente. Pessoas que se odiavam e não queriam se matar.

–E você e Perk? - ele perguntou indiferente.

Aquilo não me deixava confortável, por lembrar de uma pessoa que eu acho que gostava de mim e que tinha um contato com meu irmão. Eu ainda não entendia o por quê dele se candidatar como tributo. Não ter família não era um motivo muito forte e por meu irmão ter salvado a mão dele, também não fazia sentido. Tudo bem, talvez eu não entenda o que é não ter família, mas se eu não tivesse, não faria o que fez. Ou faria?.E nem sei se conseguiria descobrir o motivo real. Ele poderia morrer a qualquer momento, assim como eu.

Não estava mais decepcionada com ele. Perk poderia simplesmente ter matado o tributo do 9 por mim? Não seria para tanto. E mesmo que assim fosse o motivo, não deveria ter descontado numa pessoa que nem se quer trocara uma palavra. Talvez tentasse me proteger.

Já ouvi casos de tributos do mesmo distrito que se protegiam e depois terem que se matar cara a cara. Não era um raciocínio muito lógico na arena, mas quem sabe era isso que Perk queria? Precisava encontrá-lo o quanto antes. Esse era meu próximo objetivo.

–Ah, bom - eu disse meio gaguejando - não gosto de tocar no assunto.

–Entendo. - ele disse.

Me virei para o outro lado e fechei os olhos.


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Notas finais do capítulo

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Valeu :D



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