Definitivamente eu não lembrava de ter desmaiado. Mas quandorolei para o lado na cama e caí de cara no chão notei que algo deviaestar errado, ou a minha cama havia crescido ou eu estava naenfermaria. Aos poucos fui me lembrando do que havia acontecido, doMinotauro, o Leandro sendo acertado pelo monstro, e a dor que eusentira antes, porém agora só agora, eu percebia que quela dor não eraalgo normal. A dor que eu sentira, era uma coisa maligna. Não fazia amenor ideia de como havia ido parar ali, mas supus que com certezaalguém me levara para lá. Estava me levantando ainda meio emequílibrio quando escutei alguém perguntar. - Ei você está bem? - escutei a pessoa perguntar, mas não precisei olhar para saber quem era. - Bem eu tive uma dor maligna de cabeça e acabei de cair da cama. É acho que não poderia estar melhor. - falei enquanto me levantava e olhava para Leandro, vi então que ao lado dele estavam Rafael e Renato, que por hora, decidi ignorar. - E você, está bem? - Bem eu fui arremessado pelo Minotauro e cai em cima de uma mesa. É não podia estar melhor. - falou ele com um certo sarcasmo e eu fiz uma careta. - O que vocês estão fazendo aqui? É plateia me vendo dormir é? - perguntei, a última parte é claro, foi uma brincadeira com eles. - Só queríamos confirmar que você estava bem. Sabe você estava "dormindo" por muito tempo. - falou Leandro. - É e olha que quem foi acertado pelo Minotauro foi o Leandro. Agora eu me pergunto como uma filha de Atena que devia ser uma guerreira-estrategista nata é derrubada por causa de uma dor de cabeça - falou Rafael pensativamente e eu bufei. - Cale a boca panda. - falei. - Ui, o Coala ficou raivoso. - falou ele enquanto eu respirava fundo. Devo explicar os estranhos apelidos. Eu vivia chamando o Rafael de Panda, por que ele era fofinho e tinha bochechas grandes, isso me fazia lembrar de um panda. Já o Rafael me chamava de Coala por que certa vez ele me vira com um fone bem estranho que certamente, segundo Rafael, havia me deixado igual a um Coala. - Então, depois que acabaram que o Minotauro, eu perdi muita coisa? - perguntei. - Não, não aconteceu nada depois disso. - falou o Renato pela primeira vez desde que eu acordara. - Mas você perdeu o recado que Héstia deu. - Que recado? - perguntei erguendo uma sobrancelha, então ele me falou e ao terminar fiz uma careta. - Certo, isso não é NADA bom. - Você sabe de algo. - afirmou o Rafael, tinha horas que eu simplesmente odiava por ele me conhecer tão bem. - Fala logo Malu. - Eu não sei ao certo. Enquanto eu tava dormindo tive uns sonhos meio estranhos mais não lembro muito. Só lembro que estava em uma ilha que dava para ver a praia do acampamento, mas definitivamente NÃO tem nenhuma ilha perto daqui. - falei para eles. - Malu você acha que isso pode ter alguma coisa relacionada com, você sabe... você? - perguntou Renato e eu logo entendi. - Não sei - suspirei então baixei a cabeça, me sentindo completamente inútil. - Olha eu geralmente não me meto nos assuntos alheios mais... Está na cara que você está escondendo algo Malu. - falou Leandro me olhando, então me acrescentou. - E o Renato sabe o que é. - O.K. você está certo Leandro... - falei então olhei para o Renato que fez uma careta. - Eu vou contar a vocês... Não terminei de falar, a concha de caramujo soou ao longe. Era a hora do jantar. Fiz uma careta. Por quanto tempo eu havia dormido? - Olhem eu falo sobre isso com vocês depois O.K. A gente se encontra no lago. - O.K - disse Rafael e Renato. - Está bem - disse Leandro. - Bom vejo vocês depois então - falei e logo saí da enfermaria estava indo em direção ao meu chalé quando escutei o Rafael perguntar atrás de mim. - Aonde você vai? - perguntou ele.

– Vou ao chalé trocar de roupa, nem ferrando que eu vou ir jantar assim - falei enquanto gesticulava para meu vestido, então dei novamente as costas para ele e saí correndo em direção ao chalé 06.

*

Não demorei muito tempo no chalé, tirei o vestido rapidamente e vesti uma calça jeans preta, uma blusa laranja do acampamento, calcei meus coturnos e então desfiz as tranças de meu cabelo e o prendi em um rabo de cavalo frouxo. Em pouco tempo depois já estava no pavilhão refitório, ao lado de meus irmãos lhes assegurando que eu estava bem. Pouco tempo depois que eu chegara ao pavilhão refeitório, Quíron chegara. Ele fez o costumeiro brinde aos deuses e então iniciamos o jantar, e assim que terminou Quíron e o sr. D avisaram que logo iria ter o Capture da Bandeira, e eles falaram que era melhor para que nós pudéssemos fazer nossas alianças logo. Depois do jantar todos foram para a fogueira, eu fiquei por lá a algum tempo. Durante o tempo em que fiquei na fogueira vi o Renato conversando com o Victor e os dois ao perceberem que eu estava olhando me olharam também e eu então apenas acenei discretamente para eles. Fiquei mais alguns minutos na fogueira, então depois disso saí discretamente da fogueira e fui em direção ao lago, que certamente agora estava vazio, certamente seria um bom momento para pensar. Tudo o que mais eu queria agora, paz e sossego.

Todos estavam me olhando, com certeza me achando fraca eestranha por desmaiar por causa de uma dorzinha de cabeça, mas éque o que acontecera certamente não foi normal. Foi uma coisa maligna,mas alguém iria me dar ouvidos? Eu duvidava muito. Segui andando atéa beira do lago e me sentei ali de pernas cruzadas enquanto enfiavaminha mão na água e ficava brincando um pouco, criando pequenasondinhas. Enquanto olhava para as águas do lago, agora prateadasgraças a lua jurei ter visto uma garota de olhos e longos cabeloscastanhos me fitando. Então ela piscou uma vez para mim e foi para ofundo do lago. Será que eu estava bem mesmo? Acho que eu estavaalucinando. - Já está aqui criatura? - escutei alguém perguntar, então vi que era o Rafael. - Não, não. To lá na fogueira ainda. - falei, então respirei fundo e fechei os olhos, quando os abri novamente prossegui. - O.K. foi mal. Só pensei que seria bom ficar sozinha um pouco aqui. E você? - Também achei que seria bom ficar um pouco sozinho aqui. - falou ele enquanto se sentava também na beira do lago. - Cade aqueles dois hein? - Calma, daqui a pouco eles aparecem - falei jogando um pouco de água nele, tentando não rir da sua careta. Não muito tempo depois de eu falar com o Rafa senti algo puxar a ponta do meu rabo de cavelo, olhei para trás e vi que Leandro e Renato já estavam ali, mas não fazia ideia de qual dos dois puxara meu cabelo. Decidi ignorar isso. - Bom agora que estamos aqui, os dois - falou Rafael apontando para mim e para Renato. - , abram o bico. - Malu isso é assunto seu, então você fala. - disse Renato erguendo as mãos. - Puxa, valeu hein! - falei fazendo uma careta, então suspirei. Contei tudo ao Rafael e ao Leandro, até mesmo sobre a conversa com Dionísio. Ao terminar respirei fundo e por fim falei novamente. - Bem, é isso. - Isso é muito...- começou a falar Leandro, mas balançou a cabeça não conseguindo terminar de falar. - Estranho, tosco, bizarro...? - sugeri. -É, isso ai. - disse ele. - Bem, mas eu tenho só uma coisa a pedir para vocês. - falei mordendo o lábio inferior. - E o que é? - perguntou Rafael, cauteloso como sempre. - Vocês tem que prometer que não contar sobre isso com ninguém. Pelo menos, não por enquanto. - falei. - Isso é... justo. - falou ele. Então os três prometeram

Já devia estar bem tarde quando nos levantamos e fomos para nossos chalés, ficamos mais um tempo ali conversando, e eu estava um pouco molhada porque os meninos ficaram me jogando água do lago, e eu fiz o mesmo com eles. Já estávamos na área dos chalés, mas antes de cada um ir para o seu chalé eu chamei o Renato, e ele me olhou com uma cara tipo "O que é que ela está pensando em aprontar agora?"

– O que foi? - perguntou ele. - Tem bala ai tio? - perguntei tentando não rir da cara que ele fez. Isso era uma coisa que eu sempre fazia com ele, e só fazia porque era engraçado ver a sua cara. - Vai dormir, vai Malu. Você precisa. - falou ele revirando os olhos e indo para o seu chalé. Leandro e Rafael foram para os seus chalés também e quando por fim vi que estava sozinha na área dos chalés, suspirei e então segui em direção ao chalé 06.