– Jason, o que aconteceu com ela? Onde ela estava?

– É tudo culpa minha, Zeus eu não devia...

– Não, foi o Ares, a Thalia estava estranha saiu correndo, e Ares a acertou, foi sem querer, ele estava fazendo seus treinamentos, ela que não deveria estar la.

– Cadê Apolo, ele devia estar aqui.

– Não sei, Ares disse algo sobre, ele não estar no Olimpo agora.

– A deixa comigo, por pior que isso pareça os ferimentos são superficiais, ela vai ficar bem, ela tem que ficar.

Estava doendo muito, e me sentia tonta, fora de mim, mais ainda estava consciente, Hera parecia preocupada de verdade, Zeus e Jason desesperado, era muito estranho todos eles assim por minha causa, e ao mesmo tempo dentro de mim parecia gostar dessa atenção, por mais egoísta que isso fosse.

– Zeus, anh leva ela pro nosso quarto, lá é maior, ela precisa de espaço, e vocês dois saiam depois, por favor.

– Ela é minha filha

– E minha irmã

– Calma, só preciso de um tempo, pra ver esses ferimentos, vocês desse jeito não vão ajudar, então, por favor.

Ela ficou sozinha comigo no quarto, por um breve pensamento tive um pouco de medo, mais logo passou, meu braço doia muito, para qualquer reclamação. Hera colocou a mão sobre meu rosto como se estivesse vendo se estava com febre, e depois retirou minha blusa, uma lança de ares havia acertado meu braço, sangrava e doía muito, mais não tinha acontecido nada mais fora isso.

– Devia tomar cuidado, por onde anda, temos um Deus da Guerra solto por ai, sabia?

– Eu precisava... Ficar comigo mesma

– Fica quieta não fala nada, tenho que desinfetar isso aqui, e sim vai doer.

– Cadê Apolo, ele é o Deus da medicina? Eu não confio em você

– Jura? Nunca havia percebido, mais sou a sua única opção, Apolo esta fora do Olimpo, e eu ainda sou uma Deusa Maternal, eu sei cuidar dos meus filhos quando eles estão doentes.

– Eu não sou sua...

Não consegui terminar a frase, me lembrei de uma vez que fiquei com febre, devi ter uns quatro anos, minha mãe chamou um medico, ele me deu remédios, mais ela nem pareceu se preocupar, apenas deixou os medicamentos perto de mim, e explicou a hora que devia tomá-los, eu nem sabia ler ainda, marcava os horários pela programação da TV, fiquei mal por uma semana, e minha mãe saia normal, me deixava sozinha em casa, como se nada estivesse errado comigo.

– O que é isso?

– Ambrósia, já deveria reconhecer.

– Esta diferente, é horrível.

– Melhor assim, os maiores Heróis tiveram uma vida amarga sabia? Mais depois quando ela se tornou doce, sabiam valoriza-la.

Depois disso não escutei mais nada, dormi e sonhei muito, minha vida toda veio na minha mente como flashback, incluindo as ultimas horas, talvez isso tenha sido preciso pra finalmente colocar minha vida no lugar e entender as coisas.

– E então melhor?

– Ainda ta doendo, e estou cansada, mais acho que sim.

– É você ainda está com febre, mais logo vai passar.

– Quanto tempo eu dormi?

– Um pouco mais de uma hora apenas, devia dormir mais.

Devia mesmo, ainda me sentia mal, febril, mais não queria ter aqueles sonhos de novo, me deixavam mal, mesmo que explicassem muita coisa.

– Você ficou aqui

– Sim, eu não costumo cuidar de mortais desse jeito, fiquei com medo da Ambrósia causar algum efeito colateral.

– Esta tudo bem, eu só quero dormir.

– Tudo bem, vou te deixar sozinha agora.

Normalmente eu ia dizer um até que enfim, ou me deixa em paz, mais não foi isso que aconteceu, definitivamente eu estava muito mal mesmo, só isso pra explicar.

– Não, fica aqui.

– O que? Eu achei que queria ficar em paz

– E quero, mas...

Não expliquei nada, apenas cheguei mais perto, e deitei minha cabeça em seu colo.

– Não fala nada só fica aqui

Ela não entendeu nada, muito menos eu, era mais forte do que eu, sentia precisar dela naquele momento, vi que ela se sentiu meio desconfortável comigo ali, eu acho que queria sentir isso também mais não, o colo dela era tão aconchegante, me senti protegida, e voltei a dormir enquanto ela fazia cafuné em minha cabeça.