Chapter 6: Who needs you

— Matt — o garoto acordou no meio da noite com alguém o cutucando. Ao abrir os olhos se deparou com os olhos azuis de Isabelle Morgenstern.

— Izzy? — indagou surpreso sentando-se na cama ainda sonolento. — O que faz aqui?

A loira colocou o dedo sobre a os lábios pedindo silêncio.

— Nós precisamos conversar — ela sussurrou.

Matthew sabia que não tinha outra alternativa a não ser acompanhá-la.

O salão comunal da Sonserina estava vazio, como deveria estar às 3 horas da manhã.

— O que aconteceu? — perguntou Matt curioso. Tinha que ter ocorrido algo muito sério para a garota ter ido até o dormitório masculino de madrugada.

— É que eu não consigo parar de pensar que tem alguma coisa errado com o Scorpius e a essa irmã dele.

Matthew suspirou. Aquele não era um assunto que o garoto queria discutir com Isabelle. Se a garota quisesse mesmo saber mais sobre o assunto teria que se resolver com Scorpius, e ele com certeza não iria querer revelar nada para ela.

— Você não acha estranho que essa garota surgiu do nada? Por que Scorpius nunca disse nada sabor ter uma irmã gêmea? — Isabelle caminhou de um lado para o outro do salão comunal. — Você sabia sobre essa garota?

Isabelle não fora uma das telespectadoras da briga entre o moreno e o Potter, então ela não viu Catherine o abraçando. O Zabini sabia que Isabelle o encheria de perguntas se soubesse que a Malfoy era sua amiga de infância, mas também odiava mentir para ela.

— Isabelle — Matthew suspirou e tentou desviar da pergunta da garota —, se você quer respostas está fazendo perguntas para o cara errado.

A loira ia protestar, mas o moreno a interrompeu:

— E não perca seu tempo fazendo perguntas que sabe que Scorpius não vai responder.

Matthew voltou para o seu dormitório deixando uma Isabelle irritada e cheia de perguntas para trás.

***

— Bom dia! — Rose exclamou animada sentando-se ao lado de Lorcan Scamander na aula de transfiguração. O irmão do garoto, Lysander, estava sentado na cadeira da frente, eles conversavam sobre algo que Rose não conseguia entender.

— Bom dia! — os gêmeos disseram ao mesmo tempo.

Catherine Malfoy entrou com passos pesados na sala e visivelmente mal humorada. Diferente do irmão, que dava medo em qualquer um quando estava de mal humor; ou não, Catherine era como um bebê emburrado, dava até vontade de abraça-la.

A loira sentou-se na cadeira do lado de Lysander.

— Por que todo esse mau humor? — perguntou Rose que se controlava para não levantar e abraçar a garota.

Lysander colocou a mão sobre o queixo pensativo:

— Acho que os zonzóbulos embaralharam o cérebro dela — concluiu fazendo com que a ruiva revirasse os olhos.

— Você deve estar certo, irmão — concordou Lorcan com uma expressão séria no rosto.

— Zon... o quê? — a loira balançou a cabeça fazendo com que seus cabelos loiros se chocassem contra o rosto de Lysander. — Eu odeio transfiguração! Ça n'a pas de sens¹.

— Se você está com dificuldades na matéria eu posso ajudar — sugeriu a ruiva.

— Obrigada Rose — agradeceu com sinceridade. — Eu até pediria ajuda para o meu irmão. Ele é bom em todas as matérias, porém é um péssimo professor.

A ruiva franziu o cenho.

— Ele não é bom em história da magia.

“Tão ruim que precisa de uma professora” acrescentou mentalmente.

— Não — Catherine discordou confusa — É a melhor matéria dele.

Agora era Rose quem estava confusa.

— Mas ele me disse que o professor pediu para que eu o desse aulas particulares.

Catherine arregalou os olhos por alguns segundos, rápido demais para um dos gêmeos notar, mas Rose notou.

— Poções! — a loira se corrigiu rapidamente. — Poções é a melhor matéria dele!

Lysander voltou para sua pose pensativa:

— Acho que Scorpius Malfoy é na verdade um clone e o Scorpius de verdade está preso em Atlantis. O que acha disso irmão?

— Você pode estar certo irmão — Lorcan acenou a cabeça positivamente. — Tomara que ele não tenha sido devorado por algum monstro aquático!

Rose resolveu ignorar os irmãos.

Contudo antes que ela pudesse interrogar a irmã do Malfoy, a professora entrou.

A ruiva prometeu a si mesma que depois investigaria mais sobre o assunto.

***

Rose esperou até Catherine entrar no banheiro, e assim que ouviu o som da água caindo foi em direção as coisas da loira.

A ruiva se sentia mal por estar mexendo nas coisas da amiga, mas precisava descobrir a verdade.

Encontrou algumas fotos da família Malfoy, Scorpius não sorria em nenhuma delas. Rose riu ao ver uma foto dos gêmeos pequenos onde uma mini Catherine sorria alegremente trajando um vestido rosa claro, enquanto um mini Scorpius estava com a cara fechada como se odiasse estar naquela festa usando aquele terninho. A garota colocou a foto onde estava e continuou procurando.

Havia um livro e uma nécessaire preta no fundo do malão de Catherine, Rose pegou o livro.

Ele era azul bem escuro, tão escuro que podia ser facilmente confundido com preto. Não era novo, mas também não era velho.

C.N.M

Essas eram as iniciais na lombada do livro. Rose não precisou pensar muito para deduzir que aquelas eram as inicias de Catherine. Era uma completa invasão de privacidade ler um possível diário de Catherine, mas Rose era curiosa e não iria se acalmar até descobrir a verdade.

Ao abrir o diário a garota fez uma careta, estava em francês. Se arrependeu de não ter aceitada as aulas de francês que Dominique a ofereceu, porque sabia que Dominique era péssima ensinando, mas até o básico poderia ter sido útil.

Rose deixou o diário onde estava e pegou a nécessaire. Era pesada e parecia estar cheia de objetos frágeis, a ruiva a colocou em cima da cama de Catherine com cuidado antes de abrir.

Poções. Muitas poções e alguns remédios trouxas,

Rose reconheceu alguns, a que sua mãe usava quando estava passando mal, a que se parecia com o suplemento de ferro que Victoire usava. Nada ali tinha nome, Catherine havia arrancado.

— Rose? — a Malfoy a chamou fazendo com que a ruiva tomasse um susto. Por sorte a voz vinha de dentro do banheiro e a porta estava fechada. — Pode pegar minha toalha? Deixei em cima da minha cama.

Rose suspirou de alivio, podia sentir seu coração acelerada.

— Claro — disse com a voz mais calma que conseguiu.

Guardou as coisas de Catherine do jeito que as encontrou antes de entrega-la a toalha.

Agora a garota tinha mais perguntas ainda, e não parecia estar chegando perto das respostas.

***

Isabelle Morgenstern se levantou irritada do sofá. Ela não ligava para os sonserinos que a encaravam descaradamente, a garota só queria que alguém fosse sincero com ela pelo menos uma vez.

— Por que você insiste em manter isso em segredo — a loira encarava um Scorpius Malfoy entediado que tentava ler o Profeta Diário. Ela arrancou o jornal das mãos do garoto e o tacou na lareira. — Eu sou sua amiga!

— Se é isso que você quer ser.

Isabelle não conseguia mais segurar as lágrimas de raiva que insistiam em cair. Ela não conseguia entender por que se aproximou do Malfoy quando tinha onze anos, ou por que se apaixonou.

— Eu estou aqui por você, sempre estive — a loira esperou que o garoto a encarece, mas ele não a encarou. — Você precisa de mim!

Scorpius continuou sentado, sem mostrar nenhum interesse no rumo daquela conversa.

— Eu não preciso de você, Isabelle — disse antes de se levantar. — Na verdade, ninguém precisa de você.

Scorpius se retirou, subindo até o seu dormitório e deixando uma Isabelle Morgenstern estática para trás.

E pela segunda vez no mesmo dia foi desprezada por um sonserino.