Chapter 7: Demons

Rose Weasley começou a guardar os livros. Scorpius Malfoy estava com a cabeça encostada na mesa, sua respiração era tranquila e a garota deduziu que ele estava dormindo. Rose revirou os olhos, era bem a cara do Malfoy cair no sono no final da aula.

Não resistiu e observou o loiro mais de perto. Ele parecia um anjo dormindo, ao contrário do que era quando estava acordado.

A ruiva se pego analisando o garoto por vários minutos. Ela segurou a vontade de tocá-lo, passar as mãos por seus cabelos, tocar cada detalhe de seu corpo.

— Gosta da vista? — perguntou Scorpius fazendo com que Rose se assustasse e desse um pulo para trás. O garoto abriu os olhos e levantou se espreguiçando.

Rose não respondeu, estava muito constrangida para dizer algo.

— Venha comigo — Rose encarou Scorpius confusa.

— O quê?

— Venha. Comigo — repetiu pausadamente e sem esperar pela resposta da garota, foi embora.

Rose não sabia o que fazer, porém estava tão curiosa que resolveu seguir o loiro.

Os dois caminharam silenciosamente pelos corredores de Hogwarts até chegarem a torre de astronomia.

— Que clichê — a ruiva pensou em voz alta a primeira coisa que veio na sua cabeça.

— Perdão? — Scorpius a encarou com um semblante confuso no rosto.

Rose caminhou até a grade e olhou para baixo. Estava tão escuro que mal dava para ver o terreno de Hogwarts. A ruiva supôs que deveria estar dormindo, então torceu para não encontrar Molly Weasley II no caminho de volta para o salão comunal da Grifinória.

— A torre de astronomia é um lugar preferido dos romances clichês — Rose suspirou e encarou o loiro. — Você vai me dizer algo bonito e nós vamos fazer amor sob as estrelas.

— Eu não estava planejando — o Malfoy fez uma careta como se as palavras tivessem um gosto ruim. — Fazer amor com você — sorriu de lado — Mas se soubesse que era tão fácil teria tentado antes.

Rose revirou os olhos. Scorpius Malfoy idiota estava de volta.

— Por que estamos aqui? — indagou a Weasley mudando de assunto.

Scorpius caminhou até onde a garota estava e olhou para cima, para as estrelas.

— Eu tenho nome de uma constelação — começou o loiro. — Acho que se você tem o nome de alguém ou de alguma coisa, ou você a ama ou a odeia. Eu amo as estrelas.

A ruiva não sabia o que dizer, ela já havia percebido que era muito fácil perder as palavras com as coisas que Scorpius dizia.

— Catherine odeia Catherine de Aragão.

— Mas ela é incrível! — Rose não conseguiu se segurar.

O loiro soltou uma risada, ele nunca havia rido com ela dessa maneira.

— Cath acha que não dá muita sorte, ela quer se casar com o homem perfeito e não com um idiota e ser obrigada a se divorciar.

— Você quer que ela se case com o cara perfeito?

Scorpius faz uma careta incrivelmente fofa.

— Prefiro que ela fique solteira para sempre.

Rose encosta o ombro no do Malfoy de leve e riu.

— Ciumento.

O loiro sorriu como se tivesse se recordado de algo.

— Eu fico imaginando que um dia vou ser apresentado ao namorado dela — começou sem encarar Rose, ele olhava de forma pensativa para a escuridão na sua frente. — E a primeira coisa que eu vou pensar vai ser: “Será que eles já transaram?”

A ruiva acabou rindo. Scorpius a empurrou de leve pelo ombro, como se quisesse mostrar que aquele era um assunto muito sério.

— Eu não sou uma pessoa muito sociável, você sabe — admitiu e Rose se segurou para não concordar. — Porém duvido que um dia iriei gostar do cara que está comendo a minha irmã.

— Não fale assim!

O loiro riu antes de se virar para encarar a garota do seu lado.

— Tudo bem. “Fazer amor.”

— Você é um bobo.

— Bobo? — Scorpius arqueou uma das sobrancelhas, e fingiu estar sério, contudo sorriu de lado. — Estou me sentindo incrivelmente ofendido.

— Você deveria! — disse. — E você também vai namorar alguém um dia, e vai ter que conhecer a família dela — começou Rose — Aposto que os homens da família dela vão sentir o mesmo.

O Malfoy ficou sério, e a ruiva pensou ter dito algo errado.

— Nunca vou namorar, ou me casar.

Rose revirou os olhos. Ela não acreditava que ele estava de volta com o assunto: Eu não amo ninguém.

— E a Emily? — perguntou lembrando-se da colega de quarto que nutria sentimentos pelo o Malfoy, mesmo depois de levar um fora.

— A gente só transou por alguns dias. — ele disse como se aquilo fosse tão normal quanto tomar banho. Rose se sentiu enjoada.

— Eu tenho que ir — a garota se pronunciou depois de uns segundos em silêncio. Ela não se sentia muito confortável naquele lugar.

Ela se virou para ir embora, entretanto não foi muito longe. A mão de Malfoy agarrou o braço dela.

Rose virou-se e sentiu seus lábios sendo pressionados contra a boca fria do Malfoy. O beijo não durou muito, mas foi o bastante para deixar a ruiva confusa e querendo mais. Rose não sabia que era possível sentir tanta vontade de beijar alguém.

— Boa noite — ele sussurrou antes de se virar e voltar a encarar as estrelas, de costas para a garota.

Rose não fazia ideia de como agir, mas entendeu que deveria ir embora.

No caminho até seu dormitório ela não conseguiu pensar em mais nada a não ser a sensação dos lábios de Scorpius Malfoy conta os dela.

Por sorte não encontrou ninguém no caminho.

O quarto estava quieto. Todas as meninas dormiam, menos Molly que estava fazendo a ronda.

A garota tomou um banho e foi dormir tentando fazer menos barulho possível. Não queria ter que mentir para Emily sobre onde ela estava.

Foi dormir ainda pensando no Malfoy e se sentindo a garota mais idiota do mundo. Rose nunca gostou muito de histórias clichês, mas ela estava agindo como uma protagonista de uma.

Rose se levantou assim que ouviu batidas em sua janela. Ela olhou para as colegas de quarto, Mackenzie, Molly II, Emily e Catherine dormiam calmamente em suas camas.

Na janela havia um garoto loiro de olhos cinzas que montado em sua nimbus 2023.

— Scorpius, o que está fazendo aqui? — perguntou Rose abrindo a janela e sentindo uma brisa fria que lhe causou arrepios.

Ela ainda estava confusa sobre tudo o que tinha acontecido. Não imaginou que veria o loiro tão cedo.

— Eu vim te levar para um passeio noturno — respondeu ele com um sorriso galanteador. O Malfoy agia como se não tivesse a beijado horas atrás.

Se ele conseguia ignorar o beijo ela também conseguia.

— Está tarde. E além do mais amanhã tem aula — sussurrou a garota com medo de acordar as colegas de quarto.

— Por favor, Rose. É só uma noite. — insistiu o garoto estendendo a mão para ela. Rose pensou um pouco antes de aceitar a mão do garoto e montar em sua vassoura.

— Isso é seguro? — perguntou ela enquanto voavam. Ela não era uma grande fã de quadribol.

— É claro que... — Scorpius fez uma manobra arriscada fazendo Rose gritar e se segurar nele com mais força. Ele começou a rir.

A Weasley estava incrivelmente confusa com a facilidade que o Malfoy mudava de personalidade.

— Nunca mais faça isso! — repreendeu a garota. — Onde estamos indo?

— Para os jardins — falou ele pousando a vassoura nos jardins de Hogwarts.

Scorpius deitou na grama com as mãos atrás da cabeça. Ele fez um sinal para que ela deitasse também.

Rose hesitou um pouco, mas acabou se deitando na grama. Com uma distância segura do Malfoy, é claro.

— Por me trousse aqui? — perguntou a garota curiosa.

— Queria conversar — respondeu Scorpius sem encará-la.

Os dois ficaram assim por um tempo até que Scorpius a olhou analisando cada detalhe dela, observando as estrelas. Ele queria que o rosto de Rose Weasley ficasse para sempre na sua mente.

Rose o olhou e corou no estante que percebeu que ele a olhava.

— Que conversa interessante — comentou a garota, tentando ignorar o fato dele estar a encarando.

— Você está certa — concordou sem desviar os olhos. — Essa conversa está uma merda.

— Então por que me trouxe aqui se não quer conversar?

— Você fica linda corada — falou o garoto sem responder a pergunta. Mas rapidamente fez uma careta, porque não era aquilo que ele planejava dizer. Não era todo dia que as palavras escapavam da boca dele desse jeito.

A garota se levantou apressada.

— Acho melhor voltarmos, está tarde.

Scorpius Malfoy suspirou triste e se levantou, mas antes que eles pudessem montar na vassoura de novo, ele pegou o rosto de Rose com as mãos. Ela era tão frágeis como porcelana, assim como todos os outros eram. Scorpius sabia que poderia quebrá-la com apenas um dedo. Rose fechou os olhos, ele podia sentir o coração dela acelerado através do seu pijama.

Então ele a beijou. Não apenas um encostar de lábios, mas sim um beijo de verdade, como aqueles que Rose via em filmes trouxas.

O primeiro beijo de Rose havia sido com um lufano no segundo ano, por pressão das amigas. Foi um completo desastre. Naquele dia Rose decidiu que odiava beijar. Era uma coisa estranha que não fazia muito sentido.

Porém o beijo de Scorpius era diferente, era calmo e romântico. Ele a segurava com delicadeza, como se tivesse medo de quebrá-la.

Rose sentiu que ia cair. Contudo ele a segurou pela cintura e a deitou no chão, sem quebrar o beijo.

Quando eles se separam Rose estava ofegante. O loiro encostou a testa na dela e ele também respirava com dificuldade.

A ruiva não sabia o que dizer, ou o que fazer. Ela deveria beijá-lo? Porque ela queria.

Antes que conseguisse raciocinar direito, o loiro atacou o seu pescoço. Ele espalhou vários beijos no local e Rose gemeu quando o sentiu dar um chupão no seu pescoço.

Scorpius parou os beijos quando chegou na blusa da garota.

Rose soltou um suspiro quando o garoto arrancou a blusa do seu pijama rosa. A garota corou mais ainda quando lembrou que estava sem sutiã. Ela, com toda a certeza, não estava pensando direito, segurou a vontade de cobrir os seios com os braços.

Ele roçou os lábios na orelha dela.

— Tem certeza que quer fazer isso?

A garota não encontrou fôlego para responder então moveu a cabeça afirmando.

A boca de Scorpius passou pelo pescoço dela, mas ao invés de descer, ele a encarou. Rose reprimiu um grito. Os olhos do garoto não eram mais cinzas ao invés disso eles estavam completamente pretos. Asas saíram de suas costas rasgando sua camisa, as asas também eram pretas com os seus olhos.

Scorpius Malfoy parecia... um demônio.