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São pensamentos que ele tem uma noite ao fitá-la terminar o trabalho no laboratório. 

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Ele a observa pelo canto do olho, mãos casualmente postas nos bolsos de suas calças enquanto permanece encostado na parede.

Normalmente, o garoto estaria no meio de uma reclamação meio fingida de que Crystal demorava muito para largar de suas pesquisas, sério, você devia tentar coisas novas e se divertir mais, garota séria; mas naquela noite em especial, vê-se impossibilitado de fazer isso.

Gold não acha que a garota sabe justamente o quão bonita ela é. Por Arceus, Crystal provavelmente passou o dia inteiro escrevendo relatórios e fazendo pesquisas, e o estado levemente desgrenhado de seu cabelo comprova que não dera muita importância para como estava sua aparência. E, mesmo assim, só o ato de olhá-la continuar a escrever em sua mesa, nem tendo percebido sua presença, consegue tirar todo o ar de seus pulmões.

Talvez seja o modo como os olhos azuis claros dela estão dispostos sobre o papel; focados a terminar o que quer que seja que estava fazendo. Como suas sobrancelhas estão levemente franzidas, como ela está mordendo o lábio inferior. Ele poderia abaixar os olhos e apreciar a curva que seu corpo faz por baixo das roupas do laboratório, como sua saia rosa está levantada suficientemente para revelar sua pele clara; mas nada consegue o fazer desviar o olhar de seu rosto.

Crystal é bonita quando direciona esses olhares determinados para seus trabalhos, pokémons que está prestes a capturar. Ela é bonita quando está com as crianças do orfanato, quando está levemente envergonhada quando a agradecem por um trabalho bem feito. Ela é bonita quando sorri, quando está com raiva, quando acaba de ganhar uma batalha acirrada.

E isso tudo é tão estúpido; porque parece tão óbvio para Gold, nesse momento, o quão bonita ela era por tantas coisas diferentes além das razões que ele provavelmente a elogiaria anos antes. Quando a vira pela primeira vez, Crystal era uma garota de sua idade com boa aparência e um rosto bonito; mas agora ele sabia justamente o que estava perdendo ao só olhar pelo lado de fora.

Não importa o quão deslumbrante aquela garota poderia ser, ela conseguia ser ainda mais por dentro.

— Gold?

Ele distrai-se de seus pensamentos quando ouve uma voz familiar, e percebe que Crystal está o observando curiosa. A caneta que antes usava furiosamente para escrever está posta por cima da mesa, indicando que ela terminara.

— E aí, garota séria. - O garoto deixa-se sorrir de canto para ela. - O que acha de uma noite de descanso? Eu tenho pipoca e aquela sua trilogia favorita aqui comigo.

A garota pisca por um segundo, antes de abrir um sorriso largo em resposta.

— Acho uma ótima ideia.

E, como ele já esperava, ela era a mais bonita de todas quando estava feliz.