Jogos Vorazes escrita por Tooom


Capítulo 6
Meu segundo dia de treinamento. Conhecendo diabos.




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Novamente, eu acordo pela madrugada, e tive outro pesadelo, que agora era Zoey que tinha sido morta nele, e como na noite passada, tentei desviar esse pensamento da minha mente, e fui sair para beber água, onde, novamente, encontrei Zoey, que dessa vez não estava chorando, mas ainda estava com uma cara triste. Aquilo era muita coincidência para dois dias seguidos. Ah, o destino, não é? Faço algum pequeno barulho para não assustá-la, e então ela olha, e diz:

-Você de novo?

-O que eu posso fazer? Tive outro pesadelo. – respondi. Fui para a cozinha rapidamente e voltei com um copo de água. Sentei ao lado dela e disse novamente – Desculpe de novo aquele dia, é que, não sei...

-Eu também peço desculpas. Além do mais, eu não devia te tratar dessa maneira, afinal, somos parceiros, não é?

-Sim, parceiros – ela novamente me abraçou, e não cessei, e então ela perguntou:

-Fica aqui até eu dormir?

-Claro – respondi para ela. Zoey levanta a cabeça, e então me dá um selinho, e um sorriso, então voltamos a ficar abraçados e ela fecha os olhos. Eu estava sonhando ainda? Era uma coisa que eu sempre quis, e com poucas palavras, o jeito dela me enlouquecia, e acho que eu estava gostando dela, mesmo em tão pouco tempo.

Ela finalmente tinha adormecido, e então eu a levei ao meu quarto, porque a porta do dela estava fechada, e a minha aberta, então a deixei no meu quarto. Coloquei um cobertor, nela, e fiquei ao lado dela vendo se ela não iria acordar. O ruim foi que eu adormeci também, será que iam estranhar? Ah, nossa!

De manhã, finalmente, eu acordo e quando olho para o lado, percebo que ela não estava mais lá. Deduzi que Zoey acordara mais cedo como sempre e começou sua refeição. As mesmas coisas que eu fiz no dia passado, eu fiz nesse. Me arrumei, fiz minhas necessidades, e fui para a sala de estar, onde todos estavam mais calados que antes, e quando pensei em perguntar, vi a televisão ligada e vi que eles viam o programa do Caesar, falando que em pouco tempo, os Tributos iriam para a apresentação. Com o tempo isso mudou, antes, a entrevista com o apresentador era antes dos treinos, agora é depois. A Capital, não é... Não me importei muito com isso, e fui para a mesa. Desejei bom dia a todos e comecei a comer. Olhei para Zoey, e ela sorriu para mim, e retribui. Continuei comendo, até que quando terminei, escovei os dentes, tomei um banho, e logo em seguida vesti as roupas de treino e novamente esperei Zoey terminar, e quando ela veio, nós fomos em direção à arena.

Parecia que nós tínhamos chegado um pouco mais tarde hoje, por conta que já estava bem lotado.

-Eu vou ao arco e flecha, até mais – Zoey me disse. Antes de eu responder, ela foi andando até o local. Olhei de um lado ao outro, e então, só por hoje, resolvi testar minhas habilidades novamente na parte da plataforma, e resolvi ir lá.

Rapidamente eu já tinha chegado a minha vez, então eu me alonguei brevemente e subi, onde eu fiquei andando, e me cansando ainda, mas era muito bom aquilo, pois dizia que estava surtindo efeito. Cheguei até o final, esperei alguns minutos, e então eu fui novamente. Passei por completo, mas quase caindo, mas passei. Alguns minutos, e fui de novo.

Depois de umas cinco tentativas, já achei que estava bom o suficiente. Fui para o treino de espadas, onde eu ma saí relativamente bem, e quis continuar lá. Ontem eu tinha ido mais ou menos, hoje eu queria me sair melhor, então dei meu máximo no treino, coisa que eu ganhei de um cara do Distrito 1, mas com certeza ele estava pegando leve comigo. Eu estava imaginando isso, quando ele pediu uma revanche. Dei um sorriso e meu pressentimento estava certo. Ele começou a lutar de verdade, parecendo que não queria esperar para a arena, mas eu estava firme e forte ali, pois eu não podia morrer agora. Por pouco eu desviei de muitos dos ataques de Alexander – que fui a descobrir o nome do carreirista do Distrito 1 depois –, e outros eu realmente conseguia. O ruim foi que acabou empate, mas eu acho que me saí muito bem, eu digo, eu me empatei com um carreirista, não é? Saio do local para ir ao lançamento de lanças, onde eu queria ver se no dia passado foi só azar ou realmente eu não tenho habilidades nisso.

Ah, que coisa boa, pensei. A carreirista do Distrito 2 estava lá. Ela se chamava Linda, e entendi o seu nome, eu digo, ela realmente era bonita, e não parecia ter uma cara assim tão ruim, mas as aparências enganam, não é? Ela olhou para mim e deu um sorriso maléfico, quando ela disse:

-Topa um desafio? – olho para ela um pouco assustado, e respondo:

-Na verdade, eu ia só treinar...

-Eu não me importo e não quero saber, se não for, vai ser tachado de covarde – ela pegou num ponto fraco meu. Eu odeio, digo, odeio ser chamado de covarde. Olhei para ela determinado, peguei uma lança e disse:

-Pode começar.

Ela nem hesitou e já foi dando uma investida. Sinceramente, eu não sei como defender aquilo, então me afastei e tentei atacá-la, o que não surtiu efeito nenhum e ela desviou e com um movimento bem rápido, ela veio para trás de mim e apontou a lança para o meu pescoço. Aquilo foi bem rápido.

-Fácil – ela fala num tom de deboche, e olho para ela com os olhos semi-serrados. Mas então me acalmei um pouco mais, e fui tentar ir para outro lugar que me dei mal ontem, para ver se eu tinha sorte hoje, coisa que eu achava que não, e imaginava ter um pressentimento de que algo ruim estaria lá.

Como eu estava correto. O tributo do Distrito 2 e a tributo do 1 estavam lançando facas fortemente, e cravando fixamente nos alvos. Eu estava ali, e não queria ser chamado de covarde novamente. Peguei algumas facas, segurei na lâmina, mirei num alvo e tentei acertar. Aconteceu que cravou no ombro do alvo, e a faca caiu rapidamente. Eu estaria morto na certa se eu fosse acertado por uma faca daquelas por algum dos dois. Sem esconder, eles riram de mim, e ouvi um covarde. Meu amigo, eu dei um sorriso, suspirei, e então segurei a lâmina de outra faca com mais força, quase cortando meus dedos, e lanço-a contra um alvo. Ele crava bem, mas não num lugar bom, eu quase saio da mira, pois eu soltei sem pensar. Eles olharam, e pararam de rir um pouco, mas ainda riam. Deixei isso pra lá, e antes de eu sair, a menina do Distrito 1 fala:

-Muito bom para um covarde – parei rapidamente. Virei para ela e disse:

-Você só tem coragem de falar isso aqui? – então me virei e fui embora. Eu ia morrer com certeza na arena. E especialmente por ela. Eu devia estar louco em enfrentar uma carreirista, mas o que passou, passou – e eu me arrependo amargamente disso. Resolvi ir ao arco e flecha, mas aí o sino tocou e disse que era a hora do almoço.

Eu e Zoey estávamos de volta depois de uma hora de descanso. Ela se dirigiu para outro lugar, e eu fui para o arco e flecha. Lá, eu encontrei simplesmente todos os Carreiristas. “Hoje não é meu dia de sorte...”, pensei. Eles olharam para mim e deram um sorriso. Olharam para os alvos e atiraram. A maioria parou no centro do rosto, e outros foram embaixo. Suspirei de nervosismo, mas tentei me acalmar. Peguei um arco e uma flecha, e mirei no alvo. Suspirei lentamente, e então soltei. Por pouco, a flecha não parou no centro do alvo. Sorri do meu próprio resultado, mas eu pensei que era sorte. Tentei outra vez, e realmente foi sorte. A última tentativa bateu na coxa do alvo. Outra flecha, no coração. Outra, na mão. Outra, quase acertou um Tributo. Outra, finalmente no meio da cabeça. Suspirei de alivio, e percebi que estava melhorando. Resolvi continuar lá por um tempo, até que eu finalmente fiquei exausto do arco e flecha. Saí do local, e vi os Carreiristas rindo. Ah, já estava acostumado. Certo, eu me dei bem na espada e no arco e flecha. Lança, nem pensar, faca, digo o mesmo. Então eu era bom em três coisas: espada, arco e flecha e resistência. Será que seria o suficiente para os Jogos? Eu realmente esperava que sim. Tentei procurar Zoey, porque estava bastante cansado, e antes de voltar para qualquer coisa, queria ver como ela se saia. Ela estava na parte de armadilhas, onde ela fez uma perfeita que geraram palmas. Sua armadilha era de uma mochila solta em qualquer lugar, como foi ontem, mas quando alguém pegava, uma faca ia descendo por cima da cabeça, e cravava nela. Zoey sorriu satisfeita, e olhou para mim. Eu meio que aprovei, e ela deu um sorriso.

Já me sentia descansado, então me despedi de Zoey e fui para a área de espadas, treinar mais um pouco, por sorte, nenhum dos diabos (apelido carinhoso que eu dou aos Carreiristas) estavam lá. Treinei com um menino chamado Tony, do Distrito 6. Ele era um bom lutador, mesmo seu Distrito sendo o do transporte, o que não tem nada a ver, mas acontece que eu acabei ganhando, e ele pareceu muito humilhado. Toco no seu ombro e tento confortá-lo:

-Você é bom, acredite – com essas pequenas palavras, ele pareceu ficar convencido, e então se sentou com um olhar mais confiante. E não é que ele melhorou mesmo? Ele venceu a outra luta que ele fez. Dei um sorriso para ele, e ele retribuiu. Eu disse – Está vendo?

-Obrigado – Então ele ficou sério, e se lembrou de algo, ou ao menos parecia isso, e então se virou para observar a luta, e ficou quieto. Olhei para ele desconfiado, mas nem liguei. Fui para a parte de arco e flecha para melhorar. Até que agora a maioria não era só sorte, realmente eu tinha melhorado. Passei o resto da tarde lá, quando vi que o sino tocou e o penúltimo dia de treinamento acabou. Amanhã seria o último, e depois a entrevista com o Caesar. Logo após esse dia, seria a apresentação de suas habilidades aos Gamemakers. E finalmente, para a infelicidade de todos (menos dos Carreiristas), seriam os Jogos. Aquilo me deixou um pouco nervoso, mas tentei ignorar. Encontrei Zoey, e quando ela ia falar algo, eu respondi:

-Você se saiu muito bem na armadilha, parabéns – Ela ficou corada, e então respondeu:

-O-obrigado.

Ambos estávamos muito suados, e então ela falou para mim no elevador (estávamos sozinhos):

-Apareça de madrugada novamente lá na sala, eu quero conversar sobre algumas coisas.

Fiquei nervoso sobre isso, mas assenti. Fiquei pensando sobre o que ela iria conversar, e então tentei relaxar. Ela olhava para a porta do elevador, e percebi que ela estava... Ela estava tremendo. Zoey voltou os olhos para mim, e me abraçou. Coloco meus braços, envolta dela e ela fala:

-Os carreiristas do Distrito 1 pediram para eu fazer alianças com eles, e eu rejeitei. Então eles falaram que eu ia sofrer pela minha resposta. Me ajude, Perseu! – olhei tristemente para ela, e então falei:

-Eles não irão encostar um dedo em você, e se encostarem, eu juro que matarei todos. É uma promessa. Abracei-a mais forte, para ela se sentir que estava protegida, o que eu esperava que ela realmente se sentisse assim, pois eu estava fazendo o máximo para ajudar. – É uma promessa... – repeti. O elevador parou, e então ela para de me abraçar e seca as lágrimas. É óbvio, ela tinha que manter seu orgulho de pé. Mas eu sabia que debaixo daquele orgulho, havia uma garota inocente, um lado que estava se despertando com o tempo, o que não era ruim. Eu realmente não deixaria nada acontecer com ela, era uma promessa que eu fiz para mim mesmo e para ela.

Chegamos no apartamento, e ela logo se dirigiu para seu quarto, e eu para o meu. Tirei aquelas roupas e deixei no lugar de sempre, eu sabia que alguém viria e iria cuidar delas. Pego uma toalha, roupas de casa que dessa vez eram vermelhas, e fui ao banheiro.

Passei realmente muito tempo lá, e percebi que estava mais cansado que nunca. Devia ser porque dessa vez eu duelei e o tempo passou mais devagar. Saio da banheira, me enxugo e coloco as roupas. Saio do quarto olhando de um lado ao outro, e fui à mesa, e, não preciso repetir, não é? Mas vou mesmo assim. Comi de tudo um pouco, e um pouco mais porque eu estava com mais apetite do que o normal. Nossa, se no treino é assim, imagina nos Jogos. Tentei desviar isso da mente, porque o momento não era para isso. Zoey chegou e sentou ao meu lado, já estava banhada e arrumada para ficar em casa. Dante ligou a televisão e estava passando o programa do Caesar.

Então, povo da Capital, só faltam dois dias para que eu comece a entrevistas os Tributos, hein?! O que acham disso?! Muito bom! Hahaha. Agora falando sério, eu estou muito ansioso para conhecê-los, quero dizer, quero realmente ver do que são capazes. E no meu programa, é uma boa forma de arranjar patrocinadores. O que acham disso também?! Isso, isso, concordo com todos! HAHAHA!

Ele era feio. Assim, o cabelo dele era preso num rabo de cavalo, e seu cabelo era azul. Amigo, aquilo é muito feio, não concorda? Ainda assim, fiquei observando ele falando com alguma pessoa que estava lá sobre os Jogos desse ano e outras baboseiras. O riso de Caesar até que era bem engraçado, e não pude deixar um pequeno riso escapulir, e todos pareciam que tinha concordado comigo mesmo sem eu ter falado nada. Olho para todos, e me seguro para não rir novamente, então volto a comer.

Quando finalmente acabou, eu fui para o quarto, desejei boa noite à todos, e então escovei os dentes para não dormir. Eu não iria conseguir dormir por conta que Zoey me avisara sobre eu ir de madrugada para a sala para conversar. Ainda me perguntava sobre o que ela queria dizer, e sabia que não era só sobre o convite dos Carreiristas. Eu já tinha uma idéia do que fazer para ela não ser morta de primeira, e iria falar para ela de madrugada. Fiquei assistindo a televisão que ficava em cima da porta do meu quarto, com o ar condicionado ligado e três cobertores sobre mim.

Eu realmente não tinha dormido, e quando eu apareço na sala de estar, Zoey fala:

-Finalmente.


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