Jogos Vorazes escrita por Tooom


Capítulo 18
Capítulo 18 - Volta ao Distrito




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Nos sentamos nas cadeiras, e Caesar esperou o público parar de aplaudir, até que ele começou.

-Então, Perseu, nos conte como foi aqueles dias na arena.

-Bom, foram difíceis e tensos. Seus sentidos parecem que se aguçam, já que você está num jogo de vida ou morte, então não é tão legal assim.

-Huum, eu entendo. E sobre os Carreiristas, você fez um show!

-Obrigado...

-Tinha que possuir um nome de um herói grego, não é, pessoal?! HÁ-HÁ!

-Obrigado...

-Então, continue – Eu ia continuar, mas você vive me interrompendo.

-Bom, eu acho que realmente foi difícil a situação lá, principalmente com os Carreiristas, mas eu fiz o meu melhor, e protegi até o máximo que pude Trevor e Zoey... – Minha voz falhou um pouco. Eu sou muito sentimental!

-Uh, parece que tocamos num assunto delicado. Você gostaria de contar como foram os dias com seus dois companheiros de equipe? Soube que fazendo aliança com Trevor, muitos patrocinadores se interessaram.

-Claro, eu conto... Bom, parecia que estávamos mais num acampamento, pois conseguíamos por algum tempo esquecer de que estávamos num local em que qualquer minuto podemos morrer, mas foram bons momentos, que... – fechei os olhos, não iria deixar as lágrimas descerem. Até que me dei conta de que um dia eu teria que superar a morte dos dois. Eu não posso passar o tempo todo, todo o dia, chorando por alguma pessoa próxima minha. Sim, ela foi próxima, ela foi importante, mas não vai valer a pena chorar sempre. Temos que entender que um dia tudo se vai. Suspirei uma vez, abri os olhos e falei – Momentos que não vão voltar. Mas eu vou superar, eu tenho certeza. Não vale a pena ficar chorando eternamente por uma pessoa importante.

Aplausos.

-Muito bem, Perseu, muito bem. E eu também gostei muito da sua atuação de quando matou o Carreirista. Eu me senti nervoso, vendo como seria o desfecho daquilo, quem finalmente iria ganhar, e eu não fiquei tão impressionado ao saber que foi você, mesmo nervoso antes, já que você foi um ótimo jogador!

-Obrigado, Caesar.

-Agora, eu quero que me fale uma coisa, como será voltar ao Distrito?

Pensei bem, eu até esqueci que tinham os Distritos, já que eu passei tanto tempo fora do meu. Pensei bem, e então respondi.

-Vai ser muito bom. Eu estou louco para reencontrar minha família, e principalmente confortá-los de que eu fiquei bem, eu sobrevivi. Eles vão ficar orgulhosos de mim.

-Eu também imagino isso. Bom, nossa! Já se passou tanto tempo assim?! NOSSA.

Aquele homem com certeza  possuía problemas.

-Então – ele continuou -, gente, é triste, mas agora temos que nos despedir de Perseu. Eu sei, eu sei, mas ele precisa voltar para casa.

Ele se levanta e eu também, então ele novamente me cumprimenta, mais forte ainda, e levanta minha mão.

-O VENCEDOR DESTA EDIÇÃO DOS JOGOS! ISSO! HAHA! – Eu dou um sorriso e começo a acenar um pouco para eles. Então, eu finalmente vou embora.

-Muito bom! – Juvia gritou e foi me abraçar. Ela volta a olhar para mim e diz – Eu sentirei sua falta, Perseu. Você foi bom em tudo, estou muito orgulhosa de você.

Ela também era doidinha, mas então eu assinto e abraço ela.

-Eu também sentirei sua falta, Juvia. Adeus. – Tentei expressar um sorriso, acho que consegui.

Então eu tive que ir embora. Okay, okay, eu admito que iria sentir falta da Juvia! Não vão jogar na cara mais tarde. Dante e eu entramos no carro e ele nos levou até o trem novamente, onde, no caminho, Dante disse que minhas coisas já estavam prontas.

No trem, eu tinha me arrumado e estava com uma roupa típica que eu usava no Distrito. Eu estava um pouco nervoso para voltar para lá, da mesma forma que eu estava nervoso ao vir para a Capital. Sentei num sofá, ao lado de Dante. Não estávamos trocando uma palavra faz um período de tempo.

Passaram-se algumas poucas horas, até que pude ver o mar. Eu, automaticamente, me senti em casa. Relaxei bastante, ao ver o mar, e então o começo do meu Distrito. Olhei para Dante, e ele só estava sorrindo. Suspirei algumas vezes, e murmurei um “lar, doce lar”. Então finalmente o trem parou, e pude perceber que eu ouvia gritos, aplausos... Eles já estava lá. Dei um sorriso e peguei minhas coisas, até que eu e Dante saímos juntos da plataforma do trem e fomos até uma espécie de palco, onde todas as pessoas do meu Distrito estavam aplaudindo a minha presença. Aplaudindo a minha vitória. Eu falei ao Caesar que eu iria deixar meus pais orgulhosos, mas parece que eu estava errado. Não eram só eles que ficariam felizes, e sim o meu Distrito inteiro. Eu não pude deixar de sorrir, e então Dante levanta a minha mão e todos gritam mais alto.

-Perseu! Perseu!

Dei um sorriso maior ainda, até que mudou para:

-Vencedor! Vencedor!

Daqui a pouco, novamente, e gritaram outra coisa:

-Distrito quatro! Distrito quatro!

Eu realmente não conseguia me conter e comecei a gritar Distrito quatro igualmente, até que Dante também falou. Então, em meio a multidão, eu vi meus pais e minha irmã chorando de alegria, e eu não pude me conter. Eu me emocionei, e lágrimas caíram do meu rosto também. Logo, rapidamente saímos do palco e alguns guardas pegaram minha família, outros guardas pegaram Dante e eu, e nos levaram para algum lugar, onde Dante sussurrou que era a vila dos vencedores.

Eu não podia acreditar que eu estava num local tão bonito como aquele. O local não deixava de ficar perto da praia, e ainda era rico. Achei que as pessoas de todos os Distritos poderiam morar assim também, mas aquela vila era só a dos vencedores, então não dá certo. Todas as casas eram imensas, bem pintadas, modernizadas e com mais de um andar, a maioria. Me despedi de Dante, quando ele foi para a sua casa, já que ele já venceu uma vez e morou lá, não é a toa que ele é meu mentor.

-Até alguma hora, Perseu.

-Até – respondo. Então os guardas levaram minha família e eu até uma casa com um andar, onde era pintada de um verde mar por fora, e o teto era azul. Sempre com um tom colorido da Capital. Entramos na casa, e vimos o quanto ela era ampla. Simplesmente nos apaixonamos por aquela casa, só em sonho viveríamos ali e, finalmente, o sonho virou realidade. Os guardas foram embora, nos deixando ali. Só no térreo, tinha uma TV imensa, uma mesinha de pé, uns sofás altamente confortáveis, uma cozinha e um banheiro. Imaginei que o primeiro andar eram os quartos. Então me dei conta de que não tinha falado com minha família até lá e abracei todos de uma vez, num abraço muito confortável. Eu achei há algum tempo que eu nunca mais falaria com eles, mas eu iria. Eu vou. Comecei a chorar um pouco mais, igualmente à eles.

-Estamos tão orgulhosos de você, filho, tão orgulhosos. Eu sabia que você era capaz, eu sabia. – Minha mãe falou.

-Exatamente, e espero que tenha usado meu conselho. – meu pai respondeu.

-Sempre, pai. – eu falei para ele.

-Muito bem, maninho. – minha irmã falou. Dei um sorriso e acariciei sua cabeça.

-Obrigado. Obrigado.

Voltamos à um abraço por um tempinho. Então, peguei minha mala e coloquei no meu quarto, no andar de cima. Ele era exatamente com o do prédio da Capital, tinha um banheiro, um armário gigante, o controle geral, uma TV, ar condicionado, cama de casal... Dei um sorriso, e achei legal eu ter uma pequena lembrança de lá. Ora mais, eu gostei da Capital, não necessariamente eu tenho que gostar dos Jogos.

Voltei para a sala de estar, onde minha família estava lá novamente. Sentei no sofá ao lado do meu pai e ligamos a TV, onde o programa do Caesar passava. Era o tempo todo, só podia.

-Pouco tempo atrás – ele começou –, eu tive uma entrevista com um garoto do Distrito 4. Ele era bem interessante, mostrando confiança, mas também um pouco de nervosismo. Ele foi para os Jogos, e ganhou, e então, poucas horas, eu tive outra entrevista com ele, onde ele revelou muitas coisas, e percebi que a pessoa nervosa que eu entrevistei, era a pessoa que mereceu ganhar aqueles Jogos, com seu esforço imenso. Seu nome era Perseu Bullivard! E, se você estiver assistindo isso agora, Perseu, sempre lembre de mim, Caesar. Há-há. Eu sempre lembrarei de você, assim como eu lembro de todos os outros vencedores que eu pude entrevistar com esse tempo.

Desligaram a TV e meus pais e minha irmã sorriu para mim. Sorri igualmente.

Fiquei imaginando se minha vida seria boa ou ruim naquela vila, o que eu esperava que fosse boa. Agora eu te alerto, cuidado, se você tiver mais de doze anos de idade, você pode ser escolhido. Use todas suas sabedorias possíveis, porque até um simples galho de árvore pode favorecer sua vitória. Fique atento à tudo. Eu estou te dando um conselho, foi a minha forma de sobrevivência, ficar atento a tudo. Olhe sempre nos olhos, como meu pai sempre me disse. Eles nunca mentem. Eu sei disso. E não, eu não estou me achando. Quando eu faço isso, coisas ruins tendem a acontecer comigo, se é que já perceberam. Aqui é Perseu Bullivard, Distrito quatro, catorze anos, dando adeus à vocês.

Ah, quase me esqueci: Que a sorte esteja sempre ao seu favor!


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Notas finais do capítulo

Galera, eu simplesmente não sei como agradecer à vocês por me acompanharem por 18 capítulos seguindo, lendo minha FIC. Vocês são ótimos leitores, me motivando sempre a continuar a escrever mais e mais. Eu agradeço muito a vocês! :D



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