Jogos Vorazes escrita por Tooom


Capítulo 15
Capítulo 15 - O final está próximo




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Os últimos dias comigo e com Zoey foram muito ruins. Mal trocávamos uma palavra, e quando trocávamos, era só para pedir um pedaço disso, aquilo, a garrafa, o cobertor... Estava completamente chato, e a morte de Trevor realmente nos afetou. Eu ainda continuava muito bravo com os Carreiristas zombando de nós, e por causa da morte dele, e eles pareciam nem notar que uma Carreirista tinha morrido junto com ele, o que me dava mais raiva ainda, pois eles, mesmo fazendo alianças, só se importavam consigo mesmos.

Passaram-se em torno de cinco dias, e nada de encontrar outros jogadores, e nenhuma morte. Parece que todos se escondiam nos seus devidos lugares, e só arrumavam alimentos por ali perto mesmo. Eu até não lembrava tão bem como era o som do canhão ultimamente. Eu estava de guarda num pequeno acampamento feito ao redor de algumas árvores, e Zoey foi em busca de alimentos, e eu ficava esperando. O estranho era que nunca eu podia ir buscar os alimentos.

Pouco tempo depois, Zoey chega e vejo que algumas maças e uvas estão nos seus braços. Mas tinha algo errado. Ela estava de cabeça baixa, e estava com os olhos inchados. Ela coloca as frutas numa vasilha, e se senta de costas para mim. Eu estranho muito, e vou até ela. Quando chego perto, ela vira o rosto, querendo que eu não visse como ela estava. Sentei ao seu lado, e ela ia para outro lugar, mas eu seguro sua mão. Ela olha para mim. Ela estava chorando.

–Que contar o que ouve? – perguntei. Ela demorou um tempo para responder, e voltou a sentar do meu lado, e me abraçou. Ela então voltou aos berros, mas abafando um pouco para não chamar atenção. Abracei-a também, e ficamos daquela forma por um tempo. Ainda daquele jeito, ela começou a falar:

–Eu estou com medo, Perseu, eu digo... Até Trevor foi morto. Ele era um guerreiro nato, mas até ele foi morto. Agora, depois de presenciar aquilo, eu percebi que até o mais forte pode morrer, então imagine os mais fracos! Isso está fora de controle.

Ouvi as palavras dela atentamente, e ela falou mais uma vez:

–Promete que não vai me deixar? – dei um pequeno sorriso. Acho que seria a terceira vez que eu falaria aquilo, mas por algum motivo, eu não me cansava.

–Sim, eu prometo.

Ela se levanta, olha para mim, e nossos rostos vão se aproximando, até que nossos lábios se encontram num demorado selinho. Nossos lábios se distanciam, e eu falo novamente:

–Eu prometo.

Voltamos a ficar abraçados por um pequeno tempo, até que ficamos com fome, e começamos a comer as frutas e tomar as garrafas com água. Estava um silencio imenso, mas então escutamos um barulho que faz eu, derrubar a maçã que eu estava comendo na terra. Era um canhão. Ocorreu uma morte. Eu acho que por agora, contando comigo e Zoey, tinham em torno de cinco ou seis vivos na arena. Nossa, é muito pouco pra tão pouco tempo! Mas como é que essa pessoa morreu? Carreiristas? Se for, então foi a menina do Distrito 11, Tiffany. Cinco. Eu, Zoey, Alexander, Joanne e Linda. Exatas cinco pessoas na arena. E isso era a parte mais difícil e demorada, por conta que numa floresta gigante, só tem cinco pessoas nela. Olhei para Zoey, e ela estava igualmente a mim, então imagino que ela pensou o mesmo.

–É... A do Distrito 11? – ela pergunta.

–Sim, deve ser. Os Carreiristas não vão morrer tão fácil. E também... Nossa. Fica parada, Zoey – falei para ela. Eu estava vendo uma abelha no seu ombro, e poderia picá-la em qualquer momento. Ela nem resolveu saber o que era, só ficou parada. Peguei minha espada e coloquei no ombro dela, e por sorte a abelha foi até a lâmina. Coloquei-a no chão e pisei em cima. Ela viu tudo, então percebeu que uma abelha pousou nela sem ela perceber.

–Presságio? – ela pergunta.

–Não sei... Espero que não.


Horas, horas e mais um pouco de horas se passaram e em todos os lugares, eu ouvi vozes de uma mesma pessoa dizendo:

Atenção aos Tributos ainda vivos. Na cornucópia vão haver caixas de tamanho médio para cada Tributo, então, se ainda tiver um casal de Tributos em pé, haverão duas caixas. Espero que tenham entendido, e que a sorte esteja sempre com você.

Era um dos produtores dos Jogos. Olhei para Zoey, e antes de falar algo, ela se pronuncia:

–Eu vou.

–Peraí, eu vou também. É melhor, assim um ajuda o outro.

–Tem certeza?

–Absoluta.

Ela pareceu concordar, e resolvemos andar logo antes que escureça. Ela já tinha uma flecha armada, e eu a espada sacada. Andamos aleatoriamente, mas até que foi uma pequena viagem, e conseguimos chegar lá. A cornucópia estava vazia, e nenhuma caixa foi pegue lá.

–Vai lá, eu estarei com uma flecha armada se alguém for te atacar. Boa sorte – Zoey fala para mim. Assinto, dou um beijo nela e vou devagar até lá.

Até que não estava ruim, eu ia silenciosamente até lá, e vejo que tinham duas caixas. Realmente seria difícil eu voltar e atacar alguém. Tecnicamente, Zoey estava com toda a responsabilidade por mim, mas por sorte eu chego em segurança, mas na mesma hora que eu apareço lá, os Carreiristas aparecem, e parecem bem bravos quando percebem que as caixas do meu Distrito foram pegues.

–Droga! Devíamos ter vindo mais rápido.

–Tudo bem, na próxima a gente mata.

Zoey olha para um deles, e mira a flecha.

–Não! – falei. – Não faça isso, se um morrer, os outros vão atrás da gente, e mesmo se separando, ainda uns viriam na minha direção, e outros na sua, e eu não quero me separar novamente de você.

Ela parou um pouco para pensar, e então guardou a flecha. Saímos andando de fininho, e fomos para o acampamento novamente.


Comida, roupa, garrafas com água, pequenos kits de emergências, era tudo o que tinha lá, tanto na minha caixa como na de Zoey. E por estar de noite, resolvemos aproveitar e comer algumas coisas que ali estavam. Comemos sanduíches, sucos e algumas frutas que colhemos. Foi uma boa refeição, uma boa em tempos.

Passou um tempo, e o hino tocou. Como eu e Zoey previmos, Tiffany, a menina do Distrito 11 morreu. Sim, agora só faltavam os carreiristas, e nós dois.

Passaram-se mais algumas horas, e então resolvemos ir dormir.

De noite, eu comecei a ouvir barulhos de asas, como os de uma libélula, só que bem maior e mais alto. Comecei a abrir os olhos, e vi um inseto listrado gigante. Dei um sorriso achando que era um sonho. Como eu era lesado. Foi então que uns gritos, vindo de muito longe e eu realmente acordo, e noto que aquilo era uma abelha gigante. Foi aí que eu lembrei que uma abelha pousou em Zoey. Antes da abelha se virar para me atacar, eu consigo sacar a espada e cravo nela, ela urra de dor, e eu dou um grito.

–ZOEY! PEGA AS COISAS E FOGE!

Num sobressalto ela já percebeu a situação e foi guardando tudo aquilo. Ela então começa a correr, e eu retiro a espada cravada na abelha e começo a fugir. Consigo escutar barulhos de vôo vindo na nossa direção, e comecei a acelerar. Pouco tempo depois, eu escuto um barulho de canhão. Um Carreirista morreu?! Nossa. Essas coisas são mais perigosas do que parecem. Pouco tempo depois eu paro de escutar barulhos de vôo e vejo que Zoey atirou uma flecha na abelha. Dei um sorriso e continuamos a correr.

Paramos na cornucópia, onde não tinha mais abelha nos seguindo, mas aí ocorreu um problema. Alexander e Linda apareceram na cornucópia também, sem abelhas perseguindo-os.

–Cadê a Joanne? – perguntei assim que eles me viram. Alexander deu um sorriso malicioso e disse:

–Eu a empurrei para a abelha, voltamos para aquela parte onde Trevor se jogou, e ela estava viva, mas ia morrer pouco tempo depois, e já tava bom o suficiente, ela já nos encheu. Aproveitamos a chance. Eu acho que só soaram os canhões por causa que sabia que ela iria morrer pouco tempo depois. Agora só temos nós quatro na arena. Vai ser algo bem interessante.



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