Uma Noite de Lua escrita por Giihrsouza


Capítulo 5
A Noite de Lua


Notas iniciais do capítulo

é nesse... xD



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Tive uma noite agitada por conta de ficar mexendo no canto da boca... Eu tinha tudo como um lindo sonho, mas foi real... Mamãe riscou o calendário do dia, eu ia freneticamente vê-lo, ele me beijou, ou pelo menos, quase. Da próxima vez... Suspirei, e ri para mim. O sol começava a nascer, fui então me arrumar para o treino. Enquanto vestia minha blusa, peguei-me pensando no que ele me disse, me manter segura.

            Passos apressados começaram a ecoar na casa, com certeza o clã estava em alerta, já pronta fui para o salão, meu pai ainda não estava ali, eu cheguei cedo de mais. Comecei a fazer os selos.

            -Byakugan.

            Depois em um lampejo, tudo ficou visível, eu não deixava de me impressionar, eu podia ver ate minhas costas, nunca seria surpreendida com meus olhos no Byakugan. Olhei na direção de sempre, a casa do Clã Uchiha. Tudo estava agitado. Notei movimentos vindo ate mim, desfiz o Byakugan e olhei para a porta.

            Meu pai entrou com um monte de homens, com certeza do meu clã pelos olhos brancos, todos usavam bandanas na testa, com certeza para tapar o pássaro engaiolado que cada um tinha na cabeça. Eles me olharam com curiosidade.

            -O que faz aqui Miya? – perguntou meu pai com a voz fria.

            -Treino, lembra? – Com certeza ele lembrava, eu estava um pouco adiantada, mas mesmo assim não era para tanto.

            -Claro, mas hoje não terá, está dispensada, volte a dormir.

            Segunda vez que eu era dispençada. Isso não é nada bom. Será que ele já sabia do golpe que o clã de Itachi planejava? Estavam se preparando para uma batalha?

            Não tive reação durante alguns minutos, olhei para a face de meu pai, tentando em vão encontrar algum traço que o denunciasse, não encontrei nada, por que ele era assim? Sacudi a cabeça e saí, quando cheguei ao corredor ele me chamou.

            -Miya.

            Parei na mesma hora, não me virei, ele não podia ver meu rosto torturado pelo fato de meu próprio pai desejar a morte do meu amor.

            -Arrume suas coisas, Konoha não estará muito segura para você...

            -Vai ter uma guerra? – perguntei inocentemente.

            -Creio que sim, sempre soube que teria, mas não quando... Por favor, não seja teimosa, arrume uma pequena trouxa de roupas, sua mãe e você partiram a noite.

            Não falei mais nada, fui para meu quarto, eu realmente queria perguntar para onde iríamos, mas eu tinha certeza que ele não responderia. Chegando no quarto, peguei minha mochila de viajem, ela era nova, eu a tinha comprado quando eu tinha uns sete ou seis anos, eu queria ser uma ninja, mas meu pai não deixou. Falou na época que os ninjas não eram elite, que ele mesmo me treinaria para um momento que eu precisasse.

            Tirei-a do plástico e a abri, coloquei ali algumas calças,shorts e umas blusas, depois fui com ela para o banheiro, peguei meus cremes para cabelo e minha escova de dente. Mamãe apareceu na porta, sua expressão era triste.

            -Para onde vamos, mãe? – Claro que ela sabia, meu pai contava muitas coisas a ela.

            -Para um esconderijo que os Hyuuga tem longe de Konoha, durante a luta, as mulheres da elite vão para lá...

            -As mulheres da elite se resumem a nós mãe, e as outras?

            -Vão lutar, elas são ninjas. – Uma lágrima rolou de seu rosto.

            -Mas mãe... O filho do irmão do meu pai ainda é pequeno, não podemos deixar que a mãe dele lute... E...E se ela não voltar?

            -Estou tentando convencer seu pai de levar Neji conosco, afinal de contas, ele só tem um ano.

            -Tentando? – Agora eu chorava. – Como ele pode ser tão frio? É apenas uma criança, mesmo que não seja da elite, ele tem que vir conosco.

            Abracei minha mãe, era terrível a idéia de deixar um clã inteiro para trás só por conta de ser ou não de elite, nos Uchiha não tem essa discriminação, só tem a família daquele que controla o clã. Nada mais, mas eles se respeitam, pelo menos acho que é assim. Hinata deu um pulo na barriga de mamãe, eu ri com isso.

            -Ela parece querer te abraçar também.

            -Quando acha que ela vai nascer?

            -Daqui a uma semana se não me engano.

            Pelo menos uma esperança de felicidade nasceria logo, Hinata... Eu serei uma irmã para ela, a pessoa em que ela vai confiar, vai se espelhar, eu tenho que dar exemplos para ela.

            O dia passou voando, eu me ocupei fazendo os suprimentos, meu pai permitiu que levássemos apenas Neji conosco, sua mãe iria lutar ao lado do meu “tio”. De noite, eu segurava Neji em meus braços, ele era tão pequeno e frágil, como não se sensibilizar com ele? Agora corríamos, eu estava preocupada com Itachi, cada segundo parecia passar tão lentamente, tão estupidamente devagar que me irritava, por que essa guerra idiota não acabava logo?

            Já era de manha quando paramos em uma grande árvore, de raízes muito grandes, estava escuro, eu não via passagem nenhuma, mas minha mãe me guiou, ela estava com o Byakugan nos olhos, abriu uma porta e depois que eu entrei e depois, ela a selou com chakara. O lugar era úmido demais, não faria nada bem para o bebê. Os raios de sol entravam por frestas no teto, mas eram muito escassos.

            Minha mãe colocou as coisas dela em uma mesa no sul do esconderijo, ali tinha uma pequena cozinha muito mal abastecida. Ela começou a preparar algo, não reparei no que era. Andei com Neji ate uma das frestas de sol, ele precisava desse sol para ficar saudável.

            Quando o sol bateu em seu rosto ele riu, mas não abriu os olhos, ficou imóvel, absorvendo o sol. Eu queria saber como estava Itachi, se ele estava ajudando as mulheres de seu clã a vir em esconderijos tipo esse... Queria vê-lo, pedir novamente para ele se cuidar, para que ele não morresse e... Eu queria beijá-lo, de verdade... Sentir seus lábios no meu...

            -Miya...

            Acordei de meus pensamentos, olhei para Neji, ele dormia, aninhado no calor, não era uma advertência, olhei para minha mãe, ela tinha uma mamadeira na mão.

            -Dê a ele. – ela me entregou a mamadeira.

            -Ele ta dormindo mãe.

            -Não, não está, tire-o desse sol, você vai acabar machucando os olhos dele assim.

            Me levantei do canto onde estava e fui para um sofá velho que tinha ali, ele abriu imediatamente os olhos brancos e grandes.

            Minha mãe riu.

            -Nenéns do nosso clã têm olhos sensíveis ao sol, pela ausência de cor. Por isso eles ficam parados e de olhos fechados.

            Coloquei a mamadeira na boca dele, ele a sugou com força, Neji estava faminto. Eu ri.

            -Que guloso, Neji, cuidado para não engasgar.

            Mamãe sentou-se ao meu lado, passei Neji para ela, ele encaixou na barriga gigantesca dela e continuou mamando. Não demorou nem três minutos e ele terminou a mamadeira.

            -Agora ele ta dormindo. – Mamãe estava com os olhos cheios de emoção olhando para ele.

            Claro que estava, ela queria um neném de olhos sensíveis só para ela, Neji agora a deixava com ansiedade de aninhar Hinata no colo. Observando-a me veio uma imagem na cabeça, eu segurando um menino, de cabelos negros e com um Sharingan estranho, Itachi estava ao meu lado sorrindo.

            Meu filho com Itachi, tive que rir daquilo.

            -O que é engraçado Miya? – Sua expressão era de humor e dúvida.

            -Nada mãe... Nada... – Eu ainda ria.

            Anoiteceu, estávamos sem notícia nenhuma isso estressava muito, antes de dormirmos, minha mãe arrumou um “berço” para Neji. Um corvo entrou no esconderijo e pousou na mesa. Corri para recebê-lo, aquilo era notícias. Em fim. Peguei o pergaminho que dizia assim.

            “A batalha começou, os Uchiha tentam a todo modo derrubar nosso clã, mas não conseguem, já tem uma média boa de mortes.”

            Engoli a seco... Mortes... Continuei lendo.

            “Infelizmente estamos meio em desvantagem, mesmo com cada cérebro experiente do nosso clã, os Uchihas tem um melhor, Itachi, esse está dando problemas. O Yondaime já planeja intervir, isso foi dito por nossa fonte interna.”

            “Amanhã será o grande dia de batalha, que o espírito do fogo nos proteja”.

            Passei o pequeno pergaminho a minha mãe, eu estava aliviada, Itachi ainda estava vivo, depois que o Hokage intervir, não haverá mais o que temer. Com a luta antecipada eu agora estava totalmente perdida, acho que nem Itachi sabia que ela seria antes do previsto.

            Continue vivo meu amor, eu te espero na cachoeira quando toda essa confusão passar. Pensei. Eu o amava muito para suportar a idéia de vê-lo morto.

 

Cap.5

            Acordei tarde, não tinha nada a ser feito no esconderijo, o sol mal entrava, como já era o fim da manhã eu não o veria por muito tempo mais, aproveitei para pegá-lo um pouco. Enquanto estava sentada de olhos fechados, algo me cutucou nas costas, me virei, era Neji engatinhando. Ele segurava duas pedras, estendeu uma para mim.

            Eu a peguei, fiquei de costas para o sol e brinquei com ele. Era estranho brincar com pedras e com um bebê. Minha mãe riu me vendo brincar com ele, eu engatinhava atrás dele com a pedra na mão, quando ele parava eu também parava.

            -Treinando para ser irmã mais velha, Miya? – Ela estava bem humorada.

            -Claro, Neji é um ótimo treinador.

            Ela riu, eu a acompanhei, Neji olhou para nós e riu também. Como seria bom, voltar a ter essa idade, nela, não temos nada com nos preocupar, se erramos temos a simples desculpa de que somos pequenos de mais, não importa o tamanho do estrago que tenhamos feito, sempre seremos perdoados pelo nosso tamanho.

            O dia todo ficamos sem notícias, eu treinei controle do chakara, depois alguns golpes com um boneco de madeira que eu fiz. Minha mãe cuidou de Neji. Já era noite, a lua entrava pelas frestas, foi quando senti um chakara maligno e assustador, poderoso.

            -Sentiu isso? – Perguntei assustada para minha mãe. Ela tinha que ter sentido, ate o Neji sentiu e começou a chorar.

            Minha mãe estava sem reação.

            -Mãe, o que é isso? – Sua falta de reação me preocupava.

            -Siga-me.

            Ela se levantou, pegou alguns alimentos sem saber se dava para comê-los separadamente ou não e depois pegou Neji. Ela corria ate uma passagem que eu nunca tinha notado, era na parede ao lado da cozinha, ali, uma sala mais escura e claustrofóbica que o próprio esconderijo.

            Estávamos novamente trancadas, Neji tinha se calado, mas seu rosto era deprimente. Não voltei a sentir a onda de chakara maligno, apenas a ter uma pequena sensação dela. Não dormi, fiquei me concentrando para sentir o fluxo de chakara que vinha. Depois de um tempo, ele sessou.

            -Parou. – Disse em um sussurro.

            Minha mãe dormia abraçada com Neji, com certeza não tinha me ouvido. Não a acordei, decidi que queria saber o que tinha acontecido lá fora. Abri o trinco enferrujado rapidamente para que não fizesse tanto barulho e olhei, tudo parecia normal dentro do esconderijo, não me convenci, tinha ocorrido algo, fui a porta que dava para a liberdade daquele lugar.

            O selamento que ali tinha era complexo e eu não conseguiria desfazê-lo. Tentei olhar pelas frestas, notei que estava já quase amanhecendo, o sol hesitava em aparecer, parecia aterrorizado com a paisagem deixada pelo o que ocorreu ontem.

            Fiquei inquieta ate que alguém bateu na porta.

            -Miya-San, Meiling-San? – Gritava um homem do lado de fora que batia na porta. – Estão ai?

            Minha mãe me entregou Neji e desfez o selamento, depois um homem do nosso clã entrou, ele tinha o cabelo grande e preso para trás como de costume, usava uma bandana na testa onde ali ele devia guardar o pássaro engaiolado, ele estava em alerta.

            -Que bom que vocês estão bem, as coisas já se acalmaram, mas sinto em informar que a vila está em ruínas.

            Corri para a porta e saí pela primeira vez em dois dias. Tudo estava destruído, a copa da grande árvore tinha sido destruída, tudo tinha. O rastro de destruição era imenso, uma lágrima me rolou no rosto, Itachi deve estar desolado, sua vila, sua paixão, ali destruído.

            -O que era aquele chakara? – Minha voz em fim saiu, o homem veio ate meu lado e minha mãe o acompanhou.

            -Era o demônio de nove caudas, ele destruiu tudo, inclusive... – Sua expressão ficou dolorosa. – Derrotou o...

            Ele engasgou.

            -Ele derrotou o Yondaime Hokage.

            Aquilo era motivo de espanto, Namikaze Minato, o Yondaime Hokage era indestrutível, parece que tudo aquilo foi demais para ele. E era um grande impacto para todos de Konoha, o herói da vila, derrotado, morto.

            -Vamos voltar para a vila? – Minha mãe olhava séria para ele, mas sua tensão era denunciada por sua mão que apertava fortemente a manta do bebê.

            -Creio que não é seguro, acho que tem que ficar aqui... Mesmo porque a casa do nosso clã foi totalmente destruída.

            -Hiashi está bem?

            -Sim Hiashi-Senpai está muito bem, ele e seu irmão, Hizashi lutaram bravamente.

            -E quanto os Uchiha? Eles perderam alguém? – Eu não podia perguntar diretamente de Itachi. Mas precisava saber, o que houve com ele.

            -Ah... Eles tinham o Itachi, que menino brilhante, sinceramente, ele é um trunfo que qualquer clã pagaria para ter. O garoto fez um plano tão bom que acabou me impressionando.

            Não podia perguntar de outro jeito.

            -Pelo visto vocês não o... Mataram não é? – Engasguei na palavra mataram “Diga que não...!”.

            -Claro que não, o moleque tem um domínio gigantesco de genjutsu e ninjutsu sendo que ainda tem um excelente taijutsu. Literalmente um gênio.

            Fiquei aliviada internamente, mas mantive uma cara de decepção com algum custo.

            Senti que vinha mais alguém, parecia um pequeno grupo.

            -Vem vindo mais gente. – Eu disse olhando na direção das árvores do norte.

            O homem fez o Byakugan.

            -É o Hizashi-sama.

            Depois de alguns minutos ele chegou, era incrivelmente parecido com meu pai, a única diferença era a bandana e a roupa de ninja.

            -Foi encontrado o corpo... Ela morreu em combate. – ele disse tristemente olhando a criança no colo de minha mãe. – Agora somos eu e Neji.

            Minha mãe o entregou para ele.

            -Obrigado por cuidar dele, não sei como posso retribuir tal favor.

            -Foi uma honra. E não precisa retribuir, Neji é um anjinho.

            Ele sorriu, essa era outra grande diferença dele para meu pai, meu pai nunca sorriu, não para mim, e Hizashi sempre sorria, sempre era otimista, parecia que Neji ia ter um pai e tanto. Sorri com a idéia de minha má sorte. Mas por um lado, eu não precisava carregar o pássaro em minha testa e Neji um dia carregaria.

            Já era de tarde logo entardeceria, todos estavam no esconderijo, eu continuei lá fora, vendo o sol cair, quando ele estava quase no pondo de começar a se por decidi que esperaria por ele dessa vez.

            Me levantei e fui ate a mesa onde minha mãe falava com o homem e Hizashi.

            -Mãe, posso dar uma volta?

            -Claro filha, essa prisão não deve ter te agradado não é?

            -É...

            -Pode ir sim.

            Sorri para ela e depois de me despedir de todos eu comecei a correr mata a dentro ao encontro do meu amor. Tinha um grande caminho a percorrer, mas a recompensa compensava, e muito. Qual recompensa? Vê-lo de novo.

            Já tinha se passado muito tempo, agora eu via os muros de Konoha, o entardecer já virava noite, eu devia ter vindo antes. Apressei ainda mais o paço. Não resisti em olhar para baixo, apenas escombros do que um dia foi a nossa vila, a minha e a de Itachi.

            Já era noite e eu tinha chego atrasada, não tinha ninguém na cachoeira.

            -Merda, devia ter vindo realmente mais cedo...

            Me joguei no chão, eu estava com a roupa do treino e cabelo solto, eu não tinha me trocado.

            -Devia mesmo, para alguém com o Byakugan, você não tem muita noção de distância, Miya.

            Em um pulo e coloquei de pé e me virei, ele estava ali, lindo, com a roupa da AMBU.

            -Desculpe-me, Itachi.

            Ele riu sem humor.

            -Não foi nada. – Sua voz tinha uma leve dor, eu já sabia parte desse motivo, a vila destruída.

            -Você não esta nada bem, não é? O que houve exatamente ontem?

            Ele me olhou, com a expressão um tanto dolorosa.

            -Eu não vou mentir para você nunca achei que iria odiar tanto o Madara na minha vida. Eu fiz um belo plano, pensei em não matar muita gente, não queria ser responsável, pelo menos aliviar minha culpa quando se trata de sangue dos Hyuuga derramados então fiz pequenas falhas no meu próprio plano, para dar alguma vantagem em pontos estratégicos que eu mesmo fiz.

            “Acho que o que você me falou me ajudou a fazer essas lacunas, seu clã usou cada uma com perfeição, a batalha seguia equilibrada, o suficiente para que o Yondaime se intrometesse e impedisse, mas foi ai que houve o inesperado.”

            “Eu não esperava que Madara fosse deixar a glória toda comigo, então ele falou que tinha uma surpresinha para nossa vitória, pensei em todas as possibilidades e a maneira de eu mesmo destruí-las, afinal eu não queria uma vitória e sim um empate.”

            “Madara conseguiu de alguma forma soltar a Kyuubi na vila, foi ai que vi que eu não poderia impedir aquilo, não acabaria apenas com seu clã, mas com a vila toda.”

            Seu rosto se contorceu de dor.

            “Eu tentei convencê-lo de não destruir a vila, de salvá-la, de atrair a luta para outro lugar, uma mata distante... Mas ele não me escutou. Consegui mandar uma mensagem anônima para seu clã, salvei muitos acho, eles evacuaram a maioria da vila, não fiz sozinho, minha equipe AMBU ajudou. Meu clã está chateado comigo, mas eu sou um capitão AMBU, tenho que defender a vila, mesmo de meu próprio clã, não acha?”

            “Depois de evacuarmos tudo, pedimos que alguém chamasse o Yondaime, para que ele detivesse a Kyuubi, afinal ele era o mais forte que eu conhecia, ele era o herói da vila. Ele lutou, se esforçou, conseguiu conter a besta. Mas ela tinha que ser selada, ele fez isso em um bebê e depois como o selamento exige o sacrifício da vida do autor do selo, ele morreu.”

            Eu o olhava admirada, ele pensou em meu clã. Ele realmente de preocupava comigo, gostava de mim.

            Itachi olhou para mim, depois ficou na minha frente.

            -Infelizmente, a parte que eu esperava que ele fizesse, ele não fez, ele não salvou Konoha da destruição.

            -Isso te deixa triste. – Não era um pergunta, eu sabia muito bem que isso o deixava mais do que triste, profundamente infeliz.

            -Sim. Mas por um lado estou feliz.

            Eu esperei, ele sorriu sinceramente.

            -Você fez o que eu te pedi, você está a salvo, sem um único arranhão.

            -Você também cumpriu sua parte. – Sorri para ele. – Você está aqui e... Muito obrigada por pensar em meu clã ao formular o plano, você é realmente genial.

            -Eu estava com medo que você ficasse curiosa, como da vez que meu clã fez uma investida pelas ruas.

            Nisso ele me pegou em um abraço.

            -Obrigado, Miya...

            -Eu que agradeço.

            Me perdi em seus braços, Itachi estava com o olhar distante, eu estava entregue a seu peito musculoso mas olhei para cima.

            -Você disse que o que eu disse te ajudou a ajudar meu clã...

            Ele me olhou.

            -Sim.

            -Já que você já sabe como meu clã é... Pode me falar do seu?

            Ele riu baixo.

            -Claro. O Clã Uchiha teve inicio com um romance entre uma menina do seu clã e um homem com olhos do diabo. Eles então tiveram um filho, ele nasceu com os olhos negros e depois que ele cresceu, ele ativou um estado tipo o Byakugan, mas era estranho, vermelho com gotas, vamos chamar assim, pretas. Meu clã descende da linhagem desse menino, o primeiro usuário de Sharingan.

            -Interessante...Qual o nome do garoto?

            Ele riu.

            -Não sei ao certo, mas Madara descende diretamente desse menino. Todos que somos descendentes do menino temos o Sharingan.

            -Então há pessoas em seu clã que não possui... A Habilidade de usar o Sharingan.

            -Sim, há muitos, a maioria feminina, geralmente os homens do clã casam e tem filhos com mulheres normais, sem linhagem, depois que eles tem um filho o filho passa a ser herdeiro do pai.

            -E se nascer uma menina.

            -Usei filho na maneira geral, claro que tem dominadoras do Sharingan, mas é raro.

            Eu sorri para ele, ainda estava em seus braços, a lua nos iluminava.

            -Adorei a história do seu clã...

            -De algum modo descendemos, mas é muito distante... E que nada, você me apresentou os Hyuuga, eu só posso agradecer se apresentar os Uchiha. – Ele me olhou nos olhos. – Você confia em mim?

            -Sim, e você?

            -Muito... Não só confio, acho que tem algo a mais.

            Fiquei rosada na hora, era uma declaração.

            -Miya, eu não sei o porque, mas por você eu poderia enfrentar qualquer um, ate mesmo meu clã, se o... Bem, se naquele dia você fosse machucada, eu acho que o mataria. – Sua mão subiu de minha cintura ate meu queixo. – Entende o quão longe vou por você?

            Minha respiração era inrregular. Seu dedo afagava meu lábio inferior.

            -Itachi, eu quando estou com você, sinto que consigo enfrentar tudo em minha frente, inclusive os nossos clãs.

            Ele sorriu, depois começou a se inclinar, fechei os olhos, minhas mãos agarraram a proteção branca do seu uniforme, quando seus lábios encontraram os meus meu coração martelava no meu peito, sua boca era urgente na minha, parecia ansiosa ate, eu retribuía cada gesto dele, sua mão em meu queixo foi para a minha nuca, onde ele afagava meu cabelo.

            Itachi me conduziu sem parar o beijo ate a pedra mais alta, depois que eu me recostei nela e começou a finalizar o beijo. Ele afastou apenas um pouco os lábios, pareceu pegar ar, eu também peguei.

            -Um dia você me mata com um desses... – Sua voz era sem fôlego.

            Eu ri.

            -É você quem vai me matar. – Minha respiração ainda era ofegante.

            Peguei mais ar.

            -Acho que você deve voltar ao esconderijo, se não seu clã virá atrás de você. – Ele disse olhando para o longe, suas mãos recostadas na pedra me impediam de levantar.

            -Tem razão.

            Antes que eu pudesse perguntar algo, ele já estava me beijando mais carinhosamente que a primeira vez.

            -Quando vou te ver de novo? – Perguntei entre um intervalo de nossas bocas.

            Ele me deu mais um beijo e depois se afastou.

            -Amanhã acho que vão começar a reconstrução, não sei se é seguro para nós ficar vindo aqui enquanto a vila estiver movimentada.

            -A noite? Assim podemos ficar juntos a noite toda...

            Ele riu.

            -Claro, pode ser, estarei aqui.

            Nos beijamos mais uma vez.

            -Agora vá – Ele sussurou em meus lábios.

            Terminei o beijo e corri para a floresta, me permiti olhar para trás, ele sorria, lindo para mim, sorri de volta, depois comecei a prestar atenção por onde eu andava.

            Eu nunca esqueceria essa noite de lua, nela Itachi admitiu seus sentimentos para mim, e eu os meus para ele. Meu Itachi... Toquei os lábios. Eu agora o pertencia, nossas barreiras tinham caído, agora éramos apenas Itachi e Miya, não Uchiha e Hyuuga.

            -Miya!

            Parei de imediato. Eu estava ainda dentro da vila, olhei para ver quem me chamava, era meu pai.

            -Miya, o que faz por aqui? – sua expressão indecifrável me fez tremer.

            “Estou encrencada”.


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Notas finais do capítulo

Curiosos? Eu sei, eu judiei um pouco... xD
Mas comentem sobre o que acharam do cap... Bjus



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