“Você foi? Atingido por...; Você foi? Golpeado por...;... Por um Criminoso Esperto” – Smooth Criminal, Michael Jackson.

Um homem, elegante, com um sobretudo negro andava em direção a uma grande construção. Ele tinha o cabelo perfeitamente penteado, os olhos verdes cintilavam. Mordeu os lábios. Tudo começaria. O Midgard começaria a cair. Era mais um mundo que ele teria que colocar em sua lista.

Fechou os olhos por um instante, esvaziou sua mente. Esqueceu seus dois irmãos. Nada mais importaria. Apenas faria o que lhe foi imposto. Mataria milhões de vidas em prol de uma. Era isto que faria.

Então abriu os olhos, maldade saiu dele. Agora não pensaria mais em nada. Apenas no que tinha que fazer. Bloquearia qualquer sentimento. Ele agora era feito de pedra.

Andou, e sem notar, algo caiu de seu pescoço e ficou no chão. Era o colar que havia ganhado do irmão. Realmente seus olhos estavam céticos para ver algo tão minúsculo. Agora, ele se concentrava apenas em realizar o que lhe havia sido imposto, não se importando com o que estava em seu caminho.

O moreno subiu as escadas em frente de um grande e luxuoso prédio. Aquilo ficava em Genebra, na Alemanha.

oOo

Entrementes, na sede móvel da S.H.I.E.L.D, o Dr. Bruce, juntamente com Tony Stark, buscava vestígios de onde poderia estar Loki.

— Parece que... — Falou Dr. Bruce, olhando com atenção o monitor.

— ... Ele não está tentando se esconder... — Completou Tony, olhando em uma das telas. — Agora mesmo, ele está...

— ... Em Genebra, Alemanha. — Completou o Capitão Fury, olhando o monitor da localização de Loki.

— Isto é certo... — Stark pensou alto. — Para poder construir algo para suportar o calor do Tesseract... Eles precisam de Irídio. E por um acaso...

— Está tendo uma reunião em um dos pouquíssimos lugares do mundo aonde há Irídio. — Respondeu Bruce. — E acho...

— Claro, ele estará lá. — Falou Fury.

— Nós já vamos. — Disse Stark. — Aliás, chame o “Capitão América” também, ele pode ser de alguma ajuda.

— Eu já estou aqui. — Falou Steve Rogers, entrando na sala aonde estavam reunidos.

— Vamos para Genebra. — Comentou Starks. — Acho melhor colocar alguma roupa de frio...

oOo

Haviam pessoas em um enorme e luxuoso salão. As mulheres usavam caríssimos casacos de pele, enquanto os homens abrigavam com elegantes ternos. Todos falavam de assuntos desnecessários.

Loki achou aquilo um saco, humanos eram tão fúteis... Enquanto outros sofriam de problemas, fome, miséria, etc... Aquelas pessoas, nem se importavam, bebiam e riam de problemas realmente fúteis.

Aquela espécie realmente não merecia aquele planeta. Talvez, algum dia, a Terra tenha alguma raça que realmente a mereça. Até mesmo os Chitauri não a merece. Assim que pegar o irmão, destruirá o líder deles.

O moreno olhou um homem que descia as escadas, ele conversava com um outro homem. Então assim que desceu as escadas, agarrou uma das taças que um garçom servia.

— Por favor, por favor. — Falou o homem, rindo, pedindo a atenção de todos.

Loki não perderia tempo, agiria rápido. Então avançou ao homem, sem perder tempo, com uma das mãos agarrou o colarinho dele, fazendo-o levantar-se do chão e colocando-o em cima de uma mesa de pedra próxima.

As pessoas, obviamente, gritavam. E gritaram ainda mais, quando Loki tirou do bolso o aparelho que usaria para copiar o olho do Chanceler, pois o aparelho fez com que o olho quase saísse.

Do outro lado, o arqueiro com a outra parte do aparelho, colocava contra a porta, que era destravada assim que identificava o olho do homem. E, assim, o cofre que continha o Irídio foi roubado.

Depois de ter conseguido o que queria, o Deus do Fogo saiu daquele lugar, despojado, vários policiais já se encontravam do lado de fora, fazendo um círculo fechado ao redor do Deus. Com o cajado, atirou contra uma das viaturas, fazendo-a explodir e o policial voar longe.

Ele iria atingir outro carro de patrulha, mas, quando o raio azul iria atingir o carro, alguém se pôs no meio, fazendo o raio atingir um escudo e voltar contra o Deus do Fogo, que deu um sorriso.

O Capitão américa rapidamente foi até Loki, colocando-se em posição de luta, mas não foi necessário, o Deus do Fogo ergueu as mãos, em um sinal passífico de desistência.

Steve tinha ciência de que nunca deveria bater em um inimigo desarmado, isto não seria honroso.

— Você não mais machucará pessoas inocentes. — Falou o homem. Ele sempre defenderia qualquer um que precisasse de ajuda. E nunca deixaria que alguém mau mandasse sobre outros.

O pingente de coração brilhou por um instante, novamente seguiria a condição que foi imposta por Odin, “Aonde houvesse um coração racional, puro, ele deveria estar.”. Ele voou até o homem de escudo, e, por tão leve que era, agarrou-se ao pescoço dele. A intensidade dos acontecimentos fizera com que ele não percebesse.

oOo

Em uma outra parte do Cosmos, Hugo, que dormia profundamente, pelo feitiço que havia ficado junto a ele, acordara do sono profundo em que havia ficado preso.

Sentia-se sem ar, ele olhou para o pescoço, para seu pingente. Algo acontecera, Loki havia feito alguma coisa má. Sentia que o coração estava com outra pessoa.

“Loki... O que você fez desta vez?”. Foi o que a mente de Hugo pensou ao que havia acontecido.

oOo

— Ele simplesmente se entregou? — Perguntou Starks, ao Capitão América. Desconfiando do outro, que estava algemado nas mãos e nos pés, sentado no helicóptero de maneira ereta.

— Sim. — Respondeu o Capitão América, também desconfiando.

— O melhor é voltar para a base. — Falou Natasha. — Phil nos disse que já havia um lugar para poder guardá-lo. — Riu-se apontando com um pequeno manear de cabeça ao Deus, que mesmo com os comentários contra si olhava a frente, sem inclinar o olhar a ninguém.

O moreno tinha vontade de soltar um riso de deboche, mas manteve-se sério, olhando sempre em frente. Loki sentiu o helicóptero balançar-se e o frio na barriga de sempre ao sentir-se suspenso do solo.

Rapidamente se distanciaram de Genebra, indo em direção ao híbrido de avião e porta-aviões. Talvez demorassem a chegar ao Helicarrier, mas não se importava, saberia que tudo isto ainda acabaria nesta semana. Logo estaria ele, arcando com as consequências em frente ao grande Odin, ou, talvez, recebendo elogios do mesmo por salvar o ‘irmão’ mais novo.

Depois de alguns minutos, ouvindo uma monótona conversa entre Starks e Natacha, quase dormir. Em realidade, chegou a fechar os olhos, mas, tão logo que os fechou, o som de um raio estrondou por toda a região. Era uma tempestade eminente.

O moreno ficou assustado, aquele som... Apenas havia uma coisa que se estrondava daquele modo. Uma tempestade, ou seria... Não, não poderia ser. Seu pior pesadelo. Ali, tão próximo. Mas também. Seu maior sonho.

Inspirou profundamente.

— Uma tempestade? Será que ficará ruim? — Pensou alto o Capitão América.

— O que virá a seguir será muito pior. — Loki murmurou.

Talvez, parecesse que o Deus das Trapaças havia feito mágica, mas, em realidade, ele não havia feito nada. Mas sim um homem, alto e loiro, forte e imponente que o havia agarrado e puxando-o para fora do helicóptero, voando para longe com ele.

Sentia com medo e feliz ao mesmo tempo. Sentia seu peito doer por ter se encontrado naquele momento com Thor. Ele estaria zangado. Tinha medo, sim, tinha medo.

Eles voaram por mais um ou dois minutos, indo em direção a uma espécie de montanha rochosa.

— Bem. — Falou a voz firme de Thor, olhando profundamente ao outro. — Eu não sei o que fazer com você.

— Não faça nada. — Loki falou com a voz de sempre, calma, talvez até mesmo irritante naquela ocasião. — Eu já estava bem.

— O que você está pensando em fazer? Irmão. Você... Novamente... Está fazendo coisas ruins.

— Eu sei. Não me arrependo. — Novamente Loki foi frio.

— Você... — Gritou Thor, com um rosto de desgosto. — ...Não vale nada. Você não merece ser um Deus.

Aquelas palavras queimavam a alma de Loki, deixando-o ainda mais triste. Não envolveria Thor naquilo. Se aquele monstro soubesse de como Thor estava próximo, mandaria matá-lo. E, infelizmente o irmão menor morreria, pois nunca mataria Thor.

Loki interpretou seu papel.

— Sim, eu sou um monstro. — Sorriu perigosamente. — Será o que eu sempre serei, não é?

— NÃO! — Gritou o mais velho, sentindo uma vontade imensa de agarrar o irmão e socá-lo, tentando fazê-lo mudar de idéia. Mas nunca adiantaria. Loki estava estragado. E, sentia-se culpado por tê-lo deixado. — Eu tenho coisas para falar com você... — Falou nervoso, mantendo a voz grossa em um nível absoluto.

Mas, algo atingiu o mais velho, levando-o para longe. Loki teve que ter seu momento, então ironizou.

— Estou ouvindo... — Riu-se.

Thor havia sido levado para uma floresta próxima, Starks o havia atacado. Como ele se atrevia a levar um prisioneiro daquela maneira? Quem ele pensava que era? Aquela era uma das maneiras que ele pensava.

Por o ter levado do irmão, Loki, obviamente ficou nervoso. Tão nervoso que com o Mjölnir atacou o homem de ferro. Fazendo-o voar para longe, atingindo e quebrando várias árvores.

O homem-de-ferro não deixo de atacar, lançando contra o Deus-do-Trovão um raio de energia, que fez o Deus perder o fôlego, e, ao mesmo tempo, ganhar mais energia.

Em dois segundos, o Mjölnir estava de volta em sua mão, e um tornado de tempestade se formava no céu. O homem de ferro iria revidar novamente, mas demorou, Thor naquela altura tinha um raio acertando o martelo para logo depois atirar a descarga de energia sobre Starks.

Todos os sistemas da máquina de Tony ficaram danificados, e o esqueleto da máquina que o rodeava estava completamente com a energia sobrecarregada. A maquina o informou da sobrecarga de seiscentos porcento. O bilionário sorriu, e com prazer liberou a energia carregada na maquina contra o Deus.

O mesmo voou longe, e quando iria dar outro ataque contra o homem, uma voz cortou os dois que batalhavam.

— Já Basta! — Disse a voz áspera do capitão américa, olhando os dois que lutavam com desgosto. — Era para estarmos nos reunindo, e resolvendo este problema.

— É impossível conversar com vocês, humanos. — Falou o Deus-do-Trovão, com desdém.

— Se você ao menos colocasse esse martelo no chão... — Comentou o Capitão América.

— O que?! — Rugiu Thor, como ele se atrevia de chamar o Mjölnir de um simples ‘Martelo’?!

O loiro perdeu o controle, ele não deixaria o outro zombar da arma que seu pai havia lhe dado. Avançou contra o capitão américa, dando um salto com o Mjölnir para atacar o outro, que se defendeu atrás do escudo de um material realmente raro.

Steve nem ninguém notou, mas, o colar antes de Hugo, depois de Loki, e agora de Steve, soltou um leve brilho. Odin sabia o que fazia, queria proteger sempre o filho, então havia dado um pouco do material mais raro do universo, o mesmo material que havia sido feito o Mjölnir. E ambos materiais não se deixavam tocar. Foi algo realmente curioso que aconteceu.

Uma onda fina e imperceptível de energia saiu de aonde estava o coração e correu pelo braço do homem, e se alocando no escudo. O Mjölnir chegou contra o Capitão, mas quando escudo-martelo se chocaram, uma explosão incalculável de energia se fez, fazendo várias árvores serem arrastadas como um tsunami.

Uma mulher chegou na roda, era Natacha, ela segurava Loki ainda preso, que não resistia nem um pouco.

— As crianças já acabaram? — Perguntou Natacha, com uma cara séria. — Agora podemos ir?

— Meu irmão ficará comigo. — Exigiu Thor.

— Não, Thor. — Disse calmamente a mulher. — Ele virá com nós. Ele cometeu crimes, matou pessoas. E você, como uma pessoa de respeito, deveria respeitar que ele deve pagar.

O loiro grande ficou pensativo, encarou o irmão. Cuidaria disto depois. Primeiro ajudaria os humanos. Logo, trataria de levar o irmão ao pai, para que este pudesse julgá-lo segundo as leis dos Asgardianos.

Loki tinha um olhar calmo, calmo até demais para Thor. O olhar de um esperto criminoso. Um planejador. Alguém que tinha cada truque, cada golpe planejado. Thor via um Loki que ele jamais havia conhecido, e tinha medo de conhecer.