They Belong Together escrita por Victor Stark


Capítulo 10
Capítulo 9: Don't Think Twice, It's All Right


Notas iniciais do capítulo

Bem, demorei uma hora, mas aqui está ^^
E este chap está grandão... e, esclarecerá muitas coisas =D



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“Estou andando nesse caminho longo e solitário;  Aonde vou, não sei dizer” – Don’t Think Twice, It’s All Right. Bob Dylan.

Thor ainda olhava as estrelas altas, fazendo-o imaginar por aonde o irmão estava. E fazia doer seu coração. Apesar de sentir algo por Jane, amava seu irmão. Amava-o tanto fraternalmente, como algo mais. Havia sido fraco, sentia-se fraco por não estar do lado dele, protegendo-o sempre de tudo.

Uma dor recente o atingira. Era uma dor mais do que física, era mental. Sentia que o irmão estava próximo, mas não podia tocá-lo. Aquilo realmente o afligia.

— Novamente algo o deixa angustiado... — Comentou Jane, pondo-se ao lado do Asgardiano.

— Sim... — O Loiro respondeu no mesmo tom.

— Novamente seu irmão?

— Sim... — Os olhos de Thor encararam o de Jane.

Ele sentia que não a amava mais, queria falar isto, mas sua garganta doía. Não conseguia falar algo assim para alguém. Mas sentia que ele deveria falar algo assim para a garota.

— Jane... — Começou Thor.

— Sim...

— Eu... — Mas ele não conseguiu terminar.

O celular de Jane tocou, e ela teve que atender. Porque era o Capitão Fury quem chamava, aquilo também tomou a atenção de Thor.

— Sim... — Contestou Jane. A pele da garota começou a ficar pálida, os olhos perderam os brilhos. — Tudo bem... — Ela olhou para Thor, oferecendo o celular a ele. — Ele quer falar com você.

Thor pegou o aparelho e levou ao ouvido.

— Olá, Thor. — Falou Fury.

— Oi. — Respondeu o Loiro. — Então?

— Loki está aqui na Terra.

A pele de Thor ficou tão pálida quanto a de Jane. Então, com a voz ainda firme, perguntou.

— O que aconteceu?

— Ele sequestrou o Dr. Erik, também matou várias pessoas soterradas e roubou o Tesseract.

O coração de Thor se apertou. Por que aquilo estava acontecendo?! Novamente... Por que sempre que deixava o irmão coisas ruins aconteciam...?

Naquele momento, mais do que tudo, Thor se sentia culpado. Agora seus pequenos momentos de felicidade no Midgard pesaram em sua consciência, e ele lembrou-se de todos os momentos com o irmão, e como havia deixado de procura-lo.

Sem notar, Thor apertava o aparelho em sua mão com tanta força que o quebrou em pedacinhos.

— Thor... — Falou a humana, a voz melancólica.

— Desculpe Jane... — Disse Thor, sério. — Mas eu realmente preciso encontrar meu irmão, e voltar até Asgard.

— Tudo bem, eu te entendo, querido. — Respondeu Jane, com um pequeno sorriso. — Mas... Thor...

— Sim? — Perguntou gentilmente o loiro.

— Você... — Ela refletiu um pouco, antes de falar. — Está diferente... Muito diferente daquela outra vez.

— É, estou não é?... — Thor riu-se amargamente, por estar sendo tão estúpido a ponto de não contar a verdade para aquela garota.

— Nesse tempo que você esteve fora. — Ela continuou. — Eu me apaixonei.

O coração de Thor ao mesmo tempo que se apertou, relaxou. Talvez, fosse melhor daquele jeito, ele não seria a melhor espécie de namorado.

— Tudo bem, eu te entendo. — Respondeu o loiro, ela se aproximou.

— Mas, quero que saiba que eu te amo.

Thor se afastou um pouco, agora, mais do que nunca, aquela proximidade deixava seus pulmões sem ar.

— Eu quero que você saiba... — Respondeu o loiro, tentando ser o mais delicado possível. — ... Que eu também me apaixonei, por outra pessoa.

Jane entendeu e maneou a cabeça. Ela pensou que seria melhor ficar com Thor, ela pensava que ele havia voltado para ela, e que não mudaria a maneira dele gostar dela. Pensou que era melhor se afastar da pessoa que amava. Mas estava completamente errada. O loiro havia entendido.

— Eu vou partir amanhã, tudo bem? — Disse Thor.

— Ah! Sim, claro. — Falou a moça, já desviando o assunto.

— Seria melhor que você fosse para outro lugar. Thor sabe que eu gostava de você. Ele pode tentar de sequestrar.

Gostava é?

— Bem, você sabe, naquele sentido... Eu ainda gosto de você. Mas em outro sentido. — Falou rapidamente Thor, ficando confundido com as próprias palavras.

— Tudo bem, eu vou me esconder bem... Até amanhã. — Respondeu curtamente Jane, com um pequeno sorriso, dando as costas e voltando para dentro da casa.

oOo

Loki já tinha tudo preparado. O dispositivo que o professor havia falado estava totalmente pronto. A única coisa que ele precisava fazer era colocar o dispositivo do Chanceler, que o olho seria totalmente transferido para um outro dispositivo receptor. Assim abriria a porta aonde continha o Irídio.

Ele sentia uma espécie de medo, no outro dia, estaria dando inicio a uma guerra. Ele pensava se ele conseguiria depois que tivesse o irmão por o fim. Apesar dos humanos não serem como os Asgardianos, ele também não eram como os Gigantes de Gelo. Eles mereciam uma chance. A única coisa que esperava era que aquelas pessoas que estavam se reunindo para detê-lo, estivessem realmente preparadas.

Loki sentia medo de dormir. Pois no mundo dos sonhos, seu espectro seria levado para aquele lugar, aonde seu irmão estava aprisionado. E com certeza o irmão seria ameaçado na frente dele.

Mas ele foi fraco. Seu corpo estava demasiado cansado.

— Eu já estava esperando por você. — Comentou a criatura, sentada em uma espécie de trono. — E como vão os planos...?

— Estão indo aonde você quer que eles cheguem. — Respondeu Loki, seco. — E meu irmão?

— Ele está aqui. Só teve um pequeno problema com ele... — Disse a criatura, a voz quase sibilando. Então com um dos dedos apontou para um canto, aonde Hugo estava caído, com...

— O que é aquilo?! — Gritou Loki, correndo até próximo do irmão. Então se surpreendendo.

oOo

Algum tempo antes...

... Em um lugar muito inóspito da galáxia...

Hugo estava sentado na sala branca. A cabeça doía. As costas igual. Ele não tinha exatamente nada para fazer.

Cada minuto que se passava era frustrante. Casa minuto ele trocava de lugar naquela sala, as vezes se sentando no chão, depois voltava para a cama. Cruzava as pernas, voltava e deitava na cama. O garoto chegou até mesmo plantar bananeira, para tentar sentir o sangue descendo-lhe para a cabeça.

Ele já estava cansado, então tirou o presente que havia ganhado do irmão do bolso. Com os dedos, analisou cada detalhe da rocha que formava o frasco. Ela era de um branco profundo, bonito de se ver. Não dava para se ver o conteúdo, mas a embalagem fia-se perfeita.

Era como um diamante perfeitamente esculpido. Tinha um corpo alargado, e com várias facetas perfeitas, lisas e na mesma medida. A tampa era a única coisa que se destacava. Era uma rosca de uma madeira que Hugo jamais havia visto, de cor bege, tão lisa quanto a superfície do frasco.

O garoto olhou faceta por faceta do frasco, e viu algo entalhado em letrinhas miúdas. Ele reconheceu a linguagem. Era uma linguagem bem antiga, quase não se via mais em livros, então ele teve alguma dificuldade em ler.

O líquido... — Começou, forçando os olhos. — Não Cura...? — Continuou, achando estranho alguém colocar aquilo escrito em algo tão perfeito. — Não Mata... — Realmente ele achou que a tradução dele estava errada, mas, ele se lembrava daquelas palavras, então pareciam estar certas. — Não faz nada?

Ele forçou a tampa, mas ela não abria. Então colocou o frasco em seu colo, e bateu a cabeça na parede, sentindo algo de dor. A respiração dele estava pesada. Sentia que aquela era uma das chances de sair daquele lugar. Mas ele era tão inútil quanto um dragão sem fogo.

Enquanto seu irmão estava se arriscando por ele, ele estava ali, dormindo, comendo, dormindo, comendo... Sem pensar em nada, sem pensar em nenhum modo de escapar daquele lugar horrível.

Novamente tentou forçar a fechadura do frasco, e nada. Poderia ser que aquilo abrisse com alguém mais forte. Talvez se tivesse um poder melhor, um poder mais útil como o dos irmãos...

Lágrimas começaram a escorrer por seu rosto. Ele sentia-se inútil. Sentia-se incapaz de salvar a própria vida. Não deviria ter-se deixado capturar somente porque acreditava que assim estaria mais próximo dos irmãos.

Mas tinha que admitir, seu plano daria certo, Loki estaria feliz com Thor, e ambos voltariam para Asgard, ficando ao lado do Pai-de-Todos. Felizes... E, sentir aquela felicidade ainda inexistente fazia tudo valer a pena.

Quando se tem o dom de sentir os sentimentos das pessoas, tudo é muito diferente. Cada sentimento tem uma textura diferente, cada um diferente com cada pessoa. É maravilhoso sentir coisas boas, como a felicidade, a paz, e, principalmente, o amor.

Odin havia dado mais do que o poder de sentir os sentimentos. Talvez, de longe, ele havia dado o poder mais poderoso ao irmão. Que apenas ele usaria com sabedoria. Apesar do garoto pensar que apenas podia tocar as pessoas e sentir o que elas sentiam, e ter as memórias delas, Odin, como sempre, deu algo extra. Algo que talvez o garoto jamais iria ter que usar, ou sequer pensar.

Hugo podia controlar sentimentos, controlar memórias. E, tão inocente quanto uma borboleta aconchegada em seu casulo, ele não tinha idéia de que poderia ser assim, tão poderoso.

O pai-de-todos realmente gostava de brincar com os filhos, dando-os sempre algo a mais. Algo que nunca precisariam utilizar, mas que, mesmo assim possuíam.

As lágrimas de Hugo rolavam silenciosas, ele sentia-se culpado, e ao mesmo tempo feliz. Era uma mescla de sentimentos que ele mesmo não conseguia identificar. Uma das gotas caiu exatamente encima da tampa do frasco branco, e uma fumaça branca elevou-se. A lágrima havia queimado o lacre como ácido.

— Wow! — Sorrio o garoto, limpando as lagrimas com os pulsos e sentando-se melhor, para poder ver o que havia dentro. — Isto é o máximo!

Ele analisou novamente a inscrição aonde estava, e o mais incrível foi que ela mudou, ficando em um idioma perfeitamente entendível, que o garoto leu rapidamente. Era o idioma padrão dos Asgardianos. Hugo sabia vários idiomas, mas aquele era o mais fácil que ele conseguiria ler, pois era seu idioma de berço.

Beba. — Leu claro. — Não tenha medo, Beba.

Hugo sentia que aquilo era verdade. Então fez a coisa mais louca de sua vida, bebeu. E, se arrependeu. Uma grande tontura o abateu, sentiu sua mão doendo, e logo se espalhando pelo seu braço. A dor foi insuportável e o fez desmaiar.

oOo

Loki correu até o irmão. Ele não acreditou no que estava vendo. Se abaixou e tentou tocar no irmão. Mas sua mão atravessou-lhe. Naquele momento ele sentia-se tão impotente... E frustrado, havia sido um completo erro dar aquele frasco para o irmão.

O garoto tinha asas, tal como Loki. Eram brancas, porem menores que a do moreno, mesmo assim se destacando no corpo dele. Mas o que preocupava Loki era o rosto febril que Hugo possuía, o corpo em uma estranha posição fetal, como se houvesse sido torturado.

— O ACORDO NÃO FOI ESSE! — Loki gritou, se dirigindo para a criatura. — VOCÊ! CUMPRA COM A SUA PARTE!

— E VOCÊ COM A SUA! — Retrucou o Chitauriano. — OU VOCÊ SE ESQUECEU? — Sorriu malignamente. — AGORA, EU QUERO MAIS UMA COISINHA DE VOCÊ, JÁ QUE AS COISAS ESTÃO SAINDO... DO SEU EIXO.

O sangue de Loki fervia, havia sido um erro ter dormido. Havia sido um grande erro, talvez o pior que poderia ter cometido. Agora, com certeza, aquela criatura lhe daria outra missão quase-impossível.

— EU QUERO QUE VOCÊ MATE TODOS DAQUELA... ALIANÇA...? SIM, EU SEI DELES. — Novamente a criatura deu um sorriso maléfico.

— Isto é impossível. — Respondeu Loki. — É realmente impossível.

— Então, receio que nunca mais verá seu irmãozinho.

A criatura levantou uma mão e uma espécie de lança se elevou próximo dele, brevemente ele faria o gesto.

— Não! — Loki não pensou duas vezes. — Está bem! Eu mato todos eles. — As palavras saíram quase que sussurradas.

— Vá... Você tem pouco tempo...

A lança se abaixou. E antes mesmo que pudesse falar qualquer coisa. Seus olhos extremamente verdes se abriram no Midgard.

oOo

— Alguma coisa? — Perguntou Fury para o Dr. Bruce.

— Ainda nada. Ele está muito bem escondido. — Respondeu o homem, analisando os gráficos no computados, refazendo a verificação de raios gama de todo o planeta. — Eu disse que isto iria demorar...

— Pois, não temos tempo. Por favor, Bruce, faça isto o mais rápido possível.

— Claro, eu farei.

Entrementes, em um dos quartos do grande porta-aviões, Steve estava deitado na cama. Com os olhos fechados. Refletindo sobre tudo o que acontecia. Novamente aquele cubo ameaçava tudo que ele amava. Novamente...

Já se passaram setenta anos, isto não era normal. Não era para ele estar vivo, era para ele ter vivido uma vida normal, talvez ter tido filhos, sentar-se para ver o sol se por centenas de vezes...

Mas, aquele maldito cubo o havia tirado tudo isto. Ele sentia raiva. Novamente, tudo se repetia. Uma nova ameaça, novamente o mundo estaria em perigo. E, claro, novamente o ajudaria. Tal como faria centenas de vezes.

O coração apertava, sentia que precisava de alguém para viver os setenta anos que lhe fora tirado. Sentia saudades dos velhos tempos. Talvez, as mulheres eram bem melhores naquele tempo. Ou melhor, bem mais respeitáveis. Ou, quem sabe, até mesmo os homens eram melhores.

Steve maneou a cabeça, se levantando rapidamente da cama, indo polir um pouco o aço brilhante de seu escudo, talvez aquilo fosse a única coisa a se fazer naquele lugar, a única coisa que ele poderia fazer.

Alguém bateu na porta, ele abriu-a e teve uma pequena surpresa. Era Natacha, e parecia ser urgente. Finalmente algo útil.

— Sim? — Perguntou Steve.

— Eu preciso falar com você. — Ela entrou e sentou-se brevemente na cama.

— E... O que seria...?

— Quero que me diga tudo sobre o Tesseract. — A mulher foi direto ao ponto. — Eu notei como você ficou quando soube que ele era o responsável por tudo isto.

— Isto destruiu tudo o que eu mais amo. — Respondeu severamente o capitão américa. — Ele tirou minha vida. Quase acabou com o mundo. E eles tentaram reiniciar isto. E conseguiram.

— Entendo... — A mulher refletiu. — E isto parece estar começando a tirar o que eu amo... — Ela pensou na pessoa que havia a salvado, ou, pelo menos deixado de matar. — Aliás. Eu vim aqui mais para chamar-lhe para a reunião em dez minutos. Não se atrase. — Disse já saindo rapidamente.

Steve rapidamente tomou um banho naquela cabine apertada, e prontamente colocando a roupa de capitão américa.

oOo

— Mudanças de planos. — Anunciou Loki, aos dois ‘comparsas’.

— Sim? — Perguntou o Arqueiro.

— Sim. — Respondeu Loki, olhando-o profundamente, para logo passar as instruções. — Eu me deixarei capturar. Você deverá...


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam??? ^^ Esclareceu pelo menos alguns dos motivos de Loki fazer tudo...? Realmente não gosto de ver Loki agindo de forma tão maligna por nada... ;)
Bem, até o próximo domingo ^^ Férias chegando o/, finalmente terei 100% de tempo para escrever XD
Kissus! By Aiko Uchiha~Vii