CLIQUEM NO PLAYER BABES ♥

Abri meus olhos, limpando algumas lágrimas que haviam caído sob meu rosto. Suspirei, quem diria que já havia aguentado dois anos. Respirei fundo, e olhei envolta de meu quarto estava  quase tudo empacotado. Havia passado na faculdade de direito em Oxford, e eu iria morar com Hannah e Anna. Durante dois anos eu participei de todas as regatas possíveis, e ganhei quase todas. Aquilo me ajudou a esquecer da dor. De vez em quando, durante o por do sol, conseguia ver o sorriso e os olhos brilhantes de Harry sob o céu alaranjado. Quando fechava os olhos conseguia o ver sorrindo para mim exibindo covinhas charmosas e olhos brilhantes. Parecia que eu navegava para Harry me escutar entre a escuridão que ele se encontrava. Parece que eu navegava para estar com Harry, para estar livre. Parecia que ele poderia me escutar. Funguei um pouco e olhei para o dia se despedindo de minha janela, voltei meus corpo para a minha cama onde estava minhas malas, iriam partir daqui a pouco. Me dirigi ao meu closet para terminar de guardar minhas roupas, peguei  um casaco meu que estava jogado de repente algo caiu no chão provocando um estrondo, pulei assustada e logo vi o livro com a capa escrito em letras garrafais “O Palácio de Inverno” eu sorri ao ver que era o livro que Harry havia me dado, e que eu nunca mais tinha lido, me sentei no chão na sala iluminada pela luz alaranjada do fim de tarde, em meio as caixas de papelão. Peguei o livro delicadamente e logo um papel caiu em meio dele, encarei o papel amarelado por alguns segundos e logo resolvi pega-lo abri delicadamente e me deparei com uma grafia caprichada:

“Querida, Tess.

Eu realmente não sei quando você vai ler essa carta, mas espero que seja depois que eu já tenha partido. Eu realmente queria agradece-la por tudo, por tudo que você fez por mim quando eu estava vivo, se não você eu já estaria morto há muito tempo. Eu sei o quanto eu magoei você, e o quanto eu fui idiota! Eu sei o quanto você esta sofrendo, mas saiba que isso dói em mim também. Dói saber que eu não vou poder ser o seu par na formatura. Dói saber que eu não vou poder passar a vida inteira ao seu lado. Dói saber que eu nunca vou conseguir ver você entrar se formar em  Oxford como magistrada. Eu não me arrependo de nenhum momento ao seu lado, pelo contrário, os meus dias com você foram maravilhosos, tudo o que eu vivi ao seu lado foi maravilhoso, apenas com um sorriso você conseguia mudar o meu dia, e agora me dói deixa-la...Mas, quem sabe eu não esteja em um lugar melhor? Eu deixei tudo planejado para a minha partida. Lhe-dei o CD do Coldplay para que você ouvisse enquanto estivesse que ir dirigindo sozinha para escola. Lhe-dei o colar de concha para que você sempre se lembre de mim nas tardes ensolaradas de verão, e que continue velejando. Lhe-dei esse livro pois sei o quanto você gosta do John Boyne e o quanto é frio para ir ao cais no inverno, e por fim...estou lhe entregando essa carta, essa carta que eu quero que você leia na primavera. Na primavera, onde é conhecida como o “recomeço da vida” não é? Onde brotam novas flores, e onde nascem novas espécies. Onde os animais saem do estado de hibernação para poderem ver o Sol novamente. Tess, por favor...não se enclausure em um quarto escuro, siga o exemplo dos animais e viva a sua vida. Não se preocupe comigo, eu vou estar em um lugar melhor. Siga o exemplo de David Copperfield e aprenda a dar um nó na farsa e na falta de sorte. Eu aprendi muito nesses últimos tempos, eu aprendi a dar valor as coisas pequenas e só se preocupar realmente se as coisas forem de uma tamanho grandioso, aprendi que um sorriso vale mais que uma nota A+ em biologia, aprendi que não podemos gastar tanto tempo de nossas vidas com coisas pequenas, temos que viver não apenas existir. Temos que descobrir a nossa essência, e achar alguém que nós ame. Acho que dei sorte não é? Eu amo você, Tess e eu sei que eu sou recompensado com todo esse amor que eu lhe-dou. Nunca desista de seus sonhos, por causa de uma curva traiçoeira em eu sua vida. Por favor Tess parta e não olhe para trás, não deixe que isso impeça de seguir os seus sonhos, Procure e alcance a fé não era assim que o Johnny Cash dizia? Nunca desista do que você realmente quer. Viva Tess, viva por você...viva por mim!

Eu odeio despedidas, por isso vou fazer com que essa carta seja uma carta de “até logo” não de um “adeus”.

Eu amo você,

Com amor e até logo ,

Harry Styles”

Limpei minhas lágrimas com o peito da mão, e solucei. Harry realmente queria que eu vivesse, e era isso que eu iria fazer. Iria viver, iria viver sem medo de ser feliz. Iria viver por mim e por Harry. Me levantei do chão e guardei a carta entre o livro que coloquei na bolsa, iria lê-lo no próximo inverno; Passei os olhos no meu criado mudo e vi um porta –retrato com a foto de nós dois sorridentes na noite de ano novo.

-Tess ? – escutei a voz doce de minha mãe ecoar no quarto e logo a porta se abrir vagarosamente, limpei as lágrimas e forcei um pouco a voz:

-Sim?. – ela veio andando em minha direção. E ela me abraçou bem forte.

-Prometa que vai vir me visitar? – eu apenas assenti com a cabeça em seu colo e despejei algumas lágrimas. A trajetória do meu quarto ao meu carro foi algo em câmera lenta como se eu estivesse dizendo adeus ao meu passado em Rey e começando uma vida nova em Oxford, porém com algumas marcas tão profundas que nunca iriam ser cicatrizadas. Entrei no carro e vi minha mãe acenando, iria  encontrar com Hannah e Anna em Oxford hoje a noite. Dei partida no carro e logo começou a tocar “Clocks” do Coldplay aumentei um pouco o volume e fui cantarolando no caminho, parei na saída da cidade. No cemitério, desci do carro e fui caminhando por entrar a grama molhada até o tumulo conhecido. De olhos verdes e cabelos cacheados ele me esperava sentado sobre a pedra de mármore. Eu não ousei me aproximar pois tinha medo que ele desaparecesse, então seus olhar cristalino e puro se encontrou com o meu provocando uma ardência em meu corpo. Eu sorri e ele também, mas nenhum dos dois ousou se mexer. Logo com o vento ele foi se desfazendo em meio as folhas secas que rodopiavam, ajeitei meu casaco em meu corpo pare me proteger. E logo ele desapareceu fitei o sol se pondo atrás da montanhas e sussurrei com a voz embargada:

-Até logo, Harry. 

THE END