cliquem aqui :) musiquinha básica para o capitulo !

Eram 3h30 da manhã quando o meu celular tocou, pulei da cama e estendi o braço para pega-lo “ Hannah chamando” eu vi no visor e logo atendi:

-ALÔ? TESS? – Hannah parecia estar gritando do outro lado da linha com a voz aflita:

-Sim ! Hannah onde você esta? – eu perguntei preocupada e já agitada. Hannah parecia se afastar do barulho por que de repente tudo parecia tão quieto do outro lado.

-Me desculpe. – ela disse dessa vez com a voz em tom normal – Tess... olha eu preciso te falar uma coisa, mas você tem que prometer ficar calma! – ela disse um preocupada. Ah meu Deus é agora que eu fiquei realmente preocupada:

-Ta bom, Hannah! Fala logo. – eu disse ansiosa:

-Harry passou mal, e esta no hospital ! – ela disse  eu senti meu coração ir a boca – mas fique calma, seu irmão esta passando ai para te buscar!  - ela disse com a voz embargada:

-Como assim? HANNAH ELE ESTA BEM? – perguntei gritando. Mas foi em vão por que Hannah desligou. Respirei fundo e pulei da cama ainda atônita fui andando em direção ao guarda-roupa e escolhi a roupa e logo tomei banho;

-Louis, me diga que ele esta bem! – eu falei entrando no carro. Estava tão atônita que nem conseguia chorar. Parecia que tudo que estava acontecendo era um pesadelo e que eu iria acordar a qualquer momento.

- Sim, Tess! Ele passou mal durante a noite, e o papai e mamãe já estão na sala de cirurgia. – ele disse com a voz vacilante.

-Sala de cirurgia ? – eu perguntei com a voz trémula. Ele voltou seus olhos para mim e assentiu positivamente com a cabeça sem proferir uma palavra. – Harry vai fazer outra cirurgia ? – eu perguntei nervosa.

-Tess! Fica calma! – Louis disse quase gritando – é preciso! Mantenha a calma,ok? – ele já tinha amansado a voz-  vai dar tudo certo, confie em mim. – ele disse voltando a olhar para a estrada.

                                               [...]

Meu irmão parou o carro no estacionamento e eu desci correndo em direção a porta do familiar hospital londrino. Atravessei todo o caminho rezando, rezando pelo bem de Harry. Abri a porta de vidro e me deparei com a velhas e familiares paredes pobres de cor, os sofás marrons  desgastados; Senti uma mão em meu ombro esquerdo era Louis, ele me conduziu para a ala reservada a família de alguns pacientes. Chegando lá me deparei com Zayn deitado no colo de Anna. Niall sentado em um sofá com a cabeça apoiada nas mãos. Liam em um canto sozinho fitando o chão, e por fim Hannah que estava próximo ao bebedouro.

-Tess! – escutei Tia Anne me chamar e eu me virei. Tia Anne sempre tão chique hoje  estava apenas com um hobbie a calça do pijama. Ela estendeu os braços e eu a abracei. Precisávamos do consolo de uma e outra.

- Vai dar tudo certo. – eu sussurrei para nós duas, e ela assentiu com a cabeça em meio de lágrimas. Senti a vontade de chorar, porém tinha que ser forte. Partimos o abraço e eu fui me sentar em um dos sofás que haviam naquela salinha. Sentei-me e comecei a fitar o chão. Por quê? Por que Harry? Por que ele tinha que ser condenado a isso? Por que ele tinha que morrer sofrendo ? Por quê? Por que não ele não poderia morrer daqui uns 100 anos em uma cama quentinha? Por que ele tinha que ter um destino tão cruel? Por que você, Deus, me deu uma segunda chance? Por que não poderia guardar essa segunda chance a Harry? O no em minha garganta aumentou, engoli a seco, ignorando a dor na faringe. Harry estava sofrendo, Harry ia morrer sofrendo. Fechei os olhos e respirei fundo. Senti meu peito arfar, uma súbita dor de medo e angustia tomou conta de meu corpo, parecia que eu não tinha mais força para sustentar tudo aquilo. Olhei para o canto e vi uma correria de enfermeiros carregando bombas de oxigênio e mais outra coisa. Parecia que tudo estava em câmera lenta e ao som de Angie dos Rolling Stones que tocava ao fundo. Senti a primeira lágrima descer, fechei os olhos novamente e me encostei no encosto duro daquele sofá, mas aquilo não me importava mais. Aprendi que não podemos reclamar e nem se importar com pequenas coisas, pois há coisas maiores e mais problemáticas. Fitando o chão, vi um par de sapatos sociais brancos e reconheci que eram do meu pai. Apenas escutava o som da musica Angie  que era cantarolada em minha mente  mais nada. A mãe Maria sussurrava palavras de fé em minha mente, provavelmente há uma explicação para tudo isso. De repente, tão de repente um silêncio. Silêncio e minha mente e meu coração. Subi os olhos e vi Niall chorando, Niall a pessoa que sempre trazia consigo um sorriso que sempre pensava positivo estava agora chorando desesperadamente. Me virei para o lado e vi Zayn com a cabeça na curva do pescoço de Anna, onde seu peito soluçava. Olhei para o lado esquerdo e vi Liam indo ao encontro de Niall chorando.

-Tess. – escutei a voz embargada de meu irmão – Tess... – ele me chamou de novo , mas eu não conseguia responder apenas mantinha meus olhos vidrados em Tia Anne que estava sentada no chão chorando e se debatendo no colo de tio Robin. Minha respiração parou por alguns segundos. – Tess! Pelo amor de Deus, respira! Olha para mim! – senti a mão de meu irmão acariciar meus braços, e sua voz estar cada vez mais embargada e fanha.

-Louis. – eu apenas disse isso, e voltei meus olhos para o rosto de Louis, que agora estava molhado, com os cabelos castanhos grudados na testa. Ele mantinha suas mãos quentes em meus ombros. Seus olhos azuis já não tinham mais cor e estavam encharcados de lágrimas que desciam pelo seu rosto pálido.

-Seja forte, Tess. – ele disse com a voz trémula, e eu continuei olhando para ele . Vi ele respirar fundo e logo depois fungar – Harry morreu. – ele murmurou. E eu arregalei meus olhos. Subitamente meu coração acelerou, e meu corpo recebeu uma dose de adrenalina me fazendo cair na real, me fazendo perceber que aquilo era realidade.

-Não... – eu falei abanando a cabeça negativamente e sentindo as lágrimas descerem sob meu rosto – ele não morreu. – eu disse pausadamente como se eu estivesse falando com um bebê. Vi meu irmão tremer o maxilar e limpar minhas lágrimas. – ele tem 18 anos e é perfeito. Ele não pode...ele não pode ter morrido. – eu falei sentindo meu maxilar tremer, de repente a voz fugiu de meu alcance não conseguia mais dizer nada. Tudo parecia tão embaçado, tudo parecia tão vazio e frio. Tudo parecia tão assustador, me sentia uma garotinha de 6 anos com medo de monstros. Comecei a chorar mais forte, e senti meu irmão me trazer mais próximo de seu corpo e eu acabei caindo da cadeira direto em seus braços. Afundei meu rosto em seu pescoço e comecei a chorar desesperadamente. Não...não eu não perdi Harry. EU NÃO PODIA PERDER HARRY. Senti meu coração quebrar, e uma parte de minha carne ser tirada. Me senti como se fosse coberta pela mortalha da dor e da desilusão. Aquilo me deixou indignada, da dor para a indignação. Comecei  a me debater nos braços de Louis. Porém ele me abraçou mais forte e reproduziu um chiado com a boca ao pé de meu ouvido, me embalando como se fosse um bebê de colo. Um chiado para me acalmar,  continuei me debatendo em vão e Louis cada vez me apertava em seus braços, acariciando a copa de minha cabeça e chorando em meu ombro. Cansada, eu parei. Fechei os olhos  e logo me senti livre, quando fechei os meus olhos eu fui parar na praia no pôr do sol, eu andava com os pés na água gélida. Olhei para trás e vi Harry parado, vestido de branco com os olhos mais verdes que mil esmeraldas, com os cabelos cacheados ao vento, e ele sorriu.

-Tess, seja forte. – Louis sussurrou e continuou me embalando, continuava de olhos fechados. Não sentia mais meu corpo. Tudo parecia tão surreal e estranho. A única coisa que conseguia sentir era a dor em meu peito que começava a se alastrar por todo o corpo. Haviam arrancado um membro de mim. Haviam arrancado Harry de mim.