musiquinha para dar o clima cool ♥

Tess’s P.O.V

Era domingo, e eu estava enrolada nas cobertas. Já havia parado de chorar tão desesperadamente. Porém o medo e aflição no meu peito soltavam lágrimas solitárias em meu rosto. Eu não queria perder Harry. Me virei de lado e vi que eu estava era perdendo tempo, e o que eu havia feito ontem tinha sido horroroso ! Havia agido feito uma criança mimada que não conseguia aceitar as realidades da vida e ainda larguei Harry no pior momento. Como pude ser tão egoísta? Estou com ódio de mim mesma, me levantei da cama e fui correndo para o chuveiro tomar banho por que depois ia passar na casa de Harry.

As ruas estavam frias e úmidas, conseguia ver o orvalho repousando nas poucas folhas que haviam nas árvores. O céu estava nublado e cinzento. Esfreguei minhas mãos estava tentando me aquecer, estava quase chegando a casa de Harry.

Bati levemente na porta de madeira temendo que verdade fosse me jogada na cara. Me preparei psicologicamente para vê-lo em um estado não muito bom, logo escutei passos e a maçaneta girou, a silhueta de Tia Anne com o rosto pálido apareceu, ela sorriu melancolicamente e me abraçou, estávamos consolando uma a outra.

-Ele esta lá em cima, querida. – ela disse com a voz trémula, subi as escadas receosa e com medo. Terceiro quarto à direita, eu repassei a frase que foi dita a primeira vez que vim aqui com meu irmão. Me deparei com a porta fechada, bati levemente na porta e não escutei nada. Bati novamente e logo a voz rouca ecoou do outro lado:

-Mãe? – eu girei a maçaneta para abrir a porta e dar espaço a minha silhueta:

-Não,Hazza...sou eu. – eu disse entrando timidamente e ele abaixou os olhos sorrindo sem mostrar os dentes. Eu fechei a porta atrás de mim e fui andando em direção a cama dele, onde ele estava deitado mexendo no notebook. – Harry, me desculpe. – eu disse e ele levantou o olhar e disse sério:

-Não é você que precisa pedir desculpas. Eu que preciso. Me desculpe por ser tão idiota. Me desculpe por te fazer sofrer. Me desculpa por ser doente.- ele disse isso e eu fiquei completamente em choque, como ele tinha coragem de dizer isso?

-Harry, nunca mais diga isso. – eu falei me aproximando e sentando na beirada da cama, ele continuava sério, apenas fitando o notebook com os olhos baixos. – Ei... – eu disse baixinho e colocando a ponta de meu dedo em seu queixo, ele levantou a cabeça e eu olhei bem no fundo de seus olhos marejados – nós vamos enfrentar tudo isso juntos, ok? Eu estive e sempre vou estar do seu lado. – eu falei e logo depois depositei um beijo em seus lábios. Ele me trouxe para seu peito me abraçando forte e eu retribui, ficamos assim parados apenas sentindo o coração do outro bater. Queria que aquele momento parasse e ficássemos assim para sempre.

- Obrigado. – ele disse com a voz trémula e eu me aconcheguei em seu peito.

         [...]

- Harry – eu o chamei baixinho e ele se virou para mim e ficou deitado de frente para mim , me ajeitei no travesseiro  e tomei coragem – como que trata do câncer? – ele sorriu sem jeito e respondeu:

-Eu vou começar a fazer radioterapia semana que vem...só preciso esperar sair o resultado dos exames, para ver se   o câncer não se espalhou...- ele fez uma pausa e eu ergui o cenho:

-é grave ? – eu me senti uma estúpida perguntando aquilo, e logo abanei a cabeça indicando que ele esquece-se a pergunta tão idiota:

-É...-ele respondeu em um fio de voz, eu senti aquele vontade de vomitar novamente. Suspirei e fitei o céu cinzento, puxei o edredom para me aquecer mais, e fechei os olhos por um momento. Queria esquecer disso.- Você vai participar da regata de seis meses, Tess? – ele perguntou tirando de meus devaneios, e voltei meus olhos para seus olhos verdes.

- Não...não iria aguentar ficar seis meses, sem você. – eu disse sem pensar.

-É isso que me machuca. – ele disse voltando a se deitar de bruços – eu não quero que você sofra, Tess. – ele disse com a voz embargada.

-Harry, eu estou com você nessa. – eu disse convicta – e eu não vou te deixar sozinho. Eu escolhi ficar com você! E se para ficar com você preciso correr riscos, eu estou disposta a correr todos. – eu disse e ele fechou os olhos.

-Eu só queria um dia de Sol! – ele disse desconversando o assunto, eu vi o quanto aquilo fazia mal para ele.

-Por incrível que pareça, a partir de amanhã ira fazer Sol. – eu disse olhando novamente para a janela.