Já se faziam duas semanas que eu e Harry estávamos juntos, nós tínhamos algumas  brigas por que de uma hora para a outra ele ficava tão ridículo, tão frio, tão idiota e rabugento que nem se atrevia a me olhar nós olhos, ficava apenas calado sentado no canto e vegetando. Como esta agora. Eu estava ficando farta desses surtos que Harry tinha de vez em quando, será que ele não vê o quanto esta me machucando? Harry estava sentado na frente do computador conversando com um de seus amigos, enquanto eu estava deitada em sua cama jogando Temple Run no meu celular, ótimo! Olha que lindo casal erámos, no mesmo cômodo sozinhos sem trocar uma palavra. Desde de hoje na escola Harry estava assim, eu sinto que ás vezes ele fazia isso de proposito. Suspirei tentando chamar a sua atenção, para ele saber que eu ainda estava ali, porém foi em vão nem um olhar para trás eu recebi.

-Harry o que esta acontecendo? – eu perguntei tentando não parecer fria, ele parou de digitar e ficou encarando o teclado, quieto.Só conseguia escutar sua respiração pesada. Mordi o lábio inferior e fiquei encarando o chão;

-Ah Tess...- escutei ele começar, se levantou da cadeira e se sentou do meu lado- eu acho melhor agente terminar,Tess.- ele disse e parece que levei um balde de água fria, meus olhos se abriram rapidamente demonstrando o meu susto, virei para fitar sua face e o vi me encarando com pena, senti uma raiva fulminar em meu peito e eu queria gritar, chorar e espernear na frente de Harry, porém a vida havia me  criada para não chorar na frente dos outros.

-Harry!- eu disse indignada, como se eu tivesse ouvido as palavras que saiam de sua boca, porém ainda não captado a mensagem – por que? – eu indaguei após me levantar desolada, e ele se levantou também ficando de frente para mim.

-Eu mudei...e os meus  sentimentos mudaram, Tess. Eu acho melhor agente não ir para frente com essa história, não vamos ter futuro. – ele disse e eu sentia o tom vacilante em sua voz, a dor em seus olhos eu sabia que ele não queria me deixar, então qual é o motivo para ele estar fazendo isso comigo? Ele quer me ver machucada? Ele quer me ver destruída? É isso? Ele tem prazer em me machucar? Ele tem prazer em me fazer sofrer? A minha visão já estava embaralhada por conta das lágrimas que estavam se formando em meus olhos, mas elas não desciam. Só o nó em minha garganta que aumenta gradativamente, eu sentia vontade de vomitar.

-Não...você esta mentindo!- eu disse olhando para sua face pálida e entristecida.

-Não,Tess....- ele abaixou a cabeça – eu só não quero te machucar mais.- ele disse se aproximando de mim.

-E você acha que fazer isso é me poupar de sofrimento? – eu perguntei um pouco alterada –  Você realmente acha que desse jeito você estará me poupando de sofrimento? – eu respirei fundo e eu sentia tanto ódio de Harry, naquele momento- Não Harry, não vai me poupar de sofrimento! Você só vai me fazer sofrer mais! – eu finalizei quase gritando, senti suas mãos em meus braços;

-Não Tess!- ele pedia me olhando diretamente nós olhos com o rosto molhado por lágrimas – Não torne as coisas mais complicadas. – sua voz rouca parecia ruídos insuportáveis para meus ouvidos, cada palavra que ele dizia parecia que cortava cada parte de meu corpo, tirei meus braços de suas mãos e disse pegando a minha bolsa:

-Não sou eu quem estou tornando as coisas mais complicadas, Harry.- eu disse séria, e abri a porta de seu quarto e desci as escadas correndo, atravessei a sala escura me deparando com a maçaneta dourada que brilhava por conta da claridade que ultrapassava as cortinas e eu vacilei não abri a maçaneta, fiquei esperando que Harry viesse atrás de mim, contei até dez. 1,2,3 escutei o barulho de algo caindo no quarto dele, e respirei fundo. 4,5,6 o silêncio tomou conta do local. 7,8,9 escutei um estalo, porém quando virei para a direção da escada constatei que não era ninguém. 9,5...10. E nada senti meu peito doer tão forte, Harry não veio atrás de mim... e nunca mais iria. Engoli a seco e girei a maçaneta, encarei a rua escura e vazia. Uma rua fria e solitária. Deixei que o frio daquela noite outono inundasse minha alma, fechei a porta e sai correndo pela rua em direção ao cais