Melanie P.O.V
Estava localizada no canto do quarto, com um sutiã azul escuro, meia-calça preta e shorts rasgados, meu cabelo estava sujo, minhas unhas roídas, maquiagem borrada e olheiras enormes, estava claramente acabada.
Eu era a ultima na rua, a única que ainda tinha vida, e ele me procurava, a porta do meu quarto estava trancada, as luzes apagadas, minha janela estava quebrada, meu silêncio era necessário para a minha sobrevivência, qualquer suspiro me entregaria a morte.Por que ele estava matando? Sede de morte, sede de dor e tortura, eu ouvia os passos dele na calçada, me encolhi e prendi a respiração. Estava a minha procura...

– Sei que está por aqui, vadia, eu ainda vou te matar - Disse ele.

A porta de ferro do meu prédio que eu havia trancado foi arrombada com um chute do mesmo, eu ouvia as portas dos apartamentos se abrindo, fechei meus olhos e escutei o estrondo da minha porta, abri os olhos, e lá estava ele.
– Achei - Murmurou sua voz rouca.

Seu sorriso malicioso tomou conta de seus lábios, levantei meu olhar para seus olhos, não estavam vermelhos como quando eu o via na rua, ele não estava drogado, estava obviamente matando por vontade própria não por efeito de uma droga.Seus passos eram lentos e pesados, ele se agachou na minha frente, tocou meu rosto com uma das mãos virando-o para ele.
– Melanie Brooks, ainda viva? - Perguntou surpreso.
– Infelizmente, seus tiros na janela não me mataram. - Revidei com sarcasmo.
Ele tirou a arma que tinha desde 13 anos da jaqueta e a colocou na minha cabeça.
– Esse tiro pode acertar, e não vai ter erro - Murmurou.
Engoli em seco e fechei meus olhos, depois de alguns segundos os abri e fitei Bieber com meus olhos lacrimejando.Ele sorriu e tirou um paninho de seu bolso o pressionando em meu nariz.

....

Acordei tonta, minha cabeça latejava, minha visão estava embaçada, eu estava em um beco escuro, a claridade me fez cobrir meus olhos, pisquei algumas vezes e virei meu olhar para a rua, tinha vários carros passando, umas pessoas passavam e nem me viam, bufei e me levantei da calçada tirando a poeira do meu short, mal percebi que usava uma blusa azul escrito “Fudgen” (falsificar).
Tirei meu celular do bolso, havia 15 chamadas perdidas de Samantha, respirei fundo e retornei a chamada..

– Alô Sama...
– Desgraçada, você sumiu, tava dando para todo mundo, sua piranha!
- Sam

– Filha da puta, egoísta, prosti...

– Cala a boca caralho, onde está morando?

– No mesmo lugar de sempre, idiota.

Desliguei o celular, Samantha Parker não me ajudaria tão cedo e duvido que tarde também, Samantha só iria me xingar pelo tempo que ficara fora de contato com ela, olhei para os lados, algumas pessoas passavam e me fitavam com desprezo...assim como Bieber me fitava.

Bieber, Bieber, Bieber...por que o nome dele fitava em minha mente? Havia me encontrado ontem a noite de madrugada e quase me matado, o motivo por não ter me matado era desconhecido...pelo menos por mim.Olhei para meus pulsos, estavam roxos...

Ele segurou meus pulsos com força enquanto eu me debatia, eu segurava as lágrimas e chutava ele, o que não fazia muito efeito, o cheiro que havia no pano que ele pressionou no meu nariz estava me fazendo perder a consciência, eu estava fraquejando.

– Finalmente parou de se debater, né vadiazinha? - Perguntou debochado.

Bufei, ele deve ter me abandonado em algum quarteirão, cocei meus olhos e sai andando sem rumo.

22h...

Eu estava suja, cocei minha cabeça, estava precisando de vodka ou tequila, algo que me relaxasse, me dirigi a uma boate badalada de Los Angeles, entrei na boate, algumas pessoas se emburravam, passei direto pela pista de dança e sentei no banquinho do bar, pedi uma tequila, ele sem se manifestar me deu o pequeno copinho, virei de uma vez e senti a bebida queimar na minha garganta.
– Oi bonitinha - Murmurou uma voz rouca em meu ouvido.

Senti um leve arrepio e me virei para ver quem havia falado comigo, encontrei seus olhos cara melados, estavam claramente vermelhos, seus cabelos castanhos claros estavam bagunçados, ele usava uma camiseta com um palavrão, uma calça caída e supras vermelhos, ele usava um boné virado para trás...
– Bieber? - Perguntei surpresa.
– Ah...Brooks, o que faz aqui vadia? - Perguntou desinteressado.
– Perguntaria o mesmo, deveria estar em um beco fumando maconha e pegando uma prostituta qualquer - Murmurei.
– E você? Deveria estar lamentando a perda da sua mamãe? - Perguntou debochado.

Eu abaixei a minha cabeça...levantei meu olhar ao Bieber, ele fumava um cigarro amassado, provavelmente tirou de seu bolso.
– Para com isso - Murmurei baixinho.
– O que? Fala alto porra - Disse irritado.
– PARA COM ISSO CACETE - Berrei.

Ele levou o cigarro a boca e soltou a fumaça na minha cara, comecei a tossir, ele soltou uma risada sarcástica, bufei e me levantei da cadeira me dirigindo a pista de dança, em plena quase 23horas havia um monte de gente, eu dançava mesmo estando bem sóbria, eu fui atrás de vodka, logo estava bêbada, eu puxava garotos desconhecidos para perto de mim, beijava-os e dançava com eles, depois de meia-noite eu estava pensando onde estava Bieber, enquanto um garoto tocava minha cintura e beijava meu pescoço, virei o olhar e vi ele, Justin tinha uma garota sentada no seu colo, ele passava a mão em suas coxas e beijava seu pescoço, me separei do garoto e sem perder tempo ele passou para outra menina.

Me dirigi ao banheiro, havia uma garota de longos cabelos ruivos limpando seu rosto, não dei muita atenção, somente pensei no quanto Bieber era...psicótico e ruim, sempre teimou com essa imagem de garoto ruim, mas nunca foi, e nem será, por mais que isso desse medo, conhecerá Beber a muito tempo...desde que tinha só 14 anos, um garoto idiota e retardado, que acreditava que conheceria a Béyonce mais cedo ou mais tarde estava na mesma boate que eu, com um cigarro na mão e uma garota no colo, quem diria que Bieber cresceria e se tornaria aquilo, não que ficasse tão surpresa, nunca foi muito simpático com ninguém, não tinha ligações com ele, mas sua família tinha ligação com a minha, meu pai derrubou seu pai do mundo dos negócios a anos atrás, fazendo-o perder muito dinheiro, após discussões intermináveis de seu pai e sua mãe com os negócios e a crise econômica que sua empresa sofrera, sua mãe fugiu, abandonando seu filho de apenas 15 anos com o pai, que digamos que não era o melhor do mundo. Bieber me culpou por tudo, e com 17 anos, com sua arma, matou todos que restavam de minha família depois que meu pai faleceu, não consideraria essa história a mais bonita, e nem a de Justin, mas o tamanho do medo, e do desprezo que sentíamos um pelo outro nos unia.Sai do banheiro e dei de cara com a boate bem mais cheia, eu andava entre as pessoas que se beijavam e se espremiam no meio de tanta gente, até encontrar Bieber...
– Melanie...vadia? Devo admitir, é gostosa - Disse ele.

Seu hálito estava com cheiro de álcool, o garoto estava completamente bêbado...se já sóbrio já era um psicótico, psicopata, resumindo: eu correria grande perigo...
– Mel, vem comigo Just Tonight– Disse baixo em meu ouvido me fazendo ficar arrepiada.

...To Be Continued