Rose e Scorpius haviam acabado de desaparatar em um beco próximo a casa de Rony e Hermione em Londres. Eles iriam acompanhados dos pais dela até o St. Mungus
para fazer a consulta.

Eles andaram de mãos dadas pela rua apreciando a paisagem, até pararem em frente ao portão branco de madeira da casa dos pais de Rose. Ela abriu o portão e seguiu até a porta, onde tocou a campainha e esperou abrirem a porta. Do lado de fora ela ouviu sua mãe gritando.

-Rony, atende a porta. Deve ser a Rose.

-Tá, já to indo.

Alguns segundos depois Rony abriu a porta com um sorriso enorme nos lábios, ele chegou mais perto e abraçou a filha.

-Unh... pai... o... senhor...

-Ah! – Rony afastou-se olhando a filha – me desculpe, não estou acostumado.

-Tudo bem, já passou... Ei feliz aniversário grandão – Ela passava a mão na barriga. Lhe entregando um pequeno embrulho.

Rony olhou além do ombro da filha e viu Scorpius atrás dela.

-Scorpius – ele apertou a mão do genro.

-Parabéns – Scorpius disse enquanto entrava logo atrás da esposa na casa.

-Obrigado. – Ele virou-se novamente para a filha e passou a mão enorme em sua barriga – e como esta o meu netinho?

-Ou netinha – Rose corrigiu – esta ótimo. Ah! Ele ou ela mexeu ontem pela primeira vez, confesso que já estava me preocupando por estar tão calmo.

-Não se preocupe tanto, você também era bem quietinha. Hermione quase ficava loca quando você à chutava – ele soltou uma risada lembrando do momento – ela parava tudo o que estava fazendo para ficar passando a mão na barriga e rezando para você mexer só mais um pouquinho.

Ela riu com o pai e sentou-se em uma poltrona. Scorpius sentou ao seu lado no braço da poltrona e começou a passar a mão nos cabelos de Rose distraidamente.

Rony desembrulhou a pequena caixa cuidadosamente, quando a abriu se deparou com uma xícara preta alta com os dizeres: O Melhor Avô do Mundo. Em letras garrafais.

-Obrigado meu anjo.

-Ah, não foi nada, só queria lhe dar uma coisinha simples para se lembrar do que vai ser daqui para frente.

-Ai meus cabelos brancos... acho que vão começar a aparecer mais cedo depois dessa. – ele sorria olhando a filha.

-Onde esta a mamãe? – Rose perguntou, o pai sentou-se também de frente a eles no sofá.

-Esta trocando de roupa. Ela limpou a casa toda antes de você chegar e acabou se atrasando.

Rose olhou o relógio de pulso.

-Não podemos esperar muito, se não vou perder a primeira consulta.

-Não se preocupe já estou aqui – Rose ouviu a voz da mãe atrás de si e levantou-se a olhando. A mãe estava usando uma calça social preta simples e uma blusa de seda lilás soltinha por dentro da calça e um sapato fechado também preto com um pequeno salto.

-Mãe! – Ela foi até a mãe e a abraçou – senti sua falta.

-Eu também princesa. – Rose sorriu com o uso do apelido. Geralmente seu pai a chamava assim, mas a mãe acabou adotando depois de ouvi-lo várias vezes. – Mas como esta o bebê?

-Ah, está ótimo... ele mexeu pela primeira vez ontem.

-Ah, mas que maravilha... você só começou a mexer quase no final do quarto mês. Aliás quanto tempo já tem?

-Fez o quarto mês ontem.

-Sabe exatamente o dia?

-É que foi o único dia em que bebemos e acabamos não nos... – ela parou olhando o pai – a senhora sabe.

-É sei. Tudo bem vamos.

Eles chegaram minutos depois no hospital e Rony logo seguiu para a recepção.

-Sim? – Pediu a moça.

-Rose Weasley – ele disse.

-Malfoy, papai – ela o corrigiu – agora sou Malfoy.

-A sim, desculpe, havia me esquecido. Rose Malfoy
por favor.

-Tudo bem. – Rose soltou um pequeno bufo, já estava na hora do pai começar a se conformar.

-O medibruxo irá lhe atender em poucos minutos. – Disse a moça.

-Obrigado – agradeceu Scorpius. A recepcionista assentiu observando os quatro saírem e se sentarem em algumas poltronas mais a frente.

Minutos depois o médico lhe chamou a sua sala Rose e Hermione o seguiram deixando Rony e Scorpius na sala de espera.

-Sr. Weasley? – Scorpius tentava ter algum sucesso com o sogro já que seriam obrigados a conviver.

-O que? – Rony o olhou irritado, mas suavizou seu rosto ao olhar o garoto. – Fale.

-Er... é que... eu gostaria de saber... como foi sua primeira vez.

-Como assim? – Ele perguntou meio indignado com a pergunta.

-Sabe... no hospital. Como foi a primeira consulta da Sra. Weasley.

-Ah, isso. Ah, não sei explicar, mas foi meio agonizante ficar aqui sentado sem saber de nada até elas saírem. Não se preocupe deve estar tudo bem.

Por mais que Rony odiasse os Malfoy, teve que admitir a si mesmo que Draco mudou com o tempo e criou muito bem seu filho. Afinal o cara casou-se com sua filha e dizia a amar e cuidar dela e de seu filho agora a caminho.

Não tinha jeito, teria que admitir. Rony deu um suspiro audível antes de olhar a fundo o rapaz a sua frente.

-Malf... Scorpius... sei que não somos muito próximos, mas sei que esta cuidando bem de minha menina. E mesmo vocês sendo jovens demais sei que já esta com o trabalho garantido no ministério e que esta construindo uma casa para vocês. – Ele parou não sabendo mais o que lhe falar. – Só queria lhe dizer que estou tentando me acostumar melhor com essa idéia de minha filha estar grávida aos 18 anos e ser casada com um Malfoy... entenda, os Weasley e os Malfoy não costumavam se dar bem.

-Eu sei Sr. Weasley, e saiba que nunca o critiquei por nada. Quando conheci Rose sabia que nossas famílias não se gostavam, então nos afastamos no começo, mas confesso que depois do quarto ano a olhando de longe já estava meio balançado e então quando a vi pela quinta vez entrar no Expresso de Hogwarts não agüentei mais e fui até ela. – Ele parou para olhar a expressão de Rony, que no momento estava interessado na história do rapaz, mesmo sendo com sua filha. – Então
para a minha total surpresa ela disse que também gostava de mim. Foi ai que começamos a namorar escondido... Até termos que falar a todos que Rose estava grávida.

Rony o olhou mais uma vez antes de começar a rir pelo nariz. Scorpius esperava um ataque do sogro e quando o viu rir o olhou meio confuso com a cena.

-Desculpe – dizia Rony – mas é que no começo eu achava que você... sei lá tinha forçado alguma coisa com ela – ele fechou seu sorriso e olhou fundo nos olhos de Scorpius – e agora percebo que não passava de ciúmes da minha filha. E que mesmo com nossas famílias você nunca seria capaz de machucar minha Rose.

Os dois ainda conversaram um pouco antes de Scorpius levantar-se apresado e correr até Rose que saia com a mãe do consultório.

-Como esta? É saudável? É menina ou menino? Você esta bem? – Scorpius despejava tudo muito rápido.

-Calma, calma – Rose tentou tranqüilizá-lo passando uma de suas mãos em seu peito que subia e descia rapidamente esperando as respostas. – Isso... pronto. Agora sim. Primeiro: o bebê esta evoluindo muito bem; segundo: ele é completamente saudável; terceiro: eu também estou muito bem, para ser exata estou na medida. E quarto: vamos ser pais de uma menininha muito linda.

-Ah, meu Merlin – Scorpius a abraçou deixando uma lágrima descer por seu rosto.

-Ownh! Que lindo amor. Você esta chorando... e de felicidade! – ela riu do marido fazendo o chorar mais ainda. Seu coração não cabia em si de tanta alegria por saber que sua esposa e sua filhinha estavam bem. Ele a soltou afastando-se um pouco para que Rony a abraçasse também a parabenizando.

Rose e Scorpius chegaram ao castelo por volta da hora do jantar – eles aproveitaram o dia para passearem um pouco por Londres – seguiram direto para o salão principal para jantarem e desta vez Rose sentou-se com Scorpius em sua mesa da Sonserina.
Arrancando alguns olhares de alguns Sonserinos que ainda não se conformavam a união da Grifinória com o Sonserino.

-Por que todos ainda nos olham? – Rose perguntava enquanto se ajeitava melhor na cadeira.

-Não se preocupe, já disse que tudo irá passar...

-Eu espero – Rose soltou um pequeno suspiro antes de pegar um prato e começar a se servir.

Completamente distraída, deu um pulo quando Lily apareceu na porta do Salão Principal gritando:

-Rose, você voltou! – Fazendo todos a olharem como se fosse uma louca.

-Lily! – Rose a repreendeu – você fala como se eu tivesse ido embora por muito tempo, mas que agonia!

-Mas é que eu to curiosa sobre meu afilhado – ela disse dividida entre a felicidade e a preocupação.

-Shhhh... Lily, quer que todos saibam mesmo? – Rose olhava para os lados vendo que muitos ao seu redor compreenderam as palavras de Lily. Ela soltou um bufo antes de olhar para Lily outra vez. – Primeiro: você terá uma afilhada...

-Ahh! – Lily afastou-se de Rose soltando gritinhos enquanto pulava e rodava ao mesmo tempo – Eu não acredito! – Ela abraçou Rose que ainda estava sentada na cadeira – Obrigada Rose!

-Hmmm, certo. Agora eu e a sua afilhada estamos muito bem, certo?

-Certíssimo... – Lily respirou fundo e o soltou com um suspiro – Acho que vou dormir muito bem essa noite – ela disse sonhando.

-Tudo bem – Scorpius a interrompeu de seus devaneios – Agora a Rose pode voltar a comer não?

-Ah, claro... me desculpe. Pode comer Ro, quero vocês duas muito bem e saudáveis! – Ela deu um ultimo abraço em Rose e saiu saltitante para a mesa da Grifinória.

-Coitadinha, deve ter ficado aflita o dia inteiro.

-É, mas pode terminar de comer agora Sra. Malfoy, ou acha que não lhe vi olhando aquelas asinhas gordurosas?

-Scorps... amor... minha vida... eu estou grávida. Acha mesmo que vou apenas querer comer coisas saudáveis? Em que mundo você vive amor? – Ela estalou um beijo em sua bochecha antes de pegar as asinhas e mais um pedaço de torta de carne.

-Certo, fazer o que... – Ele deu de ombros e a olhou terminar sua refeição.

Na manhã seguinte, quando Rose abriu a porta de seu quarto deu um leve pulo indo imediatamente para trás. Scorpius que a viu voltando saiu em seu encontro para saber o ocorrido.

-O que foi?

-Olhe para isso! – Ela apontava com a mão vários presentes que estavam empilhados em sua porta.

-São presentes... – Scorpius comentou meio desconfiado pegando um em suas mãos – para a bebê.

-Para a bebê? – Rose pegou o embrulho de suas mãos, abriu-o e deparou-se com um macacãozinho vermelho vivo, junto a um cartão. Ela o pegou a leu em voz alta:

“Parabéns pela bebê

Que seja muito linda e saudável...

Lúcia Turner – Corvinal”

-Droga! Agora todos já sabem... Também com o grito que a Lily deu ontem. Quem não escutaria? – Ela devolveu o embrulho para Scorpius e voltou para a cama se jogando nela.

-Rose... – Scorpius pegou sua varinha e fez todos os presentes flutuarem para um canto dentro do quarto -... veja pelo lado bom. A maioria gostou da novidade e esta lhe enviando presentes!

Scorpius a puxou pelo braço fazendo-a sentar-se.

-Pare de ser dramática e vamos logo, você precisa comer antes da aula.

-Ahh, eu não quero.

-Mais vai, anda – Scorpius a fez levantar e a guiou até o Salão Principal.

Ao entrar no Salão, todos, com exceção de alguns sonserinos bateram palmas para Rose e Scorpius enquanto assoviavam e gritavam parabéns. Deixando Rose totalmente atônita a cena.