O punho de Natsu ficou envolto de chamas, a chama agitada criava um jogo de sombras na face do jovem, o que endurecia ainda mais a feição colérica do rosado. Seus olhos castanhos pareciam faiscar com a luz de suas chamas, e aquela expressão intimidou a todos seus companheiros, mas Rei sorriu de lado, como se o encarasse apenas como um desafio patético, apenas um passatempo rotineiro.

—Pronto para mais?—Indagou Rei, provocando seu adversário, passando a mão pelos cabelos.

—Ora sua... Você vai pagar pelo que fez!—Gritou Natsu, se preparando para um ataque que não aconteceu.

Lissana se pôs ao lado do amigo e pousou sua delicada mão no ombro dele, e ele estando na elevada temperatura em que estava, sentiu o toque frio da albina e voltou seus olhos para a maga.

—Afaste-se Lissana, eu já adiei essa luta por muito tempo.

Mesmo ouvindo aquilo, a garota não se afastou, na verdade ela se colocou na frente do Dragneel, para o espanto do mesmo, já a inimiga, apenas encarou na Strauss, alguém fraco e patético e sorriu com escárnio, fazendo com que a antipatia que a outra sentia, aumentasse ainda mais.

O mago abriu a boca para gritar algo para a amiga que estava interferindo na sua esperada luta, mas antes que alguma palavra pudesse sair por entre os seus lábios, Lissana falou:

—Eu cuido dela.—A albina nunca havia falado com tanta convicção antes, e acabou por surpreender o garoto, que logo se recuperou e rebateu:

—Você ficou louca de vez?! Você não pode lutar contra ela! Ela é forte demais, até m...

—Isso, escute o seu amiguinho, branquela.— Ironizou a morena, enrolando uma mecha de seu cabelo ao redor seu dedo indicador.—Você nunca vai conseguir nem me arranhar, quanto mais me derrotar!

A risada doentia e o olhar superior de Rei tocaram na oponente como ácido e foi então que a Strauss iria batalhar, e iria ganhar, nem que precisasse morrer para isso.

—Natsu, eu vou lutar.—Drecretou e o Dragon Slayer não sabia o que retrucar, nunca vira a amiga tão determinada a algo assim.

—Mas...—Gaguejou Natsu, hesitante.

—Mas nada! Você precisa ir atrás da Lucy, esqueceu? A Lucy está precisando de você, mais do que eu!—Falou bruscamente e seus olhos marejados deixava claro que ela não estava mais falando sobre lutas e resgates.—Eu vou ficar bem...

O rosado se sentiu hesitante em deixar Lissana, sua frágil e delicada amiga de infância para trás, nas garras de uma inimiga louca, porém altamente habilidosa e perigosa. Era como enviá-la para a morte, mas antes que pudesse fazer algo, a albina usou sua magia, o Take Over, se transformando em um tigre colorido e gigantesco, que logo partiu para o ataque direto, o maior erro que faria. Rei se manteve parada até o último instante, com um sorriso presunçoso nos lábios e postura casual, como se estivesse vendo o filhote de um gato, não um tigre.

Quando atacou com sua enorme pata, Lissana deixou a guarda aberta e atingiu o ar, por alguns instantes, a albina olhou para os lados, como um felino, não achando sua oponente. De súbito, a garota viu a morena saltando por cima de seu corpo com uma habilidade e rapidez impressionantes.

—Eu te peguei.

De repente, a maga amaldiçoou a própria idiotice quando viu Rei agarrar sua cauda e puxá-la para frente com uma força estrondosa, a fazendo quase voar.

Lissana quase conseguia ver sua desgraça, sendo arremessada contra o chão, mas foi então que tudo mudou, quando do nada, cinco bonecas bateram na morena, a fazendo se desconcentrar e soltar o tigre. Rei passou a mão no rosto, onde levou uma das pancada de objetos desconhecidos.

—Mas o quê?—Murmurou ao ver o que parecia ser cinco canecas rindo com voizinhas estranhas.

Uma risada histérica e tão irritante quanto a voz das canequinhas encheu o ar e a morena ficou encarando a figura estranha que se aproximava, tentando descobrir quantos idiotas deveria derrotar.