Em Busca Da Felicidade. escrita por Jajabarnes


Capítulo 13
Custe o que custar.


Notas iniciais do capítulo

Divirtam-se!



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POV. Caspian

Abri os olhos devagar e olhei em volta. O quarto estava mais claro, sinal de que já amanhecera, então as lembranças da noite anterior invadiram minha mente. Cada toque, cada beijo apaixonado, cada sensação delirante, cada arfar de Susana sussurrando meu nome...

Olhei para o lado e sorri, mordendo o lábio inferior.

Susana estava lá, deitada de costas para cima, os cabelos espalhados pelo travesseiro, as costas alvas e nuas estavam descobertas; os lençóis cobriam suas pernas até a cintura, assim como a mim, cobertos apenas pelo tecido branco.

Com cuidado, me aproximei dela, apoiando-me com as mãos na cama, uma de cada lado de Susana. Pousei meus lábios em suas costas, trilhando um caminho de beijos até sua nuca, deliciado com seu aroma de jasmim. Senti Susana sorrir, respirando profundamente.

-Bom dia. - sussurrou ela.

-Ótimo dia. - sussurrei de volta, mordiscando sua orelha, sentindo-a estremecer. Susana riu de leve.

-Está acordado há muito tempo?

-Não... - beijei sua nuca. - Acabei de acordar... - ela espreguiçou-se e virou de frente para mim. Eu a abracei, fechando os olhos ao sentir o contato entre nossa pele. Deitei a cabeça na curva de seu pescoço, ouvindo sua respiração enquanto seus dedos deslizavam por meus cabelos. Acho que nunca me senti tão feliz.

Diversas vezes eu fiquei acordado até altas horas da noite imaginando acordar ao lado do amor da minha vida, acordá-la aos beijos depois de uma noite como aquela. Era um sonho que finalmente se tornara real e, se dependesse de mim, não acabaria nunca.

Como eu queria que fosse assim para sempre. Como eu queria segurar sua mão ou beijá-la sem correr o risco de ser morto por “me aproveitar” da princesa... Só que, infelizmente, esse sonho parece cada vez mais impossível.

Só de pensar na possibilidade hipotética de Susana nos braços de outro homem e, principalmente, este outro homem sendo Rabadash – quem eu já declarei ser meu arqui-inimigo -, eu fico fora de mim. Não vou conseguir viver vendo-a como esposa dele, principalmente depois de tudo o que aconteceu esta noite...

-Eu te amo. - falei, quebrando o longo silêncio.

Susana olhou-me nos olhos por alguns segundos.

-Eu também te amo. - sussurrou, tocando meu rosto. Segurei sua mão delicadamente e a levei aos lábios, beijando-a suavemente, depois segurando sua mão entre as minhas, brincando com seus dedos.

-O que acha que vai acontecer agora? - perguntei baixinho.

-Não sei... - sussurrou. - Eu estou com medo... - sua voz ficou mais baixa, os olhos azuis fitando-me. - Medo do que vai acontecer... Medo de ficar longe de você... Medo de Rabadash...

-Shh...! - interrompi, envolvendo-a num abraço apertado. - Não pense nisso... Não agora... - pedi. Ela correspondeu ao meu abraço.

-O que vai ser de nós daqui para a frente? - perguntou depois de um tempo.

-Quer mesmo que eu lhe diga? - fiz um leve suspense, falando seriamente, olhando-a nos olhos.

-Claro.

-Bom, eu nos vejo juntos, felizes, em paz, numa casa de campo, sentados no jardim, sorrindo e observando os Caspians correndo e se sujando de lama.

Ela sorriu.

-“Caspians”?

-É! - contei nos dedos. - O XI, o XII, o XIV...

Susana riu.

-E ainda existe a Susana Primeira depois de todos esses?

-Claro! E ainda tem o XV a caminho!

Nós rimos, mas sabia que, apesar da brincadeira, era o que mais queríamos que se tornasse real. E como eu queria...!

Beijei Susana calmamente uma, duas, três vezes, mas comecei a sentir o desejo nascendo de novo e ficando cada vez mais forte, então interrompi o beijo.

-Acho melhor você ir... - falou ela.

-Não quero ir. - fiz birra.

-Eu sei. Também não quero que você vá... Mas daqui a pouco todos já estarão acordados... Não podemos correr o risco de sermos pegos aqui, assim... - Indicou-nos. Dei uma rápida olhada para nós dois, deitados sob os lençóis.

Voltei a olhar para Susana e abri a boca para falar algo, mas fechei e sorri. Susana estava corada.

-O que foi? - perguntou ela.

-Está com vergonha? - ergui as sobrancelhas. Ela corou mais.

-Um pouco.

Eu ri.

-Não precisa sentir vergonha, você é linda!

A beijei mais uma vez. Logo nos levantamos e nos vestimos. Eu odiava ter que deixá-la, mas ela realmente não queria que fossemos descobertos, e na verdade, nem eu queria. Assim, deixei o quarto, prometendo a ela e a mim mesmo que impediria esse casamento.

Custe o que custar.

Pov. Lúcia.

O dia não estava completamente nublado nem completamente ensolarado. Ontem a noite, Edmundo me contara a decisão de Susana. Mas estava acontecendo algo além disso. Tinha alguma coisa errada, eu sentia. Edmundo disse que Pedro acha que Susana está sendo obrigada a fazer isso. Não obrigada por ser a princesa, mas por algo além. É com o objetivo de descobrir isso que estou indo até Susana. Sei que ela vai me contar. Dei duas suaves batidas na porta.

-Sou eu, Lúcia.

-Pode entrar. - respondeu ela, um tom de voz bem diferente do que eu esperava ouvir. Entrei. Vi Susana arrumando sua cama. Estranho.

-Bom dia, Lú! - cumprimentou ela.

-Bom dia... - falei. Ela estava... Feliz? Susana estava cantarolando enquanto ajeitava os travesseiros. - Está tudo bem, Su? - questionei. - Edmundo me contou sobre sua resposta... Vim ver como você está. - sentei na poltrona próxima a cama, Susana sentou na beira da mesma, com parte dos lençóis ainda bagunçados.

-Está tudo ótimo, Lu! - deu de ombros.

-Edmundo me contou sobre sua decisão. - repeti.

-Tudo, fora isso. - acrescentou.

-Pedro acha que você foi obrigada a isso, tipo chantageada, sabe? - disse eu, preparando uma torrente de argumentos para fazê-la confessar. Susana me olhou como se eu fosse a maior idiota do mundo.

-É claro que fui. - disse como se fosse a coisa mais óbvia.

-Pedro precisa saber disso, Susana! - alertei. - Ele pode transmitir isso ao seu pai, ele pode impedir esse casamento!

Susana balançou a cabeça negativamente, olhando para suas mãos, tendo a alegria apagada de seu rosto, dando lugar a uma expressão abatida.

-Vou falar com Pedro depois, mas não vai adiantar... - seus olhos se encheram de uma expressão desolada. - Não sei como, mas Rabadash descobriu sobre meus encontros secretos com Caspian... Se meu pai souber disso... Não sei como poderá reagir...

-Oh, Su...! - eu a abracei.

-Não se preocupe, Lu, não comigo. Você tem assuntos mais importantes com que se preocupar. - disse ela, calmamente.

-O que seria mais importante?

Ela me lançou um sorriso maroto.

-Seu casamento, por exemplo.

Eu corei.

-Quem lhe disse? - perguntei, não que ela não devesse saber, mas eu queria ter lhe contado.

-Pedro.

-Como príncipe Pedro está se saindo um ótimo fofoqueiro! - brinquei e nós rimos.

-Aconteceu tanta coisa nos últimos dias, nem tive tempo de lhe dar os parabéns. - sorriu como se pedisse desculpas.

-Obrigada, Su. - sorri levemente.

Houve alguns segundos de silêncio.

-Não sabe como eu queria ser como você, Lu... Casar com o homem que amo... - seus olhos brilharam marejados. Susana suspirou com um leve sorriso, deitando-se lentamente na cama.

-Você parece tão tranquila, Su, parece, se me permite dizer... À vontade com essa ideia de casar com Rabadash...

Ela abriu os olhos.

-Essa ideia de viver ao lado dele pelo respo da minha vida me assusta... Me maltrata... - então ela sorriu. - Mas eu tenho certeza de que serei sempre de Caspian. De corpo, alma e coração.

-Su, tudo bem, de coração sei que você sempre o amará... E de alma também... Mas de corpo? Sempre que me ponho em seu lugar essa é uma das piores partes... Rabadash vai tomá-la para si após o casamento...

-Eu sei e você tem razão, ter que satisfazê-lo será sem dúvida um castigo severo... - ela sorriu. - Mas sinceramente? Depois do que aconteceu esta noite, não importa. Nenhum homem nesse mundo e muito menos Rabadash conseguirá fazer com que eu me sinta como Caspian me faz sentir.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que o capítulo não está lá essas coca-cola toda, mas capítulos sem muita emoção são necessários as vezes... O próximo vem curto, mas vem melhor!
Beijokas!!



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