The Carrerist Games-74 Jogos Vorazes escrita por BrunaBarenco


Capítulo 25
Capítulo 25


Notas iniciais do capítulo

Vou confessar, enrolei bastanteee para postar esse capítulo (e o bastante merece mais dois "e"s sim)porque é o último capítulo de verdade que eu escrevi para essa fic, e desculpem pelo final horrível estou aqui chorando por causa disso. Mas nem EU pude suportar escrever essa, hã, despedida.
ENJOY IT e vejo vocês nas notas finais.



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O dia seguinte não tem tantas emoções, e espero que minha vida nunca mais se torne emocionante. Não se engane, o perigo não vale a pena. Nerfet parece um pouco chateada em deixar a Capital.

-Minha sobrinha vai sentir minha falta.- ela diz, para quem quiser ouvir. Cashmere resmunga que não aguenta mais e logo que chega no trem se enfia na sua cabine e vai dormir- O que aconteceu com ela?

-Ressaca, eu acho.- dou de ombros- Ou talvez ela não tenha dormido essa noite.

Nerfet arregala os olhos:

-Não sei o que anda acontecendo com vocês, jovens, sinceramente...

-Ah, fala sério Nerfet. Eu só disse que ela pode não ter dormido, insônia ou sei lá. Você interpretou errado. – eu começo a rir, e ela fica um pouco chateada,

-Ah, claro, a culpa é sempre da Nerfet- ela resmunga- Acho que eu é que preciso de uma comidinha agora, se me dá licença...

-Toda.- continuou rindo, e ela fica um pouco mais emburrada, reclamando até sair da sala e ir procurar alguma coisa para comer.

E eu? Eu fico sozinha. Não que nunca estivesse. Estou sempre sozinha. É uma das coisas ruins de ser uma carreirista (não que eu ache que tenha muitas coisas ruins). Nós aprendemos a nos cuidar sozinhos, a ficar sozinhos. O trabalho em equipe não é muito presente, e não fazemos questão de aprende-lo devidamente. Preferimos agir sozinhos, ou em pequenos grupos, sendo isso muito raro. Portanto, eu até gosto de ficar sozinha.

O único problema é que sozinha se tem muito que pensar. Mas nos últimos dias tenho andado prevenida, e comprei alguns livros na Capital. Não são exatamente a melhor coisa do mundo, porque afinal de contas, são da Capital, mas servem para me distrair e dar boas risadas com a estupidez dos personagens, de uma forma geral.

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A viagem até o Distrito 1 é relativamente curta, e ao entardecer estou em casa. Finalmente, em casa. Parece que estou há tantos anos fora... Cashmere está com uma cara horrível, ainda, e parece não ter dormido por alguns séculos. Dessa vez, não temos compromissos chatos nem nada do tipo, e vamos direto para casa.

Minha mãe, Siller e Genna me esperam com uma pequena festa. Não estou exatamente com o espírito de festejar, mas tento curtir isso. Por elas. Cashmere foi convidada também, mas acabou apagando no sofá, e resolvemos que era melhor deixa-la por lá. Amanhã vamos acorda-la e explicar tudo.

-E as novidades?- pergunto, apenas torcendo para não termos más notícias.

Siller sorri:

-Meu irmão está querendo se voluntariar ano que vem. Não que eu vá me importar.

Genna ri, e minha mãe repreende Siller que continua sorrindo. Eu acompanho a risada de Genna, me sentindo bem mais leve por estar ali, conversando, do que quando estava na Capital, discutindo sobre rebeliões com um bêbado e um maluco.

XXXXXXXX

Os dias passam lentamente do Distrito 1, como sempre passaram. Todos os dias minha mãe me acorda como sempre fez, e faz um chocolate. Cashmere vem me “buscar” para andar no carro novo dela até o Centro de Treinamento, onde passamos a manhã observando e ocasionalmente treinando um pouco, para não perder o hábito. Tento ajudar Siller, mas não preciso dizer que não adianta nada e ela continua uma lástima em tudo. Pelo menos Genna está melhorando.

Minha mãe continua com suas “experiências” no porão, e a casa continua permanentemente perfumada de alguma coisa. Nerfet vem nos visitar de vez em quando, para contar como tudo é absolutamente chato sem nós por lá. E para contar como o Septuagésimo Quarto Jogos Vorazes ainda faz um sucesso enorme:

-O tordo! Não é a coisa mais linda?- diz ela, mostrando imagens onde modelos misturam meu super aplique com um pássaro.

-O que é isso?

Nerfet reclama, impaciente:

-Francamente, não prestou atenção em nada nesses Jogos?

-Não me interessava. Vocês, vencedores são sempre tão....

Como começo a rir de novo, ela para:

-É o símbolo da Katniss.

Paro de rir:

-Mais um motivo para que eu fique longe dele.

-Mas qual seu problema com a Katniss?- Nerfet pergunta, seguida de uma voz conhecida vinda da porta.

-Isso, Diana. Conte qual o seu problema com a Katniss- é claro que Cashmere já sabia, mas pelo visto hoje ela estava querendo me atrapalhar. Nerfet é uma boa pessoa, mas como todos na Capital, bem... ela não consegue guardar informações por muito tempo.

-Não fui com a cara dela.- respondo, fuzilando Cashmere que apenas ri. Nerfet parece pensativa.

-Bem, isso terá que mudar.

-Eu não vejo por que. - respondo, e elas desistem do assunto. Mas provavelmente, desistem por enquanto.

Minha mãe parece menos preocupada comigo, depois que passam alguns meses:

-Parou, Diana?- ela pergunta, um belo dia, durante o café da manhã.

Eu a encaro por alguns instantes, tentando entender do que ela está falando:

-Mãe. Nunca vai parar. Eu sou louca... Para o resto da vida. Passa a manteiga?

Ela suspirou, e me passou a manteiga:

-Mas, Diana...

-Não tem nenhum “mas”, mãe. Ser louca é uma grande porcaria, e eu já passei por momentos horríveis... Nunca aqui em casa. Mas sempre na Capital. Ninguém pode fazer nada.

Minha mãe me encara por muito tempo, e isso está começando a ficar incômodo quando ele finalmente se levanta e me abraça:

-Desculpe por você estar passando por isso. Eu te amo e só... só queria o seu bem.

Sorrio e ela mexe no meu cabelo, como nos velhos tempos:

-A culpa não é sua. Não é de ninguém, tirando aquele detestável do Snow. Mas eu resolvi tudo. Não vai acontecer nada agora- e como eu estava errada e não sabia.

XXXXXXXX

Massacre Quaternário. Hoje é o dia em que será anunciado o evento mais aguardado em anos. Nerfet diz que a Capital está em polvorosa com isso. Cashmere e Siller estão aqui. Na verdade, Cashmere vive aqui:

-A comida da sua mãe é muito melhor que a minha. Não sei cozinhar de jeito nenhum-comenta, enquanto mordisca uma torradinha- sabe, acho que vou passar a almoçar aqui. Algum problema, Diana?

Reviro os olhos:

-Você é impossível.

-Nenhum problema!- grita minha mãe da cozinha. Como eu já disse, ela é a melhor pessoa do mundo.- Mas saiba, Cashmere, que eu não gosto de cozinhar.

Siller ri e pega uma torradinha:

-Isso está mesmo bom?

-É claro- responde Cashmere, com a boca cheia- Muito bom.

Siller dá de ombros e pega mais três. Tomo coragem e pego uma:

-Ei, não acabem com toda a comida da minha casa!

Elas riem e continuam comendo. Em alguns minutos, minha mãe se junta a nós:

-Também estou curiosa para ver.  No último Massacre, eu era elegível, e lembro até hoje de como foi horrível ter o dobro de crianças na arena. Algo como medo duplo.

Caesar Flickerman diz algo sobre o casamento ridículo da Everdeen (e não é que ela está, de sua forma ruim e incerta, conseguindo manter a farsa pelo menos na Capital?).

- É isso mesmo, este ano será o septuagésimo quinto aniversário dos Hunger Games, o que significa que é hora de nosso terceiro Massacre Quaternário!

Presidente Snow começa um discurso longo e chato, durante o qual rimos e conversamos sobre a devoção de Cashmere pela comida da minha mãe, até que finalmente paramos para prestar atenção:

- E agora estamos honrando nosso terceiro Massacre Quaternário.- ele faz um pausa dramática e lê o cartão- No aniversário septuagésimo quinto, como um lembrete para os rebeldes, que mesmo o mais forte entre eles não pode vencer o poder da Capital, os tributos masculinos e femininos serão colhidos a partir de seus vencedores existentes.

Minha mãe segura um gritinho. Siller fica branca. Cashmere e eu nos encaramos, e depois de alguns segundos começamos a rir, completamente malucas. As outras duas nos encaram como se estivéssemos loucas, e no meu caso é verdade. Continuamos rindo até ficar sem conseguir respirar e com dor na barriga.

-O que deu em vocês?- minha mãe pergunta, chocada.

Tenho que me segurar para responder, e parece que Cashmere também está se segurando para não rir:

-Não vejo como uma segunda vez pode ser pior que a primeira. Se eu for morrer... Bem, não tem nada pior que a arena mesmo.

-Então você não se importa se tiver que voltar?- Siller interrompe, ainda muito pálida, tirando o cabelo loiro do rosto e dando um sorriso tímido- Você é louca, Diana!

Sorrio também, mas Cashmere é mais rápida:

-Não acho que me importo. Nem Diana- concordo com a cabeça, e ela joga os cabelos, como sempre- Ela disse tudo. Além do mais... meu querido irmãozinho deve querer voltar. (N/A: na minha cabeça, Cashmere e Gloss são meio brigados, tá?). Vamos evr no que isso aí vai dar.

-Como podem ser tão indiferentes?- minha mãe continua chocada.

Eu dou de ombros:

-Sou completamente louca- Siller e Cashmere riem- Essa pergunta só pode se dirigir para Cashmere.

Ela sorri:

-Acho que loucura pega- nós três rimos como... bem, como loucas, e minha mãe nos olha reprovadora.

-Eu acho que vou trabalhar.- ela diz, por fim, mas dá um sorrisinho quando chega na porta- Mas para falar a verdade, acho que vocês me contagiaram também. Não estou mais tão preocupada.

-Não fique preocupada-interrompo. Ela sorri de verdade.

-Sou mãe, Diana. Sua mãe. Ou seja, vou passar o resto da vida preocupada.

Cashmere e Siller riem, mais uma vez, como loucas:

-O que posso fazer se adoro viver perigosamente?- pisco para Cashmere, e elas riem ainda mais, dessa vez eu começo a rir também- Okay, chega. Tinha alguma coisa estranha naquelas torradas.

Passamos o resto da noite assim, e com direito a ligar o karaokê, até “bem tarde”, segundo minha mãe. E eram só onze e meia. Cashmere disse a ela que levaria Siller em casa. E eu disse que ia junto. Ela sabia que era melhor não discutir.

Deixamos Siller em casa, e então Cashmere se virou para mim:

-Hã, Diana, eu tenho uma coisa complicada para falar.

-Diga- respondo, sem dar muita atenção.

Ela fica séria:

-Ainda sou sua mentora. Então, você ainda deve me obedecer. Eu vou voltar á arena.

Paro de olhar pela janela:

-O quê?

Ela tamborila os dedos no volante e joga o cabelo, como sempre faz quando está impaciente:

-Eu disse que vou voltar á arena. Olha, minha vida não é lá essas coisas, e não aguento mais esses... esses caras da Capital me perseguindo. Eu tenho, e sempre tive, absoluto nojo deles.- ela parou para respirar, estava falando muito rápido- Eu sou mais experiente que você. E não me interrompa, sei que você é teimosa, esperta, perigosa e tudo mais. Mas eu sei que isso não foi um “acaso do destino”. Snow quer liquidar você e o 12. Se livrar dos seus maiores problemas. É muito bom para ele, mas alguma coisa me diz que você vai ser importante viva. E o trabalho de um mentor é proteger o tributo.

Eu fiquei quieta por algum tempo, e disse a coisa mais infantil do mundo. Sei, sei, vocês esperavam um longo discurso meu desobedecendo-a completamente. Mas pelo menos uma vez em permiti ser completamente infantil:

-Mas eu não quero que você volte para a arena.

Cashmere sorriu.

-Sabe, é engraçado isso. Eu nunca quis um irmão mais novo. Queria sempre uma irmã. Gloss sempre foi insuportável. Nunca pensei que ficaria tão apegada a um tributo... na verdade, á uma adolescente que sempre fez o bem entendeu- ela ergueu as sobrancelhas- E nunca ouviu a mentora. Mas acabou ganhando os Jogos. E você é como uma irmã mais nova para mim, já que sempre tento esquecer que aquele idiota existe. Do mesmo jeito que sei como você gosta de Genna. Como uma irmãzinha.

Não pude deixar de sorri:

-Sendo assim, irmã mais velha chata, eu vou te ajudar.

Ela riu, parando em frente a minha casa e bagunçando meu cabelo:

-E então, maninha? O que você está planejando para me ajudar?

Sorrio de novo. A única pessoa que bagunçava meu cabelo era meu pai... Mas ele não fala mais comigo desde que expulsei sua “namorada” da festa, quando venci os Jogos. Acho que eles nem estão mais juntos, mas ele não veio me procurar.

-Acho que você vai ter que esperar para ver. Mas talvez tenha alguma coisa a ver com o meu, hum, reino.

Ele concorda:

-Tudo bem então, sua majestade das facas.

XXXXXXXX

Era incrível como ela tinha conseguido ganhar os Jogos. Genna ria do meu lado, enquanto Cashmere tentava jogar facas.

-Ela é muito ruim?- Genna me pergunta, e eu olho para baixo para poder encara-la. Sim, ela continua muito baixinha para a idade.

-Estou pensando seriamente em compara-la com Siller.

Genna dá uma gargalhada e Cashmere para:

-O que você disse?

Olho feio para ela:

-Por acaso eu deixei você parar de treinar?

Genna continuou rindo e eu ri também.

-Okay, pode parar. Por hoje.- acrescentei, sorrindo.

Cashmere vem bufando na nossa direção.

-Nunca pensei que uma garota de 15 anos pudesse ser a professora mais exigente que eu já tive.- ela reclamou.

-Você é a vitoriosa mais sem habilidade que eu já conheci.- respondi, enquanto ela jogava os cabelos, orgulhosa.- Só estou tentando ajudar.

Cashmere pareceu pensar um pouco antes de falar:

-Para sua informação, ganhei os Jogos com uma espada, não com facas. E... Tudo bem, as duas só estão tentando ajudar. Mas isso é mais difícil do que parece.

Sorrio de novo:

-Não seria uma hierarquia se não fosse difícil chegar ao topo.- Genna ri, e Cashmere revira os olhos. – Amanhã tem mais, não se esqueça.

Ela revira os olhos e sai. Mas na verdade, desde que ela me comunicou (sim, a palavra é essa, ela não avisou ou disse, me comunicou e nem pude argumentar) que iria se voluntariar de novo eu tenho tentado ensina-la a jogar facas e outras coisinhas, mas aparentemente ela esqueceu de tudo.

-Não achei que fosse precisar mais- é a desculpa ruim que encontrou.

Genna me encara por algum tempo depois que Cashmere sai:

-Eu gosto dela.

-Eu também.

Genna sorri de novo:

-Nunca pensei que o Centro de Treinamento ia me dar duas irmãs mais velhas.

Sorrio de volta enquanto ela me abraça:

-É, nunca pensei nisso também.

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O dia da Colheita chegou, a praça foi decorada. Siller estava logo na frente das grades, e quando eu e todos os vitoriosos passamos por lá ela conseguiu sorrir para mim, apesar da confusão. Me senti um pouquinho melhor. Daqui há alguns minutos seria a colheita mais estranha já presenciada. Não acho que o dobro de tributos nem uma votação popular é pior ou sequer igual do que vitoriosos tendo que voltar para o lugar dos seus pesadelos (mesmo que alguns neguem).

Não lembro direito como foi realmente a colheita. Lembro-me de Cashmere e Gloss se voluntariando, e em como eu tinha certeza de ela não voltaria. Genna chorou bastante quando Cashmere voltou para arena, e vou confessar que eu também. Não consegui acompanhar os Jogos. Tentei, mas não consegui. Ver minha mentora e... “irmã mais velha” postiça morrendo foi quase tão horrível quanto estar lá.

Estava pouco me lixando sobre a Everdeen, e a revolta. Haymicth e Plutarch tentaram me procurar para conseguir informações, mas eu (como sempre) dei um jeito de tirar meu nome da reta. E continuar sã e salva. Até isso tudo acabar.


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Notas finais do capítulo

Se as notas finais vão estar gigantes hoje? Sim ou claro? Em primeiro lugar, desculpem DE NOVO pelo final horrível, eu não consegui pensar em nada e estou chorando de verdade. Em segundo, e não menos importante, ainda tem o epílogo! Mas, férias estão acabando e vou precisar estudar bastante no 3º Bimestre então talvez demore, porque estou aqui na casa da minha vó.
OBRIGADA DE CORAÇÃO (nossa que brega) por acompanhar a fanfic. Sem vocês, não estaria aqui e um obrigada maior ainda ás minhas leitoras fiéis, que sabem quem são ;). Os reviews é que me fizeram continuar, obrigada mesmo. Mas, aproveitando esse clima horrível de despedida, DEIXEM REVIEWS POXA, E ME FAÇAM FELIZ! Vocês querem um epílogo, não querem? Posso muito bem ser má e deixa-los sem.
Enfim, desculpe o final horrível de novo, obrigada de novo e DEIXEM REVIEWS!
Luv u all,
Bruna