Commentarius Angeli - Um Testemunho escrita por Francisco Lima


Capítulo 6
Capítulo 6 - Pouso Forçado


Notas iniciais do capítulo

Este capitulo da uma amostra um poco mais clara das diferenças de níveis de poder de cada personagem.



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Capítulo VI – Pouso Forçado


28 de Agosto de 2011.

Engraçado, justo quando vou escrever sobre o ponto mais emocionante da noite o faço na companhia do sono. Já são 01h26min. O que será que se passa na mente de uma pessoa dentro de um avião que pensa estar fazendo uma viagem segura, agradável, e de uma hora para outra se vê dentro de algumas toneladas de metal em queda livre tendo como destino a morte certa? Se no intervalo entre paz e desespero existe tempo para alguma reflexão, o que será que a maioria das pessoas pensão? Quantos futuros são destruídos? Quantas famílias que estavam esperando um ente querido não vão receber uma noticia ruim? Quantos, dentro do avião e fora dele, não iram se revoltar contra o rumo tomado pela vida e não perderam a sua fé?

Nós aparecemos num corredor sem passageiros, Thais tocou imediatamente a parede com a mão direita e disse:

- Eu vou manter esse avião voando, Haziel e Lucas, vocês vão lá fora e matam aquelas feras.

- E eu o que faço? – Eu perguntei.

- Fica aqui e não morre! – Disse Pascal – Nós vamos lá fora lutar com os periquitos do maligno, e você não pode ajudar mais do que ficando aqui longe de confusão.

- Então por que me trouxeram pra cá? – Eu perguntei encarando Pascal.

- Porque estando conosco podemos garantir sua proteção! – Allan respondeu ao meu lado – Se tivéssemos te deixado para traz não poderíamos te proteger.

Uma aeromoça veio da porta que estava a nossa frente, e provavelmente levava a cabine dos pilotos, no instante em que nos viu nos repreendeu imediatamente. Ela disse com tom autoritário:

- O que estão fazendo aqui? Senhores por favor, nós estamos passando por uma turbulência e será mais seguro se vocês permanecerem em seus lugares!

- Mas não tem ninguém aqui! – Disse Thais com aquela típica tranquilidade na voz, combinada com um toque de convicção – Você não viu ninguém aqui, e não esta vendo ninguém agora, este corredor esta vazio.

A comissária de bordo então simplesmente pareceu ter se esquecido de nós e então nos ignorou totalmente, como se realmente não estivéssemos lá.

- Nossa garota, já pensou em ser vendedora? Ou advogada? – Perguntou Pascal com um sorriso irônico – Você tem talento! – Ele concluiu soltando então uma gargalhada que foi interrompida por um movimento no mínimo desconfortável realizado pelo avião.

- Vamos garoto, já passou da hora! – Disse Pascal para Alan, então eles deram as mãos e pularam, desaparecendo quando seus pés deixaram o chão.

- Eu quero ajudar! – Eu falei olhando para Thais.

- Você quer ir lá fora? – Ela me perguntou – Estamos em um quadrimotor voando a mais de 900 km/h em uma tempestade a sabem-se lá quantos pés de altura, e você tem certeza de que quer ir lá fora?

- Não posso deixa-los sozinhos e... Tempestade? Não estávamos em uma tempestade! – Eu questionei meio confuso.

- Pois é, eles estão cassando! –Thaís falou referindo-se as aves dos condenados – É como eles confundem suas presas, eles podem produzir, tempestades que dificultam muito a locomoção, comprometendo a visualização e a orientação espacial, além dos danos físicos que podem causar. Se você for lá fora o que vai poder fazer? – Thais me perguntou.

- Mais do que aqui dentro! – Respondi, mas admito, não fui capaz de fazê-lo com a mesma convicção que ela costumava demonstrar.

Thais me encarou por dois ou três segundos, e então olhou para cima e chamou por Pascal usando como de costume seu nome angelical.

- Haziel, venha aqui! – Ela ordenou.

- O que foi? – Ele perguntou surgindo de súbito, como se aterrissasse de um salto com os joelhos arqueados.

- Leve Micael com você! – Thais respondeu para ele que ficou com uma expressão de duvida evidente estampada na face.

- Ele te convenceu? Cadê aquele seu poder de persuasão? – Pascal questionou – Ele não vai conseguir ficar lá fora.

- Vão logo, Alan esta sozinho lá! – Ela ordenou com mais autoridade e Pascal me puxou pela camisa e pulou comigo. No salto Pascal nos transportou, assim como Thais fazia.

Não sei como conseguia aquilo, ele estava de pé, em cima de um avião voando em alta velocidade durante uma tempestade, como se estivesse no chão, de pé em uma calçada. Ele me disse alguma coisa inaudível para mim naquele momento, então com grande dificuldade para abrir os olhos, com a cabeça virada para o lado, vi Alan atacando uma daquelas aves com sua lança. Pascal tentou chamar minha atenção para algo e então me soltou. Quase que imediatamente eu passei da frente do avião ate sua cauda, carregado pela poderosa corrente de ar.

A corrente de ar já havia me carregado para longe da aeronave, eu a via se distanciando de mim enquanto caia, até que Pascal surgiu no ar, me agarrou e novamente surgimos sobre o Avião.

- Tente se concentrar, canalizar energia para fixar os pés na superfície! – Pude ouvi-lo então, com dificuldade, gritando para mim. Mas enquanto ele estava tentando me ajudar, uma das aves nos atacou o forçando a me soltar. Ela investiu em minha direção e enrolou seu longo pescoço em torno de mim, assim como faz uma sucuri quando estrangula sua presa. Sim diário, foi como o abraço estrangulador de uma sucuri, uma anaconda para os turistas. Curioso, o nome anaconda parece dar um ar bem mais cinematográfico para a situação.

Estando totalmente envolto pelo longo pescoço da ave dos condenados, eu fiquei sem nenhuma orientação espacial, mas ficou claro pra mim que enquanto me sufocava, a ave rodopiava no ar, talvez para ajudar no ato do sufocamento, talvez por ela mesma também comprometer sua orientação. De qualquer forma isso não durou muito, não que eu me lembre bem pra ser sincero, alguns rodopios no ar sendo esmagado pelo pescoço daquele ser monstruoso foram suficientes para que eu perdesse a consciência.

O odor forte e desagradável de óleo, a pressão exercida sobre mim pela fera, aqueles rodopios intermináveis, a escuridão. De repente eu estava mergulhado no nada, um universo sem sensações.

Meus olhos viram novamente a luz, o ar voltou aos pulmões como quando se volta a respirar após nadar desesperadamente para a superfície quando se sente que o folego esta para acabar e que talvez ele não seja suficiente, meu peito estava formigando. Na verdade o ar parecia queimar os meus pulmões por dentro.

Eu estava deitado no chão do corredor do avião onde tínhamos deixado Thais a pouco tempo atrás. Eu estava sem camisa, com o corpo sujo de óleo, e Allan estava ao meu lado, com as roupas encharcadas pela tempestade, ele então deu um suspiro de alívio e Disse:

- Ele voltou!

- Voltei de onde? – Eu perguntei.

- O seu coração parou de bater quando a fera te atacou. – Allan me respondeu – Pascal atacou a Ave dos Condenados que te pegou conseguiu te soltar, então ele te trouce ate aqui!

- Mas o seu coração havia parado de bater – Disse Thais complementando a explicação de Allan – Então Haziel trouce Lucas de volta para cá e ele aplicou desfibrilação em você.

- O que? – Eu perguntei sem compreender direito – Como ele fez isso?

- Com as mãos! – Allan me respondeu o que é claro, foi seguido por um silencio de incredulidade evidente, quando consegui formular minha próxima pergunta, Allan concluiu antes que eu pudesse falar – Encare como um item extra, vindo com um “pacote de expansão” em praticas de primeiros socorros, sabe como é, coisas de anjo.

Curioso como uma metáfora pode facilitar a compreensão de alguma coisa. O “pacote de expansão” usado como referencia por Allan é uma adição a um jogo ou programa de computador, que agregam novos itens ao programa já existente. – A luz de seu abajur parecia estar clareando menos do que na ultima hora. Wagner passou seu abajur do segundo ao terceiro de três estágios de iluminação. Já era tarde, mas ele preferia terminar de escrever antes de dormir, ele preferia continuar escrevendo enquanto a memoria estava fresca.

- Eu preciso de você! – Falou Pascal materializando-se por trás de Allan, ele o agarrou pela camisa e saltou desaparecendo com ele.

Sentimos então uma turbulência mais forte, Aquele com certeza era um sinal de que as coisas não iam bem. As comissárias de bordo cruzaram o corredor indo em direção as diferentes classes para orientar os passageiros de como realizar os procedimentos de emergência.

- Mas que droga, perdemos um motor! – Falou Thais muito nervosa – Droga Haziel, acabe logo com isso! – Ela gritou voltada para cima.

- Me deixe ajudar! – Eu pedi me virando para o lado tentando levantar.

- Você quase os matou lá em cima, Haziel estava certo, você não esta pronto pra algo assim!

Pelas janelas podíamos ver os clarões dos raios do lado de fora do avião. Thais mantinha o equilíbrio da aeronave com um motor a menos, e estava claro que as coisas estavam indo de mal a pior.

- Me deixa voltar lá! – Eu pedi a Thais com convicção.

- No começo desta noite eu lhe disse para manter seu coração e seus pulmões funcionando, e por mais de uma vez você mostrou que não pode garantir que ira cumprir esta ordem. Você não vai lá outra vez! – Ela concluiu mais uma vez com aquele ar autoritário.

- Não posso ficar aqui sem fazer nada, eu preciso ajuda-los! – Eu a questionei decidido a convencê-la, e senti novamente o relógio em meu pulso se transformar, cobrindo o meu braço e fazendo surgir o arco Galês em minha mão esquerda junto com a aljava em minhas costas.

- Me de a sua mão! – Ela me ordenou estendendo a mão esquerda para mim.

Eu estendi minha mão direita que ela agarrou com sua mão esquerda com firmeza, então me encarou e disse:

- Eu não gosto de me enganar, então faça com que desta vez, eu tenha tomado a decisão certa em te mandar pra lá! – Os olhos dela então brilharam como faróis, lâmpadas incandescentes, não ainda mais, algo como estrelas brilhando em suas cavidades, então ela me ergueu com a mão e me lançou para o alto, e então surgi mais uma vez sobre o avião, foi como se ela tivesse me jogado por entre um portal, mas sem me acompanhar desta vez.

O Vento e a tempestade provocavam uma sensação arrebatadora, mas desta vez eu fui capaz de suportá-la. Allan estava saltando para atacar uma das aves que agora atacava com mordidas outro dos motores na asa esquerda. Clarões atrás de mim que pareciam raios eram na verdade disparos do revolver de Pascal.

O monstro que Allan enfrentava, evitou sua investida e voou para junto da outra ave, a ajudando a lutar contra Pascal. O terrível grunhido da Ave dos Condenados vindo por suas costas fez Pascal se virar, sua mordida iria decepá-lo, mas uma de minhas flechas que a atingiu no pescoço a menos de um palmo de distancia da cabeça. A outra fera voou na direção de Pascal que desviou com um salto para o lado.

Allan correu em direção dos monstros passando rapidamente por nós, com sua lança ele transpassou o canto direito do peito da ave que acabara de tentar atacar Pascal, com o golpe, a fera gruiu de dor, o outro monstro aproveitou o momento para atacar Allan pelas costas.

Eu já tinha uma flecha em meu arco quando Pascal surgiu pisando com o coturno na mandíbula inferior da Ave e com a mão esquerda puxando um orifício nasal de seu bico o fazendo ficar aberto, então ele atirou dentro da boca do monstro que se debatia, por esta razão ele não pode mata-lo, mas causou graves ferimentos com seu ataque. A Ave desesperada para se soltar, golpeou Pascal com sua calda o atirando para longe, caindo da aeronave, logo sua imagem se tornou um ponto distante deixado para trás, que então desapareceu para surgir novamente junto conosco.

A Ave atacada por Pascal voou para a asa esquerda com fúria, atacando outro motor. O outro monstro deu uma cabeçada em Allan o atirando para o lado, e com a lança fincada em seu peito voou para a asa direita, para danificar outro motor.

Eu disparei minhas flechas contra a Ave na asa esquerda, que insistia em destruir o mais um motor daquela asa. Pascal disparava contra a fera na outra asa, ele abria o tambor de seu revolver e assoprava nele, isso parecia carregá-la novamente com capsulas de luz. Allan agarrou sua lança e a torceu fazendo o monstro gemer, ela o golpeou com suas asas o jogando contra a parede do avião, Pascal saltou sobre a ave caindo sobre suas costas.

O monstro conseguiu inutilizar outro motor e se lançou no ar com pascal agarrado em suas costas. Vi então um brilho diferente reluzir da lança de Allan, e um disparo do revolver de Pascal foi o gatilho sonoro para o próximo ataque. Orientando-se pelo som do tiro, Allan lançou sua arma com força e precisão impressionantes, e em uma fração de segundos, pude presenciar um ataque que com certeza possuía algo de especial.

A lança de Allan cortou o ar com velocidade e quase que sincronizado com ela, um raio da tempestade alinhou-se a sua trajetória. Pascal a fez expor seu peito abaixo de sua asa onde a lança a atingiu, ele saltou antes que isto acontecesse, e o raio que a seguia a atingiu em cheio. O clarão do raio reluziu sobre o metal da lança que o conduziu diretamente ao coração da Ave dos Condenados que caiu com as penas em fagulhas e se desmanchando em fuligem, desaparecendo de minha visão sendo deixada para trás.

Quando me voltei para a outra ave, a vi voando sobre mim, mergulhando no ar sobre a outra asa o avião, atacando Allan como havia feito comigo. Desprotegido sem sua arma, Allan foi pego de surpresa pela fera que o envolveu com seu longo pescoço e mergulhou em rodopio no ar. Decidido a ajudar meu amigo, saltei atrás deles, deixando a aeronave partir com dois de seus quatro motores para seu destino em meio a tempestade. Bom, acho que pular não foi a coisa mais inteligente a se fazer, mas normalmente nós só percebemos a idiotice que fizemos quando não podemos mais voltar atrás.

Eu achei que poderia me aproximar deles e soltar Allan disparando minhas flechas contra o monstro, mas em queda livre, eu não era capaz de ajudar meu amigo, na verdade eu não era capaz sequer de parar de rodopiar, ou abrir bem os olhos. Aquela com certeza não uma das situações mais confortáveis que se poderia imaginar, mas aquela não tinha sido uma noite comum, aquele ultimo ataque que Allan acabará de realizar, tinha algo de especial, e por mais desfavorável que aquela situação pudesse parecer, ela tinha algo de especial, e eu fui tomado por uma certeza, a de que nós dois não morreríamos ali.

Esta certeza me encheu o peito de coragem, então parei de cair descoordenadamente e assumi uma posição similar a de um paraquedista e, diga-se de passagem, eu sempre quis saber como era saltar de paraquedas, mas não tinha coragem para isso, eu tinha medo do paraquedas não funcionar. O lado bom era que eu sabia que não estava com um paraquedas com defeito, infelizmente esta certeza estava associada com outra, a de que eu não estava usando nenhum paraquedas. Brincadeiras a parte, consegui tomar o controle de minha queda, os movimentos a minha volta pareceram perder velocidade, e pude focar a fera rodopiando no ar, ela teria matado Allan, mas ela o soltou.

Quando me senti no controle de minha queda, pus a Ave na mira de meu arco, e disparei uma flecha certeira sobre a asa direita, foi incrível, num momento mal podia enxergar o que estava em minha volta e no outro, podia ver tudo com tanta nitidez, uma confiança crescente dentro de mim e meus instintos dispararam aquela flecha, e o que houve de mais surpreendente me assustou e fascinou, com diferentes intensidades, mas com igual surpresa.

Assim como no ataque de Allan, minha flecha foi perseguida por um raio cortando a tempestade, que atingiu a asa da Ave dos Condenados quase que no mesmo instante que a flecha. Com a asa chamuscando inutilizada e por causa da dor evidente causada por este ataque, o monstro não suportou continuar prendendo Allan e o soltou no ar. Sem conseguir voar, a Ave girou no ar em queda livre, e eu mais uma vez, disparei uma de minhas flechas, agora para baixo.

A condutividade do metal da ponta da flecha, o Vácuo causado pela passagem dela cortando o ar, uma diferença de polaridades, não sei bem quais as melhores explicações para isso, não sei se existiriam explicações, mas outro raio perseguiu minha flecha, e quando a Ave dos Condenados girou no ar e ficou com o peito voltado para cima, minha flecha que cortava os ventos da tempestade a atingiu seguido por outro raio. Um grande clarão de luz vindo do céu, o som estrondoso e ensurdecedor do trovão encerravam o que os olhos viram, mas a mente ainda tentava entender. A flecha conduziu o raio direto para o coração do monstro que teve suas penas feitas em cinzas e fuligem, ate que  a Ave que caia se torna-se uma nuvem rarefeita e se dissipasse no ar.

Allan e eu ainda estávamos caindo, Allan ainda estava desacordado. Eu tinha que ajuda-lo, eu não tinha o que fazer, mas eu tinha que ajuda-lo. Determinado a terminar o que comecei, estava decidido a salvar meu amigo, e me vi envolto a uma luz branca, forte, e quando percebi, já estava próximo de Allan e pude então agarra-lo, e descemos com velocidade, nos aproximamos ainda mais rápido do chão.  Mas a distância que ainda era grande, simplesmente desapareceu. Se num instante estávamos caindo, no instante seguinte eu estava sentado na grama, agarrado pela gola da minha camisa.

Sem intender o que estava acontecendo, olhei para cima e vi Pascal me segurando pela camisa com a mão esquerda, enquanto segurava Allan com o braço sobre o ombro direito, ele o pôs no chão e permaneceu olhando fixamente em uma direção, a direção em que o avião seguia perdendo altitude.

- Que dor de Cabeça! – Afirmou Allan levando a mão de encontro à testa.

O lugar onde estávamos tinha alguns pontos luminosos no chão, eram penas que emitiam luz própria, um branco levemente azulado, pouco a pouco, elas se apagaram e sumiram.

- Parabéns Wagner! – Falou Allan com uma voz de enjoou, com certeza aquela queda e aquele estrangulamento fizeram mal a ele, bom eu admito que foi muito menos do que a mim – Eu não pensei que seria logo em sua primeira caçada – Ele Concluiu já com um pouco mais de entusiasmo – Você conseguiu abrir as suas asas Micael.

- Consegui o quê? – Eu perguntei

- Você abriu suas asas, por alguns segundos, mas foi bem interessante, por muito pouco nem teriam precisado da minha ajuda – Explicou Pascal – É claro, que se eu não tivesse ajudado vocês teriam caído e morrido, mas mesmo assim foi surpreendente, você superou minhas expectativas garoto.

Pensei por alguns segundo no que Pascal disse e então uma preocupação me tomou a mente.

- Temos que voltar lá e ajudar a Thais, o avião estava caindo e...

- Olhe ali! – Pascal me ordenou apontando na direção em que ele olhava – Os pilotos comunicaram às autoridades que bloquearam aquela parte do trajeto daquela estrada, o avião em que Gabriel estava acabou de fazer um pouso forçado ali, ela usou seus poderes para mantê-lo voando e graças a isso eles conseguiram pousar.

- Nossa! – Eu disse surpreso. De onde estávamos podíamos ver os carros da policia rodoviária bloqueando a pista e a sinalização improvisada feita pelos guardas. Aquele pouso com certeza sairia nos jornais no dia seguinte.

- Que bom que todos vocês estão bem! – Disse Thais surgindo atrás de nós – Wagner, vejo que conseguiu explorar mais seus poderes, parabéns – Ela falou olhando para mim com um olhar encorajador – Bom, felizmente as coisas acabaram bem, eu só lamento achar que não vãos conseguir encontrar quem invocou as Aves dos Condenados esta noite.

- Acho que já trabalhamos o bastante por esta noite! – Disse Pascal.

- Você esta certo Haziel! – Thais concordou – E para onde vamos agora, alguém tem alguma sugestão?

- Para casa – Sugeriu Allan – Eu preciso tomar um banho, estou todo sujo de óleo.

Thais deu uma breve risada e declarou:

- bom eu tinha pensado em aproveitarmos a noite e irmos em uma balada, tem umas ótimas no Tatuapé, ou na Barra Funda, mas vocês tem razão, até porque faltam poucas horas para amanhecer, é melhor nos irmos descansar.

- Ei Thais – Eu a chamei – Se caso eu precisar falar com você, o que eu devo fazer?

- Você podo orar e chamar pelo meu nome, mas vai precisar faze-lo com fé para funcionar – Ela então me olhou bem e deu um leve suspiro – Ou se achar que não vai conseguir... Você pode ligar no meu celular!

- É mais fácil usar o celular! – Brincou Pascal.

Uma coisa era certa, já tínhamos trabalhado muito aquela noite e merecíamos um descanso. Eu iria tentar orar, mas anotei o numero de celular da Thais, só para garantir. Ela nos deixou em nossas casas, e o que quer que tenhamos que enfrentar daqui para frente, ficaria para o dia seguinte.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem dos personagens e do capítulo, e caso estejam gostando deixem comentários por favor.