Commentarius Angeli - Um Testemunho escrita por Francisco Lima


Capítulo 29
Capítulo 29 – Preocupação.


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, eu sei que faz mais de um mês que eu não atualizo a fic, mas isso aconteceu porque meus computadores pararam de funcionar e eu tive que comprar um novo.



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Capítulo XXIX – Preocupação.


As vezes as coisas parecem realmente ruins, mas por mais que pareça que tudo vai dar errado, acho que nossa reação será sempre de espanto ou algo parecido, quando tudo der errado. As coisas realmente pareciam ruins, mas de uma forma ou de outra eu não esperava por aquilo, e naquele momento eu não sabia o que eu poderia fazer para ajudar.

            Nós estávamos cercados por nove homens que nos observavam parecendo estudar nossa postura para se aproximarem vencendo nossa defesa. Lex estava apreensivo olhando para os lados encostado em nossas pernas.

            Um dos que estavam a minha direita correu contra nós, quando ele se moveu eu disparei minha flecha contra ele, de imediato, outros dois que estavam na direção oposta nos atacaram, Allan girou sua lança em um semicírculo de baixo para cima causando um corte em um deles que se estendeu de sua coxa esquerda até ombro direito. No curto intervalo de tempo em que Allan realizou seu ataque, eu puxei outra flecha da minha aljava e disparei contra o outro deles que também caiu no chão sem qualquer possibilidade de sustentar um confronto.

            - Parem de agir por conta própria! – Falou um deles. – Não estamos competindo, estamos caçando!

            - Caçando? – Allan repetiu.

            - Nós vamos com tudo que temos! – Falou aquele que parecia estar no comando. Ele ergueu a mão e a fechou empunhando o cabo de uma espada que se materializou assim como fazem a lança de Allan e o meu arco. Na distância em que estávamos eu não podia ver todos os detalhes da espada, mas dava para perceber que ela era bem trabalhada, haviam marcas gravadas em sua lamina, provavelmente escrituras como também existem em nossas armas.

            O primeiro deles que eu atingi foi puxado por outro deles que o estava ajudando, ele tossia muito, acredito que minha flecha o tenha perfurado o pulmão. Aqueles que ainda tinham condições de combate fizeram suas armas surgir assim como seu líder. Eles se armaram com lanças, espadas, facões, machados de batalha, as coisas estavam ficando piores.

            Eles nos atacaram todos de uma vez, eu puxei quatro flechas de uma só vez de minha aljava, e as disparava com intervalos de tempo muito curtos, confesso que não fosse pelo treino com Thomas e Pascal, eu sequer poderia mirar um único disparo como aquele. Lex estava alvoroçado em meio aquele ataque.

            Sempre com movimentos ágeis e fortes, Allan impedia a aproximação de qualquer um, bloqueando seus ataques, e por vezes tentando estocar nossos inimigos com sua lança, mas desta vez, nem eu nem ele conseguimos mais causar ferimentos sérios ao grupo que nos atacava ao ponto de conseguirmos acabar com o combate.

            - Droga, não devíamos lutar por aqui! – Eu falei, ser visto lutando em qualquer lugar seria ruim, mas perto de casa era evidentemente um risco ainda maior, poderíamos acabar expondo nossas famílias. – Allan, você já aprendeu a se transportar?

            - Não, Thais interrompeu o meu treinamento esquecei, só aprendi algumas coisas, não dá pra fazer isso ainda.

            Não se esqueçam da base, vamos! – Falou o líder dos demônios para seus parceiros.

            Eles voltaram a nos atacar, fazendo isso todos de uma vez nós precisamos ser mais rápidos para nos defender, então fica mais difícil feri-los gravemente sem nos expor. Um deles que também usava uma lança investiu contra Allan que girou sua arma em uma forma de meia lua de baixo para cima para defender o ataque. Quando ele fez isso, outro oponente aproveitou a oportunidade para ataca-lo.

            Tendo que manter o bloqueio do ataque do primeiro demônio que investiu contra ele, Allan ficou com o lado direito de seu corpo exposto, o segundo demônio então correu contra ele e girou seu machado de batalha sobre a cabeça para lhe desferir um golpe lateral. Com três flechas em minha mão, disparei uma delas no ombro esquerdo do demônio, depois disparei outra no cabo de seu machado, e por fim, fiz o terceiro disparo que o atingiu um pouco mais para a direita de seu ombro.

            Por causa do peso do machado e da força que nele havia sido depositado para realizar aquele ataque, mesmo com minhas três flechas não pode impedir o golpe, mas o retardei e desviei consideravelmente sua trajetória, o que permitiu a Allan se desviar. Evitando o golpe do segundo demônio, o primeiro que havia atacado Allan para abrir caminho para este último ataque tentou estoca-lo com sua lança, mas desta vez, foi Lex que correu em sua direção e mordeu seu antebraço. Antes que ele pudesse fazer alguma coisa contra seu guia, Allan investiu contra ele e lhe atingiu seriamente com um golpe de sua lança na altura do estomago.

            Um deles me agarrou pelas costas e me ergueu do chão para me enforcar usando o cabo de seu machado. Eu segurava uma flecha em sua mão direita e comecei a golpeá-lo na lateral de seu corpo, fiz isso seis ou sete vezes até que Lex mordeu sua perna e Allan o golpeou para que ele me soltasse.

            Quando cai, não conseguia mais respirar, por mais que eu tentasse puxar o ar para dentro dos meus pulmões. Eu enfiei a mão direita no bolso da calça para puxar a minha bombinha de asma, na verdade aquele ataque havia me provocado outra crise.

            Allan estava me protegendo enquanto eu estava caído no chão, eu senti o ar inflar os meus pulmões. Ainda deitado no chão vi que um deles estava realizando um ritual de invocação, então notei um volto, uma distorção, parecida com quando se olha para o asfalto quente no dia e se percebe uma imagem tremula, como se a agua sobre o asfalto estivesse evaporando. Não era bem isso, até porque estava a noite, mas eu vi uma imagem tremula, e a vi se mover muito rápido, e de estalo eu puxei Allan pela calça o fazendo cair também.

            Lex também percebeu algo de errado e saltou para o lado quando uma raja da de ar passou por nós e abriu uma fenda fina e profunda no asfalto com uns três metros de comprimento.

            - O que fez isso? – Eu perguntei enquanto tentava me levantar. Um de nossos agressores tentou me atacar com sua espada, eu rolei sobre o chão para me afastar de seus golpes que ressoaram sobre o asfalto. Ele então se virou para Allan, mas nesse meio tempo eu pude envergar o meu arco e disparar outra flecha que lhe atingiu o peito o fazendo cair para trás.

            No fim da rua vi que o demônio que havia feito o ritual de invocação fazia gestos de comando com os braços. Outros dois tentaram me atacar pelas costas, eu pode perceber a aproximação deles e consegui desviar. O golpe da espada do líder do grupo rasgou minha mochila.

            - Agora! – Gritou o líder do grupo enquanto os outros se afastaram do caminho, e o demônio que gesticulava fez um movimento rápido com o braço.

            Allan colocou-se a minhas costas, girou sua lança sobre nossas cabeças e bateu com sua ponta no chão, o que provocou um forte clarão que revelou um espírito ou espectro preto como uma sombra, e se afugentou com a luz.

            - Cuidado! – Allan falou.

            - O que era aquilo? – Perguntei.

            - Um espírito das sombras, é muito raro encontrar alguém que conheça o ritual para invocá-los, e são muito difíceis de controlar. – Allan Explicou. – Foi ele que fez o ataque do qual você me salvou.

            - Como você sabia de onde ele iria atacar? – Perguntei.

            - Eu posso senti-lo como sinto os outros, mas com eles é um pouco mais difícil.

            Allan girou sua lança no alto mais uma vez e bateu com sua ponta no chão novamente, agora afastando com sua luz, um ataque que viria pela diagonal.

            - Só posso senti-lo quando ele está muito próximo de atacar. – Allan falou preocupado. Lex também parecia pressentir o perigo junto com Allan.

            - Tudo bem Allan, evite esse monstro, deixe os outros comigo, eu ainda posso fazer mais do que isto! – Eu respondi. Aquela era uma responsabilidade que eu teria que assumir, Allan não poderia espantar aquele ser das sombras e continuar protegendo a si mesmo e a guardar minhas costas como vinha fazendo, ele precisaria se concentrar em espantar aquele espírito e como eu não podia fazer isso, cabia a mim enfrentar inimigos.

            - Vamos, ataquem! – Gritou seu líder e os demônios correram em nossa direção.

            Micael, foi ele quem havia me ajudado a lutar manifestando seus dons através de mim instintivamente em outras ocasiões, e aquele era mais um momento em que eu precisaria superar meus limites, na verdade era mais um momento em que eu precisava que limites simplesmente não existissem. Então eu o vi, apenas eu, sob a forma de Fabricio, em sua cadeira de rodas, olhando para mim enquanto todos investiam contra nós.

            - Apenas faça! – Pude ouvir sua voz em minha mente, mesmo ele não tendo falado nada, então ele sumiu como se tivesse se transportado novamente para dentro de mim.

            Eu puxei dez flechas de uma só vez de minha aljava e as joguei com pouca força para o alto, apenas para ficarem pouco acima de nossas cabeças, Allan estava atento tentando perceber de onde viria o próximo ataque do espírito. Antes que as flechas caíssem no chão, eu podia agarrá-las, envergar meu arco e disparar contra aqueles que vinham de encontro a nós.

            Eu girava e disparava as minhas flechas em todas as direções, alguns deles eu acertei com mais de uma. Na verdade, enquanto em disparava uma flecha eu já era capaz de me sentir segurando outra, e eu me percebia mirando para disparar sem sequer ter notado que já havia envergado o arco mais uma vez, ainda podia ouvir o som de cada flecha que eu já tinha disparado raspando sobre a madeira branca do arco enquanto mirava onde dispararia a próxima. A última das flechas eu agarrei a altura do meu joelho e disparei contra aquele que controlava o espirito que Allan tinha acabado de afastar mais uma vez com sua luz.

            O líder dos demônios foi atingido com duas flechas em seu peito, mas isso não o fez deixar sua espada cair, e depois que o clarão provocado por Allan afastou mais uma vez o espirito das sombras impedindo outro ataque, o líder do grupo puxou uma pistola que estava escondida na cintura de sua calça, mirou e atirou em Allan que ainda estava com sua guarda baixa.

            Eu ouvi o som do disparo, vi que a bala atravessou o corpo de Allan e furou sua blusa nas costas, e vi meu amigo cair de joelhos, apoiando-se com sua lança. Lex latiu para o demônio e foi lamber o rosto de seu dono que ainda tremia agarrado a sua arma.

            Mesmo estando perto, quando me recuperei do choque causado por aquela cena, eu gritei por meu amigo:

            - Allan!!! – A raiva e o medo estavam nítidos em minha vós.


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Notas finais do capítulo

Parece que o Nyah esta deixando ele sem formatação, mais tarde quando der uma melhoradinha no site eu tento arrumar outra vez.



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