Alguns dias depois...

– Eu já falei pra você não vir comigo até a escola nessa forma, Yuki...

– Não, eu não vou mais sair ed perto de você. Nunca ais – o neko piscou, fazendo Kaori corar.

– F-faça o que quiser então, baka.

– Tudo bem – disse, beijando-lhe a boca.

– B-B-B-BAKA! – Gaguejou, quando ele se afastou. – P-POR QUE FEZ ISSO?

Yuki riu.

– Você disse que eu podia fazer o que eu quisesse, e eu queria te beijar.

– MAS EU NÃO QUIS DIZER LITERALMENTE, YUKI BAKA! – Kaori estava completamente vermelha. – S-só não bato em você porque você levou alta do hospital a três dias e ainda está usando esse gesso no braço.

– Você não conseguiria bater em mim nem se eu estivesse com os dois braços machucados, sua baka – zombou ele.

– Não seja tão exibido. É claro que eu conseguiria.

– Tem certeza?

E quando disse, Yuki a empurrou contra a parede, encostando seu braço bom em uma parte do muro ao lado do rosto da ruiva, agora vermelha.

– Y-Y-Yuki, o que v-você está fazendp...?

Ele riu.

– Provando como você é facilmente dominada.

O neko começou a beijar o pescoço da garota, que ficou imóvel.

– Y-Yuki... – sussurrou. – E-eu... quero vo—

– YOOO KAO-CHAN, NII-SAN! – Cumprimentou Yuka, que passava pelo mesmo caminha da amiga.

A morena paralisou, analisando a cena a sua frente.

– É... acho que estou interrompendo algo aqui... desculpem, já estou saindo. Podem continuar.

– N-NÃO, NÃO INTERROMPEU NADA NÃO! P-PODE VOLTAR AQUI, YUKA! – Chamou Kaori se soltando do neko e segurando o braço da garota. – Vamos para a escola j-juntos, que tal? HAHAHA! – E começou a bater de leve nas costas da amiga, nervosa.

– Você fica muito fofinha quando fica nervosa assim – comentou Yuki.’

– D-amare, baka – e saíram andando.

– Pronto, está aqui agora – sorriu Yuki.

– Como você vai pra casa agora? – Perguntou ela. Ele realmente não podia entrar lá naquela forma.

– Vou andar um pouco até achar algum lugar vazia, então vou me transformar em chaveiro e voltar aqui – sorriu.

– Tudo bem, então. Eu acho... – a ruiva colocou a mão atrás da cabeça.

– Vou voltar até a hora do intervalo. Prometo – ele beijou sua testa. – Até logo, nee-chan – e saiu andando.

– Será que ele vai ficar bem? – Perguntou Kaori.

– Com certeza – sorriu Yuka. – O nii-san é forte, sabe se proteger. Vai ficar bem! Eu acho... – ela sussurrou a última frase.

– Disse alguma coisa?

– N-não! Vamos entrar – sugeriu.

– Um lugar vazio... um lugar vazio... um lugar vazio.... – dizia o neko para si mesmo, olhando para os lados. – Encontrei! – Exclamou, sorrindo ao ver um beco.

Ele foi até o local e certificou-se de que ninguém o veria. Olhou para os lados.

Porém, antes de estalar os dedos, algo pulou sobre ele, fazendo-o cair no chão.

– EI! – Gritou. Ele conseguiu levantar-se, mas antes de virar o rosto e ver quem estava ali, um par de mãos tampou seus olhos. – Quem é você?! – Yuki segurava as mãos da pessoa, tentando tirá-las de seus olhos.

Ele – ou ela – não respondeu. Logo, ele sentiu algo puxando o boné que escondia suas orelhas. Eram duas pessoas aqui, por acaso? Logo, ele ouviu o som da aba dele batendo no chão.

– Então... você é mesmo o Yuki? – Lhe disse uma vez grave.

– O-o que? – Ele ainda tentava retirar as mãos de seus olhos. Infelizmente, aquela pessoa era forte o suficiente pra não deixar o neko ver algo.

– Vamos garantir se é você mesmo...

Lentamente, Yuki sentiu que a barra das costas de sua camisa estavam sendo um pouco erguidas – mas ele não sentia nenhuma outra mão puxando sua roupa.

– Orelhas de gato... uma cauda de gato... cabelo azul... é, acho que é você sim – ele riu.

– Droga, quem é você?!

As mãos se afastaram de seus olhos, mas Yuki logo foi empurrado contra a parede do beco. Talvez ele não devesse ter escolhido um local tão vazio assim, pra se transformar...

O garoto prendeu seus braços contra o muro. Ele era mais forte que o neko.

– Eu? – Sussurrou em seu ouvido, rindo. – Sou a pessoa cuja qual você irá agradecer por clarear sua mente...

– O Yuki... não tá demorando de mais? – Perguntou Kaori.

Ela e a Yuka conversavam já que estavam com a segunda aula vaga.

– Bem... ele disse que chegaria até a hora do intervalo, né? – Respondeu a amiga. – Ainda temos mais uma aula até lá...

A ruiva mordeu o lábio.

– Calma. Ele nos prometeu que voltaria. As promessas do nii-san sempre foram mantidas – ela sorriu.

– Eu sei, é que... só estou preocupada com ele... – a outra abaixou sua cabeça, escondendo-a sobre os braços cruzados sob a mesa.

– Você está bem preocupada com ele, né? Pra alguém que achava que ele era um idiota irritante.. – zombou a morena.

– AAAH! – Kaori ergueu a cabeça e corou. – E-ele ainda é um idiota irritante! E s-só estou me preocupando p-porque o Yuki levou alta faz t-três dias, ok?

– Hmm... então você voltou a ver o Yuki mesmo depois daquela briga? – Satoshi apareceu e colocou sua mão sob a mesa de Kaori.

– Cuide da sua vida – respondeu Kaori. O que antes era um grande amor que ela sentia pelo loiro, hoje era ódio fervente.

– Aah, mas eu já estou cuidando dela... – ele segurou o queixo da ruiva, que bateu fortemente na mão dele.

– Você não tem que ficar fazendo pose de garoto que sabe amar, que nunca amou ninguém e espera sua alma gêmea?

– Parece que quando você, supostamente, “terminou” comigo, as outras meninas ficaram sabendo do que você ouviu – ele suspirou. – Resumindo, você estragou meus planos, e vou estragar os seus.

– Seus planos? Fingir amar uma menina? – Ele bufou, irritada. – Escuta... por que você não vai cuidar do que interessa pra você, hein?

– Bem, como fui que fiz você e o Yuki brigarem, acho que isso me interessa, de certa forma – riu.

– Você não nada haver com a Kao-chan e o Yuki, seu grande idiota! – Yuka levantou-se, com raiva. - Se você não der o fora daqui AGORA, eu juro que vou pegar essa sua carinha linda e vou esfregar ela no chão, entendeu?

– Tudo bem, então – ele riu. – Até mais – e saiu.

– Esse cara me estressa – comentou a morena, sentando-se. A sala estava muito ocupada conversando para perceberem sua ameaça.

– Ele me irrita muito – disse Kaori. – Bem, isso não importa. Eu ainda estou preocupada com o Yuki...

– Ei, vê se você se acalma um pouco, certo? Daqui a pouco essa aula acaba, mas ele ainda vai ter mais uma hora pra chegar até aqui. Acredite, ele vai vir – ela sorriu, confiante.

– Tudo bem, então... – disse a ruiva, retribuindo o sorriso.

– ...Agradecer por clarear minha mente? – Repetiu Yuki. Ele havia parado de lutar contra o sujeito. – Droga, você não é homem o suficiente pra mostrar seu rosto?

Quando falou isso, as mãos, lentamente, deslizaram de seus olhos. Ele virou-se e encarou quem estava o prendendo contra a parede, que agora havia se afastado dele. Ele não tinha mais de 19 anos.

– Queira me desculpar – riu. – Me chamo Yuu Natsuky, até onde sei.

– ...Natsuky?

– E, bem – continuou, sem importar-se com Yuki -, digamos que... minha tarefa, agora, é clarear sua mente. É... provar a você que uma certa garota não é o suficientemente boa para você. E se não funcionar, terei que matá-la. Não consigo me lembrar seu nome, mas... seria algo como... Kaori Izumi? – Ele abriu um largo sorriso malicioso.

Yuki engoliu em seco.

Então, ele entendeu, apenas agora, o que Sophia queria dizer com suas últimas palavras.

“Eu deixei um... presentinho para... vocês dois... e logo... ele irá... completar o que não... pude... terminar...”

Completar o que ela não pôde completar...

Yuu era, sem dúvidas,

a última criação de Sophia para se livrar de Kaori.

– Por que você quer matar a Kaori? – Perguntou, sério.

– Aquela tal de Sophia me mandou matá-la caso ela morresse. Achei a ideia divertida e agora, quero matá-la – riu.

O de cabelos azuis fechou a mão em um punho.

– Eu não vou deixar você encostar um dedo sequer nela.

– Ah, acabei de me lembrar... caso você interfira nos meus planos, eu também posso te matar, se eu quiser – ele ergueu uma sobrancelha. O sorriso ainda em seu rosto.

O que é que tinha tanta graça pra ele não parar de sorri? Será que aquele cara levava tudo como um jogo?!

– Eu arriscaria tudo por ela – respondeu, secamente.

– Hmm... é mesmo? Quer saber, você até que não parece ser tão chato, quanto eu imaginava – riu o ruivo. – Não imaginei que você fosse fazer qualquer coisa por uma garota qualquer.

– Ela não é uma garota qualquer. Ela é a única garota, fora a Yuka, que realmente importa pra mim. A única que eu amo. E ela, é a única que me ama de verdade.

Yuu começou a bater palmas, fingindo estar emocionado.

– Ah, mas que emoção! É drama de mais para um único casal suportar! Acho que vou chorar de tanta emoção com tais nobres palavras! – E fingiu limpar uma lágrima. Logo após o gesto, começou a rir. – Você é realmente um idiota, hein, Yuki? – E voltou a encará-lo com seu sorriso malicioso.

Cruzou os braços.

– Quer saber? Eu não vou fazer sua cabeça pra esquecer essa garota, não. Vou pular essa parte e ir direito para o ataque, sabe? Você é realmente uma pessoa interessante, Yuki. - E então, começou a observar suas unhas, que era um pouco afiadas como as de um gato. - Fraco, mas interessante.

– Eu não sou fraco – retrucou.

Yuu levantou seus olhos para ele.

Extremamente veloz, correu na direção dele, prendendo-o contra a parede. A ponta de sua unha a alguns poucos centímetros de sua garganta.

– Muito lento – zombou. – Se eu quisesse, já teria te matado – e afastou-se dele. – Você está tão ocupado amando a Kaori, Yuki, que as vezes esquece de suas agilidades como gato. Se quiser realmente protegê-la, terá que ser um verdadeiro gato, Yuki. Ágil, rápido, perigoso – riu. Ele se aproximou do garoto e sussurrou em seu ouvido: - E, para seu grande azar, eu sou profissional nessas três categorias – e, com grande agilidade, escalou as paredes, subindo no teto de uma casa. Yuki segui-o com o olhar e estreitou os olhos.

– Você irá se arrepender de ter me desafiado, Yuu Natsuky.