O Chaveiro Em Forma De Gato escrita por Callye Hiver


Capítulo 2
O inimigo do gato


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora pra atualizar, estava me faltando criatividade, além de que eu estava atualizando outra fic D: Enfim, espero que gostem :3



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Kaori acordou com o som do seu despertador de seu celular. Ela abriu lentamente os olhos e fitou o teto.

– Ai, Deus... - ela esfregou um olho. - Que sonho que eu tive hein... de um chaveiro se transformando num garoto com orelhas de gato... - ela riu e, sem tirar os olhos do teto, começou a tatear a mesa onde o celular estava para desligar o despertador, mas acabou tocando outra coisa.

– Sonho, é? - Yuki, o garoto com orelhas e cauda de gato que era chaveiro da ruiva, riu. Ele tocou o celular da garota antes dela, e agora, ela segurava a mão dele.

– M-M-MAS O QU--

Ele aproximou-se dela e tampou sua boca.

– Por favor, não grite. Sua mãe ainda está aqui. Você não quer acordá-la, quer? - Ele sorriu.

Ela retirou a mão dele de sua boca e disse um pouco irritada:

– Tá certo, tá certo... - ela levantou-se, pegou o uniforme de seu colégio e foi pro banheiro.

Um tempo depois ela voltou tentando amarrar o laço de sua blusa.

– Uma garota de 16 anos não sabe fazer um laço? - O garoto, encostado no guarda-roupa dela, riu.

– Cale a boca - ela suspirou. - Não é que eu não saiba, é que hoje está dando errado essa porcaria - ela bufou, desmanchando uma nova tentativa.

– Deixa que eu te ajudo - ele sorriu e aproximou-se dela (mais do que o necessário) e começou a fazer um laço no uniforme da ruiva. - Pronto - ele sorriu.

– A-arigatou - ela corrou e pegou sua mochila. - Por favor, fique aqui até eu voltar.

– Ficar aqui? Você está louca? - Ele riu. - Eu vou com você. Prometo que não farei nada estranho - ele piscou, estalou os dedos e se transformou num chaveiro novamente. Kaori suspirou.

– Tá certo... mas por favor, não quero que nunca descubra sobre você ser um chaveiro-garoto-neko - ela pegou Yuki e o colocou em sua bolsa. - Itekimasu... - disse em um bocejo, fechando a porta de sua casa.


– KYAAAAAAAAAAH, KAWAII DESUUU!

Yuka Katsumi, a melhor amiga de Kaori, estava fascinada pelo chaveiro da garota. Seus olhos verdes brilhavam. Ela colocou uma mecha de seu escuro, liso e comprido cabelo atrás da orelha e ficou segurando o chaveiro em sua mão.

– Kaori, você tem que me dizer... onde você o comprou? - Ela sorriu. Simplesmente adorava gatos.

– Hmm... digamos que... esse era o último da loja... é tipo único... - ela coçou a cabeça e olhou pro lado. Imaginou que se fosse um anime, nessa hora apareceria uma gota em sua cabeça.

– Aah, é uma pena... ele é muito fofo - ela sorriu e devolveu o chaveiro. - Você ainda tem o costume de dar nome aos seus objetos? - Ela riu.

– C-claro, o nome dele é Yuki - ela suspirou. Não dava nomes para objetos fazia alguns anos, mas não tinha como fingir que o chaveiro-garoto não tinha um nome próprio.

– Aah, que graçinha - ela soirriu. - Hey, Kaori... olha só quem está vindo... - Yuka olhava para a entrada do colégio.

Kaori virou-se e corou. Seus olhos brilharam um pouco.

O garoto que estava entrando no colégio era Satoshi Hikaru. Tinha cabelos nem muito compridos nem muito curtos que eram loiros, e belos olhos castanhos. Ele era da mesma classe de Kaori e Yuka desde os 11 anos. A ruiva era apaixonada por ele desde a primeira vez que o vira, porém nunca haviam trocado uma única palavra.

– Olá Izumi-chan, Katsumi-chan - disse o loiro com um sorriso caloroso, após passar por elas.

– Oi Satoshi-kun... - disse a ruiva, corada e com um sorriso bobo no rosto.

Nunca haviam trocado uma única palavra sequer, obviamente desconsiderando os cumprimentos.

Quando o garoto passou por elas e foi ao encontro de seus amigos, do outro lado do pátio, Yuka abriu a boca para falar.

– Ei, você tem sempre que ficar corada quando ele fala com você? - Ela começou a rir.

– E-EU?! - Ela corou ainda mais. - F-fiquei corada q-quando ele passou?

– Sim. Parecia um tomatinho. Ei, olha que engraçado. Você é um tomatinho, e como ele é loiro, é uma bananinha... o mais engraçado dele ser a banana é que ele é um menino, então ele tem um p--

– POR FAVOR NÃO DIGA ISSO! - A ruiva tampou a boca da amiga. Seu rosto totalmente vermelho.

– Deixa disso - começou a amiga, retirando a mão de sua boca. - Você já tem 16 anos, não tem que ser uma santinha. Você sabe muito bem do que estou falando, e eu sei que você também queria ver essa "coisa" que eu ia falar - ela piscou.

– E-E-EI! - Ela estava completamente vermelha. - Não diga esse tipo de-- - a ruiva se interrompeu, pensando na frase que Yuka havia dito. - ...Como assim "eu sei que você também queria ver"? - Ela olhou-a séria.

– Ah, nada de mais, só que nós duas temos que admitir... o Satoshi-kun é um garoto realmente bonito, e como ele não tem namorada, acho que eu também posso dizer isso, certo? - A morena rui.

– Repita isso. E eu arranco essa coisa que você chama de braço - ela encarou-a.

– Ui, agora o Satoshi-kun virou propriedade da Kaori - ela ergueu as sombrancelhas e os braços na altura de seu pescoço.

A outra bufou.

– Vou pra sala, ok? Tenho que terminar minha lição de casa - a ruiva se virou e foi para sua turma, deixando a amiga que estava rindo no pátio.

Kaori sentou-se em sua cadeira. Óbviamente estava sozinha. Ninguém costumava entrar nas salas antes do sinal tocar. Mas não tinha lição para terminar. Na verdade, nem mesmo lição de casa tinha para aquele dia. Na verdade, a ruiva queria apenas ficar sozinha. Obviamente, a amiga havia entendido o motivo.

Kaori não estava brava com o que Yuka disse. Sabia que era apenas brincadeira, pois sabia de quem a amiga gostava de verdade. Na verdade, estava com raiva de sigo mesma, por conhecer Satoshi por cinco anos e nunca ter ao menos coragem para conversar com ele. Ela deitou sua cabeça na mesa. Será que conseguiria desistir do garoto, já que não conseguia se declarar a ele? Com certeza não. Não conseguia parar de pensar nele. Tudo lembrava o loiro pra ela.

– Ei, quem era aquele garoto? - Perguntou Yuki, pendurado na bolsa dela.

– Yuki... - ela olhou-o e colocou sua bolsa em cima da mesa para poder falar com ele.

– Eu te fiz uma pergunta, e não foi retórica. Quem era o garoto loiro? - Pela primeira vez desde que o conhecera, o neko não estava rindo nem sorrindo. Parecia completamente sério.

– Ah, desculpe - ela suspirou. - Aquele era o Satoshi Hikaru, um amigo ou... colega de classe, eu acho - ela suspirou triste.

– Qual é o lance de vocês dois? Eu vi a cara que você fez quando ele chegou, ele não é só mais um colega de classe.

– Ah... acho que posso confiar em você - ela sorriu levemente. - Eu o conheci quando tínhamos 11 anos, e desde então eu sou... apaixonada por ele - ela corou levemente.

– Apaixonada, é? - Yuki encarou-a por alguns segundos. - Desista. Aquele garoto não presta.

– Yuki - ele havia irritado a ruiva -, você nem mesmo conhece o Satoshi-kun, então não saia dizendo esse tipo de coisa. Pra você ficar sabendo, ele nunca beijou nenhuma garota em toda a sua vida. E você não faz ideia de quantas meninas já quiseram namorar com ele, ok?

– Só por isso ele presta? Me desculpe Kaori, mas isso não quer dizer que o garoto seja um príncipe encantado. Parou pra pensar que ele pode estar dizendo isso pra conseguir mais meninas aos seus pés ou, apenas para pegar a confiança delas, fazer elas ficarem tão seguras sobre ele, e depois, acabar destruindo o coração delas?

– Você não sabe de nada, é só um chaveiro - ela estava irritada. - Já teve alguma namorada? Aposto que não.

– Não, nunca tive. E quer saber? Também nunca mostrei minha outra forma para alguém mais de uma vez - ele sorriu.

– Ah, claro. E como vou saber se você só não está dizendo para pegar minha confiança? - Ela revirou os olhos.

– Você não ouviu o que a vendedora disse à mãe, não é?

– Não, por que ouviria?

– Ela disse: "sempre devolvem esse chaveiro mais ou menos dez ou vinto minutos depois de o comprarem. Não sei o motivo. Sempre foram garotas que o compraram, e elas sempre voltam um pouco incomodadas com ele.".

– E dai?

Ele abriu um leve sorriso.

– Aquela mulher me criou. É uma longa história pra explicar tudo agora, talvez eu te conte mais tarde - ele riu. - Mas enfim... eu sou assim: só consigo me transformar em garoto pela segunda vez caso a minha dona sinta, pelo menos, um pouquinho de amor por mim. Ou seja: não queiram me devolver depois de dez minutos.

– Dez minutos são muito tempo, sabia?

– Dez minutos é o tempo em que a garota deve voltar para sua casa e voltar para a loja. Faça as contas - ele riu, deixando-a um pouco mais irritada. - Resumindo para você, eu nunca pude me transformar duas vezes para alguém, porque isso depende do amor que a pessoa sente por mim, e o amor que eu sinto por ela.

– O amor que... você sente por ela? - Agora Kaori estava um tanto confusa.

– Sim - ele sorriu calorosamente. - Sou o tipo de pessoa que percebe quando é amado ou não. Não parece, mas eu posso ler emoções quando quero - ele riu. - Ninguém nunca gostou de mim, é sério. Só sentiram medo. Eu nunca soube o que era ser amado - ele surpirou e ergueu os olhinhos de gato para a ruiva. - Mas você... não teve medo. Na verdade, você gostou de mim.

Kaori sentiu seu rosto corar.

– O-ok, eu acredito em você... - ela olhou para o lado. - Também admito que gostei um pouquinho de você. Você é... fofo. Muito irritante, mas fofo - ela sorriu corada. - Ah - ela colocou sua bolsa em baixo da mesa, onde costumava ficar. Havia tocado o sinal.

– Até depois - sussurrou Yuki.

– Ah, você já está aqui, Izumi-chan? - Ela Satoshi que havia entrado. Estava no corredor antes mesmo do sinal tocar.

– Pois é... queria descansar um pouquinho - ela riu nervosa.

– Seu rosto está vermelho. Tudo bem? - Ele deixou sua bolsa em sua mesa e se aproximou da garota.

– S-sim, estou bem...

– Tem certeza? Você parece um pouco resfriada para mim... - Satoshi colocou a mão na testa da ruiva, deixando-a mais vermelha. - Está tudo bem?

– T-talvez eu esteja um pouco resfriada mesmo... mas tenho certeza que v-vai passar - ela forçou um sorriso.

– Bem, se você acha, então tudo bem - ele sorriu e retirou sua mão da testa dela. - Mas se eu ver que você não está muito bem, eu vou te levar à enfermaria, tudo bem? - Ele abriu seu belo e adorável sorriso e beijou a testa da garota, voltando para seu lugar enquanto os outros alunos entravam na sala.

A garota deu um suspiro feliz. Talvez ficasse corada por mais alguns minutos... mas tudo bem. Ela e Satoshi nunca haviam trocado uma única palavra em anos, e agora, que conversam pela primeira vez, ele beija sua testa. Pode não parecer muita coisa, mas para a ruiva, aquilo era o mesmo que estar no Paraíso.

Yuki, de onde ele estava, olhou para a mesa de Satoshi. Enquanto os outros alunos pareciam não ter visto a cena e Kaori parecia estar em seu mais profundo e belo sonho, Satoshi não demonstrava muitas reações quanto a isso. Era visível que Yuki estava com raiva dele.

– O coração dessa garota é feito do mais fino e delicado cristal. E eu jamais deixarei que você o quebre, Satoshi Hikaru... - disse em sussurro para si mesmo, ainda encarando o loiro, que havia acabado de retirar seu caderno da bolsa.


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Notas finais do capítulo

E ei, gostaram? E agora que apareceu mais um personagem homem? Qual é o melhor ship, Satori ou Yukao? Será que o Satoshi é um le filho da mãe mesmo, ou é só o Yuki que está enganando a Kaori? :B
MANDEM REVIEWS COM A OPINIÃO DE VOCÊS Õ/



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