New Family escrita por FrannyD


Capítulo 4
Capítulo O2 - Precisa-se De Um Pai




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- Endo ! - Hinata chama pelo seu filho, enquanto guardava sua bolsa no carro.

- Okaa-chan ? - Endo escutou e respondeu.

- Querido. Vamos !

A mãe se preparava para almoçar com a amiga, Ino. E planejava levar seu filho, já que é mãe solteira, tudo depende da mesma. Não poderia deixá-lo sozinho em casa, quando ainda é tão novo e dependente.

- Vamos nos atrasar ! Pegue sua mochila. - apressava Endo, abrindo as portas do carro.

O garoto puxou sua mochila da cama e correu para dentro do carro. Endo mal entrou no carro e Hinata acelerou, quase o derrubando pra fora do carro, sem notar.

**

- Ino... eu já te disse que não quero saber. Não quero mexer com esse tipo de situação. É passado. - a morena exclamava, repetidamente, querendo convercer a amiga que insistia no assunto que ela não queria conversar. Hinata olhava para os lados. Sinal de nervosismo da mesma.

- Hina... você não vê ? É difícil ser mãe solteira. Você quase perdeu o Endo umas três vezes, atropelou o boneco de brinquedo dele, acordou atrasada e teve que levá-lo para o trabalho no seu primeiro dia ! Você sabe que é complicado. Você precisa de ajuda... Não pode criar uma criança sozinha !

- Não ! Posso me cuidar sozinha e cuidar do meu filho - exclamou.

- Não Hinata. Não pode ! Eu ajudo você a encontrá-lo. Não é impossível. Se pesquisarmos um pouco, procurar o nome dele vamos achar aonde ele mora. Pod... - Ino direcionou sua cabeça aos olhos de Hinata. Queria chamar sua atenção.

- Ino ! Chega. O Endo não pode ficar escutando esse assunto. Fora que, eu não sou irresponsável. - Hina começou a perder a paciência com a insistência.

- Mas nós temos que falar sobre isso. Sempre que tentei falar com você sobre isso, você dava uma desculpa. Agora chegou no limite. - Ino fitava a amiga sériamente.

- Ino ! - bateu a mão na mesa, chamando a atenção de algumas pessoas ao redor - Não quero nenhum contato com o pai dele. Já disse, posso fazer tudo sozinha, não preciso de homens interferindo na minha vida e na do meu filho.

A loira a fitou nervosa, queria apenas ajudar mas só estava piorando e atormentando. As pessoas do restaurante se preocupavam com o tom de voz das amigas, que aumentava a cada fala. O restaurante todo parou para observar.

- Kami ! Acalme-se... e sente-se. - Ino massageou a testa.

Hinata suspirou acabando de se acalmar e sentou-se novamente. Endo estava sentado, observando assustado, a discussão a sua frente.

- O Kiba disse que ajudaria você, se você aceitasse morar junto com ele.

- Não quero homens na minha casa. É só eu e meu filho. Sei que posso errar algumas vezes...

- Algumas ? - a amiga zombou querendo ser sarcástica.

- Ainda não terminei. - levanta o dedo indicador. - Posso errar mas nunca vou parar de tentar. Endo é meu filho e não quero pessoas desconhecidas o criando e convivendo com ele. Ele não merece isso.

- Hai... entendi. - fitou o chão, decepcionada com a tal atitude.

- Vamos pagar a conta. - levantou-se agressivamente da cadeira, quase derrubando alguns talheres. Endo levantou automaticamente ao ver a mãe se retirar.

Hinata parou na fila de pagamento e apoiou a bolsa no balcão para procurar o dinheiro. Suas mãos reviravam a bolsa sem dó e cavucavam cada vez com mais força. Seu rosto criou uma expressão preocupada e sentiu um aperto. Procurou com mais atenção. Mas seu olhos pairaram no ar. Levou a mão para a cabeça e engoliu seco.

- Droga. Temos que voltar para o escritório. Deixei minha carteira na mesa. - bufou.

Ino bufou. - Eu pago a conta. Da próxima é você. - tirou o dinheiro da bolsa.

**

Ao chegarem no escritório, a morena correu para a mesa, jogando os papéis no chão para abrir caminho. Revirou algumas coisas mas nada achou.

- Droga ! Kami me ajuda ! Droga ! Droga !

- Calma, Hinata. Se acalma, você está muito estressada. - se juntou a procura, abrindo alguns armários.

Endo fitou um pouco as duas, que procuravam desesperadamente enquanto ainda discutiam o mesmo assunto do restaurante. Ele se entediou e resolveu ajudar a procurar pela carteira. Caminhou para fora da sala, dando alguns passos pelo corredor e entrou na sala da Ino, sem saber. Observou a sala, levantando e virando a cabeça. Subiu na cadeira macia da sala da loira e mexeu em alguns papéis. Ele achou algo interessante, que chamou sua atenção ao ver o nome da mãe no título, que dizia "procura para Hinata". No papel, continha um endereço estranho, de um local praticamente longe dali.

- NÃAAAAAAO - Endo escutou um grito de sua mãe e depois um estrondo no chão. Sinal de que ela havia caído por algum motivo.

O garoto guardou o papel no bolso e correu devolta para a sala. Teve um mal pressentimento quando estava quase na porta. Lembrou que havia deixado uns brinquedos no chão.

- Endo ! - Hinata bateu os pés em direção ao filho. Pisou sem dó dos próprios pés. - Quantas vezes disse pra você não deixar seus brinquedos no chão ? Guarde essas tralhas ! - jogous os bonecos nos pés de Endo, que assentiu com a cabeça. Sua mãe parecia estar muito nervosa, talvez pelo assunto discutido no restaurante, ou a carteira dela ter sumido, ou até mesmo por causa dos brinquedos espalhados pelo escritório.

- Hina... - Ino engoliu seco ao ver Endo quase chorando - Hina-chan. Acalme-se, onegai.

- Ino ! Para de me pertubar com essa idéia ! Não quero mais pessoas estragando minha vida ! - jogou sua bolsa no chão, para continuar procurando a carteira, agora na gaveta da mesa. - Uma coisa. - parou de procurar e virou-se para as pessoas presentes - Eu não preciso de ninguem ! Não sou uma mãe em apuros. - voltou-se para a procura.

A loira abaixou a cabeça e fitou o menino, que sentou no canto perto da porta, triste. Deu um sorriso extremamente triste e suspirou pesado.

- Talvez você tenha deixado sua carteira em casa.

- Talvez. Não encontro ela aqui. - fechou a gaveta e pegou a bolsa do chão. - Preciso procurá-la em casa. Pode deixar alguem em meu lugar ?

- No seu segundo dia de trabalho ? Hinata. Fica. Após o expediente você procura com mais calma.

- Não estou com cabeça para trabalhar. Quero ir para casa. - saiu da sala sem terminar de resolver o assunto e dirigiu-se para casa.

**

Um barulho de carro ecoou da garagem. Gaara havia acabado de chegar do trabalho, extremamente cansado. Tentava trancar a porta do carro com dificuldade, pois não conseguia encontrar as chaves que deixou no banco do passageiro. Arqueou a sombrancelha e olhou ao redor. Passou as mãos nos bolsos da calça e estranhou o vazio. Abriu a porta do carro e passou a mão no banco do motorista. Nada.

- Kami-sama! Acabei de desligar o carro ! Como assim perdi as chaves ? - olhou para dentro do carro e notou um brilho no outro banco. - Ah... sua chave baka. - se jogou para dentro do vidro aberto e pegou as chaves. Gemeu de dor quando bateu o cotovelo na porta.

- Merda ! - sussurrou para não gritar.

Finalmente trancou a porta e subiu. Enquanto subia as escadas estranhou o silêncio. Subiu apressadamente e seus olhos procuravam por algum ser vivo na casa. A dor no cotovelo piorou, parecia estar sendo cutucado por uma agulha. Gemeu outra vez e caminhou com uma careta.

- Filha da pu... - hesitou em terminar.

Chegou na sala e jogou as chaves do carro em cima da mesa. Tirou a atenção da dor quando notou um ser vivo caído no sofá, aparentemente morto. Sasuke estava deitado com o rosto afundado na almofada e os braços pra fora, quase no chão.

- Baka ? Está tudo bem ? - Gaara indagou com a sombrancelha arqueada.

- Não ! - gritou com a voz abafada no tecido.

- Kami... - já sabia que teria de escutar reclamações ou desabafos. - Oque houve ?

- Estou entediado.

- Hai. Não passa nada que presta na TV. - o ruivo passava os canais.

- Não é isso. - a voz de Sasuke soava estranha e quase imcompreendível.

- Mão com gesso ? - achou a conversa do Uchiha sem sentido.

- Preciso trabalhar !

- Gesso hospitalar ? - fitou o amigo quando a conversa ficou ainda mais estranha.

- Não acho um emprego ! - gritou com a almofada na cara.

- Está com dor no rego ? Mas então porque engessou a mão ? - desligou a tv, quando viu que não passava nada interessante.

- Eu preciso trabalhar ! Preciso fazer alguma coisa da minha vida ! - Sasuke perdeu a paciência e levantou-se, jogando a almofada no chão.

- Ata ! - sorriu com desânimo - Espera... oque isso tem a ver com gesso e dor ?

- Nada ! - gritou com as mãos pra cima - Kami! Eu estava falando de trabalho desde o começo dessa conversa inútil !

- Gomen - falou ao notar o nervosismo do moreno - Pega leve colega. Porque não encontra um emprego ?

- Eu não acho nenhum ! Entrevistas sem resultado ! Alguns disseram que não tenho habilidade suficiente para trabalhar em tal lugar, outra vez eu brigo com o chefe, da outra vez o chefe tem uma esposa gostosa e da outra vez a chefe que era gostosa !

- Tem o número dela ainda ? - Gaara se interessa e sorri com perverssão.

- Teme ! Estou falando do meu problema sério e você se preocupa com sexo ? Cadê sua amante perfeita ?

- Quem ? A Matsuri ?

- Hai ! - bufou.

- Não sei. Nossa relação não é séria.

- Nossa. Como você é maduro. - debocha do comentário.

- Ei ! Pelo menos eu tenho um emprego.

- Baka! Vou ter que me virar sozinho mesmo. - deixou a sala e foi até o quarto.

- Se você achar algum anúncio sobre doação de cachorro, me avisa ! - Gaara berrou e em seguida deitou no sofá.

**

No dia seguinte, Hinata foi ao trabalho e deixou Endo com uma babá. Ao caminho do trabalho, pensava em algumas coisas que fez. Coisas como, os descuidos que cometia. Talvez Ino estivesse certa. Ela não sabia cuidar ao menos de si mesma que dirá do filho. Mas não queria pensar dessa forma, não queria ser uma mãe relapsa. Seus pensamentos a condenam. Ela chegou ao trabalho e caminhou com desanimo para sua sala, que estava bagunçada. Parecia que havia feito uma festa de arromba.

Ino a olhou quando passou pelo corredor e parou na porta.

- O chefe quer falar com você.

- Oque é ?

- Não sei. - abaixou a cabeça - Ele me pediu para chamar você. Quer que vá até a sala dele.

Hinata caminhou com mais pressa para a sala do chefe. Suspirou com peso. Sabia que estava acontecendo algo ruim. O chefe chamá-la para a sala dele, com certeza, não poderia ser algo bom. Principalmente levando em consideração que ela havia feito alguns descuidos, como no dia anterior, de ter deixado o trabalho pela metade.

- O hayou gozaimasu - falou ao dar suas batidas na porta da sala.

- Entre, Hyuuga. - o chefe estava sério. Tinha uma notícia ruim para sua funcionária.

- Algo errado ?

- Infelizmente, você infringiu umas leis da empresa.

Hinata abaixou a cabeça e parou em pé em frente a mesa do chefe.

- Gomenassai.

- Hinata. Você deixou o expediente ontem e saiu sem autorização. Deixou uma bagunça total na sua sala. Não posso apresentar uma funcionário desse jeito.

- Entendo.

- Sinto que você não está conseguindo cuidar do emprego. Primeiro, cuide de alguns problemas pessoais. Depois veja um emprego ao qual se encaixe e consiga manter, com mais responsabilidade.

Hinata travou ao escutar a última palavra. Cerrou o punho e sentiu um aperto no peito.

- Ino contou algo sobre mim ?

- Lie. Não tem como esconder de mim. Eu sei que é mãe solteira. É muito dífícil, eu sei. Mas precisa revisar alguns comportamentos.

Ela suspirou e fechou os olhos.

- Gomen, por despedi-la. Mas é meu trabalho cuidar dessa empresa.

- Não se preocupe comigo. Irei melhorar. Sayounara.

O chefe a fitou com tristeza, mas não poderia aceitar tais erros na empresa. Suspirou com peso. Hinata saiu da sala, quase que arrastando-se. Seu ânimo diminuiu ainda mais. Ela estava tão destruída que nem notou Ino parada ao lado da sala, que estava escutando toda a conversa. A loira se assustou ao ver Hina sair, mas logo se acalmou quando a viu tão acabada.

- Hinata-chan!

- Ino. Estou saindo. Nos falamos mais tarde. - continuou andando. Falou sem nem olhar para o rosto de Ino.

**

Hinata chegou em casa arrastando os pés. Mal podia esperar para se jogar no sofá e chorar. E foi oque fez quando se aproximou do sofá macio. Se deitou e começou a chorar discretamente, mas era notável sua desistência.

Endo escutou os passos da mãe e o choro baixo. Caminhou até a sala e se apoiou na porta. Ficou observando a mãe chorar, oque partiu seu coração. Queria ajudá-la de alguma forma. Mas não sabia fazer nada, era apenas um garoto de 5 anos. Inteligente ele é, mas oque fazer. Não sabia. Lembrou do papel que havia pegado na sala da melhor amiga da mãe e da discussão das mesmas. Endo não sentia tanta falta do pai igual havia sentido naquele momento. Queria ter alguem para ajudá-lo e para ajudar sua mãe. Ela mesma e todos sabiam que ela não estava conseguindo segurar toda essa barra sozinha. Chegou a conclusão que precisava encontrar alguem. Encontrar um pai. O garotinho pegou sua mochila do batman, alguns brinquedos, uns pacotes de bolacha e o papel. Então esperou a mãe adormecer e saiu de casa. Não sabia bem para onde ir, nem para onde queria chegar, mas tinha um endereço e sentia em segui-lo, por algum motivo.


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Notas finais do capítulo

Eaí, oque acharam do capítulo ? A história está correndo bem ? Deixem seus comentários ^^ Não esqueçam os reviews e recomendações, onegai. Arigato ! Boa leitura.



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