Capitulo Bônus

Kakashi e Jun acabavam de chegar ao aeroporto, em breve o avião que os levaria de volta ao Japão estaria chegando. A jovem mãe carregava nos braços o seu pequeno rebento Ryotaro, o filho de casal de apenas quatro meses, possuía o cabelo grisalho do pai e os olhos verdes da mãe, seria um arrebatador de corações.

. Ao seu lado Kakashi suspirava frustrado, da ultima vez que tinham embarcado num avião coisas ruins aconteceram, rezava para que desta vez nada fosse acontecer. Ou pelo menos no que dependesse dele não haveria nenhuma bomba pronta a explodir.

– Vamos Kakashi mexa-se! – Jun ralhava com o esposo. O péssimo hábito dele de sempre andar lentamente a estava dando nos nervos, desde que era mãe a paciência da morena tinha ido pelo esgoto.

– Estou indo... Estou indo. – Ele murmurava carregando as malas que mais pareciam pesar toneladas. Estava feliz, não podia negar que estava muito feliz. Jun o tinha perdoado, Lucian estava fora do caminho, tinham um lindo e saudável filho e estavam voltando ao Japão. Sim eles realmente eram uma família feliz.

Uma nova vida os esperava, mas não apenas a eles.

Naquele exato momento um estranho casal acompanhado de dois belos e barulhentos bebes entrava no aeroporto. Na verdade a mãe das crianças era ainda mais barulhenta que as crianças.

– Vamos, eu não quero perder o avião, se chegarmos atrasados você ficará uma semana inteira trocando as fraldas das crianças. – A bela e irritada morena Yuki resmungava com o seu ruivo Gaara que a muito custo transportava um carrinho cheio de malas e mais malas e mais malas. Mais parecia que carregavam a bagagem de um batalhão inteiro.

– Queria ver se fosse você a ter de carregar esta tralha toda. – O nervoso ruivo resmungava para si mesmo, se Yuki o ouvisse estaria frito e bem frito.

– Disse alguma coisa amor? – A morena questionou desconfiada, empurrava um carrinho de duplo compartimento onde transportava seus dois filhos gêmeos. Um menino moreno de belos olhos verdes de nome Kankuru e uma menina ruiva de belos olhos negros que acudia pelo nome de Temari. Ambas as crianças choravam apenas por embirração. Tinham o doce temperamento da mãe.

– Eu não disse nada. – Gaara respondeu ainda mais nervoso. Apenas tinha que se calar e continuar empurrando as malas. Ele amava Yuki, tanto que amava que preferiu escolher morrer a viver sem ela. Mas não era nem um pouco fácil lidar com o seu gênio, gênio esse que tinha piorado depois do nascimento dos gêmeos.

Mas ele aguentava, porque acima de todos os defeitos que não apenas Yuki, mas ele também pudesse ter, eram feliz juntos. E voltar ao Japão era uma nova meta da vida deles, por mais difícil que fosse para ele abandonar o local onde sua família estava sepultada. Mas um dia ele voltaria.

Kiel e Hinata também eles estavam naquele mesmo aeroporto esperando o avião que os levaria de volta ao Japão onde em conjunto decidiram ser o local do casamento. O casal estava na fila para fazer o checkin. Na verdade Kiel e Hinata não estavam sozinhos, a jovem Hyuuga já carregava no ventre o fruto do amor deles. Ainda mal se notava a saliência no vente da jovem e isso era um dos motivos de estarem a ir já para o Japão. Kiel queria se casar antes da gravidez ser mais visível, não queria que ninguém pensasse que apenas estavam se casando pelo fato de Hinata estar grávida.

O jovem casal esperava pacientemente abraçado um ao outro. Na frente deles um trio de pessoas aguardava também a vez de fazer o checkin. Um casal de morenos, ambos com cabelos negros e compridos, uma jovem loira permanecia ao lado deles. Hinata poderia jurar que estava reconhecendo a loira mesmo de costas.

– Essa fila não anda? – A morena que esperava na frente de Kiel resmungava.

Kiel que estava logo atrás ao ouvir a voz da jovem sentiu um aperto no peito e uma leve tontura. Ele podia jurar que estava reconhecendo aquela voz. Ele podia jurar que já a tinha escutado, mas num tom mais infantil e inocente. Se não estivesse ficando louco de uma vez, ele podia jurar que aquela mulher de costas era...

– Não. – O Kurogami sussurrou para si mesmo atraindo a atenção da companheira.

– Está tudo bem? – Hinata questionou preocupada. O parceiro possuía o rosto pálido, como se tivesse visto um fantasma.

– Não se preocupe, eu estou bem. – Tratou de acalmar a noiva, não a queria preocupar com aquela loucura. Era isso, ele estava louco. Ao fim de tantos anos nunca tinha conseguido encontrar a irmã, não seria agora que o faria. Aquilo era apenas seu cérebro lhe pregando uma partida.

– Essa fila não anda? – Elena resmungava. Detestava ter que esperar. Ao seu lado Itachi mostrava o mesmo tom de quem odiava ter que esperar. Acompanhando o casal estava Yuuki. A jovem Uzumaki desde a tragédia com o irmão ficou vivendo com o casal. Para Itachi era o mínimo que podia fazer depois de ter sido seu próprio irmão a desgraçar a vida do jovem loira.

Yuuki esperava tranquila ao lado do casal. Não se importava de esperar, na verdade ela não se importava com nada. Desde a morte de Naruto a jovem nunca mais foi a mesma. A alegria, os sorrisos, a confiança no próximo, a vontade de viver. Tudo se tinha ido junto com o irmão. Era grata a Itachi e Elena por lhe estenderem a mão quando ficou desamparada, e não culpava o Uchiha mais velho por nada. Nem mesmo Sasuke ela culpava, afinal a única culpada era ela. Se não tivesse trazido Sasuke para a sua vida, para a sua casa... Naruto ainda estaria feliz e vivo.

Ela era a única e verdadeira culpada. Tentou ajudar quem não queria ser ajudado, e acabou perdendo tudo o que tinha. Acabou perdendo parte de si.

Desde que Sasuke estava preso a jovem lhe enviava cartas em branco. Mas quando chegasse ao Japão iria lhe enviar uma que na verdade já estava pronta há muito tempo, apenas nunca teve coragem de enviar. Precisava estar longe, muito longe de Sasuke para ter a coragem de lhe enviar a carta. E na verdade esse era o motivo de estarem viajando para o Japão. Itachi e Elena achavam que a jovem precisava sair daquela cidade cheia de más recordações.

– Droga essa porra não anda... – Agora era a vez de Itachi resmungar. Apesar de serem os próximos.

Kiel e Hinata continuavam aguardando a sua vez, estava quase só falta chamarem o trio á sua frente e logo depois seriam eles. A jovem notava que Kiel estava mexido com algo, só não entendia o que era e ele também não fazia questão de lhe contar.

Kiel esperava, na verdade ele não esperava que chegasse a vez dele de fazer Checkin, ele esperava que chamassem o nome da mulher morena. Por algum motivo todos os passageiros tiveram que entregar os documentos antes de irem para a fila e agora estavam sendo chamados pelos nomes. E era disso que ele estava esperando.

Esperava ouvir o nome Elena Kurogami. Sim ele realmente estava louco por ainda esperar ouvir esse nome. Ter esperança em algo que não se acredita poder acontecer é a mais dolorosa das decepções.

– Uchiha Itachi, Yuuki Uzumaki e Elena Kurogami dirijam-se ao balcão numero quatro. – Uma voz transmitida pelo altifalante ecoou e o coração de Kiel parou.

O Kurogami viu a mulher de longos cabelos negros responder ao nome. O seu coração parou por um segundo e logo em seguida bateu como nunca havia batido antes. Podia jurar que iria ter um treco a qualquer segundo. Um fervor na sua pele e um tremor nas mãos. Ele não estava louco. Não estava.

Alheio ao olhar assustado de Hinata o Kurogami apressou-se a dar alguns passos enquanto que a sua garganta fez o maior esforço de sempre apenas para dizer em alto e bom som o nome... Aquele nome!

– Elena Kurogami!!

A jovem morena estancou ao ouvir o seu nome. Itachi parou juntamente. Afinal outro homem estava chamando por sua parceira.

Elena sentiu o coração bater descompassado. Apesar daquela voz não lhe ser familiar, o seu coração lhe dizia o contrario. Lentamente a jovem virou-se, na verdade tinha medo. Medo de quem poderia ter chamado seu nome. Quanto totalmente de frente ao dono da voz que a chamava seu chão se foi, seu ar, seu mundo. Não importava os anos que se passassem, era impossível não reconhecê-lo. Era impossível esquecer o próprio sangue. E por fim deixou a sua voz que ela tinha esquecido que possuía sair completamente tomada pelo medo. Medo de estar alucinando.

– Kiel?

O começo é um passo pro fim, pois tudo que se inicia tem que ser finalizado, depende da forma como chegamos à conclusão. Porém, o fim pode ser um grande começo.

Patrícia Mendonça

FIM