O Dia Em Que Tudo Mudou escrita por samurai girl


Capítulo 24
Final: Kakashi/Jun - O amor nunca desiste


Notas iniciais do capítulo

Yoo!!!
Pessoas para quem esperava o final kakaJun aqui está ele, bem espero que gostem porque de todos os finais esse sem dúvida foi o que mais trabalho me rendeu.
Aproveito para agradecer pelas duas recomendações e 150 reviwe, nunca pensei que a fic chegasse a esse ponto.
Obrigado a todos vocês que me vêem acompanhando até este penúltimo capitulo.
Sim o próximo é o bónus e ultimo capitulo.
Sem mais, boa leitura!



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– Eu também fui um monstro, mas me arrependi. Apaixonei-me e mudei. O amor por Jun me mudou. Mas você Lucian, você não merece viver. – A voz do grisalho saiu transbordando de raiva e ódio. Estava consciente que Lucian não iria descansar, enquanto Jun não estivesse morta. Só assim receberia o dinheiro.

Lucian abriu a boca para dizer algo, mas não teve hipóteses de concluir a ação. Kakashi fechou a mão livre e lhe desferiu um violento soco no rosto que o levou até ao chão.

Jun sentiu o coração acelerar. Lucian merecia aquele soco e muito mais. Mas ela não iria ficar ali para assistir. Sem pensar Jun se pós em fuga. Apenas conseguiu ouvir a voz de Kakashi chama-la. Ela não queria ver mais violência, não queria mais ver Kakashi. Se Lucian era um monstro por querer mata-la, Kakashi era igual por ter aceitado... Mesmo que estivesse arrependido.







Mesmo que não queira, me perdoe mesmo que eu não mereça,

Me aceite. Aceite que meu amor é verdadeiro, mesmo que eu não mereça.

Deixe-me protegê-la de todo o sofrimento e de toda a dor,

Porque este é meu único jeito, mesmo que errado de lhe mostrar todo o meu amor.

Esqueça o que passou, vamos viver juntos o que restou.

Samurai Girl




Agora que Jun tinha fugido Kakashi se encontrava num grande dilema. Correr atrás dela ou terminar de uma vez os assuntos pendentes com Lucian. Por mais errado que a escolha pudesse ser, Kakashi já a tinha feito. Jun não iria muito longe em todo o caso, então Lucian iria ter de uma vez por todas o que merecia. Ainda havia quem duvidasse que cada um colhe na vida exatamente o que plantou. Aquele ser indigno de ser chamado de um Hinday era a prova disso.

– Idiota como teve coragem de em agredir? – Lucian vociferou ainda no chão, esfregava com a manga da camisa que usava o canto da boca ensanguentada. Ele estava com raiva, muita raiva.

O grisalho apenas soltou um pequeno sorriso e com a mais gélida voz possível respondeu.

– E isso foi apenas o começo. – O olhar de Kakashi estava diferente, os olhos ternos de amor se tinham ido, agora apenas lhe restava o instinto assassino, afinal Lucian acabou esquecendo que estava lidando com um mercenário apaixonado.

Perante o olhar raivoso e assustado de Lucian o sorrio de Kakashi se ampliou ainda mais, ele ia acabar de uma vez com os assuntos pendentes.

– Kakashi... – O mais velho murmurou quando o grisalho deu um passo em frente. Apressado Lucian se levantou e recuou alguns passos. Seu corpo pequeno e franzino possuía uma maldade infinita, mas uma coragem muito escassa.


– É hora de se arrepender por todo o mal que desejou para Jun, a sua própria irmã! – O grisalho silibou toda a frase á medida que seus pés se movimentavam para mais e mais perto de um aflito Hinday.

Lucian não era idiota, sabia muito bem o que Kakashi pretendia fazer. E definitivamente ele não podia morrer ainda, não antes de Jun. E por isso iria recorrer a todos os meios para fazer o grisalho mudar de ideias. E o que poderia ser melhor do que a linguagem universal.


– EU TE DOU DINHEIRO! – Lucian gritou a plenos pulmões quando se viu encurralado entre a parede exterior da sua casa e Kakashi. Suspirou aliviado ao ver que o grisalho estancou.

Kakashi sorriu levemente e colocou a mão no queixo pensativo. Assim permaneceu por alguns segundos e por fim ainda pensativo disse.

– E com esse dinheiro eu vou poder comprar a confiança de Jun? Recuperar o amor dela e apagar todas as feridas do seu pobre coração? – A indiferença na fala dele. – Acho que não, então tirar a sua vida vai ser muito melhor.

Lucian arregalou os olhos perante as palavras de Kakashi, não acreditava que aquele homem que sempre aceitou os mais sujos trabalhos por dinheiro estivesse sofrido tamanha mudança em nome de um amor por sua irmã. Em todo o caso ainda tinha uma carta na manga, visto que retaliar corpo a corpo contra alguma tentativa de Kakashi estava fora de questão.

– Mas minha vida também não vai trazer nem a confiança de Jun nem o amor dela de volta. – O Hinday tentou apelar ao bom senso do grisalho, mas o que ele não sabia era que esse bom senso não existia. Não naquele momento.

Kakashi sorriu e num movimento rápido e preciso sua mão estava em torno do pescoço fino e frio de Lucian o apertando ferozmente. E lentamente murmurou ao mesmo tempo em que intensificava mais e mais a força do aperto na garganta do infeliz.

– Pois não. – Concordou. – Mas me fará muito feliz. – Completou e juntou a outra mão livre em torno do pescoço de Lucian.

O via tomar varias tonalidades de cores diferentes. Apesar de ele retaliar remexendo as mãos em vão tentando afrouxar o aperto de Kakashi, não havia como fugir dali. Respirar começava a se tornar impossível. Como era irônico, o assassino que deveria ter matado a sua irmã, o estava matando. Era caso para dizer que o feitiço se tinha voltado contra o feiticeiro!

– Kaka... – Lucian num fino fio de voz tentou dizer o nome do grisalho em vão. Kakashi bufou, não tinha tempo a perder ali. Fechou os olhos e se preparou para acabar de uma vez. Mas antes sussurrou ao ouvido do quase morto Hinday.

– Nos vemos no inferno! – E em seguida ainda com os olhos fechados as mãos de Kakashi terminaram o serviço com um movimento rápido. Partir pescoços não é tão difícil assim, apenas os primeiros dez depois é uma questão de hábito.


O corpo do morto Lucian caiu no chão imóvel. O grisalho abriu os olhos e encarou por alguns segundos o defunto aos seus pés. Questionava-se como poderia esperar o perdão de Jun quando no fim ele não era um monstro melhor que aquele que estava morto no chão. Mas, as pessoas mudam e ele tinha mudado, apesar de haver coisas que nunca mudam. Com um longo suspiro Kakashi se pôs em corrida em busca de Jun. O mais fácil estava feito, agora faltava o mais difícil! Conseguir o perdão e confiança de Jun, mesmo que não a merecesse.


Não muito longe dali




Jun tinha corrido e corrido, corrido como se quisesse fugir para outro planeta, mas quando as suas pernas não aguentaram mais teve que parar. Ela não aguentava mais, nem o seu coração. Ali naquele pequeno parque infantil Jun tentou ser forte, tentou não chorar. Mas foi em vão. Em segundos seu dorido coração desabou em mil lagrimas repletas de dor e sofrimento, cheias de medo e dúvidas.

O que era suposto ter sido perfeito no final era uma farsa.

Lucian, Kakashi... Ambos foram uma total mentira. Ambos a dilaceraram sem dó nem piedade. Por mais que ela tentasse pensar que as palavras de Kakashi sobre o arrependimento, mudança e amor fossem verdadeiros. Simplesmente não conseguia. Afinal, como poderia confiar em alguém que a tinha enganado, em alguém que tinha sido contratado para a matar, alguém que tinha sido o responsável por todas as mortes na queda do avião. As atitudes de Kakashi não só afetaram a ela, mas a todos os passageiros e familiares das pessoas daquele avião.

Então como ela podia o perdoar? Não podia, simplesmente não podia, por mais que o amasse e amava.

Por longos minutos Jun ficou chorando e soluçando sentada num dos bancos do parque. Queria acordar e tudo ser um sonho ruim. Sim ela queria.

Kakashi que corria como um louco procurando por Jun finalmente a encontrou. Por alguns segundos o grisalho ficou alguns metros afastado apenas observando o seu amor desabar em lagrimas diante um dia que quase estava chegando ao fim, como aquilo doía. Como era doloroso vê-la sofrer. Ele queria poder dar um fim no sofrimento de Jun, e ia por mais difícil que fosse.

Lentamente foi-se aproximando da jovem em passos silenciosos, tinha medo de ser notado sabia que se o fosse Jun iria fugir dele e isso não era bom ainda para mais porque dali a pouco estaria escurecendo. Quando já estava perto o suficiente para segurá-la caso ela tentasse fugir, deixou sua voz rouca sair numa fina melodia.

–Ainda bem que te encontrei. –Os olhos fixos na jovem.

Jun estancou o choro ao ouvir a voz de Kakashi e rapidamente redirecionou os seus brilhantes olhos verdes para o grisalho. Ela estava sem reação, não esperava ser encontrada tão rapidamente. Então sua única reação possível foi levantar-se prontamente para fugir. Ela não queria estar com Kakashi.

– Hey Jun! – O grisalho a chamou ao mesmo tempo em que se colocava na frente da jovem a impedindo de fugir. – Antes de fugir de mim me dê uma hipótese de falarmos uma ultima vez. – Pediu suplicante.

Jun suspirou pesadamente e num longo e doloroso sussurro respondeu.

– Nos já falamos o suficiente na sua casa, acho que já não há nada a dizer.

Os olhos de Kakashi piscaram. Ele podia ver o quanto os olhos de Jun diziam o contrario das palavras dela. Ele sabia que Jun o amava e iria usar isso a seu total favor. Lentamente o grisalho deu alguns poucos passos ficando perto, muito perto da jovem. Uma de suas mãos enlaçou-lhe a cintura sem resistência e a puxou para si colando ambos os corpos. Kakashi podia sentir o coração palpitante de Jun bater contra o seu corpo.

– Acho que ainda temos muito que falar. – Sussurrou aproximando a boca do ouvido da jovem que se arrepiou. Por mais que Jun não quisesse, por mais que ela estivesse sofrendo era inegável o que sentia pelo grisalho. – Me deixe tentar mais uma vez. – Pediu suplicante. Ele realmente não ia desistir de Jun assim tão facilmente. Já tinha perdido muito na vida e não queria juntar a sua menina a essa lista.

Jun bufou, realmente era uma fraca. Ainda há pouco estava chorando e agora estava nos braços do homem que a fazia chorar. Era realmente muito fraca. Por mais que não quisesse admitir a vontade que tinha era de retribuir o abraço de Kakashi e chorar nos seus braços. Mas não seria tão fraca a esse ponto. Se ele queria falar eles iriam falar, mas depois disso Jun apenas queria distancia de tudo o que a fazia sofrer e o grisalho estava nessa lista.

– Uma ultima conversa. – A morena concordou num fino fio de voz. Ultima.

Kakashi sorriu contra o pescoço da jovem e a soltou murmurando em seguida.

– Vamos até minha casa, está escurecendo e eu quero privacidade.

Jun mais uma vez suspirou a concordou com a cabeça. Em silencio ambos caminharam até a casa de Kakashi. Muitas perguntas começavam a coçar na garganta de Jun incluindo sobre Lucian. Mas iria esperar.


Por fim ambos pararam em frente da casa de Kakashi que para espanto de Jun era outra casa diferente da de onde ela tinha fugido. Mais uma coisa para a lista de perguntas da jovem.

– Chegamos. – Kakashi murmurou, ele sabia o quanto Jun deveria estar confusa, e na verdade nem havia grande motivo para ele a ter levado para aquela outra casa, apenas não queria passar com a jovem em frente da casa de Lucian, ela não merecia ver o sacana do irmão morto.

O grisalho abriu a porta e ambos entraram. A jovem Hinday analisava atentamente cada detalhe daquela casa, era muito simples na verdade. Alias quase parecia que não morava ali ninguém de tão pouca mobília e acessórios que possuía.

– Vamos queria falar não é? Então fale. – Jun num tom muito pouco habitual pediu. Estava nervosa e isso a levava a ser um pouco bruta, apenas um pouco.

– Tanta pressa? – Kakashi sorriu. – Tome um banho primeiro depois falamos, tenho algumas roupas dela por aqui...

– ESTÁ BRINCANDO COMIGO KAKASHI? – Jun cortou o grisalho. Ela estava vermelha de raiva, como ele a podia mandar tomar duche quando estavam ali para conversar.

– Não. – O grisalho respondeu simplesmente. – Mas me recuso a ter a nossa conversa se você não for ao duche relaxar. E agora que estamos no meu território ou você vai ou não teremos conversa, e se não tivermos conversa você não vai sair daqui. – E deu de ombros se jogando no sofá da pequena sala onde estavam.

Jun bufou e bateu o pé raivosa. Estava quase rebentando, como tinha sido idiota ao seguir Kakashi até casa, ele já tinha isso em mente desde o inicio a aprisionar novamente na sua casa.

– Certo eu vou tomar um duche, mas depois disso vamos ao que realmente interessa. – Impôs a sua regra e recebeu um aceno positivo do grisalho.

A jovem foi encaminhada ao banheiro onde estava um pequeno armário com roupas femininas e logo em seguida foi deixada sozinha.

Kakashi após deixar a jovem sozinha sorriu. Ela estava cedendo isso era bom.

Jun dentro do banheiro ficou olhando fixamente o armário com roupas femininas, muitas delas nunca usadas antes. Tinha certeza que já tinha havido outra mulher da vida de Kakashi, e se ele queria impor condições ela também o iria fazer.

A jovem ligou a torneira da água quente e retirou as roupas entrando no duche em seguida. Não fez questão de se demorar e muito rapidamente estava vestindo um pequeno vestido azul que estava no armário.

Kakashi esperava a jovem, sentado no sofá. Os braços cruzados em cima do peito e os olhos brilhando quando viu Jun entrar na sala vestindo um belo vestido azul. Nem ele se lembrava daquele vestido existir ali.

– Você está linda Jun! – Kakashi elogiou a jovem e pode perceber um pequeno rubror nas bochechas dela- Pronta para a nossa conversa? – O grisalho questionou.

Jun sorriu matreira e descontraidamente respondeu ao mesmo tempo que se sentava no sofá ao lado de Kakashi.

– Não.

– Não? – O grisalho questionou surpreendido.

– Não. – Jun afirmou. – Não até você me falar da mulher a quem pertencem essas roupas. – A jovem estava decidida.

Kakashi rolou os olhos perante o pedido de Jun., mas era mais que justo, alias mesmo que ela não pedisse ele iria acabar falando de Megan.

– Ela foi alguém do meu passado, alguém quase tão importante como você. Alguém que eu acabei matando ao colocar o trabalho acima dos sentimentos. – Ele não queria entrar em muitos detalhes e Jun por mais magoada que estivesse percebeu isso, então deixaria ficar assim. Mesmo magoada e irritada ela amava Kakashi e mesmo ele a tendo fazer sofrer ela não lhe queria fazer o mesmo.

– Certo, agora a nossa conversa. – Jun murmurou. Afinal estava ali para isso mesmo, ter uma ultima conversa com Kakashi e seguir em frente, esquecer a mentira que foi a sua vida.

Kakashi suspirou. Agora vinha a parte mais difícil. Ele sabia bem o que queria dizer, apenas lhe faltavam às palavras certas.


– Jun eu apenas quero que fique bem claro na sua cabeça que eu te amo, amo muito. – Não eram bem essas as palavras que Kakashi queria usar, mas teriam que servir, nervoso como estava naquele momento não lhe vinham as palavras certas.

Jun suspirou, naquele dia tinha feito isso muitas vezes. Por mais que quisesse acreditar nas palavras de Kakashi não conseguia. Quando se perde a confiança já nada parece verdadeiro.


– Se você me amasse não teria arrastado por tanto tempo as mentiras que me dilaceraram. – A jovem murmurou a contra gosto e rapidamente o grisalho ripostou.

– Se eu não te amasse você já estaria morta. – Curto e grosso recebendo um olhar perplexo de Jun por tamanha sinceridade. – E tudo o que fiz por mais errado que fosse foi para o seu bem.


– Matar pessoas foi para o meu bem? – Jun também ela entrou naquele jogo de respostas curtas e rápidas.

– Não, mas omitir todas as verdades sim, eu tentei te poupar ao sofrimento da verdade até que percebi que a mentira estava sendo mais dolorosa que a verdade.

Jun bufou e abriu se preparou para responder a Kakashi, mas ele foi mais rápido e se antecipou.

– Me perdoe. – Pediu se ajoelhando no chão aos pés de Jun. sim ele estava se humilhando, mas para poder ter uma segunda oportunidade com a mulher da sua vida ele estava disposto a comer o pão que o diabo amassou.

Jun virou o rosto para o lado evitando cruzar olhares com Kakashi e amargurada respondeu.

– Não me peça isso.

Desta vez foi o grisalho que bufou e rapidamente se levantou do chão e levou uma das suas mãos ao rosto quente de Jun a obrigando a olha-lo nos olhos e francamente questionou sem quebrar o contacto visual dos olhos verdes da jovem.

– Você me ama?

Jun prendeu a respiração com a pergunta de Kakashi, sim ela o amava e ele sabia disso.

– Kakashi eu... – Jun tentou falar, mas foi interrompida.

– Sim ou não?

– Não é Just...

– Sim ou não. – Novamente o grisalho cortou a jovem, ele queria uma resposta direta e não enrolada. – SIM OU NÃO! – Exigiu uma resposta não deixando a jovem virar o rosto. – Sim ou não!

Jun sentia que iria perder o coração pela boca a qualquer momento, estava sendo pressionada de mais. Então rebentou.

– SIM!! – Gritou ofegante.

Kakashi sorriu com a resposta e largou o rosto de Jun a deixando livre para virar o rosto novamente se assim o desejasse, mas isso não aconteceu. Pelo contrario a jovem ficou na mesma posição olhando os olhos do grisalho. Aquela era a oportunidade de Kakashi.

Ele se sentou no braço do sofá onde jun estava e aproximou o rosto do dela e pausadamente lhe depositou um leve beijo no rosto murmurando em seguida ao ouvido dela.

– Eu te amo e você me ama, então, por favor, mesmo que não possa voltar a confiar em mim me deixe fazê-la feliz e reconquistar a confiança perdida.

Jun ao ouvir as palavras de Kakashi e sentir a respiração quente dele contra a sua pele despertou do pequeno transe em que tinha entrado e prontamente respondeu.

– Eu não consigo. – Era verdade, mesmo que ela quisesse perdoa-lo não iria conseguir. Ou pelo menos assim ela o pensava.

Kakashi suspirou pesadamente. Com apenas palavras não iria chegar onde queria e também não estava disposto a desistir de Jun. então se levantou e pegou de surpresa na mão e Jun a fazendo levantar-se do sofá e mesmo antes que a jovem pudesse reclamar os braços de Kakashi estavam em torno do corpo dela e os lábios dele cobrindo os dela.

Não era um beijo doce e nem tão pouco gentil. Era algo mais intenso e selvagem, o grisalho tentava desesperadamente apelar aos sentimentos de Jun através daquele beijo. As mãos dele em torno da fina cintura dela a puxando mais e mais para si quase fundindo os dois corpos. Quando por fim ambos precisaram de ar urgentemente Kakashi quebrou o beijo mas não soltou a jovem nem afrouxou os braços da cintura dela.

– Vai mesmo rejeitar todo esse sentimento dentro de você? – Kakashi murmurou encostando a cabeça no ombro da jovem. – Eu errei e muito, mas juntos podemos recomeçar a nossa historia. Se você permitir podemos começar a nossa eternidade esta noite. Apenas eu e você.

Jun suspirou, mas ao contrario de todos os outros suspiros este era de alivio. A jovem lentamente deixou também a sua cabeça cair sobre o ombro do grisalho. Por alguns segundos ficou apenas ali apreciando aquela sensação de estar nos braços da pessoa amada e sentir em retorno o amor que dava.

– Kakashi. – Jun chamou o grisalho num pequeno sussurro. A voz diferente, já não tão carregada de dor, um novo sentimento aflorando. Um sentimento chamado de esperança. – Você promete que não vai mais me mentir e acima de tudo promete que vamos ser felizes? – Nem mesmo Jun acreditava que acabava de dizer aquilo, se nem ela acreditava muito menos Kakashi.

Apanhado de surpresa o grisalho afastou-se um pouco da jovem o suficiente para poder olha-la devidamente nos olhos. Um enorme e resplandecente sorriso se formando em seus lábios ao ver o brilho nos olhos de Jun.

– Eu prometo. – Kakashi praticamente gritou e beijou Jun docemente sendo retribuído. – Eu prometo não mais mentir. – Disse entre pequenos beijos que depositava nos lábios e rosto de Jun. – Eu prometo que juntos seremos muito felizes. – E ao prometer isso o grisalho ergue Jun no ar a colocando no seu colo e a beijou mais uma vez. Um beijo terno.

Jun foi carregada por Kakashi para o quarto dele, a eternidade deles começava ali enquanto estavam se amando. Afinal o que seria do amor sem o perdão? O que seria do mundo sem uma segunda oportunidade. Kakashi e Jun estavam desfrutando dessa segunda oportunidade, ambos teriam uma nova hipótese de serem felizes. E mesmo o grisalho tendo prometido não haver mais mentiras teria que quebrar essa promessa temporariamente, afinal não podia simplesmente dizer naquele momento que tinha matado Lucian. De certeza que ele iria revelar sobre isso, mas não naquela altura de reconciliação.

Por agora ele iria se focar em cumprir a promessa de fazer Jun a mulher mais feliz do mundo ao lado do homem mais sortudo do mundo.



Um ano depois



Kakashi estava atolado de malas e nem por sombras cabiam todas dentro do carro. Eram malas com vestidos, malas com sapatos, malas com mamadeira, malas com perfumes e camisas. Por deus porque eram precisas tantas malas, ele nunca pensou que ao fazer aquela viagem fosse preciso tantas malas assim.

– Droga! – O grisalho resmungou jogando quando uma das malas caiu no chão e se abriu espalhando todos os vestidos da esposa no chão.

– Olha como fala Kakashi! – Jun que saia de casa advertiu ralhando com o esposo. Um sorriso no rosto e apenas não puxava a orelha de Kakashi por ter as mãos ocupadas. – Não quero Ryotaro escutando esse tipo de palavras. – Ralhou ainda sorrindo. Ryotaro era a pequena criança de curtos de finos cabelos grisalhos e olho verde de apenas quatro meses que ocupava os braços de Jun. Kakashi tinha prometido a promessa de fazer Jun feliz, não só a fez feliz como a fez à senhora Hatake e ainda lhe deu um filho. Que maior felicidade Jun podia querer?

– Me desculpe. – Kakashi murmurou e deixou a mala caída no chão e se aproximou da esposa e filho. – Papai promete não dizer palavras feias na sua frente. – O grisalho babado murmurava para o pequeno Ryotaro nos braços de Jun.

– Ótimo Kakashi. – Jun sorriu. – Mas agora trate de arrumas as malas ou vamos perder o voo para o Japão. – A jovem Hinday ralhou. Kakashi tinha o péssimo habito de se atrasar e o avião não esperaria por eles. E arrumas as malas fazia parte do castigo do esposo.

Kakashi suspirou e assentiu com a cabeça, mas antes de voltas a tratar das malas deixou um leve beijo nos lábios de Jun. afinal ele não podia reclamar muito, estava cumprindo um castigo. O grisalho tinha contado sobre a morte de Lucian para Jun, mas não tinha escolhido a melhor altura. Ele o fez durante o parto do filho. Realmente não tinha sido a melhor hora, mas o tinha salvado da raiva da esposa por ter mantido segredo. O lado bom foi que Jun usou essa raiva do marido para chutar Ryotaro para o mundo.

– Estou indo, estou indo. – Kakashi murmurou enquanto terminava de colocar as malas no carro. Uma nova vida os esperava no Japão, frança estava recheada de más recordações. E tudo o que a nova família Hatake queria era paz, felicidade e muito, mas muito amor. Afinal eles mereciam, depois de tudo, de todas as lagrimas, mentiras e dor.

Eles mereciam o final feliz.




Se você errou, peça desculpas...

É difícil perdoar?

Mas quem disse que é fácil se arrepender?

Se você sente algo diga...

É difícil se abrir?

Mas quem disse que é fácil encontrar alguém que queira escutar?

Se alguém reclama de você, ouça...

É difícil ouvir certas coisas?

Mas quem disse que é fácil ouvir você?

Se alguém te ama, ame-o...

É difícil entregar-se?

Mas quem disse que é fácil ser feliz?

Nem tudo é fácil na vida...

Mas, com certeza, nada é impossível...

Cecília Meireles

Fim


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Notas finais do capítulo

Me desculpem algum possível erro e espero que realmente tenham gostado.
Nos vemos em breve e mais uma vez obrigado!!