The Best Swimmer escrita por AlohaHawai


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Então pessoal, acho que vou decepcionar vocês... Finnick não vai fazer alguma coisa "importante" na casa de Annie. Mas prometo que vou deixar vocês bem curiosos nos proximos capitulos. (=
Dedico a fic para meus dois amores: Bruna Abad e MahhLawliet, meus dois amores! Hahaha, ;*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/220270/chapter/2

— Oh. Desculpe Annie. — disse Finnick, que estava tão enrubescido quanto eu.

Subi meu olhar em sua direção e logo me deparei com seus olhos verdes.

— Sem problemas. — sorri — Quero dizer, eu devia mesmo ter colocado uma roupa. Quer falar com Alberthy? Só um instante.

Ele sorriu para mim e entrou em casa, enquanto eu subi as escadas rapidamente e chamei meu padrasto. Logo, entrei no meu quarto e me joguei na cama. Eu estava em duvida se chorava, por ter passado por uma situação completamente ridícula na frente do menino que eu gostava, ou se ria.

Resolvi que precisava de uma roupa, então coloquei uma calcinha e um vestido azul curto, estava ótimo. Penteei meus cabelos molhados delicadamente e desci as escadas novamente em direção à cozinha.

Finnick e Alberthy estavam conversando sobre a produção de anzóis e redes, acho que a Capital estava ficando cansada de esperar tanto. Mas resolvi que não queria ouvir toda a conversa, não precisava me preocupar por isso e quanto mais ouvia sobres essas coisas, mas eu pensava sobre a Colheita.

Peguei um copo de água e me sentei, apoiando meus cotovelos na mesa da cozinha.

— Você está bem, Annie? — ouvi minha mãe dizer e me virei em sua direção

— Sim... Só um pouco nervosa.

Ela olhou para mim com seus olhos claros e se sentou ao meu lado. Pousou uma das mãos sobre meus cabelos e os acariciou, fazendo com que meus olhos se fechassem. Desde que Cherr nasceu minha mãe parou com os carinhos para mim, mas eu não sentia ciúmes de minha irmã e nem nada do tipo. Ás vezes, eu sentia que era como uma enteada para Kalia, e ela só me dava o necessário.

— Está com medo da Colheita? — ela perguntou e eu assenti silenciosamente — Sabe, não se preocupe.

Abri um sorriso em sua direção e dei um ultimo gole em meu copo, enquanto ela levantou e chamou Finnick para a cozinha. Provavelmente iria lhe oferecer um café e passar uma imagem de que éramos pessoas hospedeiras em nossa casa.

— Ah, obrigado sra. Wlyader. — ele sorriu

Finnick se sentou na cadeira da ponta, enquanto meu padrasto lhe preparava um café e minha mãe pegava os típicos pães. Eles eram deliciosos, salgados, com formatos de peixes e uma cor esverdeada, além de ter um gostinho de algas marinhas.

— E então, está preparado para voltar aos Jogos? — perguntou meu pai

Sim, Finnick Odair era o mentor dos tributos escolhidos. Há cinco anos ele faz isso, mas sempre soube que enquanto as crianças estavam na arena, ele saia com as mulheres solteiras da Capital. Ele era egoísta, insensível, metido, hipócrita e eu não tinha ideia do porquê de ainda gostar dele.

Nós comemos em silencio e resolvi que não tinha mais nada o que fazer na cozinha. Simplesmente me levantei, mandei um sorriso na direção de Finnick que estava me olhando e depois subi de volta para meu quarto, ficando novamente em silencio.

Meus pais estavam conversando com Finnick ainda, então fui para o quarto de minha mãe e me sentei na cama, onde Cherr estava deitada, com os olhos fechados, as mãozinhas frágeis fechadas e o rosto virado para o lado.

Quando a olhei, realmente percebi que minha mãe estava certo, ela se parecia demais comigo. O mesmo formato do rosto, o queixo fino e a boca avermelhada. Nós duas éramos brancas, apesar de eu estar quase sempre embaixo do sol ou coisa do tipo, de algum modo eu não conseguia ficar bronzeada.

Ouvi os passos leves de minha mãe subindo as escadas e logo sai do quarto, tomando cuidado para ela não ver. Acho que não gostavam de me ver perto de Cherr, minha mãe era bem paranoica vezes.

~

O sol logo apareceu no Distrito 4, e ele entrava pela pequena fresta da janela e estava batendo diretamente em meu rosto. Esfreguei os olhos ainda sonolenta e me levantei da cama silenciosamente, tomando cuidado para não acordar ninguém.

Não estava com sono, já que dormira às sete horas do dia anterior e como de costume, acordara tarde.

Coloquei o mesmo vestido que usara no dia anterior, um maiô por baixo e calcei uma sandália simples que ganhara de minha tia e era feita de palha. Da cozinha, conseguia escutar a voz de minha mãe e de meu padrasto.

— Bom dia. — falei

Minha mãe levantou os olhos em minha direção e abriu um sorriso. Colocou mais um prato na mesa, ao lado de meu padrasto e me chamou para sentar. Minha irmã estava sentada em um cadeirão, com uma tigela com aveia em sua frente e uma bolinha de borracha em uma das mãos.

Antes de eu me sentar, a campainha tocou e fui abrir a porta. Lá estava Mags, parada com um sorriso no rosto. Ela estava melhor do que antes, acho que era por causa das roupas melhores e do cabelo grisalho, que agora estava preso cuidadosamente em um rabo de cavalo bem feito. Mas ela ainda continuava com o mesmo olhar cinzento e vago de sempre, uma das causas dos Jogos. Ela tinha mais uma aparência meio morta que todos os tributos vencedores dos Jogos Vorazes pareciam ter.

— Bom dia Mags. — sorri — Pode entrar.

Ela entrou, cumprimentou meus pais e se sentou junto conosco. Tomamos nosso café em silencio, e depois Mags começou a conversar com a minha mãe. Elas eram bem amigas e ela costumava cuidar de Cherr ás vezes, além de me fazer sentir como se fosse sua neta, já que minha avó materna havia falecido quando eu tinha três anos e a mãe de meu pai estava morando no Distrito 5.

Alberthy saiu logo depois de acabar seu café, e foi em direção à fábrica, onde ele passaria o resto do dia.

— Vou para o trabalho também. — falei dando de ombros

Eu não estudava mais. Normalmente as crianças de todos os Distritos paravam de estudar quando faziam doze anos, e começavam a trabalhar. Eu não tinha um trabalho específico, na verdade, era como uma salva-vidas; tinha que passar o dia sentada e olhando as pessoas nadarem.

Terminar de tomar café e me despedi das duas, indo em direção à porta. Sai rapidamente e segui para o centro, onde as pessoas já começavam a abrir suas lojas, irem trabalhar, irem para a pequena escola ou simplesmente ficarem na Praça Principal, conversando e falando mal dos outros.

Cumprimentei as pessoas que eu conhecia e entrei na floresta, que era o caminho mais rápido para a praia. As arvores estava balançando fortemente e eu podia escutar o barulho dos pássaros cantando. De longe consegui avistar o mar, a água calma e clara, e areia macia e fofa.

Não havia pessoas nadando, o que era ótimo para mim, não gostaria de começar o dia tomando conta de gente que não sabia nadar. Era demais para mim.

— Oi Annie. — ouvi uma masculina e subitamente, um sorriso se armou em meu rosto. Me virei e lá estava ele, a única pessoa que eu realmente confiava. Acho que ele era como um irmão, apesar de não termos crescido juntos e ele morar no bairro pobre do Distrito. Ele era humilde e quase sempre me dava ótimos conselhos.

— Oi Garrett. — me virei sorrindo

E lá estava ele. Com uma das mãos sobre os cabelos loiros, os olhos castanhos parados em minha direção. Ele usava somente uma bermuda, o que deixava seu peito nu, e isso me fazia suspirar um pouco.

— Pelo menos não preciso me preocupar com você nadando. — ri

Garrett era um ótimo nadador, acho que era pelo fato de ele passar a maior parte do dia nadando, e na outra ele trabalhava na fábrica.

— Não se preocupe, não vai me precisar me salvar. — ele piscou e revirou os olhos

Assim, o garoto pulou no mar de ponta, rapidamente enfiando sua cabeça na água. Ele ficou uns cinco segundos, o que me fez ficar preocupada, até que vi seus cabelos loiros emergindo e abri uma risada.

— Realmente, você tem que parar de me deixar tão preocupada. — revirei os olhos

Ele saiu da água e se sentou ao meu lado, fazendo-me ficar um pouco molhada.

— Você tem sorte. — comecei

Garrett me olhou com seus olhos azuis e vi suas sobrancelhas se arquearem.

— Não vai ter seu nome naquela maldita bola.

— Ah, isso. — ele abaixou os olhos — Sinto muito. Mas pare de ser preocupar com isso, está bem? Temos que pensar positivos. Vai ter muitos outros nomes por lá.

Assenti com a cabeça e sorri. Baguncei seus cabelos molhados e olhei para seus olhos azuis. Por um momento, senti como se não existisse mais nada em nossa volta, e um certo calor passou pelo meu corpo, fazendo-me estremecer.

Não sabia se era pelo fato de eu sentir que seria escolhida nessa edição dos Jogos, ou pelo fato de eu gostar de Finnick e ele não retribuir, mas eu senti vontade de beijar Garrett. E por um instante, percebi que ele também queria, já que se aproximou cada vez mais de mim, deixando seu rosto próximo do meu.

Nossas respirações quentes se misturavam e nossos rostos estavam parados; seu nariz se tocou no meu e nossas testas estavam coladas. Um de seus braços estava em minha cintura e a outra mão atrás de meu pescoço, me levando a ficar mais perto dele. Então, ele se aproximou mais um pouco e pousou seus lábios quentes e molhados sobre os meus, fazendo-me sentir uma ótima sensação.

Agradeci por estarmos sozinhos, e antes de pensar em alguma coisa, aproximei minha boca da sua. Em segundos, nossas bocas estavam fazendo um movimento devagar e maravilhosamente relaxante, o que me fazia querer mais e mais.

Nunca havia contado para ninguém, mas eu nunca havia beijado. Sempre fiz as coisas certas e para minha mãe, beijar não era algo politicamente correto.

— Ai meu Deus. — guinchei logo que me separei de seus braços — Desculpe.

Ele olhou para mim com um sorriso no rosto e deu de ombros.

— Se desculpar por isso? Qual é Annie, não é nada demais.

Senti que minhas bochechas estavam ficando vermelhas e resolvi me levantar. Em segundos tirei o vestido, ficando apenas com o maiô preto.

— Vamos nadar. — sorri

Não havia ninguém por perto e isso me proporcionava uma paz e sossego. Sequer esperei Garrett, na verdade, logo que tirei o vestido corri em direção ao mar e pulei de cabeça, afundando cada vez mais na água.

Sentir a água gelada em meu corpo me relaxava, alem de que quando abri os olhos consegui ver os pequenos peixinhos. Eles faziam o possível para serem rápidos e saírem de perto de mim, e eu podia ver suas pequenas barbatanas baterem rapidamente e eles irem para longe.

Garrett logo pulou e estava ao meu lado, dando cambalhotas na água e batendo os pés rapidamente.

Algumas crianças estavam vindo, e eu sabia disso porque elas falavam extremamente alto. As duas garotas tiraram os vestidos, ficando somente com o maiô e os garotos tiraram as camisetas, usando somente as bermudas.

— Ok, vou sair e cuidar deles. — ri

Rapidamente nadei em direção para à margem e sai da água, indo em direção à cadeira e me enrolando na toalha.

— Não vão para o fundo, não pulem de cabeça no raso e cuidado com as águas vivas. — falei, apesar de eles saberem muito bem. Eu repetia isso todos os dias.

Passei o resto do dia sentada e torrando embaixo do sol. As pessoas se aproximavam mais e mais, e logo, a praia estava lotada. As pessoas nadavam, tomavam sol e até traziam um isopor contendo camarões, peixes, lulas e umas coisas exóticas que eu nunca havia visto na vida.

Garrett havia ido para a fábrica, o que significava que eu tinha que aguentar todas essas pessoas sozinhas.

Já estava ficando com dor de cabeça e com fome, mas o meu horário de almoço já tinha passado e por azar eu esquecera de aproveitá-lo, então agora teria que esperar até ás cinco horas, que seria a hora que eu poderia voltar para casa.

Mas quanto mais eu ficava sozinha, mas eu começava a pensar. E então eu lembrei, amanha era a Colheita, e de repente, eu comecei a ficar tensa. O meu corpo começou a tremer e os meus olhos se encheram de lagrimas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Mandem reviews, sou movida a eles :p
Xoxo, District 4.