The Best Swimmer escrita por AlohaHawai


Capítulo 18
Capítulo 17 - POV Garrett


Notas iniciais do capítulo

Pessoal eu mudei, coloquei o capitulo do Garrett antes dos da mãe de Annie. Mas enfim, espero que gostem e desculpem se ficou "gay" e "apaixonadinho" demais, só sou boa fazendo uma garota narrando. E ah, desculpem pela demora. Vcs não tem noção de como eu quero que essa fic acabe logo, ela está me dando muito trabalho (sim, ela acaba no capitulo 20).
Se quiserem saber quando eu vou postar o proximo capitulo, me perguntem no twitter: @naatdomingues_ ((:
Booom, enjoooy it ;*



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Acordei sabendo de uma única coisa: seria o dia entrevista. Vou explicar um pouco, quando há entre nove e seis tributos, a Capital entrevista os familiares e amigos mais íntimos de todos os tributos reunidos. Eu não sei direito o que eles costumam perguntar, porque quase sempre mudam, mas obviamente teria a ver com os Jogos.

Levanto-me da cama, ainda meio cansada, e foi em direção ao banheiro. Jogo água gelada no rosto para poder acordar, escovo os dentes e termino de fazer as minhas coisas. Em seguida saio, coloco uma bermuda e uma camiseta branca.

Desço as escadas rapidamente e consigo escutar o choro de Cherr. Isso mesmo, ela está passando uma “temporada” aqui em casa. Minha mãe é amiga da Sra. Wlyader, e ela disse que a mãe de Annie está passando por um momento depressivo, já que a filha está dentro da arena e pode morrer a qualquer momento. Enfim, virei algo como “primo” de Cherr.

Quando entro na cozinha, percebo que não há nada em cima da mesa. Isso mesmo, absolutamente nada. Sei que meu pai está tendo dificuldades no trabalho e minha mãe não tem tempo para trabalhar, mas não havia sequer um pão ou um copo de água para mim. Qual é!

Reviro os olhos, pego um pouco de dinheiro e saio de casa, sem dar explicação à ninguém. Eu tinha que pelo menos estar bem alimentado quando fosse fazer aquela maldita entrevista, caso contrario eu passaria mal.

Quando adentro no centro, dou uma olhada rápida no telão que está montado em frente ao palco. Eu não gosto de olhar, mas não consigo, ela sempre está lá para chamar a minha atenção. Hoje ela já parecia um pouco melhor, pelo menos aqueles remédios que Finnick Odair havia mandando haviam servido.

Eu podia ver em seus olhos que ela estava cansada, que ela gostaria de desistir, mas eu sabia que não faria isso. Conhecia Annie bem demais, e ela aguentaria qualquer coisa para sair de lá viva, para poder finalmente ver sua família... E principalmente Finnick. Ela havia me contado dele, e como um bom amigo, escutei tudo em silencio.

Passei reto pelo telão, não queria ter que ouvi-la e vê-la murmurar de dor e estar longe demais para não fazer nada. Entrei na única cafeteria do Distrito 4 e me sentei numa das cadeiras em frente ao balcão. Jack, o cara boa pinta, me cumprimentou e perguntei o que eu gostaria de comer.

— Qualquer coisa que tenha pão e peixe juntos.

Ele deu uma risada fraca e se retirou, provavelmente me faria um lanche.

— Vai participar da entrevista, não é? — ele perguntou depois de um tempo

— Sim. Eu, a mãe dela, o padrasto e Mags.

— Você acha que a Sra. Wlyader vai conseguir? Não sei... Ela parece tão nervosa e distante ultimamente.

— Não sei, mas eu a entendo. Sei lá.

Depois disso, Jack entregou o meu lanche e ficamos novamente em silencio. Ele estava conversando com outros clientes, enquanto eu estava pensando nela. Era só nisso que eu conseguia fazer, pensar se ela sairia viva de lá e se saísse, como seria sua vida depois disso. Ela nunca superaria o que havia passado na arena. Ninguém superava, todos os vitoriosos tinham traços de seus Jogos.

Quando acabei meu lanche, joguei o dinheiro no balcão e me despedi de Jack, em seguida fui em direção à praia. Lá era o único lugar que eu podia ter paz e sossego, e conseguia pensar em Annie com calma. Gostava de sentar numa pedra alta e olhar para a Ilha dos Vitoriosos, onde havia doze maravilhosas casas. Era a melhor vista do Distrito.

Não havia quase ninguém na água, já que provavelmente todos por aqui tinham funções, como trabalhar ou ir ao colégio. Subi na pedra mais alta, onde eu costumava vir com Annie, e me sentei. O sol estava forte e brilhante, fazendo parecer que o dia estava bom e “feliz”.

A entrevista seria apenas a noite, então eu podia passar o dia na praia. Eu só teria que ir para casa, tomar um banho e esperar até ás sete horas, quando o pessoal da tevê chegaria em casa e faríamos tudo na sala. Seria bem rápido e eu esperava ter que responde perguntas fáceis.

Eu devia ter tido à ela antes de ela ser sorteada, pensei. Pelo menos eu teria alguma chance, e agora... Eu posso ter pedido pelo simples fato de não saber se ela sentia o mesmo por mim. Quero dizer, ela era apaixonada pelo Odair e isso não mudaria nunca, eles praticamente foram feitos um para o outro.

Mas vai saber, eu podia ter dito a verdade e ela poderia me dar uma chance. Isso não é impossível. Eu conheço Annie, ela não gostaria de me magoar, então provavelmente diria “claro, isso pode dar certo. Por que não?” e então, mesmo ela estando comigo, ela continuaria a pensar em Finnick.

Fiquei pensando nisso durante as duas horas que fiquei olhando para o céu, enquanto escutava o barulho de pessoas nadando e brincando na areia, finalmente havia alguém na praia além de mim.

Eu não entendia, de verdade. Eu não era tão feio, tinha algumas garotas que era a fim de mim no colégio e tudo bem, não era tão maravilhoso como Finnick, mas valia a pena. E cá estava eu, pensando numa garota de treze anos, que estava dentro de uma arena e provavelmente seria morta.

Balancei a cabeça, estava sendo um idiota. Sai de cima da pedra e pulei na areia fofa, em seguida, adentrei na floresta que levaria de volta ao centro do Distrito, e fui em direção ao Centro de Treinamento. Era desnecessário alguém estar lá nesses dias, já que os Jogos já haviam começado e o próximo seria ano que vem, mas eu sabia que havia uma pessoa lá, e era ela justamente quem eu gostaria de ver.

Abri as portas de correr de vidro e entrei no lugar, que era claro e dava eco. Ela estava de costas, usando uma calça leggin, uma camiseta vermelha e um tênis. Os cabelos castanhos estavam presos numa trança alta e bagunçada.

— Oi. — falei baixo

— Garrett, oh! — ela disse e derrubou o arco e flecha por causa do susto. Depois, abriu um sorriso e se aproximou de mim — Tudo bem?

— É, mais ou menos.

Lyan olhou para mim e abriu um sorriso torto. Ela pegou em minha mão e me levou a onde havia alguns bancos, nos sentamos e ela me olhou.

— Por causa dela, não é?

Lyan estudava comigo no colégio. Ela não era uma das melhores garotas do Distrito e provavelmente era “areia demais para o meu caminhãozinho”, já que era filha do prefeito. É, isso mesmo, e por isso eu achava extremamente desnecessário ela treinar, já que é quase impossível ela ser escolhida em alguma colheita. Enfim, eu quase sempre contava à ela os meus “problemas”.

— Ela não vai morrer, você vai ver. Annie vai sair de lá viva, eu prometo. — ela disse e vi seus olhos brilharem em minha direção — Tudo bem, ela não é uma ótima competidora, mas ela vai dar um jeito. Ela está escondida, enquanto os outros se viram e podem se matar... Provavelmente ela vai ficar por ultimo e ganha.

Isso era verdade, pelo menos nisso Annie havia acertado. Depois de descobrir que os Carreiristas queriam matá-la, ela fugiu e se escondeu numa floresta. Claro que antes ela teve a perna cortada pelo garoto do 7, Andy.

— Finnick é um bom mentor, você tem que confiar nele. — ela me disse, colocando uma de suas mãos em meu ombro esquerdo.

Bom, admito que eu não conseguia confiar em Finnick. Primeiro porque ele havia feito Annie sofrer no passado, segundo porque ele era metido e arrogante, e terceiro porque eu sentia um imenso ciúmes dele.

— Não sei como, mas ele deu um jeito de comprar todos aqueles remédios para ela. — Lyan sorriu — Não se preocupe ok.

Rapidamente, ela me abraçou. Estávamos tão perto um do outro que eu conseguia sentir o cheiro de seu perfume e seu pescoço um pouco molhado por causa do suor. Passei minhas mãos em seus cabelos e ela pousou uma de suas mãos em minha cintura.

xxx

Sai do banho rapidamente e enrolei a toalha azul ao redor de minha cintura. Minha mãe me mandara ficar bem apresentável para a entrevista, então penteei os cabelos e em seguida os baguncei novamente, daria uma impressão legal. Passei um desodorante que pagara de meu pai e fui para o quarto.

Coloquei uma bermuda – a melhor que eu tinha – e uma camiseta laranja com uma gola um pouco para baixo, e em seguida calcei meus chinelos. Ainda era seis horas, então eu teria tempo suficiente para me preparar psicologicamente para a entrevista. E por sorte, minha mãe havia comprado pão e café.

Desci as escadas e me deparei com Cherr sentada no tapete e brincando com um de seus brinquedinhos. Me sentei ao seu lado e abri um largo sorriso, ela me lembrava Annie, com olhos grande e verdes, sardas embaixo dos olhos e uma pele claríssima. Se não fosse pelos cabelos castanho-claros, ela seria uma cópia de Annie Cresta.

Eu provavelmente devia estar enlouquecendo, afinal Cherr não sabia falar, mas eu sentia que quando ela me olhava, ela perguntava sobre Annie. Sei lá, como “a onde ela estava” ou algo assim. Havia falado isso para minha mãe outro dia, e ela me mandara calar a boca e parar de ver coisas, Cherr não reconhecia nem sua mãe direito.

Fiquei mais um tempo brincando com Cherr, até escutar a campainha tocando, provavelmente eram os caras da Capital. Sussurrei um “me deseje sorte” para a garotinha e fui em direção à porta.

Uma mulher com a pele azulada, olhos extremamente puxados, tatuagens prateadas diversas e um cabelo dourado e encaracolado, abriu um sorriso ao me ver e entrou em casa. Seguidos por ela, entrou um cara segurando uma câmera, um cara segurando algumas coisas e mais um cara. Todos exóticos demais para mim.

— Você deve ser Garrett, certo? — sorri e assenti — Sou Zendaya, prazer.

Apertei sua mão em forma de cumprimentou e logo minha mãe veio se juntar á nós, ainda bem. Minha mãe tirou Cherr do tapete e pediu que eles se sentassem no sofá e ficassem o mais confortável possível. Os dois caras começaram a arrumar os equipamentos, enquanto Zendaya parecia estar lendo algo.

Depois de mais ou menos dez minutos, arrumei minha postura no sofá e percebi que a câmera estava ligada. Zendaya abriu um grande sorriso em direção ao aparelho e com uma voz afinada disse:

— Boa tarde senhoras e senhores, estou no Distrito 4 para entrevistar Garrett Flynn (N/A: acho que não citei o sobrenome dele em nenhum capitulo, se eu tiver citado e não for esse me desculpem, eu revirei tudo e não achei nada, rs). Ele é um dos amigos mais próximos de um dos tributos restantes, Annie Cresta.

A câmera focou em meu rosto, então abri um sorriso forçado e amarelo. Em seguida, Zendaya se virou para mim, começariam as perguntas.

— Então Garrett, me diga. — ela começou — O que você acha do rumo que os Jogos estão tomando.

Essa era fácil, “acho que o rumo está sendo péssimo e ele tinha que acabar de uma vez”. Mas claro, não falei isso.

— Não está muito bom, as coisas estão meio devagar, acho. Não há muitas mortes, o que para mim é ótimo, mas com certeza uma hora ou outra isso terá que acabar.

Zendaya arqueou as sobrancelhas e sorriu em minha direção, com certeza eu acertei na resposta. Vamos para a próxima.

— O que você sente quando vê Annie na televisão?

Sinceramente? Tenho vontade de gritar que fui um idiota por não ter dito que a amava antes disso tudo e depois me sinto mal. Vê-la sofrer acaba comigo. Mas novamente, me recusei a dar essa resposta, então pensei um pouco.

— Fico mal, realmente, fico péssimo. Nós éramos próximos demais, como irmãos, e vê-la machucada me deixa mal. Agradeço por tudo que é mais sagrado por ela ainda estar viva, e rezo todos os dias para ela sair de lá no final.

— Sim, sim. — disse Zendaya e em seguida olhou para o papel — Você tem conversando com os familiares dela? Como sua mãe está se sentindo?

— Não converso muito com a mãe de Annie, mas sua irmã, Cherr, está aqui em casa por um tempo. Parece que a Sra. Wlyader está meio depressiva por causa de tudo o que está havendo. Me sinto mal por ela também.

Eu não sabia quando tempo duravam essas entrevistas, mas se eu estivesse certo, estaria na hora de acabar. Agora só mais uma ou duas e finalmente esses caras estranhos estariam fora da minha casa.

— Só mais a ultima. — disse Zendaya com um sorriso. Finalmente, pensei. — Se você pudesse dizer algo à Annie, o que diria?

Claro, sabia que ela perguntaria isso. Era algo meio pessoal, e as pessoas da Capital gostavam de saber todos os “segredos” escondidos. Eles adoravam saber as coisas pessoais que os tributos e seus familiares tinham à esconder.

Eu não podia dizer que era apaixonado por ela, seria estranho demais me declarar para Panem inteira, enquanto Annie não saberia de nada. Então respirei fundo, essa era a ultima pergunta e com certeza eu tinha que dar uma bela resposta, ou Zendaya ficaria bem brava comigo.

Pensei no que Caesar havia perguntando à Annie no dia da sua entrevista na Capital, “se você soubesse que morreria em trinta segundos, quais seriam suas ultimas palavras?”. Ela havia dito que diria às pessoas que ela amava para nunca perderam a esperança, ela é a ultima que morre.

Era isso que eu diria à Annie se pudesse.

— Eu diria para Annie ter fé. Ela não pode simplesmente se “abandonar”, ela tem que acreditar que pode ganhar, só assim. Diria para ela pensar em todas as pessoas que a amam e que estão esperando sua volta. Gostaria que ela soubesse que eu estou esperando-a de volta. E que eu a amo.

Pronto, soltei tudo de uma vez. Eu queria falar só o começo, mas parece que foi mais fundo. Não podia fazer nada, estava tudo gravado e com certeza Zendaya não editaria, o pessoal da Capital ficaria louco com um “discurso” desses.

Bom, depois disso, Zendaya disso mais algumas coisas e se despediu, assim como eu. Os caras arrumaram os equipamentos e ela foi se despedir de minha mãe, sem antes avisar que minha entrevista apareceria hoje á noite ou amanhã de manhã. Nos despedimos e ela finalmente saiu de casa.

Peguei Cherr, que estava brincando do outro lado da sala, no colo e avisei minha mãe que precisava dar uma volta. Eu precisava sentir um ar e respirar um pouco, aquilo havia realmente me deixado nervoso. Por sorte, Annie não veria nada disso, então não teria que me preocupar... Apesar de saber que Finnick veria.

Fui em direção ao centro, apesar de saber que lá eu não teria paz nenhuma. Todos do Distrito sabiam que eu havia feito minha entrevista com Zendaya Swan e eles com certeza gostariam de perguntar como foi.

De longe, vi Lyan. Ela já havia trocado de roupa, e agora estava usando um vestido florido e sandália, seus cabelos estavam presos e havia uma flor rosa no meio das madeixas. Olhei para Cherr que estava olhando curiosamente as pessoas em sua volta, dei de ombros e andei na direção à garota.

Ela estava conversando com algumas amigas, mas quando me viu chegando, saiu de perto delas e foi em minha direção, com um sorriso imenso no rosto.

— Oi. — falei

— Oi. — ela disse

Ficamos nos olhando por um tempo. Seus olhos castanhos eram grandes e bonitos, e ela tinha covinhas, coisa que nunca reparei. Além disso, percebi que ela tinha umas bochechas grande e fofinhas, como as de Cherr. Abri um sorrisinho ao pensar isso, até que ouvi uma voz baixa e diferente.

— Annie. — a voz havia saído da garotinha que eu estava segurando. Cherr apontou suas mãos gordinhas em direção ao telão, e me virei. Annie estava sentada, com o corpo encostado numa pedra e eu conseguia ver lagrimas rolando em sua bochecha.

— Ela falou! Cara, ela falou pela primeira vez, e... Suas palavras foram “Annie”... — comecei e olhei para Lyan esperando uma resposta, ao invés disso, fui interrompido por um beijo. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e não esqueçam de mandar reviews, sério, eu escrevo mais rapido quando há reviews. Enfim, xoxo District 4. And may the odds be ever in your favor (;