Os treinos de quadribol estavam cada dia mais pesados. Rony já estava se irritando, mas não tanto quanto Selena que questionava a cada duas horas treino sem parar oferecido por Harry.

– Temos que descansar - Disse Selena pela décima quarta vez naquele dia.

– Concordo. Vamos comer alguma coisa - Concordou Rony. Harry concordou também para não ter brigas.

Já de estômagos forrados, o time treinou por mais duas horas até Harry concordar que já estava mais do que na hora de darem um tempo até o dia seguinte.

– Estive pensando Harry, porque não vamos à sala de Dumbledore investigar sobre essa viagem dele?-sugeriu Selena encarando Harry.

– Você enlouqueceu? E se alguém nos pegar no flagra?-perguntou Rony que pareceu surpreso.

– Está bom. Já que não querem descobrir nada e ficarem no escuro, ok. - Selena deu de ombros.

– Eu acho uma boa ideia - Falou Harry. Pareceu a ele que isso o incomodava e que ele queria respostas que a ordem trabalhava para esconder. Rony o encarou com o mesmo olhar que Hermione lançava.

– Você só diz isso porque ela é sua namorada - Acusou Rony.

– Não é nada disso. Eu também tenho minha cabeça e acho que é uma boa ideia. - Harry deu de ombros.

– Ok. Vamos dizer que eu queira ir com vocês nessa loucura... E a Mione? Ela não vai concordar em invadir a sala do diretor - Falou Rony. Harry e Selena se entreolharam.

– Então você fica. Inventa uma desculpa. Eu e Harry vamos hoje à noite - Decidiu Selena encerrando o assunto.

– Vocês tem certeza?-perguntou Rony encarando os dois.

– Sim - Responderam.

Eles voltaram ao castelo e não contaram uma palavra aos amigos.

(...)

Harry e Selena saíram da sala comunal e andaram cobertos pela capa da invisibilidade. O garoto segurava o mapa do maroto e Selena estava com a varinha erguida.

– Nem sinal do Draco e dos amigos dele - Comentou Harry observando o mapa.

Selena acenou com a cabeça e eles continuaram. Chegaram a frente à gárgula e Harry se lembrou de que não sabia a senha.

– Alohomora - Murmurou Selena apontando a varinha para a gárgula que não se movimentou.

– É por base de senhas - Explicou Harry tentando se lembrar de alguma.

– Não se lembra de nenhuma?-perguntou Selena a Harry que acenou negativamente.

–O que vai fazer?- Perguntou Harry a Selena que saiu de debaixo da capa e foi em direção à gárgula e começou a analisá-la.

Os dois já haviam perdido as esperanças quando viram um papel que saíra da gárgula e caíra no chão bem a frente deles. Selena o pegou e começou a ler em voz para que só Harry ouvisse.

– O que mais procuram e desejam é possível. Os segredos sobre Voldemort estão só começando e o perigo aumentará. Ps: Gosto de feijões de todos os sabores – leu Selena, encarando o moreno. Harry foi até a gárgula.

– Feijões de todos os sabores - Falou. A gárgula se movimentou dando a eles acesso às escadas. Selena voltou para baixo da capa e eles subiram escutando o leve barulho da gárgula se fechando.

Chegaram à porta do escritório de Dumbledore e abriram-na. Harry, que já conhecia a sala, viu os mesmos quadros que fingiam dormir e a fênix que estava em seu poleiro dormindo. Selena observava tudo com tremenda curiosidade.

Harry viu a escrivaninha, um papel com letras em garrancho e viu em letras grandes: Horcruxes.

– Selena, o que são Horcruxes?-perguntou Harry, curioso. Selena o encarou surpresa e foi em direção à escrivaninha e leu o papel.

– São como partes de uma alma divididas em partes. Se eu transpasso uma espada em você, seu corpo será danificado, mas sua alma não. Horcruxes são a salvação de uma pessoa que tem sangue-frio e ódio no coração - Explicou a garota.

–Como assim?-perguntou Harry.

– Para se fizer uma horcrux você tem que matar uma pessoa. É muita maldade e a pessoa consegue fazer apenas uma - respondeu. Harry achou a ideia de construir uma horcrux ruim.

–Harry!- Exclamou Selena. Harry se virou esperando ver uma carta, um papel ou uma pista, mas apenas viu a garota com um olhar de compreensão.

–Que?-perguntou Harry se aproximando dela.

– E se Voldemort fez uma horcrux? Isso explicaria o fato dele não ter sido morto quando o próprio feitiço dele ricocheteou nele quando você tinha um ano de idade - Disse Selena. Harry compreendeu. Se Voldemort tinha uma horcrux escondida onde quer que fosse.

A tarefa de destruir Voldemort parecia, para Harry, cada vez mais complicada. Ele viu que Selena estava revistando toda a sala de Dumbledore. Observou os quadros e viu que eles ameaçavam abrir os olhos.

– Obscuro – Disse Harry com a varinha erguida. Nos rostos dos ex-diretores de Hogwarts, surgiram vendas.

– Melhor irmos mais rápido. Veja se tem alguma pista embaixo dos armários e dentro deles - Apressou Selena. Harry achou pouco provável que houvesse pistas da partida do diretor embaixo dos armários, mas foi verificar mesmo assim.

–Achar uma horcrux e destrui-la é difícil?- Perguntou Harry enquanto vasculhava o armário.

– Sim e não. Voldemort só transformaria coisas que realmente valessem a pena. E sim porque só se destrói uma horcrux com algo que seja quase impossível ter antídoto ou forma para se reconstruir - Respondeu à morena, enquanto tirava alguns quadros (que berravam para que lhe tirassem as vendas) das paredes e olhava atrás.

– Como veneno de basilisco - Murmurou Harry parando de vasculhar o armário.

– Pode ser - Concordou Selena.

– Você entende muito sobre o assunto. - Comentou Harry.

– É que a Anne tinha livros sobre artes das trevas e um dia eu li um que falava tudo sobre horcruxes. - Explicou Selena.

– Acho que não tem nada aqui sobre a viagem de Dumbledore - Concluiu Harry após vasculharem cada canto do escritório.

Já iam descendo quando viram a gárgula aberta e outro papel na mesma. Selena o pegou e leu em voz alta.

–Voldemort tinha sete horcruxes. Duas foram destruídas. O diário e o anel de Servolo que foi um descendente de Voldemort. Desta vez, destruir o resto não será tarefa fácil e creio que não poderei conclui-la sozinho. Minha viagem foi para procurar às outras e você e seus amigos correm grande perigo, Harry. - leu Selena, encarando o garoto em seguida.

Eles se entreolharam surpresos e Harry viu que estava vendo o quanto era perigoso e sombrio o caminho que teria.