Três É Demais escrita por Gabrielle


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora gente, eu ando sem criatividade, sem vontade e com uns problemas. Mas acho que esse não ficou tão ruim.



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Tom

                Eu tinha uma parte da tarde sem nada para fazer. Não queria ir para casa agora, porque aguentar a Micaela e o Bill não parecia uma coisa muito agradável depois de tudo que aconteceu. Esperei o pessoal da escola ir embora, subi até o quinto andar, na ultima sala. Nenhum aluno podia subir ao quinto andar e nenhum realmente subia. Não tinha nada lá além de salas vazias e fechadas. Porém, tinha uma sala de música que ninguém mais usava lá. E como eu sei tocar alguns instrumentos, gasto meu tempo extra tocando o piano que tem lá. É velho, mas é lindo.

                Entrei e larguei minha mochila num canto qualquer. O meu caderno de notas já estava aberto onde havia parado da ultima vez. Tocar me acalma e depois dos últimos acontecimentos eu precisava me acalmar.

                No momento em que senti as teclas, era como se o mundo tivesse parado e a musica simplesmente era a única coisa ali. Não tinha mais nada, ela era tudo. Era incrível como eu poderia resumir tudo nela.

- Ãhm... – ouvi alguém. No mesmo instante parei de tocar e me virei. Era uma garota, eu não sei quem, mas já tinha visto ela por ai. – Desculpa eu...

- Mas que merda... – me levantei e fui até ela. Quando me aproximei, ela deu dois passos pra trás, então, pra evitar que ela fugisse, segurei seu braço. – Escuta o que eu vou te falar.

- Eu não...

- Escuta! – eu tentei não gritar, até porque era falta de educação. Mas não vou mentir, estou puto da cara agora. – O que você pensa que ta fazendo aqui em cima?

- É que um dia eu subi para escrever, porque eu gosto do silêncio e lá embaixo é meio difícil. Ai ouvi você tocando, mas logo fui embora. Então, eu voltei aqui e você... Você estava tocando. Eu só entrei na sala porque queria fazer uma pergunta. – acho que ela ficou um pouco assustada. Não soltei o braço dela, mas baixei o tom de voz.

- Que pergunta?

- Pode me dizer o nome da musica que estava tocando da ultima vez?

- Por que não me perguntou isso no horário normal de aula? – ela deve estar na turma do Bill, ela poderia ter me perguntado.

- Bom, você é Tom Kaulitz e eu não... Não sou ninguém. Sem falar que tem uma sala de musica no primeiro andar que você poderia usar, se vem pra cá é porque não quer que ninguém saiba. Então eu não poderia perguntar isso na frente de todo mundo... – ela era esperta.

- É, você está certa. – soltei o braço dela. – Mas então, você toca piano?

- Comecei a aprender no começo do ano. Mas eu sou um desastre. – sorriu tímida.

- É assim com todo mundo. – voltei a me sentar em frente ao piano. – O nome é My Love, da Sia. Mas chega ai, vou ensinar você.

- O que?! Não! Eu tenho vergonha, eu provavelmente não vou nem...

- Cara, só senta aqui. – ela parou de falar e sentou ao meu lado. – Presta atenção, o que eu fizer você vai repetir, entendeu?

- Ok. – respirou fundo.

                Toquei as dez primeiras notas e disse pra ela repetir. Depois toquei as outras dez, e assim em diante. A musica era um pouco difícil, por isso parei na metade. A garota nem era tão ruim assim, só um pouco mais devagar. Não da pra falar muito né... É mulher. Ta parei, não estou sendo machista.

- Viu? Não morreu.

- Mas mesmo assim. – virou o rosto pra rir. – Está ficando um pouco tarde, acho que tenho que ir.

- Não faz nem vinte minutos que eu estou aqui. Ache uma desculpa melhor.

- É que... Sei lá, só acho que não deveria estar aqui.

- Não deveria mesmo, mas já que está, toque uma musica. – propus.

- Não sou boa.

- Eu não dei outra opção. – fui mais para o lado. Ela ficou me encarando, mas eu sempre ganho quando se trata de convencer.  Pareceu pensar um pouco, acho que estava escolhendo uma musica.

                E depois, ela começou a tocar Wonderwall do Oasis. Como eu já tinha percebido, ela tocava um pouco mais devagar que eu, mas deve ser por medo de errar, sei lá. Mas uma coisa que eu não fazia, ela estava fazendo: cantar. Sério, eu não levo jeito pra cantar, mas ela sabia.

- Backbeat, the word was on the street that the fire in your heart is out. I'm sure you've heard it all before, but you never really had a doubt. I don't believe that anybody, feels the way I do about you now.

                De qualquer maneira, ela sabia cantar. Quando a musica terminou, ela olhou pra mim e riu. Eu deveria estar com uma cara estranha.

- Eu canto tão mal assim?

- Pelo contrário.  Parabéns, você canta muito bem. Sabe tocar outra coisa?

- Violino. Eu toco desde criança.

- Toca então. – levantei e peguei o violino que tinha encostado na parede. Na verdade ele estava um pouco ferradinho, mas...

- Não tem como. Ele não é como um violão, eu preciso do outro acessório pra tocar.

- Verdade, mas ficará me devendo essa.

- Hum... Posso trazer o meu amanhã, o que acha?

- Amanhã? Ãhm... Não venho pra cá amanhã, mas a gente se encontra na sala de musica lá de baixo e você toca. Pode ser?

- Claro. – pegou a mochila dela. – Mas agora é sério, eu preciso ir.

- Tudo bem, nos vemos por ai. – acenei. – E... Não me disse o teu nome.

- É Alana. Até amanhã. – saiu fechando a porta.

                Isso foi interessante... Alana. Eu não me lembro dela, com certeza é aluna nova. Não é a garota mais bonita que eu já vi, nem é realmente bonita... Mas é interessante. Toquei mais algumas musicas e fui pra casa. Não conseguia mais ficar na escola.

                Fui andando numa boa, pensando em uma musica para aprender a tocar. Na verdade eu já sabia tantas que era difícil lembrar uma que não soubesse. Enfim, tinha que pensar em um jeito de não ir mal em matemática. Pedir ajuda a Micaela está fora e cogitação com certeza! Talvez o Bill tente me explicar... Aulas particulares, qualquer coisa.

                Cheguei em casa e fui logo pra cozinha, estava morrendo de fome. Tinha um bolo na geladeira, provavelmente feito pela a minha irmã. Era estranho pensar nela deste jeito, mas eu ainda sim ia comer o bolo. Era de chocolate, estava com uma cara bonita.

- Você demorou. – ouvi a voz do Bill atrás de mim. Levei um susto.

- Credo, não fica aparecendo assim que nem assombração!

- Estava tocando?

- Sim, eu disse que ficaria na escola.

- Pois é... Só queria ter certeza.  – se encostou a mesa. -  Ela ia fazer um bolo de morango, mas eu disse que não seria uma boa ideia.

- Não precisava, era só eu não comer.

- Tom, você nem ia notar. Só ia perguntar do que era depois de estar tudo ai dentro, fala sério. E o de chocolate ficou muito bom. – pegou o meu pedaço. – A propósito, estou subindo. – ele saiu correndo na verdade.

- Idiota. – abri a geladeira e peguei outro pedaço do bolo.

                Fui pra sala assistir alguma coisa, algum filme que estivesse passando e fosse bom. É incrível como se pode achar o que fazer quando estamos no tédio. Me joguei no sofá e dei com o braço em alguma coisa dura. Era uma agenda, pela capa só poderia ser da Micaela. Por mera curiosidade, abri pra ler. Não era um diário infelizmente, acho que ela não brinca mais dessas coisas.

                Folhei até o dia que ela chegou aqui. Não tinha muita coisa, só: “Fui para a casa dos Kaulitz” e algumas paginas depois: “Feliz Aniversário Micaela”. Ela já fez aniversário? Acho que nem minha mãe sabia dessa, senão com certeza teria feito alguma coisa. Algumas folhas além tinha sobre o dia que a gente brigou, nada demais. Caramba, que sem graça. Pensei que fosse mais interessante ler a agenda de uma garota, mas já vi que não.

- Tom?

- Que? – fechei a agenda. Era a Micaela me chamando atrás do sofá, ela já deveria ter visto que eu estava lendo.

- A minha agenda. – estendeu o braço e eu devolvi a ela. – Obrigada.

- Não tem nada comprometedor ai, chateado. – tentei descontrair.

- Nada que seja comprometedor eu deixaria ao teu alcance. – ela riu.

- Espertinha. -  ela revirou os olhos e subiu para o quarto. Esperei ouvir o barulho da porta batendo e subi até o quarto do Bill. Bati e entrei. – Sabia que a Micaela já fez aniversário?

- Ah é?

- Sim, a uns dois meses atrás, ou mais. – esperei pra ver se ele entendia o que eu queria dizer. – Sabe...

- Eu estava pensando, a gente poderá fazer uma mini festa surpresa pra ela. – Bill completou.

- Isso! – não foi nessa animação toda, mas era uma maneira de pedir desculpas.

- A gente fala com os G’s, mas vamos ter que convidar  os amiguinhos dela também.

- Fala sério, obvio que não! – tudo menos aqueles caras na minha casa.

- Vamos convidá-los e pronto. – bufei.

                Acho bom essa garota gostar, estou sendo muito bom irmão .


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Notas finais do capítulo

reviews?