Imprinted Heart escrita por penadinha_x


Capítulo 1
Começam as aulas




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Nunca gostei muito de La Push, mas Makah era mil vezes pior. Por isso nas últimas três semanas eu estava parcialmente feliz. Não podia demonstrar toda felicidade por compaixão a minha mãe que tinha acabado de terminar seu “casamento”. Não era bem um casamento, mas ela morava com o cara, Joey. Meu pai tinha morrido quando eu tinha nove anos, eu ainda lembrava um pouco dele.

      Quando minha mãe decidiu se casar de novo, eu não aceitei, então fui morar com a minha tia em Makah. Lá era um inferno pessoal, muita gente e pouca privacidade, e assim que eu passei quatro anos da minha, problemática, adolescência. Mas agora eu estava de volta e nada podia ser pior que aquilo, mesmo sendo o primeiro dia de aula. Ninguém merece.

      Eu não era o que podia se chamar de estudiosa, na verdade minha carreira acadêmica era um fiasco. A única matéria que tirava A, e quando tirava, era inglês, o resto não passava de C+. Tive sorte de conseguir uma vaga na escola de La Push. A minha transferência foi feita em cima da hora e quase que eu não consigo. Antes estudava na escola da reserva de Makah e seria deprimente ter que continuar lá. Eu conhecia muitas pessoas da escola daqui de La Push. Jacob Black, o garoto gigante, e os seus amigos Embry e Quil, que também não eram nada pequenos. Seth Clearwater, irmão mais novo de Leah, que era minha amiga, mas ela não estudava mais. Que pena. Mas tinha outras amigas aqui.

      – Natasha! – E por falar no diabo...

      – E aí Jully? – Falei sem humor.

      – Nossa cadê a animação? É o primeiro dia de aula – Pra Jullye tudo era festa.

      – E...? – Para mim era tudo o contrário.

      – E... Que você está de volta, e tem tantos gatinhos aqui.

      – Como se eu realmente me importasse.

      – Ah, Nash, me fala que você não liga que todos os meninos tenham evoluído nas férias?

      – Na verdade eu ligo sim. Por que quanto mais meninos bonitos, mais o seu lado vadia aparece.

      – Ahá! Então você concorda que tem meninos bonitos – Ela disse e começou a rir, eu ri também.

      Minha amizade com a Jullye era meio agressiva. Estávamos indo para a primeira aula, quando a Kim, – minha outra amiga e namorada do Jared, o garoto irritante – se juntou a nós. Ela era mais velha, portanto não íamos ser da mesma sala, somente se eu estivesse em algum curso avançado, o que era impossível.

      – Oi Jullye, oi Nash. – Disse a Kim.

      – Qual é a sua primeira aula Kim? – Perguntou a Jullye

      – Inglês avançado.

      – Sorte a sua, a nossa é cálculo.

      Tentei não prestar atenção na conversa delas, ficar falando sobre as aulas era pior do que falar da evolução dos meninos. Na hora em que a Kim estava se despedindo, algo forte bateu no meu braço, e meus livros caíram. Estava a ponto de dar um piti, quando eu vi quem foi.

      – Desculpa, eu não... – Disse o Jacob envergonhado, coçando a cabeça. – Ah! Oi Nash, foi mal.

      – Hum... Tudo bem – Eu tentava ser o mais gentil possível com os garotos gigantes. Eles eram meio assustadores na verdade – Mas da próxima vez, vê se olha por onde anda! – Tentava, mas quase nunca conseguia.

      – Claro, claro – Ele falou recolhendo meus livros do chão.

      – Oi Nash – Falou o Embry. Esses meninos não se desgrudavam nunca?

      – E aí, Nash? A gente não saiu com a galera desde quando você voltou, bem que a gente podia marcar pra sair na sexta! – Quil era o mais empolgado com as nossas saídas. E ele também tinha uma quedinha pela Jully, que nem ligava pra ele. Pobre garoto.

      – Não sei, a gente vê isso depois, tenho que ir agora. Tchau – Minha pressa para chegar à sala era a mínima, mas eu queria sair de perto deles.

     

      A Jullye já estava sentada e tinha guardado um lugar para mim na sua frente, mas eu preferia sentar no lugar vazio atrás dela, assim não tinha que me virar a cada 10 segundos pra ela falar comigo.

        – Sabe com que eu estava falando? – Perguntei meio presunçosa.

      – Deveria? – Odiava quando ela cortava meu barato.

      – Com o Quil I Love you forever – Brinquei com ela

      – Aff, cala a boca. – Não tinha nada pior pra Jullye do que ficar falando do quanto o Quil gostava dela.

      – Ele quer marcar pra galera sair na sexta.

      – Isso. Ai a gente comemora a sua volta – Falou ela toda empolgada. E não tinha nada pra ela ficar mais feliz do que festa.

      – Er, não acho uma boa idéia.

      – Eu acho. A gente podia ir ao boliche em Port Angeles – Sugeriu ela.

      – Jully, por favor, não começa. A gente podia apenas ir ver filme na minha ou na sua casa. – Coisa que nós geralmente fazíamos.

      – Hm, não sei, temos tempo até sexta. Vou pensar em...

      Bem no momento em que a Jullye ia começar a criar mil roteiros de viajem a professora entrou na sala. Uma mulher baixinha, gorda e com óculos grandes, nós realmente não íamos nos dar bem. De todas as matérias, cálculo era muito pior, todos os anos eu ia para o curso de verão, desastre total. Mas esse ano eu estava decidida a mudar, mas eu acho que não ia conseguir. Depois da aula de cálculo, tive aula de Ed. Física junto a Jullye e depois biologia. A Jullye passou na minha sala para ir comigo até o refeitório. Quase todas as mesas já estavam ocupadas e a Jullye estava me levando para uma mesa onde estava Jacob, Quil, Embry e Seth – a nossa galera.

      – Oi gente – A Jullye falou.

      – Cadê a Lizzie? – Eu perguntei. Lizzie era minha outra amiga.

      – Não sei, ela saiu da sala antes de mim, mas não ta aqui não. – Respondeu o Embry.

      – Ah, então eu vou procurar ela, ok. Vejo vocês depois. – Minha desculpa pra sair dali.

      Procurei a Lizzie em toda a escola, mas não a achei. Então eu desisti e fui correndo ao banheiro antes que o intervalo acabasse. Empurrei a porta e dei de cara com a Lizzie.

      – Own. O que você esta fazendo aqui? – Eu falei surpresa. – Te procurei na escola toda.

      – Ah, eu fui à secretaria, mas estava cheia de gente por isso demorei, depois eu vim para cá.

      – Hm... Me espera aqui – Falei e corri pro reservado.

      – Ok. Qual é a sua próxima aula? – Lizzie perguntou

      – Acho que é de Inglês, e a sua? - Disse saindo da cabine.

      – Uau, inglês também!

      – Ah, vai ser você, a Jully e eu da mesma sala – Eu falei empolgada. Por isso eu amava inglês.

      Fomos as primeiras a chegar à sala, vantagem por que podíamos escolher onde sentar. No fundo, é claro. Guardamos um lugar pra Jullye, mas ela não demorou a chegar. Ela tava com uma cara meia suspeita, do tipo, mamãe não foi minha culpa.

      – Sexta a galera toda vai pro cinema em Port Angeles. – Ela quase gritou.

      – O que aconteceu com a minha idéia de filme? – Eu perguntei abismada com o plano deles. Sabia que deixar eles sozinhos ia dar merda.

      – Nada, aproveitamos a sua idéia. Eu dei a idéia de ir a Port Angeles e você a de ver um filme.

      – Essa não era a minha idéia. Minha idéia era de ver um filme na sua casa! – Bufei

      – Eu sei, eu sei. Apenas dei uma melhorada nela. Isso é pra vocês aprenderem a não me deixar sozinha com os meninos, principalmente quando o Quil está junto! – Ela sibilou.

      – Ah, por mim tudo bem. – A Lizzie disse.

      – Valeu Lizzie – Revirei os olhos. – Pensei que podia contar com você.

      – Você sabe que eu adoro ir a Port Angeles – Ela falou se desculpando. Na verdade eu também amava ir a Port Angeles, não entedia a minha resistência a isso.

 

      Passamos a aula toda passando bilhetinhos uma à outra, perguntando com qual roupa iria, que filme íamos assistir, e coisas do tipo. Viva os bilhetinhos. No final da aula eu fiquei com a Lizzie conversando sobre um garoto que ela tava afim e queria chamar pra ir com a gente na sexta. Não era uma boa idéia, os meninos iam odiar isso. Nossa regra era não fazer da nossa “festinha” um encontro, isso era coisa somente entre amigos, então nunca podíamos levar alguém do sexo oposto com a gente. Quando me dei conta já estava atrasada pra última aula e fui correndo pra sala, era aula de biologia, eca. Não gostava de mexer em coisas mortas, era nojento. A professora já estava na sala, então eu tentei entrar sem ninguém perceber, é claro, que não deu certo.

      – Atrasada hein, mocinha – Disse a Srt. Smith.

      – Desculpa professora, muito trânsito.

      – Sim claro, sente-se logo.

      Estava escolhendo um lugar pra sentar, mas não tinha muitas opções, apenas duas. Uma ao lado de uma menina com um óculos do tamanho do globo terrestre e com uma cara de “você quer ser meu amigo?” – essa com certeza não era uma opção – e a outra do lado do Quil. DO QUIL? AH, NÃO. Minha carreira acadêmica está definitivamente acabada. Precisava de outras opções urgentes. Desejo inútil. Óbvio que não ia cair uma mesa e cadeira com um parceiro legal do céu agora.

      – Oi Quil – Eu falei me sentando ao lado dele.

      – E aí, parece que vamos ser parceiros de laboratório? – Quil falou super feliz. Como se isso fosse uma coisa boa.

      – É, parece que sim.

Já tinha estudado com o Quil antes, foi o pior ano da minha vida. Ele era chato, não calava a boca – ta, a Jullye também era assim –, mas agora ele estava apaixonado pela Jullye, e isso era mal, muito mal.

      – Ah cara, tu vai ter que ir com a gente sexta! – Disse o Quil, mas ele não estava falando comigo. Então quando me virei, vi que ele estava falando com o Jacob. Pronto, já posso morrer. Além do Quil, também tem o Jake, não poderia ficar melhor?

      – Ainda não sei. – Falou o Jacob, parecia que o Quil já tinha feito essa pergunta mil vezes a ele.

      – Mas todo mundo vai, você tem que ir também – Embry disse. Ok, boca grande a minha.

      – Ah, vocês também são dessa sala. – Eu falei tentando forçar um sorrisinho.

      – Yep – Disse o Embry.

      – Além de chegar atrasada, também adora conversar. – A Srt. Smith disse. Pelo visto eu fui a escolhida para ela pegar no pé.

      A aula passou bem lentamente como já era de se esperar. Depois eu fui para casa sozinha, não via à hora de fazer 16 anos e ter meu próprio carro, ir para casa a pé era um porre. Mas me dava tempo pra pensar e tentar saber por que eu estava resistindo a nossa ida ao cinema em Port Angeles, isso é algo comum que nós fazíamos, até quando morei em Makah, a cada quinze dias eu passava o final de semana com a minha mãe, e galera toda se reunia e saímos pra algum lugar, geralmente era Port Angeles. Eu adorava ir pra lá, era o lugar que eu mais amava, é claro que isso ocorria por que eu só conhecia La Push, Makah, Forks e Port Angeles. E de todas as cidades que eu conhecia, Port Angeles era a mais desenvolvida.

 


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