Andar por ai com Edward Cullen era mais fácil e engraçado do que eu imaginava, após os três primeiros dias, aparentemente o choque dos alunos do Forks High School havia passado, mas Rosálie era a única que se recusava terminantemente ha ser uma pessoa normal e anular o medo infundado que tinha do Edward.

Sexta- Feira havia chegado e com ela o fim de semana batendo na porta, estávamos na aula de Biologia e olhando pra trás pude ver o cabelo rebelde de Edward se destacando entre os quarenta e cinco alunos da turma, ele me lançou um sorriso debochado e eu revirei os olhos, depois que comecei a andar com o Bad boy me perguntei como nunca tinha notado que ele estava em três das seis aulas que eu tinha por dia? Vai saber... Acho que eu só conseguia pensar no idiota do Antony! Aff... Apesar de Antony ser um ano mais novo que eu e dois mais novo que Edward eu me apaixonei ou achei que estava apaixonada pelo traste. Burrice é algo realmente serio!

O sinal anunciando o termino das aulas do dia tocou e eu comecei a arrumar minhas coisas na mochila quando senti alguém do meu lado, achei que era Rosálie me esperando, mas era o Bad boy, com suas típicas roupas e a mochila pendurada no ombro esquerdo.

–E ai certinha, vai fazer o que no fim de semana?- perguntou se apoiando na minha mesa.

–Sábado, lavar a roupa, fazer lição de casa e arrumar meu armário, já no domingo ai sim tem diversão, tenho escola dominical pela manhã, a tarde grupo de oração e a noite culto e advinha quem vai esta lá? É... Eu.- falei acida e sai puxando minha mochila, mas persistentemente ele bloqueou minha saída.

–Calma eu só fiz uma pergunta, não precisava ser tão delicada. - ele foi sarcástico e eu fiz bico- Eu falei que ia entrar na sua furada não falei? Então esqueça a roupa suja e a lição amanha nós vamos sair.- ele falou liberando a passagem e caminhando pra fora da sala, os corredores do colégio já estavam relativamente vazios.

–O que? Sair? Pra onde?- perguntei alarmada. Eu não podia mentir pro meu pai e dizer que iria pra casa de Rosálie por que ele sabia que Rose passava os sábados o dia todo na igreja com o grupo de oração ao qual supostamente eu deveria pertencer.

–Você é meio nervosinha heim?- ele riu- Bella fica pronta as cinco, passo pra te buscar.- falou me dando as costas e eu corri pra acompanhar seus passos.

–O que devo vestir?- perguntei apreensiva.

–Eu não sei se você tem alguma coisa além disso...- ele olhou pra minha roupa de cima abaixo e eu também me examinei, o que tinha de errado comigo?

–O que tem de errado comigo?- perguntei ofendida.

–Nada, você se veste super bem, claro, se quer parecer com uma beata ta tudo certo.- ele falou tentando parecer serio e eu bufei.

–Eu não tenho permissão de comprar outros tipos de roupa, nem sei o que escolheria sempre me vestir assim.- falei chateada.

–Não tem problema, onde vamos ninguém liga pra roupa que você veste. Não esquece te pego as cinco. Fui.- ele saiu andando despreocupadamente e eu fiquei lá parada olhando como uma idiota.

–BELLAAAAAAAAAAAAAA!

–AI JESUS!-gritei de susto ao notar Rosálie materializada do meu lado do nada.- Quer me matar do coração criatura?- perguntei fazendo careta com a mão em cima do coração.

–Eu não !Tô aqui te chamando tem um tempão enquanto você estava lesada olhando pro corredor vazio.- ela falou me encarando como se eu não fosse nada normal.

–Err só estava pensando na vida...- falei sorrindo amarelo e Rose me olhou desconfiada.

–Aposto que pensando numa vida promiscua ao lado do pecador mor.- ela soltou um muxoxo e eu revirei os olhos.

–Sabe muito bem que só estou andando com ele pra achar você sabe quem.- falei olhando pros lados.

–E já encontrou o Voldemort?- ela perguntou rindo e eu encarei Rosálie seria, essa menina precisava de um psicólogo!

–Ah então você anda lendo Harry Poter escondido da sua mãe heim?- tratei de mudar de assunto e ela perdeu o riso e arregalou os olhos.

–Ah eu, é... Eu não li. Foi foi, um a-acidente.- ela gaguejou nervosa.

–Sabe muito bem que sua mãe considera Harry Poter* o livro do inferno !- falei tentando assusta-la e funcionou.

–Eu sei! Oh meu Deus eu ja jejuei e orei pedindo perdão por este pecado horrível!- ela choramingou desesperada e eu segurei o riso.

–Fica tranquila não vou te dedurar.- pisquei pra ela que respirou aliviada.

...

O sábado chegou e com ele meu desespero, eu já havia lavado a roupa, feito a lição, arrumado o armário e bagunçado todo novamente em busca de uma roupa.

Droga!

Meu celular tocou em cima da cama e eu corri pra atender, era Rose.

–Oi e ai ele já chegou?- ela perguntou afobada.

–Rosálie são duas da tarde ele disse que vinha ás cinco!- falei revirando os olhos.

–Ta estou nervosa por você.-ela confessou- Olha o seu pai está aqui na igreja chegou tem um tempo e pelo que eu vi vai ter reunião sobre a palestra pra aconselhamento de jovens só namorar a partir do vinte e cinco anos...

–O que?- perguntei segurando o riso serio que meu pai ia dar uma palestra sobre os jovens só namorar aos 25?

–É eu me inscrevi na semana passada e...

–Rose concentra.- falei cortando ela.- Preciso que você segure meu pai até o mais tarde possível ai, eu não sei onde vou e que horas o Edward vai me trazer de volta.

–Ok vou fazer o Maximo que der, se acontecer alguma coisa me liga, ok? Se ele tentar te levar pro mato me liga também?- perguntou e eu revirei os olhos.

–Ta Rose... Até mais tarde.- desliguei enquanto ela ainda tentava falar alguma coisa e voltei ao meu dilema da roupa.

No fim acabei por escolher uma roupa que me deixasse o mínimo com cara de filhinha santa do pastor da cidade e optei por uma saia longa azul marinho, uma blusa de malha fina vermelho seco, um colete de renda perola, nós pés uma bota estilo montaria marron chocolate e no meu cabelo eu fiz uma trança de lado, depois de tomada banho e devidamente vestida, sentei em frente a minha penteadeira e fui me maquiar, passei um pó básico, rimel marrom pra deixar os cílios legal e com um ar natural e um batom cor de boca, levantei peguei minha bolsinha de lado, parei em frente ao espelho conferi o visual e aprovei, eu estava parecendo uma hippy modernete, mas isso era melhor do que o visual filha do pastor. Então desci as escadas como um raio quando ouvi a campanhia tocar.

Abri a porta num rompante e lá estava Edward, de calças jeans meio rasgadas, os típicos coturnos, uma blusa vermelha e a jaqueta de couro que parecia nova do que a que eu conhecia arrematando o visual totalmente rebelde dele.

–E ai estranha, já me secou bastante?- ele perguntou sorrindo descaradamente e eu bufei.

–Combinamos.- eu falei notando que nós dois estávamos de blusa vermelha.

–Pois é vermelho é a cor da paixão.- ele levantou as sobrancelhas sugestivamente e eu ri do seu jeito bobo- E ai vai me convidar pra entrar?- ele perguntou e eu revirei os olhos.

–Não, você me convidou pra sair, então vamos logo!- falei empurrando ele pra fora e trancando a porta, quando me virei estaquei.

–Onde está sua moto?- questionei encarando um belo e brilhante volvo preto estacionado em frente minha casa, Edward destravou as portas e segurou a do carona pra min.

–Não dá pra te levar num encontro na Suzuky, por isso tô usando o volvo hoje.- ele falou me encarando.

–Você tem quantos meios de transportes disponíveis? Espera! Um encontro?!- perguntei chocada quando a ficha caiu, Edward gargalhou e me fez entrar no carro sem me dar nenhum tipo de resposta, enquanto eu afivelava o cinto de segurança ele deu partida no carro e também colocou o cinto, ao menos ele era prudente.

–E ai seu pai não criou confusão pra você sair comigo?- ele perguntou depois de uns cinco minutos de silencio.

–Não, ele nem poderia... Ele não sabe.- falei corando e Edward riu.

–UAU a primeira rebeldia, bem vinda ao clube certinha!- ele sorriu e eu acabei gargalhando.- A propósito, você esta bonita.-ele falou isso tão naturalmente, sem segundas intenções por trás, ele só queria me elogiar mesmo o que me surpreendeu.

–Obrigada.- corei.- Então onde está me levando? Um novo parque de diversões?- provoquei e ele riu.

–Não dessa vez, já ouviu falar no ''Velocidade Máxima''?- ele perguntou contendo uma certa animação e eu olhei intrigada pra ele.

–O filme?- perguntei confusa.

–Não, a pista de Cart em Port Angles.- ele sorriu e me olhou rapidamente, então minha ficha caiu.

–Ta me levando pra uma pista de Cart?!- guinchei.

–Esse é o plano!- ele riu.

–Uau!

...

Quando chegamos em frente ao ''Velocidade Máxima'', Edward estacionou e abriu a porta pra eu sair do carro, e então eu registrei que ele fez a mesma coisa pra eu entrar.

–Você é muito educado pra um Bad boy...- comentei pensativa e ele piscou pra min.

–Só por que sou um rebelde, não significa que minha mãe não tenha me dado educação.- ele me alfinetou e eu sorri sem graça.

Caminhamos pra entrada do lugar e eu fiquei esperando por Edward enquanto ele alugava os carts para brincarmos.

–E ai o meu é o preto e o seu o azul. - ele falou me apontando os carros ao longe ao mesmo tempo jogou um capacete vermelho pra min e ficou com um verde escuro.- Vamos enlouquecer as pistas, certinha!- ele riu de um jeito meio insano e me arrastou.

Na largada, junto com outros quatro carrinhos Edward provocou todo mundo, inclusive uma menino de sete anos, o que me fez rir do seu jeito bobo de ser, no começo a corrida foi difícil, mas o negocio era pegar o jeito e depois de seis voltas eu já estava expert, tanto que ultrapassei Edward fazendo ele comer poeira, figurativamente falando, é claro. Mas o Bad boy aparentemente era realmente bom nesse lance de ficar atrás do volante e acabou ultrapassando todo mundo na ultima volta e chegou em primeiro lugar, eu cheguei em quinto, quase a ultima, mas o menino de sete anos foi mais lerdo que eu, pelo menos eu podia me van gloriar disso!

Depois da pista de Cart Edward me levou pro McDonalds e é claro eu me esbaldei em porcarias enquanto ele só ficou com um sunday de morango.

–E ai curtindo o passeio?- ele perguntou chupando o sunday no canudinho e eu juro que eu ia responder normalmente, mas quando levantei os olhos e capturei essa imagem Edward X Canudinho na boca, me deixou meio aiiiii..................................

–BELLA???????- pisquei atônita quando ouvi Edward quase berrando meu nome pra lanchonete toda ouvir.

–O que?- perguntei chateada- Não sou surda!

–Ha ta! Você tava ai me olhando feito uma idiota, o que você tem heim? as vezes parece que perde a linha de raciocínio!- falou confuso.

E eu tinha mesmo, nem me lembro do que eu estava pensando antes da imagem do canudinho... AI MEU DEUS! Não posso fantasiar com o irmão do pai do meu bebe! Nem pensar, já tenho pecados e problemas demais nas minhas costas pra arranjar mais um.

E foi lembrando do traste do Antony e do motivo inicial de eu andar com Edward que comecei minha investigação.

–Hummm então, me conta um pouco sobre você?- pedi tentando parecer muito inocente.

–O que você quer saber? Moro em Forks há quase um ano, estudo em três das suas aulas, fiquei um ano sem estudar por isso ainda estou no colégio, tenho 18, quase 19 anos, moro com meus pais que até onde eu sei você conhece e antes de decidir o que fazer na faculdade pretendo mochilar pelo país, curto rock, curto fumar, beber e fazer noitadas de vez em quando, apesar de não parecer gosto de ler e apesar de tudo que dizem eu nunca fui preso... Ah e como eu ia esquecer!- ele teu um tapinha dramático na testa- Meu hobby preferido é tornar a vida de certas filhas de pastor muito mais interessantes.- ele piscou cínico pra min e em milésimos me vi totalmente vermelha pro deleite de Edward que liberou uma gargalhada estrondosa.

–E o seu irmão?- preferi ignorar a gracinha dele e partir pra o que de fato importava, e foi só mencionar o Antony que todo o humor do Bad boy foi pro ralo.

–O que tem ele?- perguntou serio.

–Você nunca fala dele...

–Não tem o que falar eu e o Antony não nos damos muito bem, existe um pacto de trégua, nada mais que isso.- ele falou frio e indiferente e pela primeira vez desde que conheci Edward, ele me pareceu perigoso, mas logo desfez a carranca e sorriu debochado novamente.- E você certinha, o que me diz de você?

–Bem, como você sabe eu nasci e cresce em Forks, nunca sai daqui pra nada, ha não ser Por Angeles ou Seattle, meu pai é o Pastor da cidade e isso todo mundo sabe também, e minha mãe... Bem, até onde eu sei ela morreu num acidente de carro, eu tinha um ano.- falei pensativa.

–Sinto muito, eu não sabia. - ele falou condolente.

–Tudo bem, eu não me lembro dela... Eu nem sei como ela é, papai nunca me mostrou fotos ou coisas do tipo, acho que ele não consegue conviver com as lembranças, mas ele me conta que ela era uma mulher muito boa e vivia para Deus, e é claro, a família, foi um triste acidente... Mas continuando, tenho 17 anos faço dezoito em setembro, gosto de ler romances, mas quase sempre é escondido, por que papai prefere que eu leia a bíblia constantemente, eu toco piano e gosto de cozinhar, e preciso confessar algo estrondoso, mas eu curto um pouco de rock apesar de não conhecer nada sobre bandas.- falei vermelha e Edward me olhou surpreso.

–Serio? Não acredito! Rock pra sua igreja não é musica pros filhos de satã?- ele perguntou divertido e eu confirmei tímida então ele riu- Bella você é surpreendente, certinha! Então está feito amanha vou te levar pra conhecer uma banda de Rock!- ele soou animado e eu entrei em parafuso.

–O QUE?!- quase berrei e ele congelou o sorriso.

–O que? Não gostou da ideia?- perguntou desanimado.

–Amanha tenho que passar o dia na igreja! É domingo!- anunciei aflita.

–Ah. Isso... Podemos dar um jeito.- falou como se fosse simples eu contar pra Charlie que eu não ia pra igreja, pra conhecer uma banda de Rock com o Bad boy da cidade, ele ia surtar e dizer que o Armageddon chegou mais cedo!

–Não, não tem jeito pra isso, eu nunca faltei um domingo na igreja! Nem quando tive caxumba, papai não me deixaria faltar, nunca, jamais! Tire essa ideia maluca da cabeça, alias já estar ficando tarde, levantei bruscamente da cadeira e marchei pra fora da lanchonete esperando por Edward ao lado do volvo.

Ele passou por min, destravou as portas e abriu pra eu entrar, já a caminho de casa eu dei um suspiro longo e olhei pra ele que permanecia compenetrado no trajeto.

–Desculpe.- falei por fim.-Eu não deveria ter dado aquele piti, me desculpe mesmo, eu gostaria de ir com você amanhã, mas não posso mesmo, não tem como inventar uma desculpa.-falei derrotada e ele sorriu tranquilizador, e aquela foi a primeira vez que eu vi Edward com um sorriso tão pacifico.

–Tudo bem Bella. Não precisava se desculpar.- ele falou me olhando rapidamente e prestando atenção na estrada novamente.- Não estou chateado.

Quando chegamos na porta da minha casa as luzes ainda estavam apagadas, sinal que Charlie ainda estava na palestra da igreja, saímos do carro e Edward caminhou comigo até a porta, assim que eu destravei fiquei de frente pra ele.

–Edward obrigada por hoje, eu me diverti muito e me desculpe mais uma vez.- pedi ficando vermelha e ele sorriu.

–Também me diverti certinha, e não se desculpe.- ele beijou minha bochecha esquerda me surpreendendo na hora e se despediu sorrindo enquanto eu olhava ele andar pro volvo, perto do carro ele se virou e falou:

–Boa Noite Bella, até amanhã!- sorriu entrou no carro e foi embora.

–Até.- eu sussurrei depois que ele já estava a Km de distancia, quando me dei conta de...

–Até amanhã? Como assim?!- perguntei espantada.

...

O domingo chegou e como de costume eu estava na igreja e o culto estava prestes a começar, como de costume também Rosálie acenou pra min e se dirigiu para o coral, sim ela cantava no coral, eu estava sentada bem na frente, e hoje em especial vestida com um longo em sem graça vestido marrom, rabo de cavalo, sapatilhas pretas, nenhuma maquiagem e bíblia na mão,definitivamente hoje eu não tive humor nenhum pra me arrumar, os cânticos começaram e percebi o novo baterista do grupo de louvor flertando com Tânia, a filha do delegado da cidade, revirei os olhos pra a ceninha patética dos dois e passei os olhos pelo casal Cullen, Esme e Carlisle estavam sentados no mesmo lugar onde sentavam todos os domingos, só que há quase três semanas sem Antony ao lado deles. Suspirei aborrecida com isso.

O coral terminou as musicas e Charlie foi pro palco começar a pregação quando ouvi alguém pigarrear de pé ao meu lado, sem encarar quem era descruzei as pernas e dei passagem, a pessoa sentou-se ao meu lado, mas eu não dei importância e continuei a encarar meu pai, quando quase morri de susto.

–Você não deveria me esnobar só por que estamos na igreja!- olhei pro lado quase que em câmera lenta, sentado ao meu lado, com o seu estilo habitual e com um sorriso mais cínico do mundo estava Edward Cullen, o Bad boy que já fazia parte da minha vida e estava atraindo todos os olhares da igreja pra ele.

OH MEU DEUS. OH MEU DEUS. OH MEU DEUS. TÔ MUITO FERRADA!

Foi meu ultimo pensamento.