Hermione acordou no outro dia com os berros do tio Válter que pareciam vir da cozinha.Então alguém bateu na porta do armário e ela ouviu a voz da prima muitissíma satisfeita do outro lado da portinha dizendo em cochicho:

–É melhor acordar Que Nojo, papai quer falar com você!

A menina se levantou trocou o pijama por uma roupa bem rápido sem saber o por que do estardalhaço na cozinha saiu do quarto, e por sua sorte Eliza não estava ali.Foi direto para a cozinha.

Chegando lá se deparou com uma sena estranha: Seu tio de pé com a carta que ela recebera durante a noite passada já rasgada em pedaços, sua tia virada de frente para o marido com as mãos no braço dele tentando acalma-lo e sua prima que estava comendo o café, mas no momento que Mione chegou ela parou para ver se daria uma briga, pois ela seria a platéia.

No segundo que seu tio percebeu a presença dela, ele meio que pulou até a garota colocou as mãos cheias de pedaços de carta em cima da sua cabeça e deixou que toda a papelada caisse nos cabelos de Mione.E gritou:

–Você...Não vai...Para essa escola nem que se ajoelhe e implore!Nós fizemos de tudo para que você não fosse gete dessa laia.Mas você não vai para essa escola de jeito NENHUM! Entendeu?!

–Se acalme Válter!-Disse Petúnia.

–Que escola é essa papai?

–É só uma escola nojenta que fica em um local nojento e ensina gente nojenta!

–Tá, papai mas ela fica aonde? Ensina o que? Como é o nome?

–Como conseguiu pegar a minha carta?-perguntou irritada Mione ao tio.

–É fácil pegar as coisas que estão jogadas no corredor de entrada-Disse sua tia.

–Que coisas?!-perguntou Eliza.

–Mas...Mas...Ó não é tudo verdade então?-perguntou Mione finguindo não ter ouvido a prima.

–O que é verdade?!

–Sim é verdade! Mas como rasguei a carta você não tem como ir! Há, há, há!-Disse o seu tio com um sorriso alucinado no rosto.

–Você sabia que é feio mexer na carta dos outros?-Perguntou Hermione ao tio Válter.-Sabia que não se pode RASGAR a carta dos outros?

–Abaixe esse tom de voz para falar comigo menina!Se não eu te dou uma surra!

A raiva foi subindo e fervendo no corpo de Hermione.Ela gritou:

–Eu não tenho medo de você! Se quer me bater não deixe para depois, mas depois não diga que eu não te avisei!

–A esta se achando agora é? Menininha insuportável! Saia dessa cozinha agora antes que eu fassa uma bobegem!-Gritou o homem em resposta.

–Eu já disse: Não tenho medo de você!

–Eu só vou falar mais uma vez para você sair daqui AGORA!-berrou ele.-E você também Elizabet!-Agora com um tom um pouco mais suave.

–Eu QUERO saber o que esta acontecendo!-exigiu Eliza.

–Não irei sair daqui sem mais detalhes!-berrou Hermione.

–Ah é? Não vão sair por bem? Então vao sair por mal!-Ele pegou a filha pela mão e a sobrinha pelo braço-apertou tanto o braço da sobrinha que ele chegou a ficar roxo- e impurrou-as para fora da cozinha, fechou a porta às costas das duas e ficou lá dentro.

Já fora da cozinha Eliza e Mione ficaram se encarando, enquanto ouviam a discusão de tio Válter com a tia Petúnia sobre a carta de Hermione.

Quando soou a campainha os dois continuaram gritando lá dentro e pareceram não escutar, já Eliza falou:

–Anda! Não ouviu a campainha? Vai logo Que Nojo!-Disse ela enquanto subia as escadas em direção ao quarto.

Mione decidiu não descutir, quando ouviu a porta do quarto da prima bater foi abrir a porta.

Quando a abriu viu um homem gigantesco estava parado na soleira da porta.Tinha o rosto completamente oculto por uma juba muito peluda e uma barba muito selvagem e desgrenhada, mas dava para ver seus olhos, luzindo como bezouros negros debaixo de todo aquele cabelo.

Ele se espremeu para entrar na casa, e como estavam sozinhos ele se virou para ela e disse:

–Oi Mione! Quanto tempo!