Meu primeiro amor escrita por beliebercaps
Notas iniciais do capítulo
Não considerem como capítulos, vejam como um post qualquer.
Meu sono foi interrompido por barulhos desconhecidos e eu me levantei.
- Coisa chata, não pode dormir mais – reclamei e abri parte da cortina de meu quarto. – Droga, tinha me esquecido que vou ter vizinhos novos.
Acordei cedo – 7:00am – e apenas fiz minha higiene matinal.
- Mãe, hoje nós vamos comprar o material da escola? – perguntei e me escorei no balcão da cozinha.
- Se der – ela deu de ombros e tomou um gole do cappuccino.
- As férias já estão ficando chatas... Deu uma vontade de estudar.
- É sempre assim. Chegam as férias, você quer estudar, começa as aulas, você quer as férias de volta. Decida-se, Bianca – ela riu fraco.
- Isso é verdade... Essa noite chegou os vizinhos novos – mudei de assunto.
- Pois é, será que são chatos como os outros?
- Não fala isso, mãe. Ninguém merece a dona Carmen – eu ri.
- Vá se arrumar pra comprarmos o seu material.
Assenti e tomei um gole do cappuccino que estava na mesa. Guardei todas aquelas xícaras e pratos na pia da cozinha e fui ao meu quarto. Troquei de roupa, coloquei uma rasteirinha e eu e minha mãe fomos até o carro.
- Me empresta o seu brilho labial?
- Ok – eu a entreguei e ela passou o mesmo olhando no retrovisor. – Acho que aquele garoto é o nosso vizinho novo.
- Cadê? – eu olhei pra trás e o vi brincando com um cachorro.
- Bonitinho – minha mãe comentou e deu uma risada.
- É... – sorri fraco.
Bonitinho é apelido – pensei.
[...]
- Mãe, vou dar uma volta pelo bairro, ok?
- Volta cedo – pediu e eu assenti colocando uma jaqueta.
Eu decidi passar na casa da Jennifer, quem sabe ela já estaria em casa novamente. Parei em frente dali e toquei a campainha. Graças a Deus, ela atendeu.
- Oi, quem está aí? – perguntou.
- Sou eu, Jennifer.
- Bianca?
- Não, o Papa – brinquei e dei uma risada.
- Entra aí então, Papa!
O portão abriu e dei de cara com ela na porta.
- Oi – ela sorriu e me abraçou. – Como estão as suas férias?
- Não sei como ainda aguento ficar trancada em casa.
- Pra sua sorte, uma garota legal como eu voltou de viagem.
- É, eu acho que dá pra aguentar.
- Olha o bullying.
Nós rimos.
- Eu passei em frente a sua casa hoje, mas um garoto disse que você não estava lá.
Nós conversávamos enquanto íamos até o fundo da casa dela e nos sentamos nas poltronas em frente à piscina.
- Deve ser o meu novo vizinho – dei de ombros.
- Como sabe que era ele?
- Porque eu o vi brincando com um cachorro assim que eu e minha mãe saímos pra comprar meu material.
- Deve estar tentando esconder o que sente por ele. Tá tão seca...
- Para, Jennifer. Que ridículo.
- Mas, fala sério, ele é lindo, não é?
- Sim, ele é lindo – confessei.
- Eu fiquei secando ele enquanto ele me dizia que você tinha saído. Ele tem uma boca tão linda. Tão bem desenhada – ela mordeu o lábio inferior.
- Por favor, menos...
- Se ele estudar no mesmo colégio que nós... Não vai dar certo.
- Conversou tanto tempo com ele? – perguntei.
- Mais ou menos... Não muito – ela sorriu.
- Então, o que sabe sobre ele? – perguntei e sorri.
- Ele se chama Justin, veio de Stratford, o nome da mãe dele é Patrícia, mas a chamam de Pattie, ele tem 16 anos, mas vai fazer 17 daqui uns dois meses.
- Stratford é uma cidade até gostosa... – comentei. – É bem frio lá.
- Vou pra lá com ele pra ele me esquentar.
- Jennifer – a cutuquei com o cotovelo e ri.
- Também falei de você pra ele – ela pegou uma revista que tinha na mesa de centro e depois me olhou.
- Você não fez isso, Jennifer!
- Eu fiz – ela assentiu.
- Tá, e o que falou de mim?
- Eu perguntei pra ele se vocês já tinham conversado...
- Foi só isso?
- Bom, ele me respondeu que não conversaram.
- E o que mais?
- Aí eu disse que você gostaria de conhecer ele – ela mordeu o lábio e sorriu forçada.
- E o que ele disse?
- Ele só riu... Depois me disse que viu você.
- Como ele me viu? Aonde?
- Te viu do carro, mas viu você só de rosto.
- Ok, foi só isso?
- Não, ele disse também que você é bonita, eu concordei com ele.
- A conversa acabou aí, né?
- Na verdade, não.
- O que você falou depois, Jennifer?!
- Eu mostrei uma foto sua do meu celular.
- Qual delas? – perguntei confusa.
- Não vou falar.
- Você mostrou a minha foto de biquíni, não é? – desconfiei.
- Não...
- Ok, mas ele falou alguma coisa da minha foto?
- Ele te achou muito gata...
- Jennifer, eu podia te matar.
- Amiga também é pra irritar, ok? – ela riu fraco.
- Vou te irritar também, sua vadia! – ameacei e ri fraco.
- Você se encontrou com o Lucas nessas férias?
- Sim – mordi meu lábio inferior.
- E como foi?
- O vi na semana passada. Ele tem uma pegada... – lambi meus lábios e depois mordi o mesmo.
- Dá pra imaginar... Mas ainda vai se arrepender dessa vida.
- Não sou como uma vadia, ok?
- Não disse que é! Mas essa sua vida que não tem problemas amorosos ainda vai acabar.
- Para de jogar praga, Jen – coloquei minhas pernas em cima da poltrona e abracei meus joelhos.
- É sério, você ainda vai se apaixonar, Bianca!
- Eu duvido – olhei pra ela e ela me ofereceu seu dedo mindinho.
- Quer apostar? Esse ano você ainda vai encontrar algum traste pra se apaixonar – ela ergueu uma sobrancelha esperando pela minha resposta...
- Valendo 200 dólares – cruzamos nossos dedos e ela sorriu satisfeita.
- Esse ano promete – ela riu.
É, quem sabe promete – pensei.
- Vamos pra piscina? – perguntou.
- Eu não, tá muito frio.
- Verdade – ela deu de ombros. – Eu quero dormir. Vamos pra sua casa?
- Pra minha casa ou pra você ir conversar com o Justin?
- Isso sim é amiga. Você me entende – ela riu. – Vamos, Bianca.
- Tá, vamos – revirei meus olhos e eu esperei ela se levantar.
- Se levanta, estrupício!
- Eu também disse que to com sono.
- Vou pedir pra Rosa trazer um balde de água pra mim, quero ver quem vai ficar com sono numa hora dessas – ameacei.
Mesmo que eu tentasse ignorar, esse nome – Justin – parecia ter uma química incrível comigo.
- Você conversa com ele e eu vou pra minha casa – disse alguns segundos antes de virarmos a esquina.
- Fica lá comigo. Por favor – pediu.
- Não, Jen. Eu não conheço ele!
- Conhece agora.
- Eu quero dormir.
- Toma vergonha na sua cara, Bianca. Você sempre foi o tipo de menina que faz amizade super facilmente com os meninos. Por que não quer falar com ele?
Porque eu acho que vou gostar dele de verdade – respondi no pensamento.
- Por nada, Jen – disse e viramos a esquina. – Ele sempre fica aqui fora? – perguntei.
- Acho que sim. O nome do cachorro dele é Sammy – sorriu.
Ele nos olhou e deu um sorriso. Pude perceber ele dizendo “oi”. Mas não ouvimos.
- Vamos lá cumprimentar ele – ela me puxou pelo braço.
- Jen, não!
- Um beijo no rosto vai te matar?
Sim, vai me matar de amor – respondi em pensamento.
- Tá – revirei meus olhos e paramos em frente a ele, que já estava levantado.
- Oi, Justin – ela sorriu e deu um beijo no rosto dele. – Bom, essa é a minha amiga Bianca. Bianca, esse é o Justin. Justin, essa é a Bianca.
- Oi – sorri forçada e não sabia se dava ou não dava um beijo no rosto dele.
- Oi – e beijou meu rosto.
- Morreu, Bianca?
- Cala a boca, Jennifer! – quase gritei. – Ela é insuportável.
- A Jennifer é de boa – ele riu fraco.
- Eu vou dormir. Tchau, gente – sorri e dei as costas.
- Pelo menos dá uma despedida mais aceitável, Bianca!
Eu virei e dei um beijo no rosto de cada um. Eu podia matar ela.
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