American Idiot escrita por Adrenaline Earthquake


Capítulo 11
Wake me up when september ends


Notas iniciais do capítulo

MORNING SICKNESS, X, Y, Z!(8)
Oi *u*
Estou viciada na música Professional Grievers. De novo. Eu tinha que ver as fotos da gravação do vídeo '--------'
Anyways...
Wake me up when september ends: http://www.youtube.com/watch?v=NU9JoFKlaZ0&ob=av3n
O vídeo não tem absolutamente nada a ver com a fic e tals... Mas oh well.
Enjoy!



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-Eu... Eu sempre morei aqui na cidade. Só que eu morava no centro, sabe? Na parte movimentada e tudo o mais. Eu gostava de lá, para ser sincero. Quer dizer, antigamente era bom, claro. Antigamente, não era tão movimentado... E as crianças não eram alienadas como elas são hoje. Enfim. Eu morava com a minha mãe, meu pai e meu irmão Michael. Nós vivíamos em um apartamento bem amplo, pra falar a verdade. Minha mãe trabalhava como garçonete e meu pai trabalhava como caminhoneiro, mas também gostava de música. Ainda consigo ouvi-lo tocando sua bateria... – ele suspirou – De qualquer forma, eu o amava muito, entende? Mas... Ele acabou morrendo de câncer no esôfago, no dia 10 de setembro. Eu não consegui lidar com a dor de perder meu pai e acabei não comparecendo no velório. A dor era muito grande... Simplesmente corri para o meu quarto. Minha mãe saiu correndo atrás de mim e pediu para que eu saísse do meu quarto. Eu simplesmente respondi “O verão veio e passou, o inocente nunca dura, me acorde quando setembro acabar”.

-Gee... Isso é... É horrível... – murmurei, um pouco sentido – Eu sinto muito.

-Não é culpa sua. – ele sorriu tristemente e me olhou de soslaio – Mas obrigado por se importar. Bom, após a morte de meu pai, minha mãe começou a... Como dizer... Ignorar-me. E ignorar meu irmão também. Nós podíamos passar dias sem comer e ela não notaria. Até que ela arranjou um namorado novo. Um namorado idiota, retardado e filho da puta. Eu o detesto. – disse Gerard, com acidez na voz – Ele parecia decidido a fazer de minha vida um total inferno. E conseguiu! Arrastava a minha mãe para tudo quanto é lugar, ria da minha cara, me culpava por coisas que eu não fiz... Entre várias outras coisas. Eu decidi finalmente sair de casa. Mikey tentou me seguir, mas eu o convenci a permanecer na casa, prometendo que o visitaria de tempos em tempos. Minha mãe não se importou com isso, é claro. O namorado dela, ainda menos. Procurei por um lugar para ficar por vários dias, mas acabei ficando por aqui mesmo, na Danger Zone. Não me importei em construir uma reputação, mas ela foi se construindo sozinha. Logo virei o emo quieto da rua afastada. Não que eu me importe com isso, afinal, no fundo, não deixa de ser mentira. Quer dizer, menos a parte do emo. Enfim, como prometido, visitei Mikey algumas vezes, até que ele também saiu da casa de minha mãe, quando completou 18 anos. Por ter permanecido lá por mais tempo, ele foi mais capaz de conseguir dinheiro e arranjar uma casa do que eu. Ele está bem melhor de vida do que eu, pra falar a verdade. Mas eu não ligo. Ele está bem e é isso que importa. – vi um sorriso tomar conta de seus lábios, mas logo sumir – Mesmo assim, eu não posso dizer que sou um homem... Feliz, entende? Eu apenas sobrevivo, mas não sou verdadeiramente feliz. Não tenho família, não tenho amigos...

-Como não? – interrompi-o – Eu sou seu amigo!

Ele sorriu fracamente.

-É... Só você.

-E seu irmão.

-Meu irmão não pode ficar perto de mim. Não sou uma boa influência para ele.

-Gee, pare de afastar quem te ama... – falei, olhando em seus olhos verdes – Seu irmão só quer te ajudar, eu tenho certeza...

-Eu sei disso, mas... Mikey é uma criaturinha tão pura... Não quero maculá-lo.

-Pare com isso, você é uma pessoa ótima. – sorri levemente.

-V-você acha?

-Não, eu tenho certeza. – aproximei-me dele. Senti alguma coisa estranha se remexer dentro de meu coração ao sentir sua pele em contato com a minha e ao sentir sua respiração batendo em meu rosto.

-Frankie... – ele pôs uma das mãos em meu rosto, acariciando minha bochecha. Suspirei lentamente. Eu sei que deveria me afastar, mas não conseguia...

... E eu nem queria me afastar.

-Eu... Eu não... – gaguejei, mas não consegui terminar minha frase. Senti um bolo em minha garganta, mas tentei segurar o choro.

-Assim como meu pai se foi... Sete anos passaram tão rápido... Me acorde quando setembro acabar... – disse ele, com uma voz melodiosa, quase como se estivesse cantando. Não consegui me controlar e, segundos depois, meus lábios foram de encontro aos seus.

Não conseguiria descrever essa experiência nem em um milhão de anos. Beijar Gerard Way foi a melhor coisa do mundo. Era certo e errado ao mesmo tempo... Melancólico e feliz... Era... Era simplesmente perfeito.

Ficamos com os lábios colados por um curto espaço de tempo. Afastei-me lentamente, abrindo os olhos. Pude ver sua expressão de felicidade misturar-se com sua expressão melancólica. Ouvi uma voz distante cantando:

-Aí vem a chuva de novo, caindo das estrelas... Encharcado na minha dor de novo, tornando-nos quem somos.

Subitamente, lembrei-me de Billie, Mike e Tré.

Eram eles quem cantavam ao longe.

Perguntei-me, por uma fração de segundo, se Gerard também ouvira a melodia, mas resolvi ficar quieto e aproveitar o momento.

-Gee... Por que... – ainda não conseguia terminar as frases.

-Shh. – ele beijou minha testa – Por favor, não diga nada... Só... Só me deixa aproveitar enquanto isso não se torna uma lembrança distante...

-Isso não vai se tornar uma lembrança, Gee. Eu quero que isso se torne realidade. A nossa realidade.

-É o que eu mais quero no mundo, Frankie, mas nem tudo termina como nós queremos.

-Exatamente, “nem tudo”. Algumas coisas terminam como queremos. E isso é uma delas. – beijei seus lábios mais uma vez – Eu vou lutar por isso. Não importa o que eu tenha que fazer. Eu vou fazer você feliz, vou fazer você esquecer o que aconteceu com você no passado.

-Minha memória descansa, mas nunca se esquece do que eu perdi, Frankie... Isso é impossível.

-Não é. Eu vou te mostrar que não é, ou, no mínimo, vou diminuir sua dor. Eu sei que posso fazer isso.

-Pra que se importa em fazer isso? – perguntou ele, com uma careta de dor.

Suspirei fundo e falei:

-Porque eu te amo.

Mergulhamos em um silêncio profundo.

-Como?

-É isso aí. Eu te amo, Gerard Way.

-S-sério?

Assenti, ainda incrédulo que eu tinha sido corajoso o suficiente para admitir isso.

-Ah, Frankie... Eu também te amo! – disse ele, sorrindo e me beijando mais uma vez. Senti que ele brincava com meu cabelo enquanto movia seus lábios junto aos meus de forma harmoniosa. Passei a acariciar suas costas.

Alguns minutos depois, nos separamos, mas ele me puxou para perto de si e me abraçou protetoramente. Senti ele murmurar:

-Toquem os sinos novamente, como eles faziam quando a primavera começava...  – sua voz, mais uma vez, era melodiosa. Respondi da mesma forma:

-Me acorde quando setembro acabar...

Ficamos abraçados por várias horas, sem falar nada. Palavras não eram necessárias naquele momento. Até que Gerard resolveu quebrar o silêncio:

-Ei... Frank?

-Hmm?

-O que vai fazer sobre... Sobre o St. Jimmy?

Fiz uma careta ao lembrar-me dele.

-Não sei. Sinto que preciso me livrar dele, mas... Mas não sei como.

Vi um brilho passar por seus olhos.

-Pois eu sei como.

-Sabe?

-Sei. Vem comigo.

Franzi a testa, mas levantei-me e segui-o.


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Notas finais do capítulo

Tá, a má notícia é que só falta Homecoming e Whatsername.
E a boa notícia é que eu estou pensando, repito, PENSANDO em fazer outra fic dessas... Mas com o 21st Century Breakdown.
MASSSSSSS não tenho nada planejado. Só cogitei a ideia. Sei lá, vai depender de vocês né, se vocês quiserem, eu escrevo .-.
Bom...
Beijo -q