Os próximos dias foram normais. Passei semanas sem ver Edward. Foi melhor, desse jeito seria mais fácil tentar esquecer. Eu sei que não importa quantos anos se passem, eu não vou conseguir esquecer dele. Superar? Sim. Esquecer? Nunca.

Eu nem sei se quero esquecer. Quase tudo que eu passei com ele, não importa o quanto machuque lembrar, foram os melhores dias da minha vida. E o resto dos momentos que eu passei com ele, aqueles que machucam ainda mais, foram os que vão me ajudar a não ser tão crédula.

Eu parei de sair da fábrica, não porque eu não queria, mas eu ia acabar com as minhas economias se comesse muito fora. Tentei voltar pra minha rotina, como ela era antes do dia que meu futuro chefe veio visitar a fábrica.

Seria um pouco difícil tratar ele como meu chefe, então decidi dar o fora da fábrica antes que ele venha pra cá. O que significa que eu tenho uns 3 anos pra juntar dinheiro suficiente prta arrumar um apartamento tosco qualquer, de preferência em um bairro beeem distante. Até lá vou poder arrumar um emprego decente, algo que pague as contas.

Os dias foram passando, as dores junto. Quase todas as noites eu sonhava com ele. Não sonhos nítidos, mas como um borrão. Um par de olhos azuis, um sorriso, um beijo. No final eu sempre aparecia sozinha, no escuro. Aí eu acordava ofegando, com dor de cabeça. Digamos que eu não tive uma boa noite de sono por duas semanas.

Tudo isso por causa de um garoto. Por quê eu?