Adeus, Antony!

Quando sai do banho encontrei o Grover sentado em minha cama.

–E ai, cara, o que foi? –Perguntei.

Ele me olhou com um olhar de... Decepção.

–A Juniper –Ele disse e começou a comer uma latinha de Diet. Coke que estava na minha cama

–O que houve com ela? Ela ta bem? –Falei, sentando ao seu lado.

–Ela... Ela...Eu a vi... Agarrada com outro... sátiro. Bééé –Ele desabou a chorar e eu o abracei.

–Grover, você tem certeza? Eu garanto que você deve ter visto errado. A Juniper não faria isso com você. Nunca. –Tentei acalma-lo, mas foi em vão.

–Ah, Percy... Tem alguém que quer vê-lo. Ele esta lá nos campos de morangos. –Grover falou, meio gaguejando e balindo.

Fui até os campos de morangos e encontrei quem queria me ver.

Quando cheguei aos campos, a pessoa que queria me ver estava de costas, sendo assim não poderia ver seu rosto. Suas roupas eram pretas. Ele vestia uma camiseta regata um pouco justa de mais; uma calça jeans preta e tênis pretos. Se não o reconhece eu pensaria que seria o filho de Hades, o Nico Di Angelo. Mas não, depois de olhar para esse garoto eu percebi que era o Antony.

-Antony! –Eu falei, aliviado.

-Percy! –Ele respondeu.

-Aonde você estava? Como desapareceu? O que aconteceu com você? Pelo que me lembro você não vestia roupas totalmente pretas! –Falei.

-Percy, uma pergunta de cada vez!

-Me desculpe, fiquei feliz em vê-lo.  Fiquei muito preocupado quando percebemos que você tinha sumido. Mas enfim, o que aconteceu?

-Não sei exatamente o que aconteceu. Lembro-me de quando vocês me salvaram, depois houve uma batalha, não houve? –Ele falou meio confuso.

-Sim. –Respondi.

-Depois disso lembro que aconteceu algo com a Annabeth, quando a batalha tinha acabado fiquei zonzo e sentei em um banco e quando estava prestes a me levantar levei uma paulada na cabeça! Até então não me lembro de mais nada. –Ele explicou e ainda mostrou o tamanho do galo que tinha ficado em sua cabeça.

-Mas, não lembra como chegou aqui? –Perguntei.

-Não. –Ele respondeu.

-Acho melhor falar com a Rachel, ela pode saber de algo, pode ter visto algo. –Falei e ele assentiu.

Depois da conversa com Antony, fui conversar com a Juniper sobre o que Grover havia me falado. Eu achava improvável que a Juniper, a doce Juniper que é muito apaixonada pelo Grover, ira traí-lo.

Fui até a floresta e comecei a chamar a Juniper. Sabe, não é fácil você saiu por ai procurando uma ninfa, a pele delas é meio que uma camuflagem quando estão no meio de árvores, fica quase impossível de ver elas.

-Percy! Percy! –Ouvi Juniper me chamar.

Virei-me e a Juniper estava ali, sorrindo como sempre.

-Oi, Juniper! Queria falar com você. –Fui logo dizendo.

-Fale!

-Então, o Grover chegou ao meu chalé balindo, chorando e comendo meus móveis. Perguntei a ele o que tinha acontecido e ele disse que viu você agarrada com outro sátiro. Isso é verdade? –Perguntei receoso.

Juniper tentou conter uma risada, mas não conseguiu. A ninfa não parava de rir e agora eu podia ver o porquê de Grover gostar tanto dela, ela era super delicada, graciosa, o modo como ria contagiava qualquer um que estivesse ao seu lado.

-Do que esta rindo? –Perguntei confuso.

-Daquele... Daquele sátiro bobo! –Ela respondeu e continuou as risadas.

-Pode me explicar o que era então? –Perguntei, meio sem graça.

-Aquele era um amigo meu que não via há anos! Ele saiu para uma missão e acabou ficando no Hotel e Cassino Lótus e só agora ele percebeu o que estava acontecendo e saiu de lá. Quando ele chegou aqui, foi uma festa! Todos estavam com saudades dele e eu tive que dar um abraço nele. –Juniper explicou.

-Ah, acho que é melhor você falar isso ao Grover. –Dei uma risadinha.

Juniper saiu correndo para algum lugar na espera de encontrar Grover, mas eu estava na espera de encontrar outra pessoa.

Fui para a Casa Grande e encontrei Annabeth no caminho. Ela havia penteado os cabelos e prendeu-os em forma de rabo de cavalo. Por incrível que pareça ela estava indo fazer a mesma coisa que eu, ver nosso filho.
Quando chegamos à Casa Grande fomos direto para o quarto de Damon. Paramos na porta do quarto dele e ficamos o observando, ele estava brincando com aquela ninfa que era babá dele. Os dois riam como se tivessem contado uma piada.

-Papai! Mamãe! –Damon nos viu e saiu correndo em nossa direção.

Annabeth o pegou no colo e começou a beija-lo até o garotinho reclamar que estava ficando sem ar. Eu apenas observava e sorria.

Damon esticou os bracinhos em minha direção, queria que eu o pegasse no colo, mas Annabeth saiu correndo para fora da Casa Grande. Corri atrás, até que Annabeth parou na frente da Casa Grande e sentou-se com Damon na grama.

Corri até meu filho e o peguei no colo. Matei toda a saudade que eu estava e comecei a brincar com ele. Depois de um tempo junto com nosso filho, lembrei-me de contar a Annabeth sobre o Antony. Ela ficou um pouco surpresa, mas isso não a incomodou.

Passado horas, o sinal de que era hora do jantar tocou. Fomos todos até o pavilhão, fizemos nossas oferendas e Quíron e Dionísio contaram a todos sobre nossa missão.

-Sem mais blá-blá-blá. Sou obrigado a agradecer o Perry Jhonson, a Anny Bell e aos outros. Agora sem mais delongas, vamos comer.

Quando já estava na hora da fogueira, ouvi alguém me chamar. Era o Antony. Ele estava um pouquinho longe do pavilhão, mas fui até ele e perguntei o que ele queria.

-Quero me despedir, Percy. Quero saber sobre minha vida, que não sei se você sabe, mas eu não sei nada sobre ela. Quero saber quem foi que me bateu o que fiz nesse tempo em que desapareci, enfim, quero saber sobre tudo. –Ele disse.

A atitude do Antony me lembrava muito o Nico Di Ângelo, querer saber sobre a vida, o que aconteceu e tudo mais, foi tudo que o Nico queria saber quando tinha seus 11 ou 12 anos.

-Tudo bem, cara. Mas me prometa que vai se cuidar e que quando souber de algo vai me mandar uma mensagem de Íris ou vir aqui. –Falei

-Tudo bem. Adeus, Percy! –Ele acenou

-Adeus, Antony! –Respondi.