Minha vida era tudo que uma garota podia querer. Dinheiro, pais compreensíveis, amigos verdadeiros... Mas, em um belo dia ensolarado,quando nada de ruim poderia acontecer, foi a pior coisa que aconteceu.

Acordei com o sol brilhando em meu rosto, fazendo com que meus olhos embaçassem, mas isso não me impediu de escutar aquela discussão que vinha do quarto de meus pais.

- Porque você fez isso Jonh? Você sabia que ele era um amigo de infância que eu não via há anos! Porque você fez isso?- pergunta/gritava Rachel.

- Por que eu vi muito bem o jeito que ele te olhava e você a ele! Sempre que vocês se encontravam eu sabia, o detetive que eu contratei é o melhor da cidade!- retrucou/gritou Jonh.

- Mas você não tinha o direito de ter feito aquilo com ele, eu estava lá vendo tudo, ele não teve chance de reagir!- Rachel chorava.

- Eu tive que matá-lo, ele ia tirar você de mim, eu vi nos olhos dele quando eu apertei o gatilho!

Fiquei sem reação ao escutar aquilo, e quem não ficaria? Meu pai virou um assassino da noite pro dia, não podia acreditar no que tinha acabado de ouvir. Foi então, que escuto aquele barulho estrondoso, que me fez acordar daqueles pensamentos, um barulho ensurdecedor vindo do mesmo lugar onde houve a briga.

Levantei e fui em direção ao quarto para saber o que havia ocorrido. Chegando ao mesmo, abro a porta e me deparo com uma cena horrível. Meu pai segurando uma pistola calibre 38 na mão direita em um lado do cômodo e minha mãe caída, desacordada no chão, a parede branca estava agora... VERMELHA! Foi aí que a ficha caiu, saí correndo em direção a minha mãe, sua roupa estava toda ensangüentada e havia um furo em seu tórax, bem no coração!

Comecei a chorar de desespero, tentando fazer o sangue parar de jorrar, tentando acordar de um pesadelo, aquilo não estava acontecendo, não comigo!

Virei-me para olhar meu pai, o vi sentado com a cabeça entre os joelhos e... CHORANDO! Que cinismo da parte dele! O que ela tinha feito ou falado para que ele fizesse aquilo? Porque tinha que ter acontecido isso? O que eu vou fazer sem a minha mãe, que é minha protetora enviada pelo céu? Várias perguntas rodeavam minha cabeça, voltei a olhar minha mãe que estava em meus braços, fazendo o impossível para mantê-la viva, ela segurou meu rosto entre suas mãos e disse:

- Eu te amo minha filha!

Sua voz era tão fraca, mas consegui escutar claramente.

-Mãe, eu também te amo mais do que tudo nesse mundo!- sussurrei em seu ouvido.

Ela sorriu, o sorriso que vai ficar na minha mente para sempre, o sorriso mais sincero de todos, e virou a cabeça, tentei mais uma vez reanimá-la sem sucesso, seus olhos cor-de-mel não reagiam mais, entrei em desespero novamente, segurei sua cabeça entre meus braços e comecei a balançar chorando como uma criança que acaba de perder algo muito importante, e era mesmo, a pessoa mais importante da minha vida, aquela que me deu a vida.

Escutei quando alguém arrobou a porta da sala e subiu pelas escadas,não era só uma pessoa, vários passos de diferentes compassos podiam ser escutados.

- Polícia, abaixe a arma e coloque as mãos na cabeça!- ordenou o homem que liderava o grupo.

~Continua~