Ver o Vic desaparecer em nossa frente abalou completamente todos. Camilla continuava chorando muito. Mesmo que a gente já estivesse fora daquele maldito prédio. Até mesmo eu queria chorar por aquilo. Mas não de tristeza e sim de raiva.

Como pude deixar aquilo acontecer? Quis matar aquela garota e destruir aquele maldito pingente. Mas nossa missão era recuperar os dois. Quando eu tinha pensado em falar algo. Percebi que Luk, Louise e Camilla me encaravam.

– Tudo é culpa sua Pietro – Começou a balbuciar Camilla – Se você não tivesse estivesse dando uma de esperto, ele ainda estaria aqui conosco – Falou ela me encarando.

– É Pietro. Se você não estivesse achando que tudo fosse fácil, não teriamos passado por isso – Despejou Luk em minha direção.

– Pietro. Se você quer ser um líder. Tem que proteger todos – Terminou Louise falando. Os três ainda me encaravam.

Tive vontade de fugir dali, mas isso seria um ato de fraqueza. Quando pensei em falar algo, fui surpreendido com a Laís e Isa.

– Ei não diga isso dele. Ele não tem culpa de sequestrarem o Vic. Não teria como ele saber – Falou Laís, entrando na minha frente.

– É gente. Não tinha como ninguém saber que isso iria acontecer. Não o culpem por isso. Pois nenhum de vocês tentou fazer algo também

– Quando a Isa disse aquilo. Todos se calaram e se entre olharam, mas não falaram nada.

Passamos quase o dia inteiro sem conversar um com o outro. Apenas Laís e Isa que falavam comigo. Nenhum dos outros três falava comigo. E eu agradecia por isso. Pois era menas confusão para o grupo.

Depois de andarmos o dia todo a pé. Paramos próximo a pequeno hotel de beira de estrada, daqueles onde os quartos ficam no segundo andar, enquanto o estacionamento é abaixo do quarto. O hotel ficava na entrada de Los Angeles ainda. Não tinhamos o animo de continuar a viagem por esta noite e Camilla precisava descansar mais do que qualquer um.

Por isso, todos topamos de ficarmos ali. Onde locamos um quarto para todos. Era bem pequeno, com apenas uma cama. Mas decidimos que Camilla ficaria com ela. Enquanto os outros se espalhavam por cadeiras e poltronas.

Quando finalmente todos estavam dormindo, me levantei da cadeira onde eu estava, sem sono algum, decidido a pensar. Pensar no que fazer. Pensar no que aconteceu. Por isso sai do quarto e fiquei perambulando pelo pátio do local. Perto de algumas arvores que ali tinham.

Em minha mente começou a passar um pequeno filme em minha mente, de todos os acontecimentos até o dia de hoje. Como eu chegando ao colégio Pegus, ganhando novos amigos. As aulas. O primeiro beijo que dei na Isa. O dia que recebi o comunicado que teria de sair em missão. Até hoje no sumisso do Victor.

Tudo aquilo me deixava confuso, com medo. Mas eu era o único que poderia encontrar o pingente e saber onde Victor estava. Tentei em minha mente programar nossos passos, para saber exatamente a onde ir. Mas não conseguia. Estava fraco e precisava descansar. Mas não era isso que eu estava fazendo.

Enquanto eu continuava perdido em meus desvaneios. Ouço passos ao meu lado, vindo das arvores, que me fazem ficar alerta. Logo em seguida sentir um toque em meu ombro me fazendo parar. Não saberia dizer quem era pois estava por entre as arvores e nem mesmo quando a pessoa falou comigo.

– Soube que perderam um amigo hoje – Começou a falar a pessoa, mas eu não me atrevia a olhar – Soube que três dos seus amigos te culpam por isso. Mas você não tem culpa – Senti que a voz dele tremeu com aquilo – Eu também perdi alguns amigos... Para a mesma força que pegou o seu – Por fim ele se calou, continuando ao meu lado, sem se mostrar.

– Sim perdemos – Comecei a falar meio desconfiado – Eles me culpam mesmo, mas por sorte ainda tenho alguém que me apoia – Minha voz ficou tensa quando ele falou de seus amigos – Então não sou o único atrás do pingente? Mas se é assim, de onde vocês são? Alias quem é vocês? – Perguntei encarando a escuridão esperando alguma resposta.

– Também somos do colégio Pegus. Mas fugimos antes do diretor Martin saber. Sabiamos do sumisso da Gisele, pois eramos amigos dela – Ele se calou, quando deu um passo a frente se revelando – Prazer, sou Gabriel Kalil, mas me chame de Kalil. Meu elemento é o fogo – Disse me estendendo a mão.

Ele tinha mais ou menos a minha altura, cabelos meio encaracolados castanhos, olhos da mesma cor, mas que pareciam ficar vermelhor e era moreno, mas de sol. Após apertar sua mão e conversarmos. Percebemos que o dia já iria amanhecer e eu teria que voltar para encontrar meus amigos. Então levei o Kalil junto comigo.

Ao entrarmos no quarto todos estavam já acordados, me esperando. Isa tinha um olhar de preocupação. Mas logo se alegrou ao me ver. Mas logo encarando o garoto que estava ao meu lado.

– Ah, antes de mais nada. Este é o Kalil, estudande do colégio Pegus – Disse me virando para ele – E ele vai ir conosco em nossa viagem.