Impasses De Uma Princesa Superprotegida escrita por Relsanli


Capítulo 25
Cedendo a um inimigo por causa do outro.


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que demorei... mas esse capitulo foi um parto, eu o escrevi, mas uma certa pessoa que eu chamo de amigo, pegou o meu pendrive e colocou no pc dele que tinha virus que automaticamente excluiu o cap, e isso aconteceu mais duas vezes... Então me perdoem pela a demora espero recompensa-la.



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PDV Rosalie

Meus pais foram cumprimenta-los como era de esperado da parte do rei, eu ainda permanecia parada perante tudo que ocorria, meus pés simplesmente não saiam do lugar, era a minha obrigação ir, mas isso não fazia a minha respiração se regular nem o meu coração voltar ao normal. Olhei em volta e pude ver o McCarthy nos observando, de certo estava fazendo o seu trabalho que era intervir caso algo desse errado. Mas ainda que tivesse seguranças cercando o castelo por fora e outros mais em seu interior, isso não fazia me sentir segura.

Senti alguém segurar em minha mão, olhei ao meu lado para ver de quem se tratava e me surpreendi ao constatar que era o Royce, e apesar dos pesares ele não parecia estar ali para me atormentar com a sua presença, nem mesmo fazer piadas ou para lembrar-me de quem eu era, pois sua expressão séria, seu maxilar trancado e o olhar fixo no czar demostrava que não eram esses os motivos que o fazia estar ali segurando a minha mão. Embora eu quisesse negar, que o meu orgulho insistia em não admitir, a presença de Royce estava me transmitindo certa segurança no momento e, juntos, nós seguimos em direção ao czar.

Ao nos aproximar recebemos todas a atenção da família Volturi em nós, a imperatriz me cumprimentou e em seguida seu irmão fez o mesmo, ambos muito educados, então foi a vez do czar que me olhava atentamente onde estendeu a mão para que eu a pegasse e assim fiz.

– É uma honra princesa, não sabes o quanto ansiei para conhecê-la pessoalmente, de certo terei que prender o homem que pintou o seu rosto no retrato, pois a pintura que eu vi não chega aos pés do que és pessoalmente.

– Obrigada majestade.

– Querida, não necessita dessa formalidade, chame-me apenas de Aro, será bom para que se acostume, uma vez que em breve será parte da minha família. – Percebi o Royce ficar ainda mais sério ao meu lado.

– Isso será um assunto do qual discutiremos mais tarde vossa senhoria. – As palavras do Royce saiam calmas, mostrando o quanto ele tentava se controlar.

– Sim, será, creio que o senhor seja o tal príncipe francês. – O czar falou olhando pela a primeira vez para o Royce ao meu lado.

– Sim sou eu, e como é do seu conhecimento, sou o príncipe da França e o noivo da princesa Rosalie.

– Claro, mas não creio que esse pequeno e insignificante detalhe venha estragar os meus planos, a vossa senhoria não tem a importância suficiente para isso.

Em dia normais eu me tornaria amiga de qualquer pessoa que fizesse o Royce perder a pose, ou que o afrontasse, qualquer que conseguisse tal feito teria ganho de mim os meus eternos aplausos, mas desse vez era diferente, dessa vez eu desejava que o Royce levantasse a cabeça e colocasse o czar em seu devido lugar, pois eu estava entre dois inimigos, inimigos fortes, mas eu preferia aquele que já era conhecido por mim do que o desconhecido, que por sinal aparenta ser ainda mais perigoso. Mas o Royce nada disse, apenas permaneceu firme, mantendo a compostura.

Meu pai percebendo tudo que ocorria convidou o czar para conhecer o local e aproveitar a festa enquanto eu e o Royce tínhamos como o dever de fazer companhia ao senhor Alec e a senhorita Jane. Não houve muita conversa entre nós, na verdade ninguém sabia o que falar, conversamos apenas sobre os nossos países, costumes, comidas típicas e coisas supérfluas, até o momento em que Jane pediu para que seu irmão a fizesse companhia na dança.

Assim que eles distanciaram o Royce que até então permanecia ao meu lado dirigiu-se a minha frente e olhou para mim.

– Teremos que conversar mais tarde Rosalie. – Sua voz era seria e pensativa.

– Sobre?

– Prefiro não falar sobre o assunto aqui, encontre-me na biblioteca as duas e meia da manhã.

– Duas e meia? Não achas muito tarde para uma conversa Royce?

– Não. Duas e meia Rosalie, estarei te esperando.

– E se eu não for?

– Irá. - E apesar de tudo eu também tinha a certeza que iria.

O baile ocorria normalmente, algumas pessoas bailavam no meio do salão enquanto a orquestra tocava as valsas, Royce fez questão de danças uma dessas danças em minha companhia e não o contrariei e apesar de tudo a dança não foi tão desagradável como costumava ser.

Depois de todas as valsas dançadas e sem nenhum animo para entrar em alguma conversa superficial com nenhuma das mulheres presentes na festa, apesar de que conversar com Alice e Bella nunca era desgastante ou monótono para mim, mas elas estavam ocupadas no momento. Resolvi então andar pelo o castelo, fazia tempo que não vinha aqui e algumas coisas pareciam ter sido trocadas do lugar ou renovadas.

Subi as imensas escadas que davam acesso ao corredor que levavam aos quartos, fui até a biblioteca, a sala de reuniões e todos os aposentos que me eram acessíveis, mas logo depois a monotonia voltava. Então resolvi descer... andei um pouco pelo o jardim, mas não era do meu agrado ficar fora do castelo tendo que ser observada por soldados que cercavam o local e ainda vinha o detalhe de que a cada segundo um deles viam para saber como eu estava e se precisava de algo, então entrei.

Estava fazendo de tudo para não encarar o czar nesse momento, em não ter que estar ao seu lado e conversar, nem mesmo com seus filhos que não mostraram serem pessoas de uma má companhia. Fui então para a cozinha, eu não sabia o motivo, mas eu sempre ia à cozinha quando não havia nada para se fazer em castelos, andei prestando atenção em cada detalhe e enfeite ao meu redor até chegar ao meu destino, os serviçais entravam e saiam com bandejas com bebidas e comidas a serem servida, tudo muito corrido, mas organizado.

Entrei e tudo era muito engraçado para mim, as pessoas andavam de um lado para o outro, gritavam pedindo coisa ou brigando com alguma coisa que estavam dando errado, pessoas saiam e entravam e devido tudo isso ninguém parecia ter percebido a minha presença no local. Avistei em cima da mesa uma bandeja carregada de doces, e eu amava doce, principalmente se eles forem de chocolate, como era o caso em questão.

Tomei a liberdade de pegar um, ou pelo menos tentar, pois assim que minha mão estava preste a alcançar um docinho senti uma colher de pau bater nela e alguém gritar dizendo “Não toque nisso!”, me assustei e logo recolhi a mão olhando assustada para a pessoa que havia supostamente me batido, que nesse momento olhava-me igualmente.

– Prin...pri...princesa? – Ela gaguejava e eu até riria se fosse conveniente, toda a cozinha fez-se silencio no momento e agora todos olhavam em minha direção, sentia-me completamente envergonhada.

– Eu, é... desculpe-me, não queria atrapalhar a senhora, eu só...bem... como eu posso dizer... minhas sinceras desculpas por ter atrapalhado o serviço eu não sabia que não era permitido pegar. – Falei enquanto sentia meu rosto ferver e ficar vermelho devido à vergonha.

– Meu Deus majestade – Ela curvou-se perante a mim mostrando reverencia – quem deve desculpas sou eu, tem todo o direito de pegar o que quiser, mais uma vez desculpe-me majestade. – Ela falava sem parar e ainda permanecia curvada.

Segurei seus ombros e os levante a fazendo ficar de pé, não era necessário tanta reverencia, não para mim.

– Não peça-me desculpas senhora, fui eu que atrapalhei seu trabalho, na verdade nem deveria está aqui... não é necessário tantos pedidos por algo tão pequeno senhora... qual é o seu nome?

– Dasy... Dasy Carter.

– Pois então senhora Carter, não é necessário tudo isso, e vocês – Apontei para todos que permaneciam olhando – voltem ao trabalho. – e assim foi feito.

– Obrigada princesa Hale.

– Pode agradecer-me dando um daqueles bombons.

– Ah sim, claro, tome princesa pegue quantos quiser.

– Obrigada.

Sentei em uma das cadeiras que tinha na cozinha e fui servida com uma bandeja de doces somente para mim, ser princesa tinha as suas vantagens... Continuava a comer alguns bombons enquanto conversava com uma das ajudantes da cozinheira chefe que por sinal era a senhora Carter quando olhei para um lugar, uma mesa um pouco mais afastada, onde havia algumas coisas cobertas por panos para evitar que caísse algo, e eu como a boa curiosa que sou quis saber do que se tratava.

– Desculpe-me senhora Carter, mas o que são aquelas coisas ali.

– Aquela é a nossa comida majestade.

– Posso ver?

– Pode...

Levantei e fui até onde estavam todas aquelas coisas, levantei o pano e a comida que eu vi não tinha uma aparência muito boa para ser digerida, tomei coragem e experimentei um dos pratos que estavam ali, e ara horrível.

– Senhora Carter! Como conseguem comer estas coisas? – Percebi que mais uma vez naquele local todas as pessoas olhavam e prestavam a atenção em mim.

– Nós já estamos acostumados princesa.

– Acostumados? Porque não comem o mesmo que nós comemos, sobra tanta comida, não que eu ache que devem comeram as sobras, mas podiam separar um pouco para vocês.

– Comer a mesma comida que vocês? Princesa isso é inaceitável.

– Por quê?

– Oras, essa comida que servimos é a comida real, não é a comida da qual nós servos e criados comemos, somos apenas servos princesa.

– E o que a comida tem haver com isso?

– Não temos a liberdade.

– Mas sobra tanto, o que fazem com toda a comida que sobra?

– Nós jogamos fora.

– E comem isso?

– Já estamos acostumados... essa é a regra.

– E quem criou essa regra posso saber?

– Sempre foi assim, desde quando começamos a trabalhar no palácio, nós os empregados definimos que essa seria a regra, não comemos da mesma comida que a família real come.

– E desde quando vocês ditam as regras? Meus pais sabem disso? – Não entrava na minha cabeça, o do porque de pessoas terem todas as comidas em suas mãos e preferirem a jogar fora e comer algo indigerível do que aproveitar.

– Supostamente não majestade mas...

– Sem nenhum “mas” senhora Carter, o que eu direi agora é uma direção, uma ordem que deverá ser cumprida, a partir de hoje você e todos os empregados, servos, homens que trabalham dentro ou até mesmo fora do palácio, mas que trabalhem para a minha família, a partir de hoje comerá da mesma comida de que eu, minha família e meus convidados comem, façam a mais se for necessário, guardem a parte de vocês se for das vossas preferencias que comam depois, mas a minha ordem é está: Comerão da mesma comida que eu, pois enquanto estiverem trabalhando para as pessoas dessa família serão tratadas dessa forma e não lhes dou direito para que reclamem. Fui Clara?

– Sim majestade.

– Ótimo.

Pedi para que um dos homens que estavam ali para que jogassem toda aquela comida fora, não conseguia nem mais sentir o cheiro daquilo, quanto mais imaginar que eles comiam aquilo. Continuei na cozinha após isso, ainda não encontrava animo o suficiente para voltar ao baile, então permaneci sentada comendo alguns doces e salgados.

Não sei quanto tempo havia se passado ou quantas coisas eu já havia comido, mas de certo que já fazia uma boa quantidade de tempo que estava aqui apenas observando o trabalhado feito na cozinha, que era algo a se admirar, era incrível como conseguiam misturar praticidade, rapidez com organização.

Pude ouvir uma pequena movimentação na frente da cozinha, mas não estava disposta a levantar e averiguar, porem isso não foi necessário uma vez que meu segurança entrou de uma forma desesperada empurrando a porta, seu olhar preocupado e com raiva encontraram os meus e naquele momento o vi relaxar, seus ombros abaixarem em sinal de um susto que havia acabado de passar, porem eu não entendia o que estava acontecendo.

– McCarthy você esta...

– Princesa! O que pensa que esta fazendo? Quer por ventura acabar com a paz de todos?

– Eu não consigo lhe entender McCarthy.

– Estamos te procurando há horas!

– Procurando-me? Por que?

– Por que? Porque a senhorita simplesmente sumiu do baile, porque o príncipe Simon não sabia onde a senhorita estava e ele foi a ultima pessoa a estar ao seu lado, porque o czar da Rússia está aqui e ninguém sabe o que ele pode fazer... e por que..

– Certo McCarthy eu entendi.

– Achamos que tinha sido sequestrada e...

– Serio? Porque sempre que eu supostamente sumo por algumas horas todos pensam que eu fui sequestrada? Eu não posso nem mesmo vim á cozinha.

– Convenhamos que a cozinha não é o lugar apropriado para uma princesa.

– E porque não? Sou uma mulher como qualquer outra e assim como todas tenho uma certa obrigação com a cozinha.

– Sabe que o que acabou de dizer não se enquadra em nada no seu padrão social, muito menos na maneira em que vive.

– Sei, mas era um bom argumento.

McCarthy veio até a mim e ficou na minha frente, eu já deveria ter acostumado, ter acostumado em tê-lo as vezes tão perto assim, acostumado com o seu perfume, com seus olhos, corpo, sorriso... mas a realidade é que sempre era a mesma coisa, as mesmas sensações que eu tentava veemente ignorar, porem eu não tinha forças o suficiente para isso, pelo menos não quando ele estava tão perto.

– Mas a senhorita esta bem? – Deus porque ele tinha que olhar em meus olhos assim? Porque precisava se importar?

– Não, quer dizer... estou, é... eu estou bem, está tudo bem, afinal porque não estaria não é mesmo?

– E porque todo esse nervosismo? A senhorita sempre fala sem parar quando está nervosa.

– Eu não estou nervosa, eu só, bem eu não sei... eu não falo sem parar...eu..ai droga! Eu estou fazendo de novo.

– Toma, eu já percebi que chocolate sempre lhe acalmam. – Eu apenas balancei a cabeça em sinal de concordância.

– Obrigado.

– Então... o que lhe trouxe aqui?

– Eu? Bem... eu não queria continuar lá sabe, não aguentava mais, não estava pronta para ser a princesa exemplar e fazer o meu papel de recepcionar a família Volturi, então resolvi andar um pouco, fazia tempos que não vinha aqui, eu morei aqui na minha infância, sabia? Fui a alguns quartos, na biblioteca, e claro no jardim, eu até teria ficado no jardim se não fosse pela a quantidade de soldados que tinham lá e que a cada minuto iam me perguntar se eu precisava de alguma coisa, então parei aqui, não sei como, mas parei e vi que aqui tinha docinhos, e o senhor sabe o quanto eu amo docinhos, mas minha mãe jamais teria deixado eu comer tantos como comi esta noite, e como aqui me agradou, e todos foram muito gentis e educados eu acabei ficando, e eu já falei de mais e com certeza o senhor quer me mandar ficar quieta, então eu paro por aqui.

– Eu gosto de te ouvir. – E mais uma vez eu fiquei vermelha, McCarthy nem ao menos facilitava as coisas... – Te escutaria anoite inteira se eu pudesse.

– Obrigado, é bom saber que pelo menos alguém gosta. – Então eu fiz o que eu nunca devia fazer, eu simplesmente levantei a minha cabeça e olhei em seus olhos, e eu já sabia, sabia que nossos olhos não poderiam se encontrar, eu sabia as reações que isso me causava, mas naquele momento eu não me importei, nem mesmo com todas as pessoas que estavam ali e que com certeza deviam nos observar, e ele também não.

Então senti que minhas pernas deram um passo para frente assim como as deles também, estávamos mais próximos, nossas respirações se misturavam, sua mão foi até meu pescoço e permaneceu ali, a sensação era indescritível, e mais uma vez ele se aproximou, fechei os meus olhos e esperei, eu já podia sentir...

– Rosalie! – Alguém gritou parado na porta e automaticamente tudo que estava acontecendo em minha volta se quebrou e o McCarthy se separou de mim tão rápido que nem parecia estarmos tão próximos há poucos segundo.

– Jasper? Aconteceu alguma coisa? – Jasper me olhava de uma forma estranha, desconfiado, ele olhou para o McCarthy e depois para mim com uma das sobrancelhas erguidas onde eu apenas abaixei a cabeça.

– Fico feliz em saber que o McCarthy já a encontrou, seu pai estava começando a se preocupar de verdade, McCarthy vá na frente a avise ao rei que esta tudo bem com a princesa eu irei logo atrás com a Rosalie.

E assim o McCarthy saiu sem nem mesmo olhar novamente para mim, e eu não o recriminei por isso, segui o Jasper até a saída da cozinha onde tinha uma sala vazia apenas para ser a divisória, nós andávamos até o momento em que o Jasper parou e olhou para mim, sua expressão séria e seu olhar indecifrável.

– O que pensa que estava fazendo Rosalie?

– Eu não sei do que...

– Nem comesse! Eu sei que você não é burra Rosalie e depois de hoje nem inocente.

– Não precisa ofender Jasper, não é como se você tivesse me encontrado na cama com algum homem, você sabe que não sou desse tipo.

– Eu sei que não e não quis ofende-la, mas me responda o que tem entre você e o McCarthy?

– Nada.

– Nada? Achas mesmo que eu nunca percebi Rosalie? Eu sempre vi a maneira como se olham, ou como fica quando está do lado dele, eu te conheço Rosalie, nunca lhe perguntei nada porque sabia que iria negar, mas agora eu os encontro na cozinha quase se beijando, e você me diz que vocês não têm nada? Engane outro Rosalie.

– Mas digo-lhe a verdade, não há nada entre nós, nunca aconteceu nada, eu nem mesmo sei explicar o que aconteceu hoje na cozinha, eu apenas... eu não sei, eu não sei o que sinto, o que quero...

– Você gosta dele.

– Não, claro que não.

– Não foi uma pergunta, você gosta dele, e nem precisa me dizer sim ou não, porque esta escrito nos seus olhos quando eu olho para eles. – Jasper era sempre tão sincero, era impossível não acreditar em suas palavras e o medo de que o que há dias me atormentava ser verdade me tomou.

Então eu o abracei, o abracei porque eu precisava de um amigo, alguém que me entendesse e me ajudasse, e o abraço do Jasper sempre me ajudava, era como um abraço de um irmão mais velho.

– E o que eu faço jazz? Eu estou perdida, tantas coisas vêm em minha cabeça e eu me desespero, eu só queria...queria poder escolher, mas eu não posso, não quero magoar ninguém, não quero me magoar...

– Rose, olhe, eu não te recrimino, pelo o contrario, eu confio no McCarthy e apoiaria esse relacionamento mais do que com qualquer outro homem, mas você sabe que isso não significa nada Rose, eu não posso mudar a sua vida.

– Nem mesmo eu posso, então eu devo desistir, desistir antes mesmo de começar a acreditar.

– Nunca sentiu isso por ninguém?

– Sentir o que?

– Nunca se apaixonou antes? Nunca gostou de ninguém?

– Quando você vive uma vida da qual sabe com quem passará o resto da sua vida esses sentimentos são abolidos, sempre soube que era inútil, pois não importa de quem eu goste ou queira, meu compromisso é com o Simon.

– Vejo que não teve para aonde fugir... essas coisas não podem ser simplesmente controladas.

– Mas e agora Jasper? Eu não sei como lidar, eu tenho medo de sair machucada e de machucar alguém... eu realmente não sei como lidar...

– Irei te ajudar em relação a isso, se a Alice ficar sabendo ela irá morrer de felicidade, ela sempre sonhou com o dia em que se apaixonaria e ela como sempre apostou no McCarthy antes de qualquer um de nós.

– Devíamos acreditar mais nas suposições da Alice. Mas como irá me ajudar Jasper?

– Relaxa, esqueceu com quem você está falando? Daremos um jeito nisso, nem que eu tenha que lhe planejar uma fuga.

– Meu pai lhe demitiria.

– Ele entenderia, ele também preza a felicidade da filha, acredite Rosalie se tem uma pessoa que procura uma saída para tudo isso é o seu pai, e se o McCarthy for uma delas ele irá apoia-la.

– Obrigada Jasper, não sabe o quanto o seu apoio é importante para mim.

– Na verdade eu sei.

– Convencido.

– Realista, mas agora vamos, a princesa ainda tem um baile para terminar e se me permitir à honra, conceda-me uma dança?

– E como poderia rejeitar um pedido de um cavalheiro tão bonito e jovem como o senhor?

– Sinto, mas sou comprometido.

– E sua esposa se encontra?

– Sim senhorita, de certo deve estar a conversar com outras mulheres.

– Então... não tenho com o que me preocupar, seremos discretos.

– Se insinuando para um homem casado Hale? Esperava mais de vossa senhoria.

– Então aproveita porque esse privilegio é para poucos.

Depois de tudo, o baile havia ocorrido tranquilamente, dancei com o Edward e com Jasper, e felizmente consegui fugir dos Volturis durante toda a noite, mas logo tudo acabou e tivemos que voltar para a casa, minha mãe fez questão de encaminhar cada um ao seu devido aposento real, ficava imaginando como seria a semana com os Simons os Hales e os Volturis em uma mesma casa e ainda havia o McCarthy.

Subi para o meu quarto tentando aproveitar o pouco de tempo que eu tinha antes de encontrar com o Royce na biblioteca, subi as escadas e meu coração gelou ao passar pelo o quarto do McCarthy, eu não sabia se desejava vê-lo ou como reagiria se acontecesse nesse momento, então apenas continuei andando até entrar em meus aposentos. Retirei o vestido colocando a camisola no lugar, que era um vestido de ceda longo rosa e de renda, e por cima um sobretudo com o mesmo material que formava um conjunto, tirei as joias a maquiagem e deitei um pouco somente para absorver tudo que estava ocorrendo comigo.

Como se não bastasse os problemas habituais do quais já estava acostumada, como o Royce, minha vida pré-determinada, tinha agora os Volturis, o compromisso e a responsabilidade de tentar manter a ordem das coisas e evitar uma guerra, todas essas coisas não saiam da minha cabeça, mas tudo isso era facilmente ofuscado e esquecido quando eu pensava no McCarthy.

O Jasper tinha razão, talvez eu sentisse alguma coisa por ele, nada sério, mas alguma coisa, ter esse tipo de sentimento sempre foi o meu maior medo, afinal o que eu irei fazer com ele? Guardar? Passar a minha vida inteira pensando e sonhando com o McCarthy enquanto estava casada com outro? Isso seria pior do que estar apenas casada com o Simon. Não queria nem imaginar se o Royce descobrisse sobre o McCarthy, de certo o mandaria para a forca, mesmo não tendo ele culpa de nada, e havia o outro lado de toda a situação, havia a possibilidade do McCarthy não sentir o mesmo, afinal ele não parece fazer o tipo de homem que se apaixona por uma mulher como eu, afinal para ele eu não passo de uma princesa mimada que tem tudo em suas mãos e vive uma vida chata e patética e que não sabe de nada da vida.

Então definitivamente Emmett McCarthy não esta apaixonado por mim, talvez esteja sendo apenas caridoso ou... ou brincando comigo, não é todos os dias que um homem tem a princesa da Inglaterra quase se jogando em seus braços e tendo as pernas bambas sempre que está por perto, não seria uma novidade se ele estivesse se aproveitando disso, não seria o primeiro.

Olhei para o relógio e já marcava uma e cinquenta da madrugada, Royce havia marcado comigo as duas, levantei da cama e sai do quarto me certificando de que não havia ninguém no corredor, andei em passos rápidos e tentando fazer o mínimo de barulho para não acordar ninguém nem ser notada por algum dos soldados do interior do castelo, passei pelas as salas frias e escuras até chegar na biblioteca, acendi um dos cardeais para iluminar o lugar, sentei em uma das poltronas ainda faltava cinco minutos até o Royce chegar então restava a mim esperar.

Depois de alguns minutos o relógio já marcava duas horas e a porta foi aberta revelando o Royce, ele veio até a mim e pediu para que sentássemos nas poltronas que ali se encontravam, e assim fiz. Depois de alguns segundos nos olhando e eu incrivelmente nervosa sem saber o que esperar ele começou.

– Eu sei que deve estar achando tudo isso desconfortável ou até mesmo estranho...

– Sim estou, diga logo o que quer.

– Não precisa ser grossa princesa, não estou aqui para brigar muito pelo o contrario.

– O que quer dizer com isso?

– Quero dizer Rosalie que a presença do czar nesta terra não me agrada, assim como eu sei que não lhe agrada também, pode não parecer princesa, mas eu também não quero uma guerra. – Certo, hoje o Royce havia tirado o dia para me surpreender. – Além de que o czar não pode ter o que quer, mesmo que seja egoísta da minha parte, não abrirei mão da aliança entre os nossos reinos, não poderia, meu pai jamais permitiria tal ato, mas nós Rosalie, precisamos fazer alguma coisa.

– E o que sugere Royce, estou aberta a sugestões.

– Eu tenho um plano, ou pelo menos um esboço dele, mas eu irei precisar de sua ajuda, eu conheço sua inteligência, sei do que é capaz de fazer para livrar o seu povo de uma guerra e sei também que não que se casar com o filho do czar.

– Na verdade eu não quero me casar com ninguém, e...

– Eu sei Rosalie, não é sobre casamento que estamos discutindo. O fato é que precisamos, por mais que seja desagradável, precisamos nos unir agora.

– Está propondo paz?

– Sim, paz.

– E o que isso resolverá?

– O czar não pode perceber que nos odiamos, isso só o faria crer que tem mais possibilidades para conseguir o que quer, e isso nós não queremos.

– Então iremos fingir que somos bons amigos?

– Não bons amigos Rosalie, seremos um casal normal como a maioria, faremos o czar e sua família pensar que somos unidos e que nos amamos ou sei lá o que mais, mas o importante é que todos pensem que somos perfeitos um para o outro.

– Não creio que isso mudará a decisão do czar...

– Não, isso não mudará, mas você viu o filho dele? O Tal Alec Volturi?

– Sim, mas...

– Se ele acreditar que não tem possibilidade contigo será de grande ajuda, teremos alguém de dentro contra o pai, seja amiga da Jane, a melhor se possível, mostre-se apaixonada por mim, por mais repugnante que seja, mostre ser uma garota sensível, frágil e desesperada por pensar que pode perder tudo, esse tipo de coisa acabam com um coração feminino, és uma boa atriz Rosalie eu sei disso, ambos somos.

– Então seu plano é que façamos o Alec acreditar que não tem nenhuma chance comigo, a Jane me ver como uma mulher apaixona e desesperada, para que ambos fiquem do nosso lado mesmo que subitamente e que eles juntos sejam mais um dos empecilhos para o pai.

– Exatamente. Eu sei que é algo pouco vindo de mim, mas não tive tempo para bolar nada, tudo aconteceu tão rápido.

– Eu não quero uma guerra, e talvez seu plano funcione, temos que ariscar, mas antes eu tenho algumas condições.

– Eu já esperava por elas... diga, quais são?

– Durante esse tempo que estarei, por necessidade, do seu lado fazendo o papel de noivo apaixona, não tente nada, nem use isso como desculpa para conseguir alguma coisa de mim, se tentar qualquer gracinha Royce eu termino com todo o teatro.

– Nunca imaginei que iria me deixar fazer alguma coisa embora a ideia fosse tentadora, mas eu aceito as suas condições, mas... ninguém Rosalie, ninguém poderá ficar sabendo disso, nem mesmo esse seu segurança que vive atrás de você.

– Ninguém saberá Royce, tens a minha palavra.

– E você tem a minha.

Levantamos e demos um aperto de mão como cumplice daquilo que iriamos fazer. Royce saiu primeiro da sala e eu alguns minutos depois. Enquanto passava pela a sala vi alguém subi as escadas rapidamente e percebi que não era o Royce, mas quem seria? Subia as escadas tentando não fazer nenhum barulho, assim que cheguei no corredor pude ouvir alguma porta ser fechada, mas não reconheci de que quarto seria, não tinha tempo para analisar, pois a qualquer momento um guarda poderia aparecer, então caminhei para o meu quarto e me deitei, eu sabia que não conseguiria dormir, mas deitar já me faria relaxar... Teria um longo dia amanhã e eu não sabia o que esperar.


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Notas finais do capítulo

Então? O que acharam... mereço reviews?



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